quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Lição 5 - As Mulheres e o Discipulado

O custo de discipulado é o que "tudo" significa para você.

Na lição da semana passada, quando confrontado pelo jovem príncipe rico, Jesus não desafiou diretamente sua reivindicação de guardar os mandamentos. Ele simplesmente mostrou-lhe que ele não tinha abandonado tudo para servir a Deus. Para o jovem príncipe rico, "tudo" era sua grande riqueza. "Tudo", é diferente para cada um de nós.

Cada uma das mulheres, na lição desta semana, já sabia algo sobre Jesus antes de seu momento de "crise". Todas elas decidiram que "tudo" que era valioso (*para elas) podia ser posto no pó a fim de seguirem a Jesus.

Para Maria, mãe de Jesus, foi pedido sacrificar a única coisa que valia algo a uma mulher jovem pobre na sua sociedade—sua pura reputação. Estar grávida antes de se casar quase a tornou inelegível para o matrimônio. Se o Senhor não tivesse intervindo, José calmamente teria se divorciado dela1. Uma mãe solteira naqueles dias tinha poucas opções, o normal era a prostituição.

Maria não estava grávida quando o anjo veio a ela. Havia muitas questões práticas que podiam ter destruído sua fé. Se tivesse recusado, o céu teria honrado seu desejo. Em vez disso, ela escolheu acreditar que tinha sido escolhida para fazer parte dessa união misteriosa entre a humanidade e divindade. Se ela tivesse se agarrado a sua "glória" terrena de uma reputação pura e casta, que bênção teria ela perdido.

A mulher com a doença aflitiva arriscou passar por severo constrangimento público se fosse exigido explicar sua situação a Jesus. Ele estava constantemente cercado pelas multidões, então qualquer explicação teria sido para todos ouvirem.

Na sociedade judaica, a um homem não era permitido ter relações com uma mulher "imunda" (Lev. 15:19-33). Se esta condição começou antes de ela se casar, ela provavelmente nunca contraiu matrimônio. Além do embaraço, ela arriscou (*ser alvo de) grande raiva por parte da multidão porque qualquer que a tocasse ou a suas vestes, seria considerado imundo por sete dias. Quando ela reconheceu que sua única esperança era Cristo, até mesmo temor de constrangimento público e raiva foram postos de lado.

A mulher junto ao poço tinha tido muitos segredos que provavelmente a confrontaram em alguma maneira diariamente. Embora ela não O tenha procurado, uma vez que Jesus tinha ganhado sua confiança, ela correu a seus vizinhos para contar-lhes sobre Ele. Não se preocupando mais com sua reputação, ela contou a todo o mundo que Jesus sabia todos os seus segredos. Quando ela abandonou a "tudo," tornou-se uma discípula.

Martha é a única mulher citada em nossa lição que recebeu um negativo mas suave comentário de Jesus. Permitiu que seu desejo por um amável, bem administrado lar e vida, a mantivessem fora do discipulado. Era tão sega que isto a impediu de ver a melhor escolha que sua irmã Maria tinha feito. Martha podia ter racionalizado que "limpeza segue-se a santidade”, mas Jesus não quis dizer isso. Ele espera que dirijamos razoavelmente vidas limpas e em ordem, mas não ao custo do discipulado. A história de Lazaro nos fala de um final feliz para Martha. Ela disse a Jesus, "Sim, Senhor, eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo" (João 11:27). Onde quer que seu "tudo" estivesse, ela estava disposta a fazer esta forte declaração de fé ao Homem que desafiou sua necessidade de controle em sua vida.

Embora a lição especificamente não mencione Maria Madalena, ela é quem Jesus elogia a Martha. Maria nada teve a perder. Era a pior (*pessoa) que havia na sua sociedade. Mas ela tinha visto algo que ninguém mais vira2. Ela viu e, ao menos parcialmente, entendeu a cruz. Viu que era por seus muitos pecados que Jesus iria morrer aquela morte horrível. Entendeu que fora perdoada muito e devia tudo a seu Senhor e Mestre. Agüentou todo o desprezo, desdém, e zombaria que deve ter sido dirigida a ela a fim de estar perto de Jesus. No jardim, depois que Ele morreu, arriscou ser pressa e (*talvez) algo pior por parte dos soldados que vigiavam o túmulo, porque necessitava estar perto dEle.

Seu entendimento da cruz não veio sem luta. Mas Jesus foi paciente todas as sete vezes. Cada vez seu grande pecado a venceu, Maria continuou a colocar sua fé em Jesus. Aprendeu a lição “de sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus3.

Cristo obteve a vitória sobre o pecado e Ele quer nos dar Sua vitória. Seu triunfo é suficiente para nós. Como cremos em Sua vitória? A oração é simples: "Senhor, dá-me a mente de Cristo. Eu não tenho nenhuma força em mim para que Tu possas adicionar a ela; necessito de uma completa recriação de minha mente e vontade"4. Então, escolha crer que Ele a dá a você e louve a Deus por Seu inexprimível Dom!

—Arene Hill


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Notas do Tradutor:

1) O pastor Sikberto Renaldo Marks , no comentário desta semana diz: Naqueles tempos o casamento era paralelo ao noivado de hoje, não moravam juntos por uns tempos.

2) Sim, “Maria tinha visto algo que ninguém mais vira.” Maria Madalena não só entendeu a morte expiatória de Cristo, ela O ungiu para a sepultura porque antevia a grande missão e as grandes lutas pelas quais seu Salvador passaria nos Seus momentos finais.

Na Cruz “Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus. O Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como vencedor, nem Lhe falava da aceitação do sacrifício por parte do Pai. Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação houvesse de ser eterna. Cristo sentiu a angústia que há de experimentar o pecador quando não mais a misericórdia interceder pela raça culpada. Foi o sentimento do pecado, trazendo a ira divina sobre Ele, como substituto do homem, que tão amargo tornou o cálice que sorveu, e quebrantou o coração do Filho de Deus”. O Desejado de Todas as Nações, pág. 753.

Eu imagino Satanás torturando ao Salvador com argumentos tais como: “por que este sacrifício todo que ninguém valorizou? Todos te abandonaram. Nem um sequer dos teus discípulos entendeu e creu em Tua missão. Você está morrendo por nada. Desça da cruz e eu te darei o mundo todo sem necessidade de sacrifício algum”.


