quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Lição 9, O Apelo Pastoral de Paulo, por Paulo Penno

Para 19 a 26 de novembro de 2011

Como um pastor lida com conflitos em sua igreja? Nesta questão, como é que um profeta lida com um movimento dissidente? "O apelo pastoral de Paulo" é um esforço de resolução de conflitos, Gál. 4:12-20.

Paulo recorda aos gálatas que sua abordagem missionária era para se tornar um gálata aos gálatas, "Eu sou como vós" (vs.12). Ele se iguala a eles. Falava a língua deles. Comia à sua mesa. Vivia entre eles. Na medida do possível, sem comprometer a ética cristã, viveu como um natural da Galácia.

Agora, Paulo escreve: "que sejais como eu." E como é Paulo? "Já estou crucificado com Cristo" (Gál. 2:20). Paulo tão completamente escolheu se identificar com o Crucificado, que não é mais ele, Paulo, que vive, mas Cristo que vive nele. Ele vive a vida em uma mesma mente1 (*com Deus) na fé do Filho de Deus. É por isso que a atitude de inimizade deles para com Paulo não é nenhuma ofensa para ele. O ego de Paulo está morto em Cristo (Gál. 4:12).

Fisicamente falando Paulo não tinha uma aparência agradável à vista, quando começou a pregar o evangelho no meio deles. Mas o evangelho que ele proclamava era "em demonstração de Espírito e de poder" (1ª Cor. 2:4), de modo que o povo viu Cristo crucificado entre eles. Os gálatas receberam Paulo como um mensageiro de Deus, assim como eles teriam recebido a Jesus. E aceitando a Cristo, eles foram cheios do poder e da alegria do Espírito Santo, Gál. 4:14.

Mas agora tudo isso mudou. "A bem-aventurança de que vocês falaram" (vs. 15, KJV), se foi, a qual é a bênção de Abraão. A bênção de saber que Cristo os tinha remido da maldição da lei, através da promessa do Espírito, que é a justiça pela fé ativada pelo amor Ágape, foi perdida. Os gálatas foram “fascinados” (Gál. 3:1) "enfeitiçados" (KJV) pelo falso evangelho de "alguns ... fariseus que tinham crido"; Atos 15:5).

O falso evangelho ensina que uma vez que se tenha alcançado a salvação pela fé no Messias, é preciso fazer-se algo para continuar na salvação, ou seja, "as obras da lei." E uma vez que a porta foi aberta através de uma fratura na fé, por ser motivada por preocupações egocêntricas, não há limite para a quantidade de ídolos que alguém deve obedecer, a fim de ser salvo, incluindo a adoração de espíritos em dias do calendário, escravidão da qual os gálatas tinha sido libertados (Gal. 4:9, 10).

Enquanto os gálatas apreciaram esta bem-aventurança, o seu fruto apareceu no amor que eles mostraram a Paulo. Este amor era o próprio amor abnegado de Cristo o amor abundante de Deus evidentemente derramado no coração, pelo Espírito que haviam recebido. Vendo o apóstolo precisando de olhos, eles de bom grado teriam arrancado seus próprios e os dado a ele, se tal coisa pudesse ter sido feita, vs. 15.

Mas agora, que mudança! Das alturas da bem-aventurança eles são levados de volta para essa condição que Paulo é obrigado a apelar a eles: "Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?" (Vs. 16). Esta é a marca da Galácia. É a marca do homem que professa ser um cristão justificado pela fé, mas não tem a justiça de Deus mediante a fé de Jesus Cristo. Quem lhe diz a verdade, ele considera seu inimigo.

O (*cristão) da Galácia se considera "rico, e aumentado com bens, e de nada tenho falta" (Apocalipse 3:17, KJV). Quando o profeta adverte que ele não está na "verdade do evangelho" (*Gal. 2:14), ele rejeita o Espírito de Profecia. A marca do galacianismo é a rejeição do dom profético. É a marca do homem e do mundanismo para perseguir o mensageiro da verdade e considerá-lo o inimigo.

Galacianismo é a marca da mente carnal que está em “inimizade contra Deus” (Rom. 8:7). O orgulho não gosta da "mui preciosa mensagem", que honra (*e “põe de maneira mais preeminente diante do mundo) o Salvador Crucificado” (Test. para Ministros, pág. 91). O eu não deseja se submeter em arrependimento ao pé da cruz. "Muitos" na verdadeira denominada igreja de Cristo fez isso na era de 1888, e a atitude dos "pais" se perpetua até hoje, quando a mensagem é proclamada2. A nossa história de rejeição da justificação pela fé, unida com a verdade da purificação do santuário, é justificada com o argumento de que a Igreja aceitou a justificação pela fé e corrigiu seu curso legalista. Portanto, a igreja não tem necessidade de se arrepender, dizem eles.

No entanto, o Espírito de Profecia nos diz o contrário: "Talvez tenhamos de permanecer muitos anos mais neste mundo por causa de insubordinação, como aconteceu com os filhos de Israel; mas por amor de Cristo, o Seu povo não deve acrescentar pecado a pecado, responsabilizando a Deus pela consequência de seu próprio procedimento errado.”3

Quem criou essa desunião na igreja? Foi aquele que proclamou "a verdade do evangelho" (Gal. 2:14) ou foram os agitadores que defenderam a justiça pelas “obras da lei"? É o Espírito de Profecia que cria divisão ou são daqueles que rejeitam o que o profeta escreve?

Paulo diretamente reconhece o zelo daqueles que ensinam fé e obras. Eles são o "movimentos dissidentes", que ensinam separatismo por motivos egoístas. Ele escreve: "Esses professores de um evangelho falsificado têm grande zelo para conquistá-los para o lado deles, para que vocês possam ser fanáticos companheiros deles em um programa de dissidência" (Veja Gál. 4:17).4

Você quer ser zeloso? Então seja zeloso por uma boa causa. É o evangelho um veículo auto propulsor? Ou será que a sua proclamação e propagação dependem dos membros da igreja (e dos pastores!) sendo constantemente estimulados pelos líderes da igreja em ação? "Atividades leigas" líderes nas igrejas podem testemunhar: para se conseguir fazer muita coisa é preciso constante "promoção".

