quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Lição 9 – Crendo no Filho de Deus

"Um Mau Coração de Incredulidade". É o coração mau que não crê. É o nevoeiro escuro que se levanta do baixo chão pantanoso do pecado que obscurece a visão, e torna difícil ver a verdade. É verdade que a incredulidade é a causa primária do pecado, mas o pecado, por sua vez, gera incredulidade. O coração descrente é sempre mau, não importa quão bom o exterior possa ser. Na medida em que o homem amar o pecado, tão certamente a incredulidade irá anuviar sua mente; mas tão logo o coração se volte para o Senhor, o véu é levantado, e a alma se regozija na glória da luz solar de Deus (veja 2ª Cor. 3:16-18; 4:2-4).
Quando Devemos Crer? Há somente um tempo (*para isso), e que é, hoje. "Hoje se ouvirdes a Sua voz, não endereçais os vossos corações” (*Heb. 3:15 e 4:7) "Exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama hoje” (*Hebreus 3:13, veja também 10:15). Ontem já passou; não existe. Nem há tampouco qualquer tempo como amanhã; (*porque) ainda não existe, e quando o que os homens chamam de amanhã vier, eis que, será hoje. Cada homem tem todo o tempo que existe, e este tempo é hoje; nenhum outro tempo tem Deus jamais dado aos homens. Ele disse, "ouvi-te em tempo aceitável, e no dia da salvação Eu socorri; eis que agora é o tempo aceitável; e agora é o dia da salvação" (2ª Cor. 6:2, KJV). Como se chama o dia da salvação?—hoje; "é chamado hoje". Aquele que rejeita a salvação hoje, a rejeita eternamente. "Hoje" pode parecer ser um dia muito grande, mas tenha certeza de que a noite está vindo.
A Causa da Surdez. "Hoje se ouvirdes a Sua voz, não endereçais os vossos corações” (*Heb. 3:15 e 4:7). Aqui vemos o efeito que o coração tem nos ouvidos. O coração é enganoso, acima de todas coisas, porque é pecaminoso, “perverso” (Jer. 17:9), "desesperadamente mau" (KJV). (Veja também Marcos 7:21-23), e o pecado é enganador. "O engano do pecado" endurece o coração (Heb. 3:13), e um coração duro torna os ouvidos surdos à voz do Espírito Santo. Não é uma exortação desnecessária que tão frequentemente é repetida no livro de Apocalipse: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (*Apoc. 3:13).
As Obras de Deus e Seus Caminhos. Deus diz dos filhos de Israel no deserto, eles "viram por quarenta anos as Minhas obras" (*Heb. 3:9). mas "não conheceram os Meus caminhos” (*vs. 10). "Fez conhecidos os Seus caminhos a Moisés, e Seus atos aos filhos de Israel” (Sal. 103:7). Note que enquanto todos os filhos de Israel viram os atos, ou obras do Senhor, Moisés só é mencionado como conhecendo os caminhos do Senhor. Por que?—Porque Moisés tinha os seus olhos, assim como seus ouvidos, abertos. O seu coração volveu-se ao Senhor, e portanto ele O via com rosto desvendado. Um coração duro, "um coração mau e infiel" (*Heb. 3:12) torna uma pessoa cega, assim como surda. A única razão por que Deus não fez conhecidos os Seus caminhos aos filhos de Israel, foi porque eles não veriam; porque Deus fez tudo da Sua parte. Mostrou-lhes as Suas obras, e este é o único modo que qualquer pessoa pode se fazer verdadeiramente conhecida. Se conhecemos todas as obras de um homem, então conhecemos o próprio homem. Embora Israel vira as “maravilhas que Deus fez,” "cedo se esqueceram das Suas obras," "e das maravilhas que lhes fizera ver" (Salmo 78:4-11; 106:13); portanto eles não conheciam Seus caminhos.
As Mesmas Coisas Reveladas a Nós. As obras de Deus são todas a respeito de nós, e elas O revelam a nós. "Porque as Suas coisas invisíveis desde a criação do mundo, são claramente vistas, pelas coisas que estão criadas" (Rom. 1:20). Todos os dias de nossa vida temos estado vendo as obras de Deus, que claramente revelam "as Suas coisas invisíveis" mesmo "o Seu eterno poder, como a Sua divindade,” e, entretanto, nós não temos conhecido Seus caminhos. Todos os dias Deus tem feito milagres tão maravilhosos como o abrir do Mar vermelho, entretanto as pessoas os ficam olhando, e, circunspetas, discutem se a era dos milagres não passou! Verdadeiramente há necessidade para a exortação, “Prestem atenção”(1)
Conhecimento e Vida. O que é conhecer a Deus?—é vida eterna. "E a vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Aquele que conhece a Deus entra imediatamente na vida eterna, tendo passado da morte para a vida (cf. 1ª João 3:14 e 4:7). Nós não devemos cometer o erro de confundir vida eterna com imortalidade. Tanto vida como imortalidade são trazidas à luz pelo Evangelho (2ª Tim. 1:10, KJV), mas imortalidade não será outorgada até que ocorra a vinda do Senhor e a ressurreição, quando soar a última trombeta (veja 1ª Cor. 15:51-54). A vida eterna, no entanto, é para ser desfrutada agora, se a recebermos, porque nós somos salvos somente pela vida de Cristo "manifestada em nossa carne mortal" (2ª Cor. 4:11; cf. Rom. 5:10). Somente vida, vida eterna pode conquistar a morte; portanto, aquele que tem a vitória sobre a morte e a sepultura, deve ter vida eterna, que é garantida somente pela fé. "Quem é sábio observará estas coisas," isto é, as obras maravilhosas do Senhor, "eles compreenderão as benignidades do Senhor" (Salmo 107:43). Então irão alegrar-se na esperança, que a posse de vida eterna dá.
Vida Eterna e Repouso. O Deus verdadeiro, cujo conhecimento é vida eterna, é "o Deus vivo e um Rei eterno" (Jer. 10:10, KJV). Mas "o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem Se cansa, nem Se fatiga" (Isa. 40:28). Isto porque Ele é o Deus vivo. A característica da eternidade é frescor. Vida eterna é juventude perpétua, de modo que "os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão" (vs. 31). Vida eterna é repouso, repouso eterno—repouso que permanece, não importando que perturbações surjam. Foi para este descanso que Deus chamou o Israel antigo, mas no qual eles não puderam entrar por causa de incredulidade. Deus jurou que eles não deveriam entrar no Seu descanso, não porque Ele não o permitiria, mas porque era impossível. Rejeitaram a fé, a única coisa que traz descanso. "E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade" (*Heb. 3:19). Se tivessem crido, teriam entrado nele. Nós também podemos entrar no mesmo descanso que foi oferecido a eles, e entrar hoje, se nós “atentarmos”(1) à voz que chama, "Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endereçais os vossos corações” (Heb. 3:15 e 4:7), "Ouvi e vossa alma viverá” (*Isa. 55:3) e repouse no Senhor.