Cristo pode ter respondido:

Não Satanás, você está enganado. Houve alguém que entendeu e creu em Minha missão. Foi Maria, ela “antecipou-se a ungir o Meu corpo para a sepultura” (Maços 14:8) “trazendo um vaso de alabastro, com ungüento de nardo puro, de grande valor,... derramou-o sobre a Minha cabeça” (vs. 3). Eu morreria se fora somente por ela.

Sim, Maria foi um lenitivo para Jesus, “Extravasando o seu amor sobre o Salvador, enquanto Ele tinha conhecimento da dedicação dela, O estava preparando para Seu sepultamento. E, ao baixar à treva de Sua grande prova, levou consigo a lembrança desse ato, penhor do amor que Seus remidos Lhe votariam para sempre.” O Desejado de Todas as Nações, pág. 560.

3). Filipenses 5:2;

4) Ele está desejoso de recriar a nossa mente, se O permitirmos, através da Sua Palavra que é Ele próprio. Ele é o Verbo (João 1:1). Da mesma forma Ele deseja recriar-nos. A salvação de nossas almas é uma recriação de nossas mentes. “Vivifica-me, ó Senhor, segundo a Tua palavra” (Salmos 119:107). “Apresente Cristo a Satanás em cada tentação. Mostre Cristo ao inimigo, Diga-lhe: “está escrito” ( Mat. 4: 4, 7 e 10, e Lucas 4: 4, 8 e 10). “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7). “Ordena os meus passos na Tua Palavra, e não se apodere de mim iniqüidade alguma” (Salmos 119: 133). Mergulhe fundo no estudo da Palavra de Deus. Se não o fizer estará correndo sérios riscos. Os que “não têm raiz, apenas crêem por algum tempo, quando vem a tentação se desviam” (Lucas 8:13). Estude e medite na Palavra de Deus cada dia. Esconda diariamente Cristo em sua vida e em seu ser. “Escondi a Tua Palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti” (Salmos 119:11). “a Palavra do Senhor ... é um escudo para todos os que nEle confiam” (Salmos 18:30 e Provérbios 30:5). “Em Deus louvarei a Sua Palavra, em Deus pus a minha confiança; não temerei o que me possa fazer a carne” (Salmo 56:4). “Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a Tua Palavra” (Salmos 119:9). ”Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmos 119:105). Pela Palavra será a igreja santificada (Efésios 5:26). “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4:12). “Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas” (Tiago 1:21). “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações” (II Pedro 1:19)

5) Arlene Hill, autora destes comentários, é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Lição 2 - Discipulado Naquele Tempo e Agora

Nesta Lição 2 há uma pergunta pertinente: "Se alguém viesse até você (como estes gregos vieram a Felipe, João 12:20-22) dizendo, 'desejo ver Jesus,' o que você responderia"?

Se você é como eu, ficaria encantado por alguém lhe pedir literatura ou estudos bíblicos sobre o Sábado ou outras doutrinas adventistas, porque nossa experiência é esta: "larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” e somente poucos desejam conhecer as verdades da mensagem do terceiro anjo. (cf. Mat. 7:13).

Mas em realidade muitos não sabem como pedir ajuda, mesmo que eles desesperadamente a queiram. O Espírito Santo está vivo e trabalha! Mas nós não estamos bem cientes do que está acontecendo. O Senhor está mais próximo de nós do que pensamos.

Aqui está uma promessa para nos fazer a todos felizes: “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás." [o "pão" simboliza a verdade que você compartilha com as pessoas]. "Reparte com sete, e ainda até com oito [isso é, seja pródigo em sua generosidade em disseminar a mensagem!]; porque não sabes que mal haverá sobre a terra... Assim como tu não sabes qual o caminho do vento (*spirit, KJV, = Espírito Santo), nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida [você não sabe como o Espírito Santo atrai esse coração ao Salvador]: assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas” (Ecl. 11:1-6).

Essa promessa é segura e certa: algum "trabalho missionário" que você faz irá produzir fruto! Se você perseverar, naturalmente que mais frutificará, mas haverá uma parte que não vingará ao final.

Nossa alegria em ser "discípulos" de Jesus é a emoção de fazer como Ele faz, e o que Ele faz é ganhar almas. Nada mais que ganhar almas é digno de nosso tempo de vida e energia da vida. Alguém que constrói uma casa tem grande prazer em viver nela o resto da sua vida; ganhar almas para nosso Mestre é a "casa" a que nós dedicamos nossa vida, e um futuro a gozar pela eternidade!

Nossa lição inclui duas declarações fascinantes de Jesus, nosso "Professor Magistral": "E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mat. 16:19). Se tomar sua vida inteira para você entender o que Jesus realmente diz aqui, compensará. Soa como exagero selvagem—mas soa como Jesus. "As chaves do céu"? Não diga que você não O pode entender; o céu é o limite das Suas promessas em lhe abençoar no seu trabalho de ganhar almas para Ele! Persevere em O deixar instruí-lo e fazer isto acontecer.

A outra promessa fantástica que Jesus nos dá nesta lição é: "Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu" (Mat. 18:18). Naturalmente que isto é dito à igreja; mas o Senhor Jesus está disposto a abandonar Seu trono para nos levar a sentar-se com Ele no Seu trono!

Quando você ora por um ente querido ou amigo que, como dizemos, está "fora da arca da salvação," ora com intensidade de alma. Você foi oficialmente designado pelo céu a trazer essa pessoa ao reino.

Mas naturalmente, você é um "servo" do Mestre; você se submete a Ele, você é Seu "discípulo," isso é, você não emprega nenhuma arrogância, nenhuma força, somente humildade "em Cristo". Sua oração exige 100% de sua devoção a Jesus e Seu modo de fazer as coisas.

Note a seção sobre os discípulos a princípio não totalmente dedicados 24/7 (*isto é, 24 horas por dia, 7 dias por semana) ao trabalho de Jesus (Desejando de Todas as Nações, págs. 246-249)1: pode você imaginar o tempo que está para vir, ao nos aproximamos dos acontecimentos finais, quando a terra será iluminada com a glória da mensagem final (*Apoc. 18:1) quando você será atraído a um serviço de tempo integral para Jesus?

Ao você concluir seu estudo desta lição (quinta-feira), pense em quão maravilhoso será quando outra vez "o Senhor trabalhar conosco" e "confirmar Sua palavra pelos sinais que a acompanham". Note como isso foi precisamente o que o Senhor quis fazer conosco depois da Assembléia da Conferência Geral de Minneapolis em 1888; Ele quis que essa mensagem enchesse a terra e a iluminasse com glória! Quis dar aos irmãos e irmãs em 1888 o dom do Espírito Santo como o deu aos apóstolos depois do Pentecostes (veja Mensagens Escolhidas, Livro Um, págs. 234, 235)2.