As cartas do Novo Testamento dos apóstolos revelam uma estranha falta de tais campanhas "de promoção." Elas relatam atividades incríveis, mas raramente ou alguma vez foram os crentes estimulados ou compelidos à ação. A atividade zelosa deles era simplesmente assumida, natural. Seu evangelho era um "veículo com propulsão própria." Por quê?

A mensagem deles tinha o poder inerente. Ninguém precisava ser chicoteado para agir. A força motivadora era maior do que a de uma locomotiva a vapor, pois o poder estava implícito nas boas novas sobre o sacrifício do Filho de Deus. Ela explodiu na consciência de todos como "o Cordeiro de Deus", um sacrifício de sangue oferecido por Deus. Exemplos: "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado" (1ª Cor 2:2.). "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Cristo" (Gál. 6:14).

Uma gestante tem que ter dores de parto antes do filho nascer, Gál. 4:19. Aqui reside o perigo no planejamento humano, na obra de Deus, para a sabedoria humana inventar atalhos nos métodos de evangelização do mundo, o que, para uma igreja morna, parece muito aceitável. É fácil sentar em um banco confortável da igreja e dar ofertas. Parece fornecer combustível para o funcionamento contínuo da máquina evangelizadora, uma invenção do século 21, para poupar trabalho e poder humanos em seu hábil designo para "terminar a obra" no menor tempo possível com o mínimo possível de homem de poder e fruto do trabalho da alma. Se uma invenção de um comitê inteligente pudesse ser feita para dar vida, então justiça, na verdade viria pelas invenções evangelísticas. Nenhuma correria pra lá e pra cá, e nenhum conhecimento de que seria enriquecido no tempo do fim nunca vai tomar o lugar das “dores de parto" por parte dos ganhadores de almas, "até que Cristo seja formado” (Gal. 4: 19) nos conversos.

Se métodos modernos de obstetrícia espiritual são descobertos, os quais evitem o fruto do trabalho à moda antiga, que a antiga igreja suportou quando ela deu à luz seus filhos, pode-se duvidar se Cristo é formado de fato dentro dos "convertidos." Nenhuma guerra operada pelo simples apertar de um botão irá concluir a grande batalha entre Cristo e Satanás. Os combates corpo-a-corpo, de coração para coração lutando no Espírito, contra os principados e potestades, só pode trazer triunfos da fé.

Paul E. Penno

Nota do tradutor:

1)em uma mesma mente com Deus” é a tentativa que fizemos de uma aproximada transliteração da expressão em inglês da palavra “expiação,” “at-one-ment,” que significa uma união integral entre o cristão justificado pela fé e a divindade, pela fé de Jesus.


Notas do autor:

2) Ellen G. White, "Muitos não se convencerão, porque eles não estão dispostos a confessar." Diary, 27 de fevereiro de 1891.

3) Carta 184 (1901) de Ellen G. White para Percy Tilson Magan (7 de dezembro de 1901). Este texto aparece também em Eventos Finais, pág. 39, e Evangelismo, pág. 696. (*Note que este texto é de 1901, 13 anos após a rejeição da mensagem de Mineápolis. Neste interregno ocorreram 7 seções da Assembléia da Conferência Geral. Na maioria delas Waggoner e Jones foram os oradores, insistindo na pregação e aceitação da mensagem. Entretanto em 1901 a serva do Senhor ainda fez a declaração acima. Alguns têm dito que após a saída do então presidente da Conferência Geral, George Ide Butler, em 1888, o presidente seguinte (de 1888 a 1897), Olé Andrés Olsen, teria aceitado a mensagem e consequentemente toda a igreja o seguiu, e, assim, a mensagem foi completamente aceita. Entretanto pode-se ver que a realidade foi outra, o mesmo com o presidente seguinte, George A. Irwin, que a presidiu de 1897 a 1901, apesar de fracas manifestações favoráveis a ela).

4) Robert J. Wieland, Gálatas para a Juventude de Hoje: Uma Paráfrase Livre (2003), pág. 15.

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em

http://www.youtube.com/user/88denver99

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_________________________________

Lição 9, O Apelo Pastoral de Paulo, por Bob Hunsaker

Para 19 a 26 de novembro de 2011

Podemos separar o nosso entendimento do evangelho, da forma como tratamos as outras pessoas? É a nossa teologia e nossos relacionamentos "separáveis"? É realmente possível ter teologia correta e atitudes erradas? Existe uma relação de causa e efeito entre a forma como vemos Deus relacionando-Se conosco por meio do evangelho, e como nos relacionamos com os outros em nossas vidas diárias? Isto é o que Paulo quer desesperadamente que nós compreendamos na lição desta semana. Se você já se perguntou a si mesmo, "como é que os meus relacionamentos com os outros são tão superficiais ou negativos, quando eu sei tanta verdade (teologia)", então essa lição é para você — e para mim!

Ao longo de Gálatas, Paulo vem apresentando o caso teológico para o evangelho "correto", em termos de concertos, ilustrações (Agar e Sara, Isaque e Ismael, Jerusalém de cima e Jerusalém terrena, Monte Sião e Monte Sinai, etc), justificação pela fé versus justificação pelas obras, etc. Toda a verdade vital, mas verdade que pode nos fazer sentir intelectualmente edificados, mas experimentalmente secos. Em nosso texto desta semana, Paulo vai revelar-nos as consequências interpessoais, emocional e experiencial da má teologia — de uma experiência errada do evangelho.