—Ellet J. Waggoner


Ellet J. Waggonerste foi um dos dois mensageiros de 1888. O artigo acima é parte do que foi publicado na revista The Present Truth (A Verdade Presente), edição de 21 de Outubro de 1897). Em inglês você o pode encontrá, inteiro, acessando: http://1888mpm.org/book/lesson-15-believe-today-and-rest

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Nota do tradutor:
1) As advertências, são, na Almeida Fiel, expressas com verbos, tais como “guardar”: guardai-vos, Gên. 31: 24 e 29; Ex. 10:28, 19:12, e 34:12; Deut. 2:4, 4:9, 15 e 23; “ter cuidado”, Num. 23:12; 1º Crônicas 22:13, 1ª Tim. 4: 16; “olha pois”, 1º Crônicas 28:10; vede, Heb. 3:12, Gálatas 5:15, 1ª Cor. 3:10, 8:9, 10:12; estai atento, 2ª Pedro 1:19; atentar, Salmo 94:8, Col. 4:17; teme, Rom. 11:21, etc...
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lição 8 -- Amando Irmãos e Irmãs

As passagens em 1ª João 3 e 4 apresentadas para nosso estudo esta semana são um comentário das palavras de Jesus encontradas em Marcos 12:29-31. Eu não posso melhorar esta exposição pelo "Apóstolo Amado". Recomendo que cada um leia estes versos repetidamente e medite neles! No entanto, eu tentarei realçar algumas questões do evangelho que me chamam a atenção como importantes.
Tanto o título quanto o conteúdo da lição nos encorajam a amar nosso "irmãos e irmãs.” De acordo com Atos 17:26 todos homens e mulheres "foram feitos de um só sangue". Deus acabou Sua criação no sexto dia quando criou Adão e Eva. Isto quer dizer que Deus criou todos nós "em Adão". Nós só podemos concluir que todos no mundo são nossos irmãos e irmãs. Esta admoestação é para amar a todo o mundo com ênfase especial em amar nossos irmãos e irmãs que uniram-se conosco para formar a igreja que deve ser a "noiva de Cristo". "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).
As últimas duas sentenças na nota da seção da lição de domingo apresentam o que deve ser a verdade mais profunda da Escritura. (Abreviadamente, se lê: "... Só ao entendermos o que aconteceu na cruz... podemos amar a Deus como devemos"). Nós nunca plenamente podemos experimentar justificação pela fé a menos que possamos "ver" e ter "profunda apreciação de coração" pela cruz de Cristo. Quando os discípulos finalmente "viam-No" eles nunca foram (*mais) os mesmos e viraram o "mundo de ponta cabeça" (*Atos 17:6 na KJV, a Almeida diz “transtornaram o mundo,”). De acordo com o registro no livro de Atos, os primeiros membros da igreja deram tudo à igreja e uns aos outros com um puro motivo de amor. Porque somos enganados pela nossa própria condição laodiceana, nós não vemos a cruz de Cristo e não somos cheios do amor de Deus.(1)
A lição da segunda-feira pede que definamos amor. Minha concordância (*bíblica) indica que João coerentemente usa a palavra grega Ágape (tanto o substantivo como a forma verbal) nestas passagens. Este é o amor incondicional de Deus, o oposto do amor humano. O amor de Deus é melhor definido pela cruz de Cristo. Este amor Divino está cheio de abnegação, e Paulo escreveu sobre ele em Filipenses 2:5-8. Note que ele diz, "Deixa esta mente estar em você, que também esteve em Cristo Jesus" (vs. 5, KJV). Se experimentamos a "mente de Cristo" ao andar no Espírito, estaremos cheios com o amor de Deus que fluirá a todos nossos irmãos e irmãs. As notas nesta página da lição contêm material útil para nosso estudo.
A lição da terça-feira fala de fé e garantia de salvação. Nós sempre devemos lembra-nos de que o lugar que Jesus preparou para nós está garantido e seguro no céu (João 14:1-3). É vigiado por guardas celestiais. Satanás não o pode pegar e ninguém o roubará nem o destruirá. No entanto, nossa fé está, "em nós". Está constantemente sob ataque de Satanás e seus agentes. Quando nós estamos cansados após um dia duro, nossa fé pode tornar-se fraca. Nós mesmo talvez nos sintamos perdidos. A realidade existe; ainda somos pecadores vivendo num mundo pecaminoso.
Nós sempre devemos olhar à fonte de nossa salvação. Somos salvos pela graça de Deus. Seu ato de graça motivado por amor forneceu esse lugar para nós no céu. Ao aceitamos esse dom de graça, o amor de Deus flui nos nossos corações (Rom. 5:1-5). "No amor não há temor; antes o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor” 1ª João 4:18) (2).
Tudo reduz-se a uma prova de fé. Tudo que Jesus pede de Seus despenseiros é que sejam fieis. Ele disse, "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lucas 18:8). A (*última frase da segunda) nota da lição (*de terça-feira) diz: "Estar em Seu amor afasta todo o medo". Na segunda-feira, o autor usou a expressão permanecer no amor. Jesus Cristo é amor. As expressões como "habita em amor," entendido no contexto de João 15, onde Jesus introduziu o conceito "em Cristo", são poderosas em fundamentar nossa garantia de salvação.
A citação de Ellen G. White no final da página é baseada em Zacarias 3. Josué representa a nós. Como ele, nós estamos em trapos imundos. De fato Apocalípse 3 declara que nós estamos nus. Note como Jesus repreende Satanás e nos veste com Seu manto de justiça. Por favor tome tempo para ler esse capítulo e apreciar a garantia de salvação que essa passagem dá. (3)
Jesus apresentou o resumo dos Dez Mandamentos como dois grandes mandamentos. Como o título da lição da quarta-feira declara, isso é amor em ação. Nosso amor por nossos irmãos e irmãs é medido por nosso serviço cheio de abnegação para com eles. Não somente serviço, mas, serviço cheio de abnegação, é o amor de Deus em ação. Jesus deu-nos o exemplo quando andou nos caminhos empoeirados desta terra.
Esta passagem deixa muito claro que nós não podemos amar a Deus se nós não amamos nossos irmãos e irmãs. A lição (*de quarta-feira) pergunta: "Qual das ordens contidas em 1ª João 3: 16 e 17 é mais difícil de seguir?” O fato é que, é impossível amar Deus se nós não amamos nossos irmãos e irmãs em serviço cheio de abnegação. Eu adicionaria a pergunta: "Onde é mais importante praticar este amor semelhante ao de Deus"? A resposta é: "Em casa". O colapso da unidade familiar é um problema muito sério no mundo e na igreja.
A lição da quinta-feira apresenta "Amor e os Mandamentos. "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; e Seus mandamentos não são pesados" (1ª João 5:3).
"Colaborando a vontade do homem com a de Deus, ela se torna onipotente. Tudo que deve ser feito a Seu mando pode ser cumprido por Seu poder. Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras" (Parábolas de Jesus, pág. 333).
A "ordem" de Jesus Cristo para amar é uma promessa que nEle, e por Ele, nós podemos ter essa experiência. Que mais posso eu dizer?

—J. B. Jablonski

Notas compiladas pelo tradutor:

1ª) Ao os apóstolos se inflamarem contando a história, a cruz se tornou o momento da verdade do mundo. Naquele luminoso fleche de revelação, cada homem viu-se julgado. A cruz tornou-se a definição final de amor; e eis aí porque a palavra Ágape alvoroçou o mundo.
Nós pecadores, mortais centralizados em nós mesmos, podemos aprender a amar com Ágape, pois João diz: “o amor [Ágape] é de Deus; e qualquer que ama [com Ágape] é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama [com Ágape] não conhece a Deus; porque Deus é amor [Ágape]” (1ª João 4: 7 e 8).
Paulo encontrou este amor Ágape em Seu coração, pois ele também desejou ser amaldiçoado de Cristo por causa de seu perdido povo (Romanos 9:1-3). Cada qual que vê a cruz como ela verdadeiramente é, e crê, encontra o milagre de Ágape reproduzido em seu próprio coração. Assim é como o mundo vai ser alvoroçado novamente, “Porque o amor [Ágape] de Cristo nos constrange,” que nós “não mais vivamos para [nós mesmos] mas para Aquele que morreu e ressuscitou [por nós]” (2ª Cor.5:14 e 15).
Nós perdemos a essência do Novo Testamento se não enxergarmos Ágape nele. Nós também permanecemos nas trevas sobre o que fé é, pois a fé no Novo Testamento é uma apreciação humana de coração da “largura, e comprimento, e altura, e profundidade do Ágape de Cristo” (Ef. 3:18 e 19). Não pode haver Justificação pela fé sem uma verdadeira apreciação de coração de Ágape!
Moisés é um primordial exemplo de alguém mortal, centralizado no eu, que aprendeu a amar com Ágape.
Um dia o Senhor deu a ele um teste. Israel quebrara o concerto ao adorar o bezerro de ouro, e Ele propôs a Moisés que Ele os exterminaria com uma “bomba-H” divina, e começaria de novo com um novo povo—os descendentes de Moisés. Moisés teve a idéia de que o pecado de Israel era tão grande desta vez para ser perdoado. A tentação de tomar o lugar de Abraão, Isaque, Jacó era muito real. Ele viu-se como em face de um Deus irado que gostava dele, mas que já estava saturado com Israel. Pareceu ser vão para Moisés implorar o perdão para Israel. Assim o que ele fez? Aceitaria a honrosa oferta e deixaria Israel perecer?
Moisés estava profundamente deprimido. Ele nunca chorou tanto em sua vida. Ouça, ao, em quebrados soluços, este mortal como nós, tentar mudar a mente de Deus:
“Ora, este povo cometeu grande pecado fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado—” Aqui Moisés para; ele não pode finalizar a sentença (Este é o único travessão em toda a versão King James!) Ele vislumbra o horror de um eterno inferno (*isto é, de uma morte eterna, a segunda mote) se ele partilha a sorte de Israel. Mas ele está decidido. Ele escolhe estar perdido com eles: “... e se não, risca-me, peço-Te, do Teu livro, que tens escrito” (Êxodo 32:31 e 32).
Moisés passara no teste. Eu posso imaginar o Senhor lançando seus braços de amor em volta de Seu pesaroso servo—Ele havia achado um homem de acordo com o Seu coração.
A cruz de Cristo é a definição final de amor; e através dela a palavra Ágape outra vez há de alvoroçar o mundo. Deixe que ela transforme a sua vida também.