Mas, não há nenhuma necessidade de gastar tempo chorando sobre leite derramado; vamos endireitar o erro e nos arrepender pela única maneira sensata: dar a mensagem de 1888 ambos à igreja e ao mundo—agora.

Isso é o que o manuscrito “1888 Re-examinado"3 pleiteou em 1950 e que deve ser feito.

Isso é o que o Grupo de Estudo de Mensagem de 1888 pleiteia deve ser feito hoje—agora, antes que mais décadas decorram.

Robert J. Wieland


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Notas do tradutor:

1) Desejando de Todas as Nações, págs. 246-249, (da 3ª até a 6ª páginas do capítulo XXV). Note que Jesus não os forçou à decisão de abandonarem tudo. Ao contrário, naquele momento de transição cooperou com eles em seus labores temporais:

“A noite era o único tempo propício para pescar com redes nas claras águas do lago. Depois de labutar a noite inteira sem resultado parecia inútil lançar a rede de dia; Jesus, porém, dera a ordem, e o amor por seu mestre levou os discípulos a obedecer. Simão e seu irmão deitaram juntos a rede. Ao tentarem colhe-la, tão grande era a quantidade de peixes apanhados, que começou a romper-se. Foram forçados a chamar Tiago e João em seu auxílio. E havendo recolhido o conteúdo, tão grande era a carga de ambos os barcos, que se viram ameaçados de ir a pique.

“Mas Pedro não cuidava agora de barcos e carregamentos. Esse milagre, acima de todos quantos havia presenciado, foi-lhe uma manifestação do poder divino. Viu em Jesus Alguém que tinha toda a Natureza sob Seu comando. ...

“Foi depois de Pedro haver sido levado à renúncia de si mesmo e à dependência do poder divino, que recebeu o chamado para sua obra por Cristo. ...

“Até então nenhum dos discípulos se havia inteiramente unido a Jesus como colaborador Seu. Tinham testemunhado muitos de Seus milagres e Lhe escutado os ensinos; mas não haviam, porém, abandonado de todo sua anterior ocupação.

“Pedro aceitara o chamado. Em chegando à praia, Jesus pediu aos outros três discípulos: ‘Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens,’ Imediatamente deixaram tudo, e O seguiram.

“Antes de lhes pedir que abandonassem as redes e barcos, Jesus lhes dera a certeza de que Deus lhes supriria as necessidades.”


2) Mensagens Escolhidas, Livro Um, págs. 234, 235. Nunca esqueça esta citação, é fácil memorizar sua fonte: ME, 12345, isto é, Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 234 e 5, decore-a:

A indisposição de ceder a opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade, estava à base de grande parte da oposição manifestada em Mineápolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes. O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecostes. Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo.”


3) O pastor Roberto Wieland, autor da introspecção da Lição 1 e desta, 2.1T.08, e Donand K. Short, foram missionários adventistas na África por quase toda a vida. Em conjunto serviram à obra por mais de 100 anos.

Os dois pesquisaram e estudaram profundamente a mensagem da justiça de Cristo, que foi dada à igreja Adventista em 1888 na assembléia da Conferência Geral em Mineápolis e nos anos que se seguiram.


Em 1950 eles escreveram a obra: “1888 Re-examinado”. E fizeram 2 apelos à Conferência Geral:

O primeiro, para se publicar uma antologia (coleção literária, de escritos) dos dois mensageiros de 1888, Alonso T. Jones e Ellet J. Waggoner, (que passou a ser chamada de “A Mensagem de 1888”) permitindo assim que cada membro da igreja adventista mundial avaliasse, pessoalmente, tal mensagem pelas próprias palavras de seus dois mensageiros, sem necessidade de a membresia ficar ao léu de incontáveis obras que falam sobre a mensagem de 1888, mas não a transmitem na íntegra.

A razão de tal apelo era a necessidade de haver um entendimento mutuo dentro da igreja, para que se alcance a harmonia que o Senhor deseja que haja entre nós. “Era um apelo para ‘alimentar o rebanho de Deus’ com os elementos nutritivos da mensagem de 1888. Desde então, a consciência adventista tem lutado com a convicção de que há difundida fome espiritual. A comissão evangélica não está concluída, não obstante maiores programas, atividades, e promoções a cada ano que passa” (1º § do capítulo 14).

Entretanto a Conferência Geral reagiu contra este apelo feito em 1950, e até hoje não efetuou tal publicação.

O segundo apelo foi no sentido de tornar público o que não havia ainda sido publicado dos escritos de Ellen G. White sobre a mensagem de 1888, para que se pudesse livremente dizer, em suas próprias palavras como a “mui preciosa mensagem” foi realmente recebida.

Trinta e oito (38) anos depois, no centenário da assembléia de Mineápolis, 1998, o Patrimônio dos Escritos de Ellen White publicou tudo que ela escreveu sobre “1888”, que resultou em 4 volumes, com um total de 1821 páginas grandes (formato A-4) xerocopiadas dos documentos originais.


No prefácio do livro “1888 Re-examinado” encontramos um breve resumo dos elementos singulares, essenciais daquela mensagem:

(A) O sacrifício de Cristo não é meramente provisional mas eficaz para o mundo inteiro, de modo que a única razão pela qual alguém pode perder-se é preferir resistir à graça salvadora de Deus. Para aqueles que, por fim se salvarão, Deus foi quem tomou a iniciativa; no caso dos que se perderem, eles é que tomaram a iniciativa. A salvação é pela fé; a condenação é por descrença;

(B) Assim, o sacrifício de Cristo legalmente justificou "todo homem", e literalmente salvou o mundo da destruição prematura. Todos os homens devem-Lhe mesmo a sua vida física, crendo nEle ou não. Cada fatia de pão está assinalada com Sua cruz. Quando o pecador ouve e crê no puro evangelho, é justificado pela . Os perdidos deliberadamente negam a justificação que Cristo já efetuou por eles;

(C) A justificação pela é, portanto, muito mais do que uma declaração legal de absolvição; ela trans­forma o coração. O pecador agora recebeu a expiação, que é reconciliação com Deus. Uma vez que é impossível ser verdadeiramente reconciliado com Ele e não ser também reconciliado com a Sua santa lei, segue-se que a verdadeira justificação pela torna o crente obediente a todos os mandamentos de Deus;

(D) Essa maravilhosa obra é cumprida mediante o ministério do novo concerto no qual o Senhor realmente escreve a Sua lei no coração do crente. A obediência é amada, e a nova motivação transcende o temor de estar perdido ou de espera de recompensa por estar salvo (qualquer dessas motivações é o que Paulo quer dizer com a frase "debaixo da lei").

