quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Lição 9 - O Juízo pré-advento, 1ª parte, por Paulo E. Penno



Para 23 a 30 de novembro de 2013

Eu pensei que a oração antes de dormir: "—Senhor, perdoa todos os meus pecados", fosse suficiente para apagar o meu registro no céu. Deus não diz, "Eu, Eu mesmo, Sou o que apago as tuas transgressões por amor de Mim, e dos teus pecados não Me lembro?" (Isa. 43:25)
Agora vem o problema de compreender o que Pedro diz em Atos 3:19: "Arrependei- vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor." Pedro diz que "sejam apagados os vossos pecados ‘nos’ tempos do refrigério." Não colocamos um fim ao pecado no momento em que são confessados? Por que eles estarão ainda por aí no momento do derramamento do Espírito Santo na futura "chuva serôdia"?
Deus é fiel à Sua palavra. Ele "lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (Miquéias 7:19). Então, por que tem que haver um juízo investigativo? Porque, assim como no tipo do antigo tabernáculo terrestre o pecador penitente ia embora do santuário realmente perdoado, seu pecado estava gravado nele, aguardando sua eliminação final no dia anual da expiação.
Claramente, tem que haver um julgamento antes da volta de Jesus, então é que os pecados do povo de Deus, perdoados durante todo o tempo passado, serão finalmente "apagados." Pedro escreve: "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus, e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?" (1ª Pedro 4:17).
Os livros de registro celestes são um retrato exato de nossas vidas. Tudo o que já dissemos, fizemos ou pensamos, tanto conhecidos como desconhecidos, está devidamente registado na mente. E agora, no julgamento da história de nossa vida coincide com o seu legado. Nossa final sentença biográfica é escrita com um "termo"  (*um texto redigido) —Você realmente quer que seus pecados sejam "apagados"?
Deixe uma lição de seu computador ilustrar o ponto. Ao você usá-lo existem documentos que você remove, colocando-os na "lata de lixo." Mas os arquivos ainda estão lá, só para o caso mais tarde você decidir reutilizá-los e recuperá-los.
Então, quando você confessa os seus pecados, eles são de fato perdoados, mas os seres humanos pecadores às vezes podem voltar aos velhos hábitos, como o cão que Pedro diz “volta ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama” (2ª Pedro 2:22). E o Senhor não quer levar ninguém para o céu que, secretamente está pesaroso (*da decisão que tomou), e que ele nunca se arrependeu e ele realmente quer voltar para o diabo.
Portanto, finalmente, chega um momento em que o "lixo" acumulado precisa ser esvaziado. Mas, espere um minuto! Uma pequena mensagem aparece: "—Você realmente deseja apagar tudo?"
Como estamos perto da vinda de Cristo, tem que haver uma investigação definitiva: "Você tem certeza que você quer que seus pecados sejam perdoados para sempre? Você tem certeza que você não quer voltar nunca a seus velhos hábitos egoístas, sensuais e mundanos?" Bem, eu espero que você esteja pronto para clicar “sim!!!” sobre isso. Você clica no "Sim". E então todo o "lixo" se vai para sempre, de forma irrevogável.