(Adaptado do artigo “A Palavra que Alvoroçou o Mundo,” de Roberto Wieland).

2ª) Se alguém ama com Ágape, ele tem “confiança no dia do juízo” (1ª João 4:17). Sem ele alguém mergulha em terror quando confrontado com o julgamento final; com Ágape, ele caminha sem temor, na presença de Deus passando por todos os Seus santos anjos, completamente livre e confiante.
"No amor (Ágape) não há temor, antes o perfeito amor (Ágape) lança fora o temor; porque o temor está relacionado com punição, e o que teme não é perfeito em amor (Ágape).” (v.18). Medo com sua acessória ansiedade é a essência da existência humana em todas as eras. Medo muito profundo para se entender pode tornar-nos doentes, corroendo a essência da alma, até que os órgãos físicos enfraqueçam na sua resistência à doença. Anos podem passar antes que possamos ver ou sentir a doença, mas afinal o órgão mais fraco do corpo cede, e médicos entram em ação para tentar concertar o que Ágape teria prevenido.
Paulo no seu famoso capítulo 13 de 1ª Coríntios diz que cada sublime alvo ético e moral da humanidade, nada é sem Ágape, . Alguém pode “falar as línguas dos homens e dos anjos”, “ter poderes proféticos, e conhecer todos os mistérios e toda a ciência”, ter “fé a ponto de remover montanhas”, “distribuir tudo o que tenho, e ... entregar o corpo para ser queimado” e ainda não ter o mais importante ingrediente: Ágape. Ele termina “nada sendo”. E Ágape tem uma qualidade fenomenal de suportar “todas as coisas” pois “Ágape nunca acaba” (Ibidem).

3ª) Zacarias 3:1-5 fornece a solução para que se entenda como pode ser obtida a justiça necessária para que alguém se torne justo e se salve. Assim reza:
"DEUS me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do SENHOR, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor. Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreende, ó Satanás: sim, o SENHOR que escolheu Jerusalém te repreende; não é este um tição tirado do fogo? Ora, Josué, trajado de vestes sujas, estava diante do anjo. Tomou este a palavra, e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe as vestes sujas. A Josué disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de finos trajes. E disse eu: Ponham-lhe um turbante limpo sobre a cabeça. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça um turbante limpo e o vestiram com trajes próprios; e o anjo do SENHOR estava ali".
Observem neste relato que a remoção das vestes sujas é o que faz com que a iniquidade seja removida da pessoa. E assim descobrimos que quando CRISTO nos cobre com a veste de Sua própria justiça, não fornece uma capa para o pecado, mas elimina o pecado. E isso mostra que o perdão dos pecados é algo mais do que uma mera forma, algo mais do que um mero registro nos livros de registro dos céus, a ponto de ser o pecado cancelado.
O perdão dos pecados é uma realidade; é algo tangível, algo que afeta vitalmente o indivíduo. Na verdade, isenta-o de culpa, e se ele é livrado de culpa, está justificado, é tornado justo e certamente passou por uma mudança radical. Ele é, na verdade, uma outra pessoa, pois obteve essa justiça para a remissão dos pecados, em CRISTO. Foi obtida somente por revestir-se de CRISTO. Mas "se alguém está em CRISTO, é nova criatura". E assim o pleno e livre perdão dos pecados traz consigo essa maravilhosa e miraculosa mudança conhecida como novo nascimento, pois um homem não pode tornar-se nova criatura, exceto por novo nascimento. Isso representa o mesmo que ter um novo e purificado coração.
O novo coração é um que ama a justiça e odeia o pecado. É um coração disposto a ser conduzido nas veredas da justiça. É um coração tal que o SENHOR desejava que Israel tivesse quando declarou: "Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem em todo o tempo todos os Meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre." Em suma, é um coração livre do amor ao pecado, bem como livre da culpa do pecado. Mas o que faz um homem desejar sinceramente o perdão de seus pecados? É simplesmente o seu ódio aos mesmos e seu desejo de justificação. Ódio e desejo estes que foram-lhe despertados por ação do ESPÍRITO SANTO.
O ESPÍRITO luta com todos os homens. Vem como um reprovador. Quando sua voz de reprovação é levada em conta, então imediatamente assume o papel de confortador. A mesma disposição submissa que conduz a pessoa a aceitar a reprovação do ESPÍRITO também conduzi-la-á a seguir os ensinos do ESPÍRITO SANTO, e Paulo declara que "todos os que são guiados pelo ESPÍRITO de DEUS são filhos de DEUS". Rom. 8:14.
Novamente, o que traz justificação ou o perdão dos pecados? É a fé, pois Paulo declara: "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com DEUS, por meio de nosso SENHOR JESUS CRISTO". Rom. 5:1. A "justiça de DEUS mediante a fé em JESUS CRISTO, para todos [e sobre todos] os que crêem". Rom. 3:22. Mas este mesmo exercício de fé torna a pessoa um filho de DEUS; pois, diz novamente o apóstolo: "Todos vós sois filhos de DEUS mediante a fé em CRISTO JESUS". Gál. 3:26.
O fato de que todo aquele cujos pecados são perdoados é imediatamente um filho de DEUS é demonstrado na epístola de Paulo a Tito. Primeiramente ele traz à lembrança a ímpia condição em que outrora estivemos e em seguida declara (Tito 3:4-7):
"Quando, porém, se manifestou a benignidade de DEUS, nosso Salvador, e o Seu amor para com os homens, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do ESPÍRITO SANTO, que Ele derramou sobre nós ricamente, por meio de JESUS CRISTO nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos Seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna".
Observe que é por ser justificado pela graça que somos tornados herdeiros. Pode-se ver em Romanos 3:24, 25 que essa justificação pela Sua graça é mediante nossa fé em CRISTO. Mas Gálatas 3:26 nos diz que essa fé em CRISTO JESUS nos faz filhos de DEUS; portanto, sabemos que quem quer que tenha sido justificado pela graça de DEUS — foi perdoado — é um filho e um herdeiro de DEUS.
Isso mostra que não há base para a idéia de que uma pessoa deve passar por uma espécie de tempo de graça de santidade diante de DEUS antes que DEUS a adote como Seu filho. Ele nos recebe tal como somos. Não é por nossa bondade que Ele nos ama, mas devido à nossa necessidade. Ele nos recebe, não devido a algo que veja em nós, mas por Sua própria causa e pelo que sabe o que pode ser feito de nós por Seu divino poder. É somente quando reconhecemos a maravilhosa exaltação e santidade de DEUS e o fato de que Ele vem a nós em nossa condição pecaminosa e degradada para adotar-nos em Sua família que podemos apreciar a força da exclamação do apóstolo: "Vede que grande amor nos tem concedido o PAI, ao ponto de sermos chamados filhos de DEUS". I João 3:1. Todos quantos receberam esta honra purificar-se-ão, tal como Ele é puro.
DEUS não nos adota como Seus filhos devido a sermos bons, mas a fim de que Ele possa tornar-nos bons. Declara Paulo: "Mas DEUS, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com CRISTO,--pela graça sois salvos, e juntamente com Ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em CRISTO JESUS; para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da Sua graça, em bondade para conosco, em CRISTO JESUS". Efés. 2:4-7. E então acrescenta: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de DEUS; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dEle, criados em CRISTO JESUS para boas obras, as quais DEUS de antemão preparou para que andássemos nelas". Versos 8-10. Esta passagem demonstra que DEUS nos amou enquanto ainda estávamos mortos em pecados. Ele nos dá o Seu ESPÍRITO para nos tornar vivos em CRISTO, e o mesmo ESPÍRITO assinala nossa adoção na família divina, e Ele assim nos adota para que, como novas criaturas em CRISTO, possamos realizar as boas obras que DEUS tem ordenado.”
(Esta nota é o final do capítulo O SENHOR Justiça Nossa, do livro Cristo e Sua Justiça, escrito por Ellet José Wagoner, um dos dois mensageiros de 1888).
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Lição 7 – Vivendo Como Filhos de Deus