O fundamento é colocado na Gal. 4:8-9. "Antes que vocês, gentios, conhecessem a Deus, você eram escravos dos chamados deuses que nem sequer existem. Então agora que vocês conhecem a Deus. . . , por que vocês querem voltar novamente e tornarem-se escravos, outra vez mais aos princípios fracos e inúteis espirituais deste mundo?" (NBLH). Observe o que Paulo está dizendo. Antes de os gálatas gentios se tornaram cristãos, eles eram adoradores de ídolos — eles não conheciam a Deus. Mas agora ele pergunta a eles por que eles querem voltar àquele sistema religioso. Mas sabemos do resto de Gálatas, que eles não estavam indo de volta para a adoração de ídolos, mas foram se tornando legalistas. Assim, Paulo está essencialmente dizendo aos gálatas (e a nós), que o legalismo e o paganismo são a mesma coisa. Embora superficialmente, o legalismo e o paganismo aparentem ser completamente diferentes — por exemplo, o hinduísmo (adoração de ídolos) em comparação com a seca adoração cristã obrigatória, formal (legalismo) — a realidade é que eles são exatamente o mesmo em sua imagem ou percepção de Deus.

Em ambos, o paganismo e o legalismo, a idéia básica é que algo que fazemos — ou que alguém o faça — muda a atitude ou postura ou sentimentos de Deus em relação a nós. Ao invés do entendimento do verdadeiro evangelho de que a salvação é tudo sobre Deus mudar nossa atitude ou postura ou sentimentos em relação a Ele. No paganismo, a oferta que trazemos, ou sacrifícios que fazemos, faz com que o deus, ou deuses se relacionem conosco de uma forma mais favorável. No cristianismo legalista, os comportamentos corretos ou teologia correta ou a nossa fé/arrependimento/confissão, etc, fazem com que Deus Se relacione conosco de modo mais favorável. Ou, mais sutilmente, o que Jesus faz por nós (intercedendo em nosso favor), ou fez por nós (na cruz), faz com que Deus nos ame mais, ou seja mais misericordioso para conosco, ou se relacione conosco de uma maneira mais positiva. Em todas essas idéias, o princípio básico fundamental é que algo ou alguém fora de Deus faz com que Ele Se relacione conosco de uma maneira mais favorável ou generosa ou positiva.

Mas agora, em nossa passagem para hoje, Paulo vai explicar aos gálatas e a nós, que a consequência de ver Deus como a parte interessada na salvação precisando ser mudado, versus, reconhecendo que nós somos aqueles que Deus está tentando mudar, é evidenciada na forma como nos relacionamos com os outros.

Observe a linguagem de como os gálatas se relacionaram com Paulo no início de sua experiência cristã — "me recebestes como um anjo de Deus, como Jesus Cristo mesmo" (4:14), "que, se possível fora, arrancaríeis os vossos olhos, e mos daríeis" (4:15). Mas note como eles se relacionam com Paulo agora ao eles mudarem sua teologia para longe da genuína justificação pela fé (Deus está tentando me mudar), ao legalismo (Jesus e/ou eu muda a atitude de Deus para comigo) — "Fiz-me seu inimigo" (4:16), "receio de vós" (4:11), etc. Uma mudança no evangelho deles (isto é, uma mudança na forma como eles entendiam a Deus relacionado-Se com eles e como Ele os salvava) resultou em uma mudança na forma como eles se relacionavam com um amigo íntimo a quem deviam a sua própria salvação. Eles agora viam seu amigo como um inimigo.

Qual é o teste mais sensível do nosso entendimento do evangelho? Se eu lhe entrevistar, ou a irmãos adventistas do sétimo dia, ou a outros cristãos, e lhes perguntar quantos creem na justificação pela fé, versus quantos creem na salvação pelas obras, sabemos que todas as mãos se erguerão para a primeira hipótese. Se eu perguntasse, por outro lado, quantos de nós realmente — do fundo de nossos corações — amamos os nossos inimigos, poderímos levantar nossas mãos? Quantos de nós demonstram paciência com aqueles que discordam de nós na classe da Escola Sabatina, ou com o pastor que não vê as coisas da maneira que nós vemos? Quantos de nós demonstramos genuíno amor cristão e paciência e tolerância para com o nosso cônjuge?

Podemos sentir que conquanto não estejamos vivendo ao nível do padrão de Cristo em nossa experiência, pelo menos, nós compreendemos a verdade teologicamente. Mas é possível, que a nossa experiência e as relações com os outros sejam um marcador mais sensível de nosso verdadeiro nível de entendimento do evangelho. É a nossa teologia que está à frente de nossa experiência, ou a nossa experiência que deveria soar campainhas de alerta sobre a nossa verdadeira compreensão teológica?

Em Gálatas capítulo quatro, Paulo está dizendo aos gálatas que, em suas atitudes e sentimentos em relação a ele, eles estão apenas vendo o fruto do seu mal entendimento do evangelho. A evidência do que eles realmente são não está contido no que eles pensam que sabem, mas a evidência do que eles realmente sabem está contida na forma como se relacionam e tratam os outros.

A prova final dessa realidade vai atuar no fim dos tempos, quando um grupo vai pensar que são representantes de Cristo e que eles entendem o evangelho, mas a verdade vai ser vista em seu desejo de destruir aqueles que discordam deles (Apoc.13:15-17, Jonas 16:1-2). Enquanto outro grupo vai estar disposto a desistir de suas vidas se isto pudesse ajudar a salvar os seus inimigos (Apoc. 12: 11).

O que você crê sobre Deus e salvação tem real, inerente consequência que irá se manifestar na forma como nos relacionamos com os outros. E isso pode ser abaixo do nosso nível de pensamento consciente. Que possamos ser mudados por contemplar a Deus em Jesus Cristo, para que nossa experiência possa nos ensinar o que realmente sabemos sobre Deus, em vez de crer que a teologia correta e a experiência errada sejam compatíveis.

Bob Hunsaker


O irmão Roberto Hunsaker é adventista por muitos anos, médico, e diretor do ministério pessoal de sua Igreja Adventista do Sétimo Dia, na área de Boston, MA., U.S.A., e também professor de sua unidade evangelizadora. Ele tem, também, um programa semanal na rádio (AM WEZE 590) aos domingos à noite, às 19:30 horas, em parceria com o Pr. Bill Brace, intitulado Portraits of God (Quadros de Deus).