A boa nova da mensagem de 1888 é que o nosso advogado, Jesus, está de pé por nós no juízo investigativo opondo-Se ao advogado de acusação. Zacarias viu isto retratado em visão. Representando os pecadores estava "o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor", que é o nosso advogado de defesa, "e Satanás [o promotor] estava à sua mão direita, para se lhe opor" (Zacarias 3:1). O resultado do julgamento foi: as "vestes sujas" de Josué foram removidas e ele estava vestido "de vestes finas” (v. 4).
Para mudar a metáfora, em 1888 o Marido da noiva propôs casamento, dando à remanescente Igreja Adventista do Sétimo Dia as "vestes de casamento."
Jesus ensinou o juízo pré-advento através de uma parábola. O rei chamou convidados de todas as esferas da vida para um casamento (*e ele mesmo forneceu todos as túnicas que queria que os convidados trajassem). "Quando o rei entrou para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com a veste de casamento: e lhe disse: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial E ele emudeceu" (Mat. 22:10-13), e foi expulso.
Aqui, o "rei" inspeciona os "convidados" para saber se eles estão usando a "veste nupcial", que ele tinha dado a cada um. Neste caso, um "amigo" negligenciou vestir a roupa e ficou "sem palavras". Aqui é apresentado o conceito de um julgamento antes do casamento.
1888 é o convite para o casamento. Falando da mensagem de 1888, Ellen White enfatiza algumas maravilhosas boa novas: "Estamos no dia da expiação, e devemos trabalhar em harmonia com a obra de Cristo de purificação do santuário dos pecados do povo. Que nenhum homem que deseja ser encontrado com a veste nupcial, resista nosso Senhor na obra de Seu ofício" (The Advent Review and Herald, de 21 de janeiro de 1890 ) .
Aquele que vai realizar essa tarefa incrível é o Sumo Sacerdote do santuário celestial. Seu negócio é ser um Salvador do pecado. É Seu o trabalho de purificar o santuário, não nosso, mas é o nosso trabalho cooperar com Ele, para deixá-Lo fazer isso (*purificar o santuário do nosso coração), parando de impedi-Lo "na obra de Seu ofício."
A mensagem de 1888 é a mais clara compreensão da justificação pela fé, que é paralela e consistente com a verdade da purificação do santuário. Quando os corações do povo de Deus na Terra estiverem purificados então o santuário celestial será purificado. Justificação não é, exclusivamente, expurgar o registro do pecado no céu. O nosso sumo sacerdote “fará expiação por vós, para purificar-vos, e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Senhor" (Levítico 16:30).
Isso é precisamente o propósito do juízo investigativo — não para condenar o povo de Deus, mas para purificá-los, para que eles possam conhecer Jesus em pessoa quando Ele voltar.
Há pecado, consciente e inconsciente, que deva ser descoberto, e dele se arrepender, e "vencê-lo" (Apocalipse 3:21), de modo que aqueles que seguem o grande Sumo Sacerdote em Sua obra de encerramento da expiação não possam ser consumidos pelo brilho da vinda de Jesus. Este vai ser um momento sério!
O Sumo Sacerdote não quer condená-lo, Ele quer vindica-lo — esse é o único julgamento que Ele quer fazer no seu caso.
Não O pare, não O impeça em Seu trabalho em curso !

