quarta-feira, 22 de junho de 2016

Lição 13 — Crucificado e ressurreto, por Paulo Penno



Para 18 a 25 de junho de 2016

Jesus não realizou qualquer trabalho nesse último sábado ao repousar no sepulcro novo de José. Agora descansava de Sua longa e penosa obra como Salvador do mundo. Tinha sido uma semana muito agitada.
A unção de Betânia; a entrada em Jerusalém sobre um jumento no início daquela semana agitada; enfrentar as alegações dos líderes judaicos que se Lhe opunham; pregar seu Sermão sobre eventos dos últimos dias de Mateus 24; Sua última reunião com Seus discípulos quando organizou a Ceia do Senhor na quinta-feira à noite; a agonia no Jardim do Getsêmani quando quase morreu e isso se teria dado não fosse um anjo vir fortalecê-Lo para aguentar mais sofrimento; Sua decepção com os discípulos, dormindo durante o Seu período de agonia; a traição de Judas e a prisão cruel pela polícia; a marcha forçada até a casa do sumo sacerdote, então o julgamento de toda a noite (ilegal) foi ridicularizado, cuspido, espancado e desprezado; a terrível tristeza ao ouvir Pedro negá-Lo três vezes com maldição e falso juramento; o julgamento diante de Pilatos; a marcha forçada de novo até Herodes, e seu desprezo escárnio que Jesus teve de suportar; a marcha de volta a Pilatos; ter de ouvir as pessoas gritando “Crucifica-O Crucifica-O!”; o último contacto com Pilatos, quando o governador quase se rendeu aos apelos da esposa implorando para não condenar a Jesus; a sentença de morte; a zombaria dos soldados; a coroa de espinhos na cabeça; a vaia da multidão; ser abandonado por todos os Seus discípulos; a marcha forçada desta vez para a colina chamada Calvário, quando O obrigaram a carregar a Sua cruz pesada; Seu desmaio sob o peso; ouvir as mulheres chorando e lamentando sobre Ele e Seu último sermão a eles quando disse: “Não choreis por mim, antes, chorai por vós e por vossos filhos!” (Luc. 23: 27-31); a crucificação real com a sua dor física; o esforço de Sua alma para dizer palavras ao ladrão arrependido: “Estarás comigo no paraíso!”; os insultos dos sacerdotes e dos governantes e da multidão cruel ao estar pendurado na Sua cruz de dor e vergonha; o terror da grande escuridão que sobreveio ao meio-dia daquela sexta-feira quando exclamou de Seu coração partido “Meu Deus, meu Deus, por que Me desamparaste?”; Sua recusa de provar a bebida intoxicante que lhe ofereceram para ajudar a amortecer Sua dor; Sua agonia mental ao lutar na Sua mente contra o desespero (uma luta que esgotaria qualquer um!); Sua escolha, com Sua última gota de força para crer que Seu Pai não O abandonaria, que Seu sacrifício seria aceito, que — sim! Ele havia salvado o mundo!
E, em seguida, inclinando a cabeça orou: “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito”, e morreu.
Ele estava cansado, oh, tão cansado! Mas Ele tinha terminado a Sua semana de duro trabalho e agora estava descansando na tumba no santo dia de sábado.
A mensagem de 1888 nos mostra o tipo especial de morte de que Jesus, o Filho de Deus, morreu (Gal. 2:20). Ele “provou a morte por todos” (Heb. 2:9), e não o tipo comum de morte a que chamamos de “sono”. Não, Jesus não “iria dormir por nossos pecados”, Ele morreu pelos nossos pecados! Morreu o equivalente ao que a Bíblia chama de “segunda morte”, a coisa real (Apo. 2:11). Ele percorreu todo o caminho para o inferno a fim de encontrar-nos e para nos salvar. Desde o começo do mundo, Ele é a única pessoa que realmente morreu; todos os outros foram dormir!
Na cruz, Cristo sentiu o horror de separação eterna do Pai. Isto foi devido à culpa infinita, mas não a dor hipócrita de justificação do eu, de uma pessoa sem pecado, que sente a sua inocência; era a autocondenação total sentida por Aquele que “não conheceu pecado, mas foi feito pecado por nós” (2 Cor. 5:21). O “nós” é toda a raça humana. Combine a culpa de todo o pecado do mundo: é o que Ele suportou “em Seu próprio corpo”, em Seu sistema nervoso, em Sua alma, sentindo como se a culpa fosse Sua própria (1 Ped. 2:24). Ele morreu pela raça humana e morreu como a raça humana, pois tornou-Se o nosso segundo Adão. Ao morrer o equivalente a nossa segunda morte, Ele livrou a raça humana daquela morte (“não pereça”, João 3:16).
Tem-se que fazer duas perguntas: “Qual é o castigo pelo pecado?” e a resposta tem que ser, “a morte” (Rom. 6:23; Eze. 18:.4; Gên. 2:17; Apo. 2:11; 20:14). A primeira morte, que a Bíblia chama de “sono”, nunca pode ser o castigo pelo pecado. A Bíblia não diz que “Cristo foi dormir por nossos pecados”, mas que “Cristo morreu pelos nossos pecados” (1 Cor. 15: 3). Ele sofre a verdadeira punição por nossos pecados? A resposta deve ser “sim”, ou estamos perdidos para a eternidade. Assim, Cristo morreu a segunda morte de cada homem (Heb 2:9).
Mas como então Ele poderia ser ressuscitado ao terceiro dia? A segunda morte não são meros graus de calor e dor física do lago de fogo (Apo. 20:14). Na cruz, Cristo mal sentia a dor física, tão terrível era a Sua angústia espiritual, sendo “feito . . . pecado por nós”.1 Da mesma forma, o perdido dificilmente vai sentir a dor física, tão grande será a angústia espiritual sentida por causa de sua verdadeira culpa — que agora, finalmente, percebem plenamente. A angústia do desespero que Jesus suportou na cruz foi em si a experiência precisa que os perdidos terão afinal — a segunda morte (Apo. 2:11). Isaías descreve-a claramente: “Ele derramou a Sua alma na morte”. “Portanto”, O honra supremamente, e “por isso Lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá Ele o despojo”. “Ele verá o trabalho de Sua alma, e ficará satisfeito” (Isa. 53:11,12).
 “Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (Atos 2:24). Aquelas não eram as “dores” de um mero sono! Não só assumiu Ele o compromisso total de Sua “alma” para a morte eterna — não ver “através dos portais do sepulcro”.2 Na verdade, Ele experimentou a agonia total da segunda morte real. Aqueles que negam isso não entendem por que o Seu Ágape tornou “