______________________________

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Lição 8, De Escravos a Herdeiros, por Paulo Penno

Para 19 a 26 de novembro de 2011


Quem são os legítimos filhos de Deus, candidatos a ganhar a herança prometida a seu pai Abraão? São os filhos unicamente os descendentes circuncidados de Abraão ou são os filhos de "fé"? Isto é o que todos querem descobrir em Gálatas.

A resposta inequívoca de Paulo é que "os filhos de Deus" são aqueles que se identificam com o Messias crucificado, Jesus Cristo, Gál. 3:26. Estes são os verdadeiros judeus — quer eles tenham sangue judeu correndo em suas veias ou sangue gentílico.

Os verdadeiros filhos de Deus são identificados por meio do batismo em Cristo. A forma exterior do batismo é uma expressão do coração ao "revestir-se de Cristo" (vs. 27). Em outras palavras, como um vestido que totalmente envolve o corpo de modo que a pessoa não seja mais vista. É somente Cristo, que é visto no indivíduo batizado. Não há acepção de pessoas com Deus, nem com aqueles que são filhos de Deus. É apenas o caráter de Cristo que conta, o qual é pela fé em Jesus Cristo (vs. 28).

Existe apenas um descendente de Abraão, que é eleito para a salvação e este é Cristo (vs. 29). Ele está para herdar a promessa de Deus a Abraão. Entramos na herança através da identificação com Cristo pelo batismo.

Uma das "grandes idéias" de "adoção" na mensagem de 1888 é encontrada aqui em Gálatas. Ela explode no coração das pessoas, como bananas de dinamite espiritual. Paulo usa a ilustração de um menino descalço que corre ao redor da grande propriedade de um fazendeiro rico que tem escravos. Os escravos vigiam o menino na fazenda e lhe dizem quando voltar para casa, etc. E ele lhes obedece (Gal. 4:1). Mas o incrível é que esta criança é o filho do próprio grande proprietário! Agora, Paulo diz, que quando o menino cresce, ele se torna o proprietário e, então, ele comanda os escravos!

Enquanto não sabemos quem somos, não conhecemos a nossa verdadeira identidade, todos os demônios do inferno podem nos atormentar e manejar conosco, mas quando você está pronto para crer que "em Cristo" você é adotado como um filho ou filha e que você é o senhor da propriedade, a sua servidão espiritual ou psicológica termina.

Então, você e eu estamos reduzidos à servidão debaixo da tirania dos "rudimentos do mundo," os maus espíritos, até que ouçamos e recebamos a Boa Nova de que “Deus enviou Seu Filho nascido de mulher, nascido sob a lei,” para nos redimir (vs. 3 a 5).

Qual é o ponto? Deus não considera as pessoas não convertidas como lobos a serem caçados o mais depressa possível, não, mas Ele os considera como ovelhas, não ainda no aprisco, mas ainda assim, ovelhas — ovelhas perdidas. Eles precisam ser convertidos, para nascer de novo, sim, mas ao mesmo tempo Deus os considera como herdeiros de Sua propriedade, porque Ele enviou Seu Filho para ser "nascido de mulher", como todos nós somos, "feito de uma mulher." Ele adotou a raça humana "em Cristo".

Você não deve pensar de si mesmo como um estranho, diz Paulo. Por causa do sacrifício de Cristo, você está agora adotado "na família", Efé. 1: 5, amado o tempo todo como o filho pródigo foi amado. Mas você não sabia disso, você se sentiu isolado, distante, alienado, perdido, rejeitado, mas Deus não o considera como alienado ou alienada. Ele o reconciliou a Si mesmo "em Cristo". Agora, Paulo diz, "que vos reconcilieis com Deus" (2ª Cor. 5:20).

Os servos não são candidatos a receberem herança, apenas os filhos (Gál. 4:7). Um servo está sob uma obrigação do antigo concerto à promessa de fazer tudo certo. É aquela motivação centrada no eu que espera ganhar uma recompensa. Mas o "eu" tornou-se então o "deus" (com "g" minúsculo).

Para "muitos" a falta de conhecimento de Deus é uma felicidade. Eles acham que ser completamente auto-suficientes e senhor da própria vida é a liberdade fundamental. A realidade da natureza humana é que não há um fim para a depravação a que a natureza pecaminosa pode tentar uma pessoa e levá-los à escravidão indesatável. O eu é um ídolo cruel bárbaro.

Conhecer o Deus abnegado no coração do universo e vê-Lo como o melhor amigo da humanidade e, em seguida, virar as costas completamente a Ágape é pura loucura. "Rudimentos, ou elementos, pobres" a que Paulo faz alusão como "os elementos da terra" são os deuses tribais dos pagãos da Galácia que foram contemplados a dirigir as nações em nome de Deus (vs. 9). Eles são "fracos" devido ao fato de que são apenas invenções da imaginação. Quando energia vem para agir, eles são motivados somente por medo.

O perigo real aqui dos gálatas rendendo-se aos crentes farisaicos sobre o ponto da circuncisão para a salvação é que, colocando-o dentro do poder do homem de fazer algo por sua salvação, não há fim para a "ídolos", tanto antigos como novos, que o coração humano pode criar, como necessários para a salvação. A porta está agora aberta para eles em abandonar Cristo para retornar ao seu antigo costume de crenças e práticas pagãs.

"Como tornais outra vez?" Paulo perguntou aos gálatas. Eles tinham sido pagãos convertidos a Cristo. E agora eles estavam voltando para o paganismo. Eles não estavam voltando para as práticas do judaísmo. O judaísmo não tinha sido o seu culto ancestral.

Intérpretes modernos quase sempre impõem um preconceito contra o sábado no versículo 10: "Guardais dias, e meses, e tempos, e anos" No entanto, os apóstatas da Galácia não estavam voltando para a guarda do sábado do sétimo dia de onde tinham vindo. Eles estavam realmente abandonando o repouso do sábado. Eles estavam trocando o repouso de Cristo no sábado por observâncias relacionadas com o calendário da sua antiga adoração pagã de suas divindades ancestrais, Deut. 18:10.