- Paul E. Penno

Nota:
Esta lição e o seu vídeo, do Pastor Paul Penno, estão na Internet em: http://1888mpm.org

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

________________________


Lição 9 - O Juízo pré-advento, 2ª parte, por Paulo E. Penno

Para 23 a 30 de novembro de 2013

Se você soubesse que o Dia do Juízo de Deus consiste em apreciar-se "o amor incomparável de Cristo,"1 mudaria este fato de aspecto de temor do juízo em uma boa nova? Isto é exatamente o que o Senhor está tentando dizer ao Seu povo remanescente nos últimos dias através da "mui preciosa mensagem," que começou em 1888.
O tema do livro de Sofonias é o "dia do Senhor". Este dia envolve dois aspectos: julgamento e restauração. O julgamento purificador vai trazer a esperança de um remanescente em todo o mundo.
A razão pela qual Deus anunciou o dia do juízo sobre Sua antiga igreja (*na velha dispensação) é que os líderes foram os principais responsáveis ​​pelos males da sociedade. O governo, o sistema judicial, e os líderes religiosos eram todos corruptos e perversos. "Ai da rebelde e contaminada, ... Os seus príncipes são leões rugidores, ... seus juízes são lobos ... seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanam o santuário" (Sofonias 3:1-4).
Citando Sofonias 1:15, 16, Ellen White escreve, Deus "apela para Seu povo a fim de que desperte de sua letargia espiritual e busque Sua face com arrependimento e humilhação."2 Mas eles se sentam," gordos e preguiçosos, divertido-se e relaxando" (Sofonias 1:12, Edição A Menssagem, por Peterson3). Eles não se sentem ameaçados pelo julgamento de Deus de modo algum.
Eles demonstram orgulho e arrogância. "Esta é a cidade alegre, que vive despreocupadamente, que diz no seu coração: Eu sou, e não há outra além de mim" (Sofonias 2:15). Orgulho de poder institucional permanente e de rápido crescimento estatístico, pode não ser a medida de sucesso para o povo de Deus. "Não é aconselhável abrir mais campos do que podem ser muito bem trabalhados." Porque tem havido, "primeiramente egoísmo" nos “corações dos obreiros, ... ciúmes, ruins suspeitas; invejas construíram barreiras entre vocês e Deus, tornando-se impossível para o Senhor fazer a Sua obra .... "4
O grande problema da igreja antiga eram seus professores, pregadores e eruditos. "Os profetas são irresponsáveis ​​e traiçoeiros; o sacerdotes profanam o que é sagrado (*o Santuário, Alm. Fiel), e torcem a lei de Deus em seu próprio benefício" (Sofonias 3:4, versão Boas Novas). O espírito de profecia nos alertou que "toda a variedade de erro será apresentada no misterioso trabalho de Satanás, que, se possível fora, enganaria até os escolhidos (*Mat. 24: 24), e os afastaria para longe da verdade. Haverá sabedoria humana para defrontar, a sabedoria de homens instruídos, que, como os fariseus, são mestres da lei de Deus, mas eles mesmos não a obedecem".5
Há muita sabedoria humana para defrontar nas teorias da justificação pela fé que menosprezam a lei de Deus. Em outras palavras, há "evangelhos" sendo ensinados e proclamados que são antinomianismos6.
Qualquer evangelho que ensina que a vida eterna é oferecida a todos, mas não faz nenhum bem a você até que creia e tenha uma relação salvadora com Jesus, faz da fé uma obra humana que inicia a salvação pessoal. O apelo é para o arrependimento individual, porque há um céu a ganhar e um inferno a evitar (*este é um apelo ao ego). A motivação é salvar sua própria alma individual. Mas não há interesse próprio na lei de amor de Deus. Se alguém pode ser salvo em seu egoísmo, esse evangelho é contrário à lei).