Esta semana nós damos uma olhada no pecado e como Deus lidou com ele. Assim como nos dias do João quando escreveu esta carta, existiam muitos falsos ensinos concernentes ao pecado e como vencê-lo. O ponto principal e é a questão de nosso "relacionamento" com Jesus. Na lição de domingo o guia de estudos deste trimestre corretamente declara (*acertadamente) que "O novo nascimento é obra Sua [de Deus], não nossa," mas então joga a verdade numa confusão declarando que "não precisamos nos preocupar com nosso estado como filhos de Deus, desde que mantenhamos um relacionamento sadio(1) com Ele". Esta mudança coloca todo o peso da carga sobre os meus ombros, e legalismo ou antinomianismo é frequentemente o resultado como dependo de mim satisfazer os requisitos de Deus.

Dois pontos a se considerar aqui. Primeiro: como criaturas de Deus, nós sempre temos um relacionamento com Ele, não importa se somos pecadores ou vencedores. Mesmo Satanás e seus anjos caídos têm um "relacionamento" com Deus. Certamente, não é um bom relacionamento, mas eles não obstante têm um "relacionamento" com seu Criador. Segundo: Jesus disse que Seu jugo é suave e Seu fardo é leve (Mat. 11:28-30). Isto é uma metáfora apropriada. O jugo de boi propositalmente é feito com um arco maior que o outro, e o fazendeiro põe seu boi mais forte no lado que suportará o maior peso. O boi mais fraco entra no arco pequeno, e seu peso é mais leve porque seu irmão mais forte puxa mais a carga. Como o boi mais fraco mantem seu "relacionamento" com seu irmão mais forte? Simplesmente submetendo-se à vontade do seu companheiro de jugo mais forte. Oh sim, o boi mais fraco pode lutar, pode puxar numa direção diferente, e ele pode esfolar-se contra o jugo. Ele teimosamente pode recusar a obedecer quando o fazendeiro dá o comando a seu boi líder. Mas se ele não resiste, e se seguir os passos ao lado do seu irmão mais forte, então seu peso é de fato leve e seu trabalho não é duro.

Na carta que estamos estudando o Apóstolo João se referia à heresia de gnosticismo(2), que negava que Jesus realmente tomou sobre Si carne humana caída. “E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus: mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já ele está no mundo" (1ª João 4:3). Nas palavras de abertura da sua carta, João declarou "nós O tocamos, nós O vimos"! Jesus é real, não algum fantasma nem produto da imaginação. Quando João disse que Cristo veio "na carne" usou a palavra grega “sarx,” que só pode ser entendida como a forma concreta de carne pecaminosa com que toda humanidade nasceu. Qualquer que nega isto exibe o "espírito do anticristo". "A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossas almas (sic) a Cristo, e por Cristo a Deus. Este deve ser o nosso estudo" Ellen G. White, The Youth's Instructor (O Instrutor da Juventude), de 13 de Outubro de 1898(3). A Sra. White também declarou que "o estudo da encarnação de Cristo é um campo frutífero" e altamente o recomendou, mesmo à juventude. Contemplar a natureza de Cristo não deve ser deixado a teólogos de PhD. Mas ela também declarou, "Ao contemplar a encarnação de Cristo na humanidade, nós ficamos confundidos perante um mistério insondável, que a mente humana não pode compreender" The Signs of the Times (Sinais das Tempos), de 30 de julho de 1896). A natureza que Cristo assumiu deve ser nosso gratificante estudo, mas não espere atingir a (*total) compreenção da expressão do amor de Deus pela humanidade perdida. Toda eternidade não será tempo suficiente para sondar as profundidades do admirável e insondável Ágape de Deus.
Se Cristo não tomou nossa carne pecaminosa caída que necessitou ser redimida então não houve nenhuma finalidade ter Ele vindo na carne absolutamente. Na Sua capacidade como Deus certamente tem o poder para lidar com o pecado, e "destruir as obras do demônio" por meramente fulminar Satanás e todos seus seguidores da existência. Mas tal não é a maneira de Deus agir.

A expiação deveria ser realizada através de cada aspecto de vida de Cristo não somente Sua morte e ressurreição, que pagou a penalidade pelo pecado e provou o poder de Deus sobre a morte. Defrontando o demônio no seu próprio terreno, na carne que era suscetível à tentação, pelas leis da hereditariedade, Cristo venceu tudo e ganhou a vitória sobre o pecado na mesma carne em que nós temos que encarar o demônio. Esta é uma poderosa e maravilhosa boa nova! Como nosso Irmão mais velho e mais forte, Jesus tomou o jugo sobre Si e suporta o peso. "Só por ter Ele Se submetido à lei da hereditariedade poderia alcançar o pecado na medida plena e verdadeira como o pecado verdadeiramente é. ... Para livrar-nos do pecado, não é suficiente que sejamos salvos dos pecados que nós realmente cometemos; mas devemos ser salvos de cometer outros pecados. E para que isto se possa realizar, tem que ser combatida e conquistada esta tendência hereditária para pecar; devemos torna-nos possuidores do poder de livrar-nos de pecar—um poder capaz de conquistar esta tendência hereditária em nós. ... E para guardar-nos de pecar, Sua justiça nos é comunicada na nossa carne; assim como a nossa carne, com sua tendência de pecar, Lhe foi comunicada. Assim Ele é o Salvador completo"(4). Ao tomar sobre Sua natureza sem pecado, nossa natureza pecaminosa, caída natureza, com todas suas tendências hereditárias, Jesus provou a divindade (*o caráter) de Deus (veja também O Desejado de Todas as Nações. Págs. 49, 117, 123, e 311). A expiação resolveu um número de problemas com aquele único ato divino.

"O único plano que podia ser delineado para salvar a raça humana foi o que apelou para a encarnação, humilhação, e crucificação do Filho de Deus, a Majestade de céu. Depois que o plano de salvação foi ideado, Satanás não mais podia ter argumento algum sobre o qual basear sua sugestão de que Deus, por ser tão grande, não podia preocupar-Se com tão insignificante criatura como o homem". Signs of the Times (Sinais das Tempos), de 20 de Janeiro de 1890). Nós só podemos ficar em pasmado completo silêncio diante de tal amor. E nesse admirável silêncio nós começamos a desenvolver um apropriado sentido de apreciação que nos motivará a vindicar o nome de Deus pelo poder do Espírito Santo obrando em nossa vida para vencer cada tentação que Satanás possa imaginar jogar sobre nós. Se Deus deu tanto assim, como posso eu continuar a resistir e a lutar contra Seu suave jugo? (Veja Caminho a Cristo, págs. 27, 47, 63, e O Desejado de Todas as Nações, pág. 176).