O velho e novo concertos não são questões de tempo, mas de condição. A fé de Abraão capacitou-o a viver sob o novo concerto, enquanto multidões de cristãos hoje vivem debaixo do velho concerto devido a que a preocupação centralizada no eu é a sua motivação. O velho concerto era a promessa do povo para ser fiel; sob o novo concerto a salvação vem de crer nas promessas de Deus para nós, não de fazermos promessas a Ele;

(E) O amor de Deus é ativo, não meramente passivo. Como o Bom Pastor, Cristo está ativamente em busca da ovelha perdida. (*Deus é um caçador que está em contínuo safári em busca do pecador.) Nossa salvação não depende de buscarmos o Salvador, mas de crermos que Ele está à nossa procura. Aqueles que estão perdidos finalmente continuam a resistir e desprezar a atração de Seu amor. Esta é a essência da descrença;

(F) Assim, é difícil estar perdido e é fácil ser salvo se se compreende e crê quão boas são as boas novas. O pecado é um constante resistir a Sua graça. Uma vez que Cristo já pagou a penalidade do pecado de todo homem, a única razão por que alguém pode ser condenado no final é a persistente descrença, uma recusa em apreciar a redenção provida por Cristo sobre a cruz e por ele ministrada como Sumo Sacerdote. O verdadeiro evangelho traz a lume essa descrença e conduz a um arrependimento efetivo que prepara o crente para o retorno de Cristo. O orgulho humano e o louvor e lisonja a seres humanos é incompatível com a verdadeira fé em Cristo, mas é um sinal seguro da persistente descrença, mesmo dentro da igreja;

(G) Ao buscar a humanidade perdida, Cristo seguiu o caminho completo, tomando sobre Si a natureza caída e pecaminosa do homem após a queda. Isso Ele fez para que pudesse ser tentado em todos os pontos como nós, e, contudo, demonstrar perfeita justiça "à semelhança de carne pecaminosa". A mensagem de 1888 aceita o termo "semelhança" como tendo o seu sentido óbvio, não o de dessemelhança. Justiça é uma palavra nunca aplicada a Adão em seu estado não caído, nem aos anjos sem pecado. Somente pode revelar santidade aquele que entrou em conflito com o pecado na decaída carne humana, e sobre ele triunfou.

Assim, "a mensagem da justiça de Cristo" que Ellen White endossou tão entusiasticamente na época de 1888 está enraizada nessa única visão da natureza de Cristo. Se Ele tivesse assumido a natureza sem pecado de Adão antes da queda, o termo "justiça de Cristo" seria uma abstração sem sentido. Crer-se que Cristo tomou a natureza sem pecado de Adão antes da queda é um legado do romanismo, a insígnia do mistério da iniqüidade que O mantém "afastado" e não "ao alcance da mão";

(H) Assim, nosso Salvador "condenou o pecado na carne" da decaída humanidade. Isso significa que Ele superou o pecado pela lei (*como Ele vencia cada tentação?, citando “A Palavra”, ESTÁ ESCRITO ...); o pecado tornou-se desnecessário à luz de Seu ministério. É impossível ter a verdadeira fé neotestamentária em Cristo e continuar em pecado. Não podemos escusar o contínuo pecar declarando que "somos apenas humanos" ou que "o diabo me levou a fazê-lo". À luz da cruz, o diabo não pode forçar ninguém a pecar. (*‘Escondi a Tua Palavra no meu coração para eu não pecar contra Ti,’ Salmos 119:11) Ser verdadeiramente humano é ser semelhante a Cristo em caráter, pois Ele era e é plenamente humano, tanto quanto divino;

(I) Segue-se que o único elemento de que precisa o povo de Deus a fim de preparar-se para o retorno de Cristo é aquela genuína do Novo Testamento. Mas isto é precisamente o elemento de que carece a igreja. Ela se imagina doutrinária e experimentalmente "rica", de nada tendo falta, quando na verdade o seu pecado básico é uma patética descrença.

A justificação é pela fé; é impossível ter fé e não demonstrar justiça na vida, porque a verdadeira fé opera pelo amor. As falhas morais e espirituais são o fruto de perpetuar o antigo pecado de Israel de descrença hoje, mediante a confusão de uma falsa justificação pela fé;

(J) A justificação pela fé desde 1844 é "a terceira mensagem angélica em verdade". Assim ela é maior do que aquilo que os reformadores ensinavam e as igrejas populares hoje entendem. É uma mensagem de graça abundante compatível com a verdade adventista singular da purificação do santuário celestial, uma obra contingente com a plena purificação dos corações do povo de Deus sobre a terra.


Há outros aspectos da mensagem de 1888 tais como reformas nos métodos de saúde e educação, mas nossa principal preocupação deste livro é o coração, como reconhecido por Ellen Whitejustificação pela fé. Não é verdade que a mensagem de 1888 era oposta à organização eclesiástica.


O Significado da Mensagem Hoje

A história e mensagem de 1888 propicia uma chave para reconciliação com o Senhor Jesus. A grande "expiação final" se tornará realidade. "Haverá uma fonte aberta à casa de Davi [a liderança da igreja] e aos habitantes de Jerusalém [a igreja organizada] para purificação do pecado e da imundícia" (*Zacarias 13:1). Alguns, talvez muitos, desprezarão e rejeitarão essa fonte de que fala Zacarias, mas cremos que o cerne do coração do povo de Deus é honesto. Quando conhecerem a verdade plena, responderão. O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em trajes santos” (Salmo 110:3). O gênio latente do adventismo ainda perceberá e receberá verdades agora entendidas palidamente. A despeito de oposição dentro da estrutura eclesiástica, a consciência adventista ainda reconhecerá o testemunho de Ellen White sobre 1888 como sendo uma genuína manifestação do espírito de profecia, "o testemunho de Jesus". Em seu impacto sobre corações honestos, a verdade é invencível.

O mundo e o universo aguardam aquele outro anjo que desce do céu "com grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória" (Apoc. 18:1). Se era plano do Senhor que a mensagem de 1888 fosse o “começo" da obra daquele anjo e o "começo" da chuva serôdia, poderia algo ser mais importante do que buscar a verdade plena a seu respeito?