Na medida em que esta visão da justificação pela fé, e variações dela, se infiltraram em nosso pensamento através de nossas instituições educacionais, mídia impressa, políticas administrativas e agências evangelísticas, o ministério do juízo investigativo de nosso Sumo Sacerdote busca revelá-los a nós a fim de purificar o Seu povo.
A única autêntica justiça pela fé é o evangelho do santuário. O que Cristo realizou na cruz é uma eficaz inversão salva-vidas da condenação trazida sobre a raça humana pelo primeiro Adão. Cristo tem realmente dado a "absolvição e vida" a cada um (Rom. 5:18, edição da Bíblia Inglesa Revisada). Seu divino amor sacrifical derrete o coração humano em arrependimento pelo pecado, para que a fé aprecie o que custou ao Filho amado de Deus morrer a segunda morte do pecador. Ela recebe a expiação que Deus dá (Romanos 5:11). Isso significa que a fé opera por amor e é obediente a todos os mandamentos de Deus.7 Este evangelho está em harmonia com a lei de Deus. É "a verdade do evangelho", revelada a partir do santuário.
Em um artigo intitulado "A Igreja de Laodicéia," Ellen White faz a aplicação do livro de Sofonias ao Israel moderno. "Aqueles que trabalham no temor de Deus para livrar a igreja de obstáculos, e para corrigir graves erros, para que o povo de Deus possa ver a necessidade de abominar o pecado, e que eles possam prosperar em pureza, e o nome de Deus seja glorificado, sempre irão defrontar influências opositoras dos não consagrados. Sofonias descreve o verdadeiro estado desta classe, e os terríveis juízos que virão sobre eles."8
Enquanto a mensagem à igreja de Laodicéia é dada, haverá duas opostas "confissões de pecado," uma verdadeira e outra falsa: "Confissões de pecado feitas no momento certo para justificar o povo de Deus será aceito por Ele. Mas há aqueles entre nós que farão confissões como a de Acã, tarde demais para salvar a si mesmos ... Eles desprezam o testemunho direto que atinge o coração, e se alegrariam em ver silenciada cada pessoa que faz censura."9
O temido "juízo investigativo" é preciosa boa nova; os livros do céu são meros reflexos fiéis de nossos corações; a sua "purificação" no santuário não pode ser feita até que, primeiro, nossos corações aqui na terra sejam purificados. O Senhor vai fazer isso, se nós pararmos de impedi-Lo!
Alguém tem nos feito passar fome de nossa nutrição espiritual dada a nós por Deus, se o medo domina nosso pensamento sobre um juízo pré-advento, pois João diz que "o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena" (1ª João 4:18, a NVI diz “porque o medo envolve castigo”). Se o medo ainda está lá, então uma verdadeira compreensão do Evangelho está ausente! Seria impossível para tal medo prender a atenção da nossa juventude neste século 21, se "nós" tivéssemos aceitado "a mui preciosa mensagem" na época de 1888 e desde então. A ideia especial, Ágape (amor), é a ideia básica da mensagem, e é esse Ágape que "lança fora o temor."
Será uma muito esperada união de corações — Cristo e Seu povo — Sua igreja. A união será tão próxima quanto a de uma noiva com seu marido (Apoc. 19: 7 e 8). O juízo pré-advento que assusta a muitos se torna como a alegria de um casamento! "Regozijemo-nos e alegremo-nos" é o clamor do coração daqueles que abrem seus corações para a "mui preciosa mensagem de graça muito mais abundante” (*Rom. 5: 20). É o que o Espírito Santo tem procurado imprimir em nossos corações todas essas muitas, muitas décadas!
Mas, por favor, lembre-se, isso não é "graça barata". Tal mui abundante graça motiva o crente à devoção sem fim, total obediência à lei de Deus (não por temor, mas por alegria), total reconciliação de coração com Ele. Vamos parar de resistir a Sua graça!