Nossa condição de filhos de Deus é comparada ao processo de "adoção." É tanto uma adoção legal e uma aceitação da adoção. Deus tem legalmente adotado toda a raça rebelde como Seus "filhos". A fim de "remir os que estavam debaixo da lei [todos]" (Gal. 4:5) "Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei" (v. 4). Deus pagou um preço infinito para ["redimir"] legalmente alcançar o coração dos pecadores afastados.

A palavra "feito" é repleta de enorme significado. O Pai enviou o Filho de Deus e O fez Filho do homem através de Maria. Jesus foi feito através de seu parentesco com o mesmo DNA que todos nós somos feitos quando chegamos ao mundo. "Convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos. ... Porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (Heb. 2:17, 18).

Jesus foi feito com um “Eu” que sofreu a mesma tensão e conflito do que alguém devia fazer, estando "sob a lei", como é o homem caído. "Eu [Meu ego] não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma: como ouço, assim julgo: ... Eu não busco a minha própria vontade, mas [o conflito está implícito nesta conjunção “mas] a vontade do Pai que Me enviou" (João 5:30). Aqui está a agonizante tentação de impecabilidade (Heb. 4:15). Nenhum compromisso com a impecabilidade perfeita de Cristo é inerente a esse entendimento de Gálatas 4:4. Nem uma única vez, em pensamento, palavra ou ação, Cristo cedeu ao clamor desesperado do eu.

Todas as questões legais com respeito à lei têm sido esclarecidas pela morte de Cristo por todos. Os papéis da adoção dos pecadores alienados foram assinados e ratificados pelo Crucificado. Ele é o Pai Celestial que adotou a raça dos pecadores. Tal amor divino apela a nós pecadores alienados para "recebermos a adoção de filhos" (v. 5).

As provas pelas quais você pode saber que você "recebeu" a adoção é se você pode chamar seu Pai Celestial, de "Papai". É o Espírito Santo, que inicia tais termos de amoroso carinho (vs. 6).


—Paul E. Penno



Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em

http://www.youtube.com/user/88denver99

_______________________________________

Lição 8, De Escravos a Herdeiros, por Michael Delaney

Para 12 a 19 de novembro de 2011

A diferença entre o status de um filho ou filha e o de um simples servo é extremamente importante na vida de um crente. Os empregados devem “servir” ou executar determinadas tarefas ou deveres a fim de ter valor aos olhos do mestre a quem servem. Este desempenho, baseado na maneira de pensar, frequentemente supera e pode até mesmo obscurecer completamente o valor do correto relacionamento com aquele que é mestre e senhor. Também este “comportamento” deve ser mantido para que o valor continue.

No caso de Jesus, nosso exemplo em todas as coisas, o Mestre e Senhor foi Seu amoroso Pai celestial. A primeira tentação de Satanás no deserto começou com as palavras: “Se Tu és o Filho de Deus ...” (Mat. 4:6). Isto foi uma afronta direta Àquele que falou as palavras “Este é o Meu Filho amado ...” (3:17) que Jesus ouviu no Seu batismo quarenta dias antes. Foi, de fato, um comentário projetado para testar a fé de Jesus nas palavras de certeza e esperança de Seu Pai

O resto da sugestão do diabo era: “... manda que estas pedras se tornem em pães.” Estas palavras exigiam que Jesus provasse que Ele era o Filho de Deus obrando ao invés de descansar completamente em fé nas palavras do Seu Pai. Jesus respondeu como um verdadeiro Filho e exerceu a Sua fé, a fé de Jesus, que nosso Pai anseia ardentemente transmitir a todo verdadeiro crente em Seu unigênito Filho (Mat. 4: 1 -4)

“Fortificado com fé em Seu Pai celestial, tendo em Sua mente a preciosa lembrança das palavras faladas do Céu no Seu batismo, Jesus Se manteve impassível no deserto solitário, diante do poderoso inimigo das almas” (E.G.W., Dons Espirituais, vol 2, pág. 93).

Gálatas 4:1 diz: “Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo.”

“Paulo nos explica como podemos ser libertados de muitas das perplexidades da vida, e das questões sobre as relações de Deus conosco. Quando verdadeiramente compreendermos que Deus é nosso Pai, e que Ele está nos preparando para entrarmos em Seu reino, e que Ele nos ama intensamente, então nosso relacionamento com Deus começa a fazer sentido. As regras e regulamentos não são mais vistos como oportunidades para provar a Deus que somos Seus filhos. Ao invés disto, elas se transformam em portas de liberdade que revelam a morosa consideração de Deus por nós, e Seu ardente desejo de que nós recebamos nossa completa herança como filhos de Deus.

Paulo explica isto desta forma em Gálatas 4: 3 a 7; ‘Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão, debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: ‘Aba, Pai.’ Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.”

“Estas são algumas das palavras mais bonitas nas Escrituras. Ao reconhecermos o sacrifício de Jesus, garantindo nossa adoção como filhos de Deus, somos libertados da escravidão do reino de Satanás. Nos libertamos da tirania do pensamento baseado em desempenho e permanecemos firmes e nobres como filhos e filhas de Deus, sabendo que porque Jesus sempre será aceito como um Filho, nEle sempre seremos Seus filhos amados” (Adrian Ebens, The Return of Elijah, O Retorno de Elias, pág. 55).

A realidade de ser um filho ou filha de Deus traz consigo uma enorme liberdade do escravizante conceito de ser meramente um servo. É verdade que em Sua condescendência em se tornar um ser humano, Jesus tomou sobre Si a forma de servo (duolos — escravo) de acordo com as Escrituras, Fil. 2:7. Isto, porém, não negou, no mínimo, o status de Filho que Jesus gozava desde a eternidade passada como o divino Filho de Deus

A declaração do Pai de Jesus como Seu Filho amado no batismo, Mat.3:17, e, depois, na transfiguração, Mat. 17:5, era a mais valiosa arma que Jesus possuía em Sua batalha contra Satanás e as forças das trevas. Não era necessário que Jesus provasse que Ele era o Filho de Deus. Ele era o Filho de Deus porque Seu Pai O havia assim consagrado, e assim O declarou ser. Jesus Se apegou às palavras de Seu pai, e descansou pela fé nela, confiante de Sua verdadeira identidade.