Lição 4 - Lições de Candidatos a Discipulos

Quando se trata de discipulado todo o mundo finalmente tem uma só decisão a fazer; e esta decisão tem apenas duas opções—sim ou não (para rejeitar é dizer não). Embora Deus tenha colocado a inteira raça humana em Cristo antes do fundação do mundo (Efésios 1); embora estejamos em Cristo (num sentido puramente judicial) quando nós nascemos, em algum ponto em nossa experiência, Deus nos confronta com a pergunta: "Você será Meu discípulo? Há algo em sua vida que te abaterá. Há uma falta ou defeito em seu caráter que Eu necessito remover—para substituir por Minhas boas obras de justiça. Você me deixará removê-lo? Crê você nisso"?

E agora, o que nós fazemos?

Quão bom é você em arranjar desculpas? "Estou ocupado agora". (Está você tão ocupado com a obra do Senhor, que não tem tempo para o Senhor da obra)? "O que há de errado com... ?" (Talvez nada. Mas quem é o primeiro em sua vida? O que Deus quer? Adoramos Deus na maneira que Ele quer ser adorado? Ou adoramos Deus na nossa própria maneira, assim adorando o eu)? "Bem, fulano e sicrano fizeram isto e aquilo, então tenho que responder assim". (E quem você disse está no controle de sua vida)?

Houve candidatos a discípulos que arranjaram desculpas semelhantes para Jesus ao que Ele respondeu, "Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos,"1 e, "As raposas têm covis...2" Para cada situação havia uma resposta diferente baseada no que era a pedra de tropeço do indivíduo. Quem você adora? Qual é o seu ídolo?

Há um velho ditado: "Você só é responsável pelo que você pode dizer sim ou não a ...". Eu gosto deste adágio porque coloca a responsabilidade por nossas decisões diretamente sobre aquele que as toma. Afinal você e eu temos controle do que, em última instância, acontece a nós. Eu não posso controlar o que outros fazem, mas posso tomar minhas próprias decisões.

Quando Deus vem a você e diz, "há algo em sua vida que vai te abater. Há uma falta ou defeito em seu caráter que Eu necessito remover—substituir por Minhas boas obras de justiça. Você me deixará fazê-lo?” Diga SIM imediatamente. Porque dizer "não", e continuar a dizer finalmente "não", o causará querer matar Deus (Mat. 26, Apocalipse 20). Então eu o encorajo a dizer SIM—e, com sinceridade de coração, tendo isto decisivamente em vista..

Permitamos um dos mensageiros de 1888, A. T. Jones3, dizê-lo na maneira que só ele pode, e isto está no Boletim da Conferência Geral de 1893, págs. 403 e 404, (*trata-se do sermão, de nº 17 da série A Terceira Mensagem Angélica):

“Bem, agora, lemos os versos, ‘Ele Se deu por nós’4. Ele nos Comprou.. Quantos de nós? [a congregação: ‘Todos nós’]. Quando foi que ele fez isto? [a congregação: ‘Antes da fundação do mundo’5]. Que tipo de pessoas éramos nós antes da fundação do mundo? ... O que Ele comprou exatamente então? Ele nos comprou, e tudo que era nosso. E como comprou o que havia de nós, Ele comprou nossos pecados. Isaias o descreve—‘feridas, e inchaços, e chagas podres’6; nenhuma sanidade em absoluto. Não é verdade? ...

“Bem, agora, deixe-nos avançar um pouco. Ele Se deu por nossos pecados; mas o mesmo pensamento vale para todos: Ele não tomará nossos pecados—embora Ele os tenha comprado—sem nossa permissão. Raciocine um pouco mais com o mesmo pensamento. ‘Ele Se deu’ pelos pecados de quem? [a congregação: ‘Pelos nossos’]. De quem eram eles? [a congregação: ‘Nossos’]. Ele Se deu por eles. Sendo eles nossos, a quem Ele Se deu quando os comprou? [a congregação: ‘A nós’]. Ele Se deu a mim, por meus pecados? [a congregação: ‘Sim’]. Então a escolha é sempre minha quanto a se eu prefiro ter os meus pecados ou deixar que Ele os tenha, não é? [a congregação: ‘Sim’]. Esta é a escolha viva perante mim, é? [a congregação: ‘Sim’]. Esta é a escolha diante de vocês? [a congregação: ‘Sim’]. Qual vocês preferem ter, seus pecados ou Cristo? [a congregação: ‘Cristo’]. Então daqui para a frente pode haver qualquer hesitação sobre deixarmos que algo se vá, que Deus mostra ser pecado? Vocês o deixarão ir quando for apontado? Quando o pecado for lembrado a você, diga, ‘eu prefiro ter a Cristo ao invés disso’. E deixe o ir [a Congregação: ‘Amém’]. Somente diga ao Senhor, ‘Senhor, eu faço a escolha agora; eu faço a troca; prefiro ter a Ti; (*o pecado) foi-se, e tenho algo melhor’. Agradeça ao Senhor! Então onde no mundo está a oportunidade para qualquer de nós sermos desencorajados por nossos pecados?

“Agora alguns irmãos aqui fizeram exatamente isto. Vieram aqui livres; mas o Espírito de Deus trouxe à tona pecados ocultos dos quais eles nunca se deram conta. O Espírito de Deus foi mais fundo do que jamais tinha ido anteriormente, e revelou coisas que eles nunca viram antes; e então, em vez de agradecerem ao Senhor porque realmente existiam, e deixarem inteiramente o negócio maligno ir embora, agradecendo ao Senhor porque eles nunca tiveram tanto dEle, muito mais do que jamais tiveram antes, começaram a ficar dissuadidos. Disseram, ‘Oh o que eu farei? Meus pecados são tão grandes’. Aí deixaram Satanás lançar uma nuvem sobre eles, e os levar ao desânimo, e eles não tiram nada de bom destas reuniões dia após dia. ...

“Se o Senhor trouxe à tona pecados a nós nos quais nunca pensamos antes, isso, por si só, mostra que Ele está descendo às profundezas (*do nosso ser), e Ele alcançará finalmente o fundo; e quando Ele acha a última coisa que é suja ou impura, que esta em desarmonia com Sua vontade, e traz aquilo à tona, e a mostra a nós, e nós dizemos, "eu prefiro ter O senhor do que isso," —então a obra (*do Senhor) está completa, e o selo do Deus vivo pode ser fixado sobre esse caráter.