E então há essa ardilosa palavra "absoluto". Muitos dizem que nós não podemos ter "perfeição absoluta" porque só Deus é "absolutamente perfeito". Nossas lições deste Trimestre enfatizam a "absoluta impecabilidade de Jesus" numa página, e então referindo a 1ª João 3:6 e 9 declara, concernente a admoestação do João para cessar de pecar, "isto soa bastante imperioso". De fato, é absoluto. João de modo algum aprova a idéia de uma vida de continuo pecar para a pessoa que reivindica seguir a Cristo. A natureza que Cristo assumiu na Sua encarnação não deixa nenhuma brecha para qualquer de nós reivindicarmos que um determinado pecado é por demais poderoso para conquistar. Vencer o pecado em nossa vida, agora mesmo, não é um assunto trivial nem periférico — é o ponto crucial no entendimento do que a mensagem do Evangelho é verdadeira. É tempo de pararmos com subterfúgios sobre o assunto do pecado em nossa vida. Devemos ser decisivos sobre nosso envolvimento com o mundo e seus pecados. Enquanto nós entretermos a noção de que nós não podemos fazer nada senão tropeçar, iremos na maioria das vezes,seguramente continuar tropeçando. No entanto, Paulo advertiu-nos: "Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências" (Rom. 13:14). (*outra versão diz, “não façais provisão para a carne...” ) "Embora o pecado seja real, os cristãos não têm nenhuma escolha senão livrarem-se dele em suas vidas, não importa a que custo".

E qual é o custo? Morte. A morte do eu por submissão plena a Cristo: "... Cristo não pode entrar plenamente, a menos que haja uma submissão plena a Ele. Deixe que haja alguma morte aqui. Deixe que haja alguma real morte do eu. Isso é o que significa; significa morte". (A. T. Jones, Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 299, edição original).

— Ann Walper
Notas
1) No original da lição em inglês não há nenhum dos termos (healthy, sound, wholesome) que pudesse ensejar a inclusão do adjetivo “sadio” para qualificar o nosso relacionamento com Ele. Veja como a frase está em inglês:
“Também, nós não precisamos nos preocupar com nosso estado como filhos de Deus, contanto que mantenhamos nosso relacionamento com Ele.” Assim, a tradução correta desta frase do, não deveria incluir a palavra “sadio”.
Nos parece que o estado de confusão aumenta quando temos que nos preocupar não só em mantermos um relacionamento com Ele, mas que este relacionamento tem que ser sadio. Tudo torna-se um esforço que nos exaure, pois nós não conseguimos alcançá-lo em absoluto.
No auxiliar para os professores, pág. 89 daquela lição, lemos de “três obrigações inerentes à condição de filho de Deus:
“Primeira: eles vivem na esperança da segunda vinda de Cristo. Isso requer uma vida de pureza, assim como Jesus é puro (v.3). Se é para os crentes serem semelhantes a Jesus quando Ele vier (v.2) devem ser semelhantes a Ele aqui.”
Nós acrescentaríamos que isto só é possível se Cristo viver em você. Continuando:
“Segunda: ao filhos de Deus que permanecem nEle não continuarão pecando (v. 6,9). João ensina ... libertação do cativeiro do pecado. Ninguém pode afirmar ser cristão e ainda continuar a pecar. A direção da vida do cristão deve mudar.”
Diríamos que o cristão deve permitir que Cristo mude a direção da sua vida.
Mais à frente, no mesmo §, “Uma vida santificada é sinal de que alguém é filho de Deus.” Mas não nos esqueçamos de que esta santificação é obra dEle, não nossa. Qualquer fio de urdidura humana neste tecido maculará a justiça de Cristo em nós.
Você e eu somos míseros pecadores. Só há uma maneira de crermos que Ele possa atuar em nossa vida, e é o fato de reconhecermos que o que Ele fez uma vez Ele pode fazer outra vez. Em verdade Ele está desejoso de o fazer. Ele já veio a este mundo e habitou em carne humana caída, pecaminosa e venceu nesta mesma carne que você eu temos. Somente crendo nisto podemos crer que Ele é apto para fazê-lo novamente. Se simplesmente duvidarmos O obstaremos de agir em nós.

2) Nos dicionários e livros de história o gnosticismo designa o movimento histórico e religioso cristão que floresceu durante os séculos II e III, cujas bases filosóficas eram as da antiga “gnose” (palavra grega que significa conhecimento). Mas aqui João se refere à negação do docetismo da realidade da humanidade caída que Cristo assumiu na encarnação. No grego a palavra docetismo significa “parecer, dar a impressão”. Diziam que “Cristo só parecia que tinha um corpo, era só um fantasma, um espectro.” SDABC, Vol V., pág. 912
Entretanto não se deixe levar pela afirmação de que tal se refere tão somente àquele tempo e povo, os docetistas. O SDABC, Vol. VII, pág. 661, diz que “a verdade que [João] enuncia precisa ser enfatizada em todos os tempos, e mais do que nunca em nossos próprios dias. ... quando os homens, mais que nunca, tentam explicar os milagres.”

3) Em português está em Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244). No original em inglês lemos como colocamos acima—liga nossas almas a Cristo,

3) A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, págs. 48, 49; ênfase do original. Em Português existiu uma tradução feita na Alemanha, é a que eu tenho, na qual o texto acima citado está nas páginas 38 e 39. O melhor é você localizar o capítulo “A Lei da Herança”. O texto está nas duas primeiras págs. deste capítulo.

Nota adicional:

Através da irmã Neusa Dilo recebi um comentário do irmão Henderson H. L. Velten

Prezados irmãos,
...
Alguém comentou esta semana:
"A lição explica satisfatoriamente a aparente contradição entre 1ª João 3:6, 8, 9 e 1:8, 10-2:1. Apenas realço que o verbo pecar, no texto para o estudo de hoje, é registrado, no original grego, no presente do indicativo, um tempo verbal que costumeiramente aponta “para ações contínuas”. De fato, os tempos verbais gregos não se limitam à circunstância de tempo, mas exprimem também a natureza da ação. Assim, por utilizar o presente do indicativo em expressões negativas quanto à maneira pela qual o cristão se relaciona com o pecado, João deixa claro que ele, em momento algum, adota a posição perfeccionista dos dissidentes (veja o comentário à lição de 13 de julho). Ele não afirma que o crente absolutamente não peca (isso é perfeccionismo), mas que não peca habitualmente, por apego ao pecado. Existe uma grande diferença, observável inclusive no modo como o apóstolo trata o assunto, entre pecar por hábito, o que envolve amor, afeição pelo pecado, e o pecado que o crente comete por ser pecador."
Em outras palavras, o que esta pessoa está afirmando é que o uso do verbo "pecar" no Presente do Indicativo mostra que o que João está querendo dizer é que o cristão não peca por hábito, mas que pode pecar de vez em quando. Agora, imaginem se o verbo ali, em 1 João 3:6 e 9, fosse "matar" e também estivesse no Presente do Indicativo, do jeitinho como está o verbo "pecar" (no começo do verso 6). Então o verso diria: "Qualquer que permance nEle não mata". Deveríamos interpretar isso como se João estivesse dizendo que o nascido de Deus não tem o hábito de matar, mas que mata de vez em quando?!
E se o verbo fosse "roubar"?! Deveríamos interpretar isso como se João estivesse dizendo que o nascido de Deus não rouba habitualmente, mas que rouba de vez em quando?! E se o verbo fosse "fumar" ou "embriagar-se"?! Como interpretaríamos?! Cuidado, irmãos! Para não lhe "enrolarem" recorrendo às línguas originais. A bem da verdade, não importa o modo ou o tempo verbais empregados no Hebraico ou no Grego! A explicação que muitos vão dar para à passagem é aquela que eles querem dar! Eles vão encaixar a mesmíssima explicação para qualquer modo ou tempo verbal que seja!
Digo isso porque o verso 6 de 1 João 3 usa também o Perfeito do Particípio ("todo aquele que peca não nO viu" = "todo aquele que tem pecado não nO viu") e o verso 9 usa também o Infinitivo ("e não pode pecar"), além do Presente do Indicativo. João usou, portanto, o mesmo verbo "pecar" no Particípio, no Indicativo e no Infinitivo, para expressar a mesma idéia!!!
Aí vem o indivíduo e diz que o Presente do Indicativo indica ação habitual. Isso não está correto, mas admitamos, por um momento, que estivesse certo. Qual seria a resposta que ele daria à pergunta: "e se João não quisesse indicar uma ação habitual?! Qual modo ele deveria ter usado, então?!" Ele terá de responder: "Nenhum modo verbal. Ele não poderia ter dito isso de qualquer jeito!" Ou seja, no fundo, no fundo, para eles não importa qual modo ou tempo verbais o autor bíblico usou! Ele fará João dizer o que ele deseja de qualquer maneira!A grande verdade é que João foi muito claro: "Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a Sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus."