“Amados, agora somos filhos de Deus” (1ª João 3:2). “Mas a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu nome” (João 1: 12)

Nós cremos em Jesus. Portanto, nós também podemos ser descritos como “filhos obedientes, não [nos] conformando com as concupiscências que antes havia em [nossa] ignorância” (1ª Pedro 1: 14). Nós, também, podemos dizer, “Deleito-me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu, sim, a Tua lei está dentro do Meu coração” (Salmo 40:8).

Portanto, uma vez que Ele Se fez nosso Substituto, literalmente tomando nosso lugar, não em vez de nós, mas entrando em nosso interior e vivendo Sua vida em nós e por nós, conclui-se, necessariamente, que a mesma lei deve estar dentro de nossos corações quando recebemos a adoção de filhos. “E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade” (1ª João 5:6). “E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gal. 4: 6), ou Papai, Pai. “Ó quanta paz e felicidade vem com a entrada do Espírito dentro do coração, como um residente permanente, não como um mero convidado, mas como único proprietário. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,” de forma que “nos gloriamos nas tribulações,” tendo esperança que nunca desaponta, porque “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado” (Rom. 5:1 a 5). Então podemos amar do modo que Deus ama; pois que partilhamos de Sua natureza divina. “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rom. 8:16). “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho” (1ª João 5:10). (Ellet J. Waggoner, As Boas Novas, págs. 91 e 92)1

Na citação acima, vemos que Ellet Waggoner viu claramente a realidade da real presença de Cristo, Ele mesmo, habitando nos crentes sinceros pelo Seu Espírito como mecanismo de manifestação de uma vida que está em harmonia com a santa vontade de Deus. Concordo que quando nos identificamos com Cristo em nós, a esperança da glória, não é apenas possível, mas inevitável que vamos vencer a tentação e o pecado, assim como Jesus venceu (o pecado) quando Ele assumiu a nossa natureza humana corporativa na encarnação. Cristo venceu a nossa natureza pecaminosa através da fé em Seu Pai. Então, Ele levou esta mesma natureza humana caída à morte eterna na cruz. Voltando ao capítulo 2 desta maravilhosa Epístola aos Gálatas, eu me lembro e me alegro na verdade do verso 20, onde o apóstolo declarou que não era ele mesmo mas Cristo que agora estava vivendo nele através da fé, pela graça. Oh, permita que sua morte seja identificada com Cristo, 2ª Coríntios 5:14, e permitamos que Ele viva em nós agora.

Que todos possamos crer e receber nosso verdadeiro status como filhos e filhas de Deus e alegrar-nos com grande alegria, eis que temos um tal incrível e amoroso Deus como Pai, que de tal modo nos amou que nos deu o Seu unigênito Filho, desejoso de morrer a morte eterna para que possamos receber a vida eterna (2ª Corítios 5:21).

--Michael Delaney


O irmão Miguel Delaney é um ativo adventista do sétimo dia já por mais de 33 anos. Em várias congregações locais ele atuou como, primeiro diácono e, recentemente, foi ordenado pastor. Ele recebeu treinamento teológico e músical nos colégios adventistas: West Indies College em Jamaica, e Oakwood College em Huntsville, no estado do Alabama, EUA. Ele efetuou várias viagens missionárias pelo Caribe, nas Ilhas Turcas e Caicos, um território britânico ultramarino, onde atuou como evangelista conduzindo uma cruzada de 5 semanas, também pregando e ensinado na República Dominicana em várias ocasiões. Fez muitas viagens para a Jamaica, onde proveu música para numerosos eventos da Organização Adventista bem como em várias igrejas adventistas. Além disso, ele esteve envolvido com o ministério de prisão em quase todas as grandes cidades dos EUA, bem como visitou instituições penitenciárias em Bermuda e Londres, Grã-Bretanha. Como músico cristão, ele viajou extensamente por todo USA., Canadá, Caribe e já se apresentou em concertos em Londres, Alemanha e Bermuda. Atualmente, ele ensina um curso de Bíblia Sistemática enfatizando o evangelho de Cristo e Sua justiça, com os membros de uma igreja adventista em Orlando, na Flórida, EUA. Michael é um escritor com vários artigos publicados no Southern Tidings, um jornal adventista do sul dos Estados Unidos, e escreveu um livro prestes a ser publicado. Michael participou musicalmente em numerosas conferências do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888 e como palestrante.



Nota do tradutor:


1) Você pode ver este parágrafo neste blog, postado em 31 de outubro de 2011 com o título “Boas Novas, Waggoner, Cap. 4, Adoção como Filhos.” Na edição feita pelo próprio Pr. Ellet J. Waggonner, em 1900, está à pág. 79. Confira em http://dewsberry.com/content/es/content/ejwaggoner/TheGladTidings.pdf

__________________________________

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Lição 7, O Caminho para a Fé, por Paul Peno