Qual você preferiria, ter a integralidade, a inteira perfeição de Jesus Cristo, ou ter menos que isso, com alguns de seus pecados encobertos os quais você nunca notou antes? ... E então Ele deve cavar abaixo, aos lugares fundos com os quais nunca sonhamos, porque nós não podemos entender os nossos corações7. Mas o Senhor conhece o coração. Testa a consciência. Limpará o coração, e trará à tona o último vestígio de maldade. Deixem-nO atuar, irmãos; permitam-nO continuar Seu trabalho de sondagem8. E quando traz nossos pecados perante nós, deixe o coração dizer, ‘Senhor, Tu Te deste por meus pecados; Oh, tomo a Ti em vez deles’. Eles se foram, e eu me regozijo no Senhor. Irmãos, sejamos honestos com o Senhor, e O tratemos como Ele nos quer que o façamos.” (Boletim da Conferência Geral de 1893, páginas. 403, 404; A Terceira Mensagem Angélica, Paradise View, págs. 119-120.)

O que estamos nós esperando? Diga "Sim" a Deus agora, e experimente as verdadeiras alegrias do discipuladohoje! São suas já; você as pode ter agora, faça com que elas aconteçam em sua experiência.

Craig Barnes


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Notas do tradutor:


1) Mateus 8:22 e Lucas 9:60,. “Este homem estava extremamente cauteloso tanto quanto o primeiro extremamente entusiasmado (*vs. 20 e 58). Ele disse a Cristo algo como, ‘Eu gostaria de O seguir, mas não o posso enquanto meu pai vive’. Em resposta o Senhor falou, por assim dizer, ‘Eu reconheço completamente sua obrigação para com seus pais; entretanto, sua profissão para com o reino dos céus tem preferência até mesmo sobre isto.’ As reivindicações do evangelho transcendem os laços familiares—não que estes sejam desprezados de modo algum, mas que eles não devem ser uma desculpa para falhar em atender o chamado de Cristo para o serviço (veja Marcos 7:11 e 12, e Lucas 2:14)” SDABC (comentário bíblico adventista), R & H, 1980, vol. 5, pág. 366;

2) Mat. 8:20 e Lucas 9:58;

3) Dois foram os mensageiros de 1888: "Ellet Joseph Waggoner ... e Alonzo Trevier Jones. Ambos se tornaram editores da revista Signs of Times em 1886.... e em 1888 deram uma série de memoráveis sermões sobre justificação pela fé na assembléia da Conferência Geral realizada em Mineápolis, e se especializaram em pregar sobre o assunto por muitos anos depois disto.” Enciclopédia Adventista, volume 10 da série SDABC, R & H, 1980, pág. 1563, sobre Ellet J. Waggoner, grifamos.

Ellen G. White “assistiu à importante assembléia da Conferência Geral de 1888, em Mináepolis, na qual ela pregou 9 vezes. Depois disto ela viajou por muitos meses (*com Waggoner e Jones) pregando nas igrejas sobre o assunto da justificação pela fé.” Ibidem, pág. 1590, sobre Ellen Gould (Harmon) White.

No centenário da assembléia de Mineápolis, 1998, o Patrimônio dos Escritos de Ellen White publicou uma antologia de tudo que ela escreveu sobre “1888”, que resultou em 4 volumes, com um total de 1821 páginas grandes (formato A-4) xerocopiadas dos documentos originais, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Nesta coleção literária não está incluído o que já havia até então sido publicado sobre o assunto, tais como Testemunhos Para Ministros, págs 91 a 98, Mensagens Escolhidas, vol. I, págs., 234 e 235, e inumeráveis textos de Caminho a Cristo, O Desejado de Todas as Nações, O Maior Discurso de Cristo, Parábolas de Jesus, etc. ...

Nestas publicações há mais de 100 referências e recomendações às pessoas dos pastores Waggoner e Jones e sua mensagem;

4) Gálatas 1:4, Efésios 5:2, Tito 2:14, Romanos 5:8 e 8:32;

5) Apocalipse 13:8;

6) Isaias 1:6;

7) Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?, Jeremias 17:9; Salmo 139: 23 e 24: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.

Lição 3 - O Chamado de Jesus ao Discipulado

O que é discipulado a Jesus? É o chamado de Jesus para segui-Lo, o Cordeiro de Deus (João 1:36), como um eterno aprendiz, "completo"1 ["plenamente treinado," Lucas 6:40, NVI]; em serviço para o Mestre ["pescadores de homens," Mat. 4:19]. O Discipulado, então, envolve: 1º) o chamado inicial de Jesus; 2º) o Mestre ensinando estudantes que estão abertos a toda a verdade para perfeição, e, 3º) quer seja como um obreiro de tempo integral, ou como o trabalho missionário (*de um leigo) envolvidos em ganhar almas para Cristo.2

Quem Jesus chama para segui-Lo? "Aos que Ele predestinou, a estes também chamou" (Rom. 8:30). Quem Ele predestinou? "Os que dantes conheceu também os predestinou" (vs. 29). Quem Ele conheceu? Somos levados à conclusão de que Ele conheceu a todo o mundo. Então cada alma que jamais viveu na terra foi conhecida por Jesus e predestinada para ser chamada por nome a Seu serviço.

Como Jesus plenamente os treina em perfeição cristã; "para serem conformes à imagem do Seu Filho" (vs. 29)? "Aos que predestinou a estes também chamou, e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou" (vs. 30). Aqui está uma verdade maravilhosa, não plenamente recuperada desde o tempo em que o Apóstolo Paulo escreveu estas palavras.

Todo o mundo é chamado por Jesus. Assim todo o mundo é justificado por Jesus. Num sentido objetivo, a morte de Cristo é um ato tão extravagantemente compreensivo, que envolve o globo, de modo que Deus pode tratar a todo o mundo como perdoado por seu pecado. Este presente maravilhoso é envolto na pessoa de Jesus Cristo e este crucificado. Ele é literalmente dado por Deus a cada indivíduo.

Como justificação traz perfeição cristã? "E a quem Ele justificou, Ele também glorificou" (vs. 29, 30). Se quem recebe este presente de justificação legal o abre, terá o fruto de poder santificador na vida, revelado em glorificação final no aparecimento do Senhor. Tudo isto é predestinação de Deus para cada alma.3 Embora aos maus seja misericordiosamente concedido perdão temporário por um breve tempo de vida, por sua escolha de frustrar a graça de Deus eles infelizmente nunca experimentam os benefícios: o perdão de seus pecados, e Seu poder desencadeado em sua vida.