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

LIÇÃO 6 - CRISTO E ANTICRISTO

Anticristo significa oposto a Cristo. O espírito do anticristo é, portanto, o espírito que é oposto ao Espírito de Cristo. O apóstolo João diz, "E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus: mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir; e eis que já está no mundo" (1ª João 4:3). Há muitas formas dele, pois o mesmo apóstolo diz, "também agora muitos se têm feito anticristos” (1ª João 2:18). Mas não importa qual é a forma nem o disfarce, o espírito de anticristo é, principalmente, o espírito de Satanás, porque ele é "o espírito que agora opera nos filhos da desobediência" (Ef. 2:2).

O grande oponente de Cristo nem sempre conduz seu trabalho de oposição abertamente. Ele "se transfigura em anjo de luz" (2ª Cor. 11:14), e "engana todo o mundo inteiro" (Apoc. 12:9). Agora, ninguém pode enganar a menos que aparente falar a verdade1; portanto deve ser esperado que Satanás irá, em seu trabalho, falsificar a verdade a mais parecida quanto ele puder. Cristo adverte-nos que "surgirão falsos cristos, e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os próprios escolhidos" (Mat. 24:24). Sendo este o caso, ninguém deve se surpreender ao descobrir que Satanás efetuou e ainda continua seu trabalho sob o traje do cristianismo. É somente quando as pessoas são bem plenamente dadas a seu serviço, e há poucos a desafiá-lo, que ele tira seu disfarce.

Se possível, enganaria “os próprios eleitos” (*ú. p. do verso 24, na KJV). E por que não é possível enganá-los? Cristo dá a resposta. Disse do pastor da ovelha, "Quando Ele tira para fora as Suas ovelhas, Ele vai adiante delas, e as ovelhas O seguem; porque elas conhecem Sua voz. Mas de nenhum modo seguirão um estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz de estranhos” (João 10:4, 5). E então disse, "Eu Sou o bom Pastor, e conheço Minhas ovelhas, e das Minhas Sou conhecido" (vs. 14).

Em tornar-se familiarizado com Cristo, portanto, e somente assim, podemos escapar dos enganos do inimigo. É necessário que estudemos o Espírito de Cristo de modo que possamos saber, por contraste, o espírito do anticristo. Isto muito claramente é delineado pelo apóstolo Paulo, na sua exortação a nós para termos o mesmo Espírito, veja Fil. 2:1-8.

A característica de Cristo aqui, é visto ser humildade. Ele diz de Si mesmo, "Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim; que sou manso e humilde de coração" (Mat. 11:29). Note bem que quando Ele veio à terra Ele tomou sobre Si mesmo a forma de um servo. Isso não quer dizer que Ele não serviu, pois Ele também disse que Ele "não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a Sua vida em resgate por muitos" (20:28). O que quer dizer é que teve somente que tomar a forma de um servo, porque tinha a mente para servir antes de Ele vir à terra dar Sua vida na cruz.

Este é um espírito bem diferente do que prevalece entre os homens. A mais alta virtude conhecida entre os homens é um homem não procurar aquilo que não é seu próprio. A forma comum de auto-justificação é, "eu quero nada mais do que me é devido; eu quero simplesmente meus direitos.” Mas esse desejo não estava em Cristo. Ele abandonou as glórias das cortes celestiais. Entregou tudo aos cuidados do Pai, que "O exaltou sobremaneira" (*Fil. 2:9). por causa da mente que estava nEle, que era a mente de Deus, pois "Deus estava em Cristo" (2ª Cor. 5:19). Se homens que permanecem tão firmemente em seus direitos, exigem que lhes sejam dados tudo (*todos os direitos) que lhes são devidos, fossem coerentes, e reivindicassem a mesma coisa de Deus, Ele seria duro com eles.

O estudo do Espírito de Cristo é um assunto inesgotável; mas nós [podemos] formar um contraste agudo com o espírito do anticristo. Cristo declarou que Seu reino não era deste mundo, ao passo que Satanás reivindica que o mundo inteiro é seu próprio (veja Lucas 4:5, 6). Portanto é chamado "o deus deste século" (2ª Cor. 4:4), e “o príncipe deste mundo" (João 14:30). É por esta razão que em Ezequiel 28 Satanás é representado como “o rei de Tiro” (*vs. 12) enquanto o rei nominal é chamado o príncipe de Tiro (*vs. 2). Quando homens maus regem são simplesmente instrumentos nas mãos de Satanás, que é o real governador. É rei, enquanto eles são somente príncipes (vs. 12-17).

Satanás perdeu sua primeira posição porque “elevou-se o teu coração por causa da tua formosura”. "Como caíste do céu, Ó Lúcifer2, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração, eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte: Subirei sobre as alturas das nuvens; e serei semelhante ao Altíssimo” (*vs.17). Esta é a primeira indicação do espírito do anticristo—pensar em si mesmo (Isa. 14:12-14). Note que o pensamento do Satanás era todo de si mesmo. O pronome "eu" é o que mais está na sua língua. Ele ia ser como o Altíssimo. Ele colocaria seu trono ao lado do trono de Deus. Ele não estava contente com ser o primeiro entre os anjos; ele queria ser Deus. Ele estava seguro que seus talentos e beleza mereciam um lugar muito mais alto do que lhe foi concedido. A ambição causou sua queda.

Note o contraste entre Cristo e Satanás. Cristo tinha tudo por direito, era Deus por natureza, mas renunciou todo. Ele não procuraria os próprios interesses, e deixaria outros preocuparem-se consigo mesmos; Ele esvaziou Se, e pensou só nos outros. Satanás não tinha nada de si próprio, mas somente aquilo que lhe foi dado, mas projetou agarrar tudo. Ele era um ser criado, mas pensou que deveria ser Deus, e que podia ser. Ele agarraria tudo o que sua ambição ansiou, não importava as consequências de outros. Este é o espírito do anticristo. Portanto podemos dizer que o espírito do anticristo é, simplesmente, o espírito do eu.

Onde quer que o eu predomine, aí Satanás reina. "O espírito que ... opera nos filhos da desobediência" (Ef. 2:2) é o espírito egoístico. Não pode ser plenamente compreendido que o “eu” é Satanás. Cada manifestação de si nada mais é que a manifestação da obra de Satanás no homem. Cada pecado entre os homens originou-se do egoísmo; e os tempos perigosos dos últimos dias serão devido ao fato de que os "homens serão amantes de si mesmos" (2ª Tim. 3:1 e 2).

Por outro lado, "Cristo não agradou a Si mesmo" (Rom. 15:3). Todos que serão Seus discípulos deverão negar-se a si mesmos. Como Cristo esvaziou-Se, e permitiu Deus aparecer na Sua plenitude, do mesmo modo os discípulos de Cristo devem permiti-Lo atuar nos seus corações, expurgando o eu pelo mesmo poder por que Ele esvaziou-Se, para que eles "sejam cheios de toda a plenitude de Deus" (*Ef. 3:19).