"A Promessa da Fé." 1

Para 5 a 12 de outubro de 2011

Você já fez um mau negócio e comprou um "abacaxi"? Tendo colocado dinheiro bom em cima de um mau empréstimo de cinco anos. Cada cheque escrito traz uma "tensão" interna ao longo de um negócio que vai ficando cada vez mais amargo. Israel fez um mau concerto com suas falhas promessas no monte Sinai e pagou por ele desde então, com um constante conflito sobre a lei de Deus (Heb. 8: 7, 8).
Em quatro versos curtos Paulo contrasta os dois concertos como duas experiências diferentes. Cada uma destas duas experiências dos concertos têm uma relação radicalmente diferente para com a lei de Deus. Paulo se baseia em duas profissões de seu mundo contemporâneo, a do oficial correcional e a do professor, a fim de ilustrar o que quer dizer (Gál. 3: 22-25).
O plano original de Deus com Sua aliança com Abraão foi "a promessa pela fé de Jesus Cristo" (3:22). Abraão creu na promessa de Deus, porque Deus anunciou-lhe o grandioso sacrifício do Salvador que comove o coração. "A aliança ... foi confirmada ... em Cristo" (3:17). A revelação mais clara do amor de Deus para os pecadores é a crucificação de Cristo.
A cruz é a fé de Jesus. Deus "anunciou primeiro o evangelho a Abraão" (3:8). Quando Deus proclama a boa nova ela nunca é parcial. É uma exposição completa da mensagem da cruz (ela "foi anteriormente confirmada por Deus em Cristo," 3:17). Foi essa verdade salvadora a qual Abraão ouviu e [ela] converteu seu coração de modo que ficou motivado pelo amor Ágape para crer.
Da mesma forma, foi a fé de Jesus Cristo, que Deus proclamou a Israel no Monte Sinai. Quando, na incredulidade quanto à capacidade de Deus para cuidar deles no deserto, Israel murmurou contra Moisés, o Senhor o instruiu a bater na rocha e água jorrou trazendo com ela a vida a todos os que dela bebiam. Paulo compreendeu que a Rocha, o Monte Sinai, representava Aquele ferido e crucificado. "E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da Pedra espiritual que os seguia; e a Pedra era Cristo" (1ª Cor 10: 4). Assim, de uma forma vívida e prática Deus proclamou que a própria vida deles era um presente para eles, em virtude do sacrifício de Cristo. Esta foi a cruz sempre presente do "Calvário no Sinai."2
Cristo é a realidade a que todos os cordeiros sacrificais apontavam desde que Adão pecou no jardim e Deus o cobriu com a pele do animal. É pelo "precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido ainda antes da fundação do mundo" (1ª Pedro 1: 19, 20) que todos têm vida.
Agora, quando Deus proclamou tudo isso aos filhos de Abraão, e eles ainda não viram sua necessidade de Cristo, como fizeram seus pais, em sua auto suficiência eles proclamaram a si mesmos como suficientemente justos para preencherem as condições de seu velho concerto, Ex. 19: 8 e 24: 7. Sua promessa de fazer tudo certo não era o plano de Deus. Ele não teve que escrever Sua lei em tábuas de pedra para Abraão. Abraão simplesmente creu e Deus escreveu Seus princípios da verdade moral em seu coração que foi movido pelo amor do grande sacrifício.
Assim Deus falou Sua lei do Monte Sinai em meio ao fogo, relâmpagos, terremotos e limites mortais em volta do monte, Êxodo 19: 12, a fim de impressionar sobre os pecadores sua completa fraqueza e falta de energia para cumprir suas promessas de obediência — seu velho concerto. Primeiro, Deus, por meio das "Escrituras," "encerrou [prendeu] tudo debaixo do pecado" (Gál. 3:22). A lei condena o pecador. A lei é o "agente correcional", a quem é dada a responsabilidade de segurar o prisioneiro no corredor da morte para a sua punição. Segundo, a lei foi dada para levá-los "à promessa [do novo concerto] pela fé de Jesus Cristo" (vs. 22).
Não foram somente os judeus que “a Escritura encerrou debaixo da lei" (3:22). Ao longo de todo decorrer da passagem Paulo escreveu aos judeus, assim como aos gentios. Ele se refere especialmente a "nós" para os gentios (3:14; cf 3:28, 29)3. Paulo escreve: "já dantes demonstramos que tanto judeus como gregos [gentios], todos estão debaixo do pecado" (Rom. 3: 9), "Deus encerrou a todos debaixo da desobediência" (Rom. 11: 32).
Estar "debaixo lei" (3: 23) é idêntico a ser "debaixo do pecado" (vs. 22). O problema de estar "debaixo lei" não é da própria lei. É a incredulidade na promessa de Deus da fé de Jesus que perpetua constante tensão com a lei.
Outro exemplo de um profissional que Paulo usa com o objetivo de explicar a lei é o “aio,” um professor [disciplinador] “para nos conduzir [à unidade] com Cristo" (Gal. 3,24). A lei é como o "tutor" ou “curador” romano, que mantem o “menino” "debaixo" de si, como um menor de idade, antes de ele alcançar a idade para receber a herança (Gál. 4:1, 2). O futuro proprietário da fazenda era posto sob um servo disciplinador tirano a quem ele viria possuir.
A lei incrimina os pecadores para levá-los à aliança em Cristo, pelo poder de conversão do Espírito Santo, a fim de que eles possam experimentar a justificação pela fé — o perdão dos pecados. Quando a lei “aio” leva o "menino" à "promessa pela fé de Jesus Cristo" (vs.22), então ele é "justificado pela fé". A justiça de Cristo reconcilia o seu coração alienado a Deus e o traz em harmonia com a lei de Deus; pelo que a lei é, na verdade, uma testemunha desse fato.
"A lei é contra as promessas de Deus?" (Gál. 3:21). Não, a lei é a aliança de Deus, assim como o foi para Abraão que "creu no Senhor, e Ele imputou-lhe isto por justiça" (Gên. 15:6). Quando Deus dá o Seu caráter de amor Ágape, ao crente, ele "já não mais está debaixo de [em conflito com] aio” (Gál. 3:25).
Duas experiências diferentes de dois concertos são descritos em Gálatas 3:22 e 25. Os dois concertos não são uma questão de tempo, quer antes ou depois da cruz. Uma pessoa pode ter uma experiência do velho concerto depois da cruz, assim como uma outra pessoa uma experiência do novo concerto antes da cruz. A auto-suficiente promessa da antiga aliança para fazer tudo certo, coloca a pessoa em uma constante tensão de, eu preciso fazer isso, eu devo fazer aquilo, com a lei de Deus.
Deus deu a capacidade de cada um escolher crer em Sua promessa do concerto. Somente Cristo traz liberdade da auto escravizante servidão à lei para a luz solar da liberdade de harmonia e paz com a lei e Deus. Estas duas experiências do concerto, de escravidão e liberdade, são independentes de tempo, antes ou após a cruz. Em qualquer momento uma pessoa pode mudar da antiga dispensação de incredulidade para a nova dispensação de fé.
Esta visão única da mensagem de 1888 é muito mais ampla do que a compreensão que Babilônia tem dos dois concertos. A falsa visão de Gálatas 3 é que o "aio,” a lei “professor," foi abolida com o velho concerto "obedeça e viva" (Lev. 18: 5) quando Jesus morreu na cruz. A falsa visão diz que "debaixo da graça" não há sábado do sétimo dia no novo concerto.
Tal anti-bíblica teoria "dispensacionalista" é uma doutrina de homens. Este argumento foi usado pelo papado para abolir o verdadeiro sábado e promover a observância do domingo como o sábado do novo concerto. Que pena que os evangélicos e alguns ex-adventistas estejam fazendo a mesma coisa!
Quando você finalmente acordar, após uma vida desperdiçada, e perceber que você gastou perdulariamente quase todo o seu "capital" original, você se sentirá impotente. Você passou por um ou dois divórcios, arruinou a sua saúde com indulgência, sua família perdeu a confiança em você, você precisa de um emprego (e da força para trabalhar se você puder obtê-la), e a solidão que você sente é opressiva. Talvez você tenha deixado algum registro criminal para atrás. Você sente que Deus lhe abandonou. A "boa nova" é que Cristo o toma pela mão e o leva para fora do desespero da antiga aliança para a liberdade do Seu amor vivificante.

- Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

Notas do autor:

1) Segundo Gálatas 3:22, um melhor titulo para esta lição é "A Promessa da Fé."
2) Ver, “O Calvário no Sinai — A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista,” de autoria do autor deste artigo, pr. Paul E. Penno, Junior, publicado em 2001. Para aquisição deste livro escreva para ele: penno@sbcglobal.net
3) Um inusitado destaque é dado no guia de estudos das lições da Escola Sabatina do "nós," em Gálatas 3:23, que “Paulo se referiu aos cristãos judeus” que foram “guardados debaixo a lei” "antes que viesse a fé,” isto é, antes de Cristo" (O Evangelho em Gálatas, Edição do Professor, pág. 83, lição de segunda-feira). Mas isto tende para uma visão "dispensacionalista" dos dois concertos, como será explicado.

Nota do tradutor:

Os “dispensacionalistas” pregam que existem sete períodos de tempo durante os quais Deus testa o homem quanto à sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus. Assim, Deus tem negociado diferentemente com a humanidade durante diferentes eras da história bíblica. Cada uma dessas dispensações termina com o fracasso humano e o inevitável juízo de Deus.
A palavra dispensação (oikonomia), que é um termo bíblico (cf. Luc. 16: 2-4; 1ª Cor. 9: 17; Efé. 1.10; 3.2, 9; Col. 1.25; 1ª Tim. 1.4), pelos dispensacionalistas é empregada num sentido antibíblico. A referida palavra na Bíblia indica mordomia, uma disposição ou uma administração, mas nunca um período de prova ou de experiência.
Segundo os dispensacionalistas esses períodos se distinguem nas Escrituras por uma mudança no método divino de tratar a humanidade, ou parte dela, no que se refere a duas grandes verdades: pecado e responsabilidade humana. Cada dispensação pode ser considerada como uma prova para o homem natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso. Cinco dessas dispensações, ou períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta, cujo término, segundo tudo faz crer, será em breve. A sétima, ou a última, ficará para o futuro - É o Milênio.

As 7 Dispensações São as Seguintes:

1ª) Da Inocência, que começou com a criação de Adão, e terminou com a sua expulsão do Éden;
2ª) Da Consciência, que começou com a expulsão do Jardim (consciência do bem e do mal) e terminou com o dilúvio;
3ª) Do Governo Humano, que começou com o dilúvio e terminou com a confusão das línguas;
4ª) Da Promessa, que começou com Abraão e terminou com a escravidão no Egito;
5ª) Da Lei, que começou no Sinai e terminou com a expulsão de Israel e Judá da terra de Canaã;
6ª) Da Graça, a atual, que começou com a morte de Cristo e terminará com o arrebatamento secreto da Igreja. Sete anos antes do segundo advento de Cristo, os fiéis cristãos serão trasladados, arrebatados para o Céu. É que a última das setenta semanas proféticas de Daniel 9:24 ainda está no futuro. A 70ª semana está separada das outras 69 por um período indefinido de tempo. Esta é portanto uma mutilação da profecia de Daniel. A era da Igreja é vista como um parêntesis no plano de Deus, E a igreja não passará pela grande tribulação.
7ª) Do Reino, que começará com a Segunda Vinda de Cristo e terminará com o juízo do Grande Trono Branco - é também chamada de Dispensação do Milênio.
Entendemos que estas sete dispensações acabam criando sete diferentes planos de salvação. Deus assim teria sido mais rigoroso com uns do que com outros, como, por exemplo, antes de Cristo as pessoas seriam salvas por um sistema totalmente legalista
Segundo os dispensacionalistas a Bíblia divide a humanidade em três grupos distintos: judeus, gentios e a igreja, e se dirige a esses grupos separadamente, de maneira sistemática, e essa divisão tripartida fornece a “chave para todo estudo e interpretação da Bíblia”. Nós entretanto sabemos que em Cristo todas as distinções raciais, étnicas, de sexo, etc. foram desfeitas. Veja Gálatas 3: 26 a 29, e Romanos 10:12.
Na Bíblia temos apenas duas dispensações, a de antes de Cristo, em que os sacrifícios e cerimônias apontavam para Ele, e a segunda depois de Cristo. A primeira era o tipo, sombra ou figura, e a segunda a realidade ou a concretização. A primeira prefigurava em símbolos a revelação do Messias que foi morto no calvário, mas, em verdade o foi desde a fundação do mundo. No Velho Testamento a salvação também era pela graça. Veja Êxodo 20: 2; Isaias 55: 1 -4, e Salmos 6:4. Deus não muda, Malaquias 3:6; Tiago 1:17, Ele “é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13: 8).
_________________________________