Como esta mensagem maravilhosa sobre Jesus O pode capacitar a usar-nos como pescadores de homens? Assim como André, o ex-discípulo de João Batista, seguiu "o Cordeiro de Deus," e subseqüentemente achou seu irmão Pedro (João 1:40), do mesmo modo nos foi dado uma visão de Jesus Cristo que é inclusiva de cada nação, tribo, língua, e povo.4 Seu amor é tão extravagante que inclui cada alma com uma atmosfera da Sua graça. Somos apenas uma fragrância que vem juntamente fornecer um incentivo adicional para essa alma seguir a Jesus (*João 1: 35 - 37).

Foi dada a você uma revelação de Jesus Cristo? Certamente. Na circunstância peculiar em que você está, Jesus o chamou, e lhe dá uma visão de Si mesmo crucificado por você.

O testemunho de uma mulher jovem teve grande efeito num tempo crítico em sua vida, quando sua mãe estava com uma doença terminal Jesus mostrou-Se a ela numa visão. O viu em pé perante ela estendendo Sua mão e lhe falando na própria língua e dialeto específico dela. Isto foi para ela um convite para nunca retirar a sua mão do Salvador, mas sempre deixá-Lo dirigir sua vida. Esta comissão para serviço pelas mãos do Salvador, perfuradas pelos cravos, é tanto uma ordenação das invisíveis mãos como uma formal imposição de mãos num serviço de ordenação de ancião ou pastor de igreja.

Você não necessita ter tal manifestação visível do chamado de Jesus ao serviço. Você tem algo igualmente confirmado do seu chamado ao discipulado. Jesus diz a você, "Ide portanto. ... Estou com você todos os dias, até o fim do mundo" (Mat. 28:19, 20). É aí exatamente onde você está agora, no “fim do mundo". Você é ordenado pelas invisíveis perfuradas mãos de Jesus.

Paul E. Penno


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Notas do tradutor:



1) ”Todo que for perfeito será como seu mestre” ( Lucas 6:40, KJV e Almeida Fiel); “bem instruído” (Almeida Contemporânea, e edição Revisada).


2) No Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 909 lemos: “Os seguidores não interromperam de imediato suas ocupações usuais e se tornaram discípulos no completo sentido da palavra. Não até um ano depois, na primavera do ano 29 d.C., quando receberam o chamado para discipulado permanente (ver Lucas 5: 1 e 11), somente então poderia ser dito que ‘deixaram tudo, e O seguiram’, Lucas 5:11, ú. p.”.

Inicialmente todos vamos a Cristo por interesses pessoais, egoísticos. Os discípulos esperavam que Jesus restabelecesse o poder de Israel, e ansiavam por alguma importante posição no futuro governo. Mas por contemplarmos a Cristo somos transformados. Isto é o que ocorreu com os discípulos. Nossa aproximação a Deus não deve ser “pela esperança de recompensa ou pelo temor do castigo, mas pelo sincero desejo de reivindicarmos o caráter de Deus”. Entretanto inicialmente todos nós vamos a Cristo por motivos egoísticos, depois é que somos transformados.

"O Rei da Glória muito Se humilhou ao revestir-Se da humanidade. Rude e ingrato foi Seu ambiente terrestre. Sua glória foi velada, para que a majestade de Sua aparência exterior não se tornasse objeto de atração. Esquivava-Se a toda exibição exterior. Riquezas, honras terrestres e humana grandeza nunca poderão salvar ... . Jesus Se propôs que nenhuma atração de natureza terrena levasse homens ao Seu lado. Unicamente a beleza da verdade celeste devia atrair os que O seguissem. O caráter do Messias fora desde há muito predito na profecia, e era Seu desejo que os homens O aceitassem em razão do testemunho da Palavra de Deus" O Desejado de Todas as Nações, pág. 43, primeiros dois §§ do cap. 4).


3) Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor ... o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. ... Todo o poder foi entregue em Suas mãos, para que Ele pudesse dar ricos dons aos homens, transmitindo o inestimável dom de Sua justiça ao impotente ser humano.

“O Salvador crucificado deve aparecer em Sua eficaz obra como o Cordeiro sacrificado, sentado no trono, para dispensar as inestimáveis bênçãos do concerto, os benefícios que Sua morte concederia a cada alma que nEle cresse. ...

“Os séculos, o tempo, nunca poderão diminuir a eficácia de Seu sacrifício expiatório.” Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91 a 93 (grifamos). Deus olha a cada pecador como Seu amigo (Rom.5: 8 e 10)


4) A Bíblia é abundantemente clara que o evangelho é todo-inclusivo, irrevogável, e contem uma boa nova incondicional: Jesus é o Salvador do mundo; é o Salvador de todos os homens. Este é um dos elementos singulares, essenciais da mensagem de 1888: O sacrifício de Cristo não é meramente provisional mas eficaz para o mundo inteiro, de modo que a única razão pela qual alguém pode perder-se é por preferir resistir à graça salvadora de Deus. Para aqueles que por fim se salvarão, Deus foi quem tomou a iniciativa; no caso dos que se perderem, eles é que assim escolheram. A salvação é pela fé; a condenação é por descrença. Se você compreende e crê quão boas são as boas novas será difícil estar perdido e fácil ser salvo. Uma vez que Cristo já pagou a penalidade do pecado de todo homem, a única razão por que alguém pode ser condenado no final é a persistente descrença, Isto é o que aconteceu com os israelitas quando já estavam às portas da terra prometida: nela não puderam entrar por causa da sua incredulidade” (Hebreus 3:19).

Lição 1 - Uma Avaliacao do Discipulado

O propósito destas INTROSPECÇÕES semanais produzidas por membros do Grupo de Estudo da Mensagem de 1888 é especialmente indagar como a "mui1 preciosa mensagem, que o Senhor em Sua grande misericórdia nos enviou" há 120 anos JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ, ou — A MENSAGEM DA JUSTIÇA DE CRISTOlança luz em nossos temas da lição da Escola Sabatina.



Lemos em Gênesis 6:3 que o Senhor decidiu conceder 120 anos de provação ao povo antediluviano. Este Novo Ano (*2008) nos traz aos mesmos 120 anos desde que esta "mui preciosa mensagem" nos foi "enviada na Sua grande misericórdia" em 1888, mas que “tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo”2 e do nosso povo.

Isto não significa dizer que há uma correlação nos períodos de tempo; nós não sabemos. Mas mencionamos este fato só porque devemos senti-nos profundamente preocupados, por este longo lapso de tempo, em que este presente do céu foi seriamente negligenciado. Deus é infinito (*e compassivo); mas virá o tempo em que Sua paciência terá um fim.