--Ellet J. Waggoner

Este artigo é parte do que apareceu na revista A Verdade Presente de 10, de agosto de 1893, págs. 292-295. [Se desejar ler este artigo inteiro de Waggoner, acesse http://1888mpm.org/articles/christ-and-anticist]


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira,



Notas do tradutor:

1º) Como disse a serva do Senhor, “O Erro Tira sua Vida da Verdade. Satanás tem operado com poder enganador, introduzindo uma multiplicidade de erros que obscurecem a verdade. O erro não pode subsistir por si mesmo, e se extinguiria de pronto, não se apegasse como parasita à árvore da verdade. O erro tira sua vida da verdade de Deus. ... Mediante falsas doutrinas, Satanás consegue terreno onde firmar-se, e cativa a mente dos homens, fazendo com que se apeguem a teorias que não têm fundamento na verdade. ... e à medida que a tradição caminha de século para século, vai adquirindo poder sobre o espírito humano. O tempo, todavia, não torna o erro verdade, tampouco seu peso opressivo faz com que a planta da verdade se mude em parasita. A árvore da verdade dá seu genuíno fruto, mostrando sua verdadeira origem e natureza. A parasita do erro também produz seu fruto, e torna manifesto que seu caráter é diverso da planta de origem celeste. ... É pelas falsas teorias e as tradições, que Satanás obtém poder sobre a mente do homem. ... Toda má obra tem sua origem no trono dele, e é ali que encontra apoio” (Evangelismo pág. 589 e 590; originariamente publicado na Review and Herald, de 22 de outubro de 1895. Neste blog você encontra este texto completo na primeira nota de rodapé da lição 1 deste trimestre).

2º) O texto acima foi extraído da KJV. Em português apenas a versão Almeida Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana trás o nome Lúcifer, ao invés de estrela da manhã. Na Bíblia estrela da manhã é Cristo. Satanás quer se fazer passar por Cristo. Isto pode ter sido a razão dele influir na mente dos tradutores das demais versões que o denominam por um título pertencente e Cristo. A Bíblia Almeida Corrigida e Fiel (1994), da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil é a mais correta quer existe no Brasil, de acordo com os textos majoritários dos manuscritos originais. Você a pode adquirir pelo fone 0800 12 4008 ou WWW.biblias.com.br

O Cristo da Contrafação

“1ª João 2:18-23 fala do anticristo tanto no singular quanto no plural. A referência no singular é a Satanás, o anticristo original que, desde o princípio da batalha, se tem oposto a Cristo. Satanás também trabalha contra Cristo em Seu papel na história da redenção por certas agencias e sistemas humanos. Conquanto o anticristo tenha existido desde os tempos de João, manifestou-se, particularmente, numa igreja que assume para si o papel e prerrogativas que pertencem somente a Deus ou ao próprio Cristo.

‘Anticristo’ não significa apenas ‘contra Cristo’ mas, de fato ‘em lugar de Cristo’”. (Lição da Esc. Sabatina de 16/01/2002, série O Grande Conflito Cósmico, pág. 35).

Satanás não nos vem com acusações inclementes contra Jesus, negando que Ele seja Deus, instando-nos para dar-Lhe as costas para adorá-lo em Seu lugar.

Não, isso não nos causaria qualquer impressão em absoluto, reconheceríamos imediatamente quem é ele. Esse seria o sentido do anticristo como “contra Cristo.” Mas Satanás é muito mais sutil do que isso. Em enganos bem formulados, ele tenta parecer como alguém que é semelhante a Cristo, uma imitação sutil, tão enganosa que seria impossível, sem a direção divina, sermos capazes de detectar o verdadeiro do falso.

Aqui está algo que precisamos nos lembrar—que o anticristo, como estudamos aqui, refere-se, principalmente, àquele que está no lugar de Cristo, ou, o cristo da contrafação, o falso cristo.

No pequeno livro “Escape da Razão”,1 o Dr. Francis A. Schaeffer, à pág. 77, apresenta um gráfico; No topo da folha ele coloca: Não racional/um encontro com Jesus. No final da folha.,“Racional / não se prova ou desaprova proposições." Veja como está demonstrado abaixo:


Não racional /

um encontro com Jesus.”


Racional /

não se prova ou

desaprova proposições."

“Se o que está acima está separado da racionalidade,” ou, vamos direto ao assunto:

“Se as escrituras não são discutidas abertamente para se entender com exatidão a verdade, especialmente no que tratam do cosmos, isto é do universo, e da história, por que devemos aceitar as afirmações não racionais dos evangélicos, mais do que as dos defensores de teologias radicais modernas?”

Bem, isto pode soar um pouco complicado para você, mas atente bem como ele prossegue:

“Em que base deve-se fazer a escolha? Porque não pode igualmente haver um encontro sobre um nome de um deus hindu, ‘Vixnu,’ por exemplo?

“De fato, por que não se deve buscar uma experiência, sem o uso de tais palavras, como numa experiência de uso de drogas?

“Nossa urgente necessidade hoje é entender o sistema moderno como um todo, e apreciar o significado da dualidade, dicotomia e do pulo.”

Vamos explicar esta palavra pulo2: A poderosa expressão do que o homem moderno é na área do “Não racional,” parte superior do gráfico, após ter pulado do ‘Racional,” isto é, da parte inferior do gráfico.

Em outras palavras, após a mudança radical da idéia de que o homem está realmente morto.

“O ‘não racional’, parte superior do gráfico, pode tomar muitas formas, e cada uma delas, com aspectos diversos.

“Algumas religiosas, outras seculares, algumas sujas, outras limpas. A própria essência do sistema conduz ao fato de que os tipos de palavras empregadas na parte de cima do gráfico, não importa , mesmo tais palavras tão amadas quanto Jesus.”

Agora na pág. 78: “Eu cheguei ao ponto em que, quando ouço a palavra Jesus, que significa tanto para mim, por causa da pessoa do Jesus histórico e Sua obra, especialmente na cruz do Calvário e no Getsêmani, ouço cuidadosamente, porque, com tristeza me tornei mais temeroso da palavra Jesus do que qualquer outra palavra no mundo moderno.”

Percebem o significado disso? Ele se tornou temeroso da palavra Jesus que significa tanto para ele. Está tratando com um cristo de contrafação.

Ouçam mais: “A palavra é empregada como uma bandeira desprezível, e nossa geração é convidada a seguí-Lo, mas não há conteúdo escriturístico racional pelo qual testá-lo, e, assim, a palavra tem sido usada para ensinar coisas inteiramente opostas àquelas que Jesus ensinou.”

“Esta é a sutileza desse tipo de ataque, você pode ver. Sob a capa religiosa, ensina-se exatamente o oposto do que Jesus ensinou, mas empregando o nome dEle.”

“O homem é chamado a seguir a palavra com fervor muito motivador, e em parte alguma, mais do que na nova moralidade, que segue a nova teologia.”

Agora, abrindo um parêntesis, o Pr. H. M. Richards, fundador da Voz da Profecia , disse, uma vez, em uma conferência , que “a nova moralidade, nada mais é do que a velha imoralidade”.

Mas voltemos ao Dr. Francis Schaeffer:

“Nestas circunstâncias, isto é, do modo como esta palavra Jesus é usada, é como se coabitasse com uma garota ou um garoto, se ela ou ele precisam de você, Na medida em que esteja tentando ser humano, estará se assemelhando a Jesus ao dormir com a outra pessoa, ao custo, deve-se observar, de quebrar a moralidade específica que Jesus ensinou.

“Mas para estes homens isso não importa, por quê? Porque está na parte de baixo do gráfico, na área do conteúdo escriturístico racional, dizem eles.

Chegamos, pois, a este tremendo aspecto, em que a palavra Jesus tornou-se inimigo da pessoa de Jesus, e inimigo do que Jesus ensinou.

“Precisamos temer este perturbador e desprezível emblema da palavra Jesus, não porque não amamos a Jesus, mas porque realmente O amamos.

“Precisamos lutar contra este degradante e indiscriminado uso do nome de Cristo, com profundas motivações, enraizadas nas memórias da raça humana, que têm sido usadas como forma de controle sociológico. Precisamos ensinar nossos filhos espirituais a fazerem o mesmo.

“Esta tendência aceleradora, faz-me intrigado quanto ao que Cristo disse de que, no tempo do fim, haveria outros cristos. Se Ele realmente queria dizer algo como isso, não devemos nunca nos esquecer de que o grande inimigo que está vindo é o anticristo (grifamos).