- Paul E. Penno

Notas (a 3ª e a 6ª são do tradutor):

[1] The Ellen G. White 1888 Materials, p. 1076.
[2] Ellen G. White, O Grande Conflito, pág. 311.
3) A versão “A Mensagem — A Bíblia em linguagem contemporânea,” do pastor presbiteriano Eugene H. Peterson. A Almeida Fiel diz: Castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O SENHOR não faz o bem nem faz o mal.”
 [4]  "What Might Have Been Accomplished If Selfishness Had Been Eradicated." [O que Poderia Ter Sido Feito se o Egoísmo Tivesse Sido Erradicado]. Manuscript Releases, vol. 11, págs. 80-81. Carta 3, 1892 (de Ellen G. White para Will D. Curtis, 16 de janeiro de 1892).
[5] Ellen G. White, no artigo "Perigosas Doutrinas Errôneas," Publicado em Signs of the Times, de 27 de Março de 1884. 
6) “O antinomianism no cristianismo é a crença de que, sob a dispensação do evangelho da graça, a lei moral é inútil, não havendo obrigação de observá-la, porque somente a fé é necessária para a salvação. O antinomianism e a doutrina protestante sola fide (justificação pela fé) são historicamente relacionados. Comumente visto como o oposto teológico ao antinomianismo é a noção de que a obediência a um código de lei religiosa ganha a salvação, como legalismo ou salvação pelas obras, ou judaizantes. O termo "antinomianismo" surgiu logo após a Reforma Protestante (c.1517) e, historicamente, tem sido usado principalmente como um termo pejorativo contra os pensadores cristãos ou seitas que levaram a sua crença na justificação pela fé, mais do que era costume. Um exemplo foi a crítica ao antinomianismo por Martinho Lutero,  e outro foi a controvérsia antinomianista do século XXVII da Colonia da Baia de  Massachusetts. Embora o termo seja do século 16, o tema tem suas raízes em visões cristãs sobre o antigo concerto (*de Êxodo 19:8 e 24:7), e se estende até o primeiro século. O antinomianismo também pode ser usado em relação a qualquer pessoa que rejeita a moralidade social estabelecida. No entanto, alguns grupos, fora do anarquismo, como o anarquismo cristão ou anarquismo judáico, explicitamente se auto-denominam ‘antinomiano’.” (colhido da Wikipedia, the free enncyclopedia).
“ANTINOMIANISMO. De anti, ‘contra,’ e nomos, ‘law,’ e significa uma atitude de hostilidade para com a lei, especialmente de cristãos contra a lei, incluindo o decálogo. Vestígios de antinomianismo eram evidentes entre os gnósticos maniqueístas do terceiro século, e através da Idade Média. Originou-se como um fenômeno teológico distinto com o alemão Johanes Agrícola (1494-1566), (*Reformador protestante que, embora sendo amigo de Lutero, se opôs a ele  na questão da imposição da lei sobre os cristãos), cujos pontos de vista eram condenados pela Fórmula de Concorde em 1577. Durante os séculos XXVI e XXVII o antinomianismo apareceu na Inglaterra, onde seus advogados eram conhecidos como ‘Ranters’. São encontrados hoje  em certas formas de dispensacionalismo.
“A antítese de antinomianismo é nomianismo, o qual se manifesta como legalismo, isto é, a ideia de que a salvação pode ser obtida por estrita submissão aos requerimentos legais ao invés de pela fé de Jesus Cristo. Os adventistas do 7º dia crêem que legalismo e antinomianismo são igualmente contrários ao espírito do evangelho. Eles [nós] vemos os dez mandamentos e a graça não como se auto excluindo, mas como harmônicos entre si (Rom. 1:7; 3:31; 5:1; 7:12).Para os adventistas do 7º dia, salvação é pela graça somente, mas a obediência a toda a vontade revelada de Deus, incluindo o decálogo, é fruto da fé” (Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, páginas 57 e 58)
“Preciosa era a mensagem que [Lutero] levava às ávidas multidões, que ficavam embevecidas ante suas palavras. Nunca dantes tais ensinos lhes haviam caído aos ouvidos. As alegres novas do amante Salvador, a certeza de perdão e paz mediante Seu sangue expiatório, alegravam-lhes o coração, inspirando-lhes imorredoura esperança” (E. G. White, em O Desejado de Todas as Nações, pág. 126).
“A função do decálogo é condenar (*provar a culpabilidade) o pecado, mas a lei não tem poder para perdoar. O perdão vem, exclusivamente, pela justificação através da fé de Jesus” (Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, pág. 58)
 [7] Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, págs. 91 e 92.
 [8] Ellen G. White, no artigo, "A Igreja de Laodicéia," publicado na Review and Herald, de 23 de setembro de 1873.
 [9] Ibidem.    

Nota: O vídeo dessa lição do Pastor Paulo Penno está na Internet em inglês em: http://1888mpm.org
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

__________________________

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Lição 8 - Cristo, Nosso Sacerdote, por Robert J. Wieland