Todos sabemos que um "discípulo" é alguém que segue um professor.

Portanto a lição final em "discipulado" é a que os "144.000" nos ensinam: estes são os que "estão no monte Sião,... tendo o nome do Pai escrito nas suas testas,... e que seguem o Cordeiro onde quer que Ele vá" (Apoc. 14:1, 4). "O monte Sião" é a igreja, o mesmo que "a igreja remanescente" (12:17). Para "o Cordeiro estar no monte Sião" significa Cristo e Seu povo estarem plenamente reconciliados; o sacrifício de Cristo será final e plenamente vindicado neste povo.

Pelo Seu ofício no Santíssimo do santuário celestial, Ele ministra a Seu povo dos últimos-dias a "expiação." Neste tempo final do ministério Sumo Sacerdotal; cada raiz enterrada de “inimizade contra Deus” ou alienação dEle, Rom. 8:7, terá sido limpada dos seus corações; Seu povo é, finalmente, "um" com Ele. Isto é o significado da profecia de Daniel 8:14, "e o santuário será purificado".

O santuário no céu não pode ser "purificado" até que todos os corações do Seu povo na terra sejam "limpados". Assim a história dos 144.000 é a história de vitória final sobre o pecado—uma vitória efetuada somente pela fé, não por obras.

E aqui é aonde a mensagem da justiça de Cristo vem em um foco distinto: a santificação é realizada nos corações dos crentes pelo ministério da verdade. "Santifica-os [o Teu povo] através da Palavra; a Tua palavra é a verdade," foi a oração do próprio Jesus (João 17:17). Isto é ao que os 144.000 se submetem de coração. À mais leve sugestão do Espírito Santo de que algo na vida está em oposição à "verdade de Deus," o crente alegremente o abandona. Como um coração saudável batendo e bombeando sangue por todo o corpo salutar, o Espírito Santo trabalha por toda a igreja remanescente; o povo de Deus não desperdiça nenhum tempo nem energia lutando contra a direção do Espírito Santo. Não há nenhum deste “espírito de 1888" que constantemente se opõe à direção do Espírito Santo.

Os 144.000 vêm ao ponto onde honestamente pode ser dito deles, "Estes são os que seguem o Cristo crucificado [o Cordeiro] onde quer que Ele vai".

Será esta geração que abrirá os seus corações a esta direção do Espírito Santo?

Um exemplo breve deve ser mencionado: reforma de saúde é parte da mensagem que o Senhor enviou neste grande Dia antitípico da Expiação. A escravidão do apetite é parte da dependência que os 144.000 vencem ao seguirem o Cordeiro onde quer que Ele os guie. Agora neste "tempo do fim" (Dan. 12:4; 11:35) todas estas escravidões do eu e dos costumes mundanos são vencidos. Mas não é você que faz a "obra"! O Senhor o dirige, e você O segue; você não tem nenhuma justiça própria. Você "deixa a mesma mente (sentimento) que houve em Cristo Jesus estar em você (Fil. 2:5-8, KJV). Não há nenhum fanatismo nisto; há simples rendição do eu ao Senhor, "constrangido" pelo Seu amor (Ágape).

Durante estes três meses especiais de estudo da lição da Escola Sabatina, escolha permitir o Espírito Santo ser seu Professor semanal. Permaneça perto da Bíblia—é onde Ele estará ensinando. Pleiteie com o Senhor para Ele lhe ensinar equilibrada e sólida verdade. Ele o fará!

Robert J. Wieland4

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do tradutor:

1) Na tradução de Testemuhos para Ministros, pág. 91, do original em inglês para a nossa língua, foi omitido, pelo menos na edição de que disponho, o advérbio “mui”, “most”, em inglês, forma apocopada de “muito”, e que significa em alto grau, grandemente, e, precedendo adj. e adv., é a forma do superlativo absoluto: muito justo, mui perto. Pode parecer a você que isto é de somenos importância, entretanto mui preciosa mensagem” é a forma pela qual a serva do Senhor e nós designamos a mensagem de 1888 e não simplesmente preciosa mensagem;

2) Mensagens Escolhidas, vol. I, pág. 235;

3) "Agora nossa assembléia aproxima-se do seu encerramento e . . . não tem havido nenhuma abertura para que o Espírito de Deus entre. Agora eu estava dizendo, de que vale nos reunirmos aqui e de nossos irmãos ministrantes virem se eles estão aqui somente para impedir o Espírito de Deus de alcançar o povo?" (Ms. 9, 1888; Olson, pp. 290, 291).

"Encontrei-me com os irmãos no tabernáculo e senti ser meu dever apresentar um breve histórico da assembléia e minha experiência em Mineápolis, o roteiro que havia seguido e por que, e claramente declarar o espírito que prevalecia naquela assembléia. . . . Eu lhes disse da posição difícil em que fui colocada, para, por assim dizer, permanecer sozinha e ser obrigada a reprovar o espírito errado que era um poder controlador nessa reunião. A suspeita e ciúme, as murmurações e a resistência ao Espírito de Deus que lhes apelavam pareciam-se mais com o modo por que os reformadores tinham sido tratados. Era a própria ordem em que a igreja [Metodista] tinha tratado a família de meu pai e oito dentre nós. ... "Declarei que o roteiro que tinham estado seguindo em Mineápolis era crueldade para com o Espírito de Deus." (Ms. 30, 1889; ênfase acrescentada).

"[Os irmãos oponentes] foram movidos durante a assembléia [de Mineápolis] por outro espírito, e não sabiam que Deus havia enviado esses jovens (*Waggoner e Jones) para levarem uma mensagem especial a eles, a qual trataram com ridicularia e desprezo, não reconhecendo que as inteligências celestes estavam olhando para eles. . . Eu sei que naquele tempo o Espírito de Deus foi insultado." (Carta S24, 1892).

"Os pecados . . . jazem à porta de muitos... O Espírito Santo tem sido insultado, e a luz tem sido rejeita­da." (TM 393; 1896).

Esses homens (*Waggoner e Jones) contra quem tendes falado têm sido como sinais no mundo, como testemunhas para Deus. . . Se rejeitais aos mensageiros delegados de Cristo, rejeitais a Cristo." (TM 97; 1896).

4) O pastor Roberto J. Wieland serviu a igreja como pastor, e como missionário, administrador, e redator da nossa casa editora na África. Jubilado, ele atualmente é ancião na sua igreja em Meadow Vista , Califórnia, EUA. Ele continua a dar seminários, e a escrever artigos e livros, como seu último livro, 1888” for Almost Dummies.