“Ele não é um “anti-não-Cristo,” mas, o anticristo..

“Crescentemente nos últimos anos, a palavra Jesus, separada do conteúdo das Escrituras, tornou-se o inimigo do Cristo da história, Jesus que morreu e ressuscitou, e que está vindo novamente, e que é o eterno Filho de Deus.

”Assim, tomemos cuidado. Se nossos irmãos evangélicos caírem na dicotomia de separarem o encontro com Cristo, do conteúdo das Escrituras, inclusive o discutível e o verificável, iremos, sem ter tal intenção, lançar-nos, e à nova geração, na torrente assoladora do sistema moderno.

“Este sistema nos rodeia como um sistema quase monolítico.”

Isto é, quase qual rocha inabalável.

Ah! amigos, o anticristo, como precisamos entender isso.

Permita-me dar-lhe um exemplo que nos vem de “O Grande Conflito”, pág. 464:

“Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos. Naquele tempo muitos se separarão das igrejas em que o amor deste mundo suplantou o amor a Deus e à Sua Palavra. Muitos, tanto ministros como leigos, aceitarão alegremente as grandes verdades que Deus providenciou fossem proclamadas no tempo presente, a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor. O inimigo das almas deseja estorvar esta obra; e antes que chegue o tempo para tal movimento, esforçar-se-á para impedi-la, introduzindo uma contrafação. Nas igrejas que puder colocar sob seu poder sedutor, fará parecer que a bênção especial de Deus foi derramada; manifestar-se-á o que será considerado como grande interesse religioso. Multidões exultarão de que Deus esteja operando maravilhosamente por elas, quando a obra é de outro espírito. Sob o disfarce religioso, Satanás procurará estender sua influência sobre o mundo cristão” (Grifamos).

Perceberam a essência disso? O inimigo das almas deseja estorvar esta obra, o grande reavivamento que precederá a vinda do Senhor. E antes que tal movimento ocorra, ele introduz uma contrafação, e então as pessoas dirão: “—oh!, essa é a chuva serôdia, que maravilhosa ela é”, quando na verdade é obra de Satanás. É incrível, mas não podemos dizer que não fomos advertidos.

Há algo mais que sua atenção deve ser atraída a respeito do anticristo, e se acha em 1ª João 4: 1-3:

“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”

Cristo esmagou Satanás em nossa natureza caída, nossa caída pecaminosa natureza, em outras palavras, ele veio na carne.

O bem respeitado e conhecido teólogo austríaco, o Dr. Karl Bart, declarou, em Church Dogmatic, Vol. I parte 2, pág. 151, que carne, “sarks”, no grego, “é a forma concreta da natureza humana, marcada pela queda de Adão”.

O dicionário Revised Bauer-Arndt-Gingrich Greek Lexicon, diz que a palavra “sarx” (Gr.), “carne”, é a tendência dentro do homem caído para desobedecer a Deus em todas as áreas da vida; o instrumento desejoso do pecado (particularmente nos escritos de Paulo).

Assim, o que 1ª João 4: 1-3 nos afirma, é que o espírito do anticristo está em verdade nos dizendo que Cristo não veio em nossa natureza caída, em outras palavras, não veio na carne.

Cristo assumiu nossa natureza com 4.000 anos de degenerescência, sem isenção alguma, nem sequer moral (DTN, 117), para ser “Deus Conosco”. Desceu ao fundo do poço do pecado para dele nos resgatar, estando sujeito às mesmas tentações que nós, “com risco de fracasso e ruína eterna” (DTN, 49). E, a despeito de portar esse “equipamento” defeituoso e falho, “não pecou”, muito embora tenha sido em tudo tentado como nós. Se nós pregarmos a Cristo sem confessar que Ele veio em carne pecaminosa, não estaremos sendo Mensageiros da Esperança, mas apresentando um cristo falso, manifestando “o espírito do anticristo”. Este é o mesmo espírito de Babilônia, que não cria em um Deus Conosco, mas “nos deuses cuja morada não é com os homens” (Dan. 2:11).

I João 4: 2 e 3 diz: “Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus." Preste atenção no verbo “confessar”, no tempo presente, “confessa”. Não é suficiente confessar que Jesus Cristo veio na carne; isso não trará nenhuma salvação a qualquer pessoa. Devemos confessar, com conhecimento indiscutível, que Jesus vem agora em carne, para habitar em nós pecadores, e então nós somos de Deus. Cristo encarnou-Se há 2.000 anos atrás para demonstrar tal possibilidade. O que Ele fez uma vez, Ele pode fazer outra vez. Aquele que nega a possibilidade de Sua vinda na carne dos homens agora, nega assim o fato de ter Ele jamais assumido a carne humana caída.

Negar que Cristo veio na nossa carne para nos dar Sua vitória sobre o pecado, é partilhar do espírito do anticristo. Não podemos ver como Deus pode mudar nossas mentes para dar-nos vitória, e insistir em ver como Ele o fará, é querer andar por visão, não por fé.

O Comentário Bíblico, vol. 7, pág. 661 nos diz que: “A verdade de I João 4: 2 e 3, precisa ser enfatizada especialmente nos nossos próprios dias. ... Nós precisamos estar pessoalmente cônscios da encarnarão, para lembrar-nos de que Deus, que tornou este milagre possível, é também apto para viver em cada um de nós hoje, em nossa carne pecaminosa. Ele está desejoso de o fazer, mas não violará nosso livre arbítrio. Só habitará em nós se O permitirmos. Quando Cristo leu de Isaias 61: 1, “O Espírito do Senhor ... Me enviou para apregoar liberdade aos cativos” (Lucas 4:18), Ele quis significar: viver em nós para que sejamos livres do pecado do qual somos escravos.

“Cristo é a escada que Jacó viu, tendo a base na Terra, e o topo chegando à porta do Céu, ao próprio limiar da glória. Se aquela escada houvesse deixado de chegar à Terra, por um único degrau que fosse, teríamos ficado perdidos. Mas Cristo vem ter conosco onde nos achamos. Tomou nossa natureza e venceu, para que, revestindo-nos de Sua natureza, nós pudéssemos vencer. Feito "em semelhança da carne do pecado" (Rom. 8:3), viveu uma vida isenta de pecado. Por Sua divindade, firma-Se ao trono do Céu, ao passo que, pela Sua humanidade, Se liga a nós. Manda-nos que, pela fé nEle, atinjamos a glória do caráter de Deus. Portanto, sede perfeitos, como "é perfeito vosso Pai que está nos Céus". Mat. 5:48. (DTN, págs. 311 e 312). “Cristo, com Seus próprios méritos construiu uma ponte através do abismo que o pecado causou. Ele liga o homem em sua fraqueza e desamparo, à fonte do poder infinito.” P.P., pág. 184.

“A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. . . . Devemos aproximar-nos deste estudo com a humildade de um discípulo, de coração contrito. E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas.” M.E. pág. 244

Aqui, obviamente, está um engano contra o qual devemos nos guardar, e devemos evitar ser ameaçados neste engano sutil e perigoso do inimigo.

Oremos constantemente, para sermos escudados desses perigosos enganos.

Tenha um feliz sábado, lhe deseja o irmão em Cristo,


João Soares da Silveira


Notas:

1) “Escape From Reason,” (Escape da Razão) é um trabalho filosófico, escrito pelo teólogo americano e apologista cristão Francis A. Schaeffer, e foi publicado em português com o título "A Morte da Razão, pela ABU, Aliança Bíblica Universitária do Brasil, caixa postal 30.505, cep.: 01000, São Paulo, S.P., e Editora Fiel, caixa postal 81, cep.: 12201, São José dos Campos, S.P.;

2) A edição da Editora Fiel usou a palavra salto;

3) Este artigo foi ampliado da postagem que fizemos em 3;07;09 com o título “Temeroso da Palavra Jesus???”, que era parte da gravação que fizemos em 7 fitas K7 e 7 CDs. de comentários das lições da Escola Sabatina do 1º trim. de 2002, série O Grande Conflito Cósmico.