Para 16 a 23 de novembro de 2013

Muitas pessoas se perguntam: O que Cristo, nosso Sumo Sacerdote, está fazendo agora no santuário celestial? Está Ele de férias, ou absorvido no trabalho em algum outro canto do Seu grande universo? Está Ele falando sério quando diz que "o tabernáculo de Deus [deve estar] com os homens" (Apocalipse 21:3)? A ideia da mensagem de 1888 da purificação do santuário alivia a mente desta perplexidade.
A pedra fundamental, a ideia inicial, que permeia "a mensagem de 1888" simplesmente, é algo que nunca passou pela mente de Lutero, Calvino, ou os irmãos Wesley, ou qualquer evangélico guardador do domingo da época de 1888, ou, ao que parece, ainda irá penetrar na consciência dos nossos irmãos e irmãs de hoje guardadores do domingo. Talvez não tenhamos dito isso de uma forma que prende seu interesse. É a purificação do santuário celeste, o ministério de nosso grande Sumo Sacerdote no segundo compartimento do santuário ou Santíssimo. O contexto da mensagem de "1888" é o dia cósmico da Expiação. Estamos vivendo nele desde 1844. Tempo, finalmente, para se entender justificação pela fé!
Ellen G. White escreveu: "O santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens [a justificação pela fé]. Diz respeito a toda a alma que vive sobre a Terra. Patenteia-nos o plano da redenção, transportando-nos até mesmo ao final do tempo e revelando o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado. A compreensão correta do ministério do santuário celestial é o fundamento da nossa fé" (Evangelismo, pág. 222, 221).
E ela continua: "O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844. Revelou um conjunto completo de verdades, ligadas harmoniosamente entre si e mostrando que a mão de Deus dirigira o grande movimento do advento e apontara novos deveres ao trazer a lume a posição e obra de Seu povo" (ibid., pág. 222) .
De 1844 em diante, a principal obra de Cristo não era mais preparar as pessoas crentes para morrer e ir à sepultura para esperar a primeira ressurreição (uma preparação suficientemente maravilhosa, se você vai morrer!). Mas agora, neste grande Dia da Expiação nosso Sumo Sacerdote deve preparar um povo para estar pronto para a trasladação sem provar a morte .
Mas como é a justificação pela fé mais plenamente compreendida, nestes últimos dias, do que o foi por Lutero e Calvino, no século 16? Será que eles não a proclamaram claramente? Sim, eles o fizeram — para o seu tempo. Mas eles viveram antes do "tempo do fim", quando "o conhecimento se multiplicará" (Daniel 12:4). Seu trabalho, que o Senhor lhes deu, foi preparar um povo para morrer e chegar à primeira ressurreição (cf. Luc. 20:35); “Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro,” 1ª Tessalonicenses 4:16, 17), e eles foram fiéis à luz que viram.
Agora, neste "tempo do fim", estamos vivendo no grande cósmico, antitípico" Dia da Expiação". Deus está preparando um povo para ser "havidos por dignos ... de estar em pé diante do Filho do homem", para ser trasladado na Sua segunda vinda (Lucas 21:36). E não há poder no céu ou na terra que possa cumprir esse objetivo, exceto "o evangelho de Cristo". Só ele "é o poder de Deus para a salvação" (Rom. 1:16). É o que Pedro diz ser "a presente verdade" (2ª Pedro 1:12). Essa compreensão mais clara do "evangelho eterno" (Apoc. 14:6) vai ensinar o povo de Deus a cantar "um novo cântico" que "ninguém" pode "aprender, senão os 144.000, os que foram [são] comprados da terra", em cuja "boca não se achou [existe] engano, porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus" (vs. 3-5). Não existe uma progressão da verdade envolvida, mas há uma progressão na compreensão da verdade. "O conhecimento se multiplicará."
Uma alteração no carácter está envolvida. A justiça legalmente imputada de Cristo torna-se a Sua justiça transmitida na pratica, quando a Noiva de Cristo "se preparou" para "as bodas do Cordeiro” longamente adiada". Pela primeira vez nas longas eras de grande conflito, ela está "vestida de linho fino, puro e resplandecente, porque o linho fino são as justiças [comunicadas] dos santos" (Apocalipse 19:7, 8 no grego). Agora, a noiva está mais preocupada com a honra e glória de Cristo do que mesmo com sua própria salvação, que é a justificação pela fé bíblica. Ela vence "assim como Eu [Cristo] venci” (3:21); o eu, finalmente foi crucificado com Ele. Esse será o fruto da obra de Cristo como Sumo Sacerdote do mundo em Sua obra final no Santíssimo do Seu santuário celestial (ver Heb. 4:14-16; 7:25; 9:23-28; 10:18-25; 11:39, 40, 13:20, 21).
Mas a ideia 1888 da purificação do santuário não é que o povo de Deus faz tal obra. O Sumo Sacerdote é que a faz; Seu povo deixa de O resistir "em Sua obra de Seu ofício" (para usar a expressão de Ellen White ). Eles O deixam fazer isso. Em nenhum lugar a Bíblia diz que os antigos israelitas tinham de purificar o santuário em seu dia anual da expiação. O sumo sacerdote deles é quem sempre fazia isso!
Mas alguns perguntam por que Jesus, como nosso Sumo Sacerdote, tem de "fazer intercessão" por nós diante do Pai (Hebreus 7:25). A palavra "intercessão" implica que alguém não está feliz e tem que ser intercedido a nosso favor. Cristo "está à direita de Deus", diz Paulo, "e também intercede por nós" (Rom. 8:34). João acrescenta sua visão quando ele compara Cristo a "um Advogado para com o Pai", a palavra "advogado" sendo parakletos no grego (1ª João 2:1), "era usada em um tribunal de justiça para designar um assistente jurídico, o advogado da defesa, que pleiteia a causa de outro."
Em outras palavras, Jesus é um advogado de defesa pleiteando um caso "com o pai", diz João. Parece que o Pai é o Juiz e que nós estamos em julgamento diante dEle, e que nós perderíamos nosso caso, se não fosse por Jesus estar lá em nosso nome. Isso é 100 por cento verdade, nós realmente iriamos perder se não fosse o nosso Advogado divino trabalhando ao nosso lado .
O Pai, assim como o Filho, odeia o pecado. Mas, em conformidade com o acordo entre ambos, Cristo tornou-Se o (*novo) Adão representante da raça humana e pagou a penalidade como substituto e Fiador do pecador, tendo provado a morte por todos, Hebreus 2:9. Assim, a ira de Deus contra o pecado foi experimentada por Cristo na cruz. Ele sofreu a maldição de Deus, que foi a condenação da segunda morte. Seu sangue derramado O qualifica como advogado da humanidade junto ao Pai. Isso torna possível para o Pai derramar Suas bênçãos da vida igualmente sobre ambos, os justos e os injustos .
Mas quem é Ele que está "pleiteando", "intercedendo"? Quem precisa ser "persuadido" a nos aceitar? Faz sentido dizer que é o Pai? Não foi Ele quem tomou a iniciativa, "amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito" por nós? Como Ele poderia estar contra nós, precisando de Jesus "interceder" por nós? Será que o Pai tem um cassetete escondido atrás das costas, prestes a deixar-nos tê-lo, e então Jesus se aproxima e diz: "Olha, Pai, as feridas em minhas mãos, etc. Por favor, seja bom para com essas pessoas"? Não, isso não faz sentido. O Pai nos ama tanto quanto o Filho nos ama! Então, com quem Jesus está intercedendo?
Está Ele intercedendo com o diabo? Será que ele ou seus anjos jamais serão persuadidos a ser bons para nós? Dificilmente! Então, quem tem de ser convencido a "aceitar" a gente, para parar de nos condenar? Os anjos bons? Não, eles são "todos espíritos ministradores, enviados para servir a favor" de nós, não contra nós (Heb. 1:14 ) .
Então, quem é que precisa ser "persuadido," com intercessão para "aceitar-nos,” exceto nós mesmos? Nós somos os únicos que precisamos manter nossas cabeças erguidas, para nos juntarmos a Paulo em ser "convencidos" de que nada vai "separar-nos do amor de Deus" (Rom:8:38, 39).
O destaque na mensagem de 1888 é a ideia de deixar de resistir ao nosso Senhor. Não foi senão depois da Conferência de 1888 que Ellen White declarou claramente: "O pecador pode resistir a esse amor, pode recusar-se a ser atraído para Cristo, mas se ele não resistir ele será atraído para Jesus ... em arrependimento por seus pecados" (Caminho a Cristo, pág. 27). Aí está a essência desta purificação do santuário !
O grande Dia do ministério da Expiação é a atividade mais importante acontecendo hoje no universo celestial. Mantenha-se em sintonia com ela.

-A partir dos escritos de Robert J. Wieland


Nota ao Leitor: Robert J. Wieland escreveu uma história para a juventude , intitulado "O que Jesus está fazendo agora?" Solicite-a, e nós lhe enviaremos um PDF, ou você pode encontrá-lo em:

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
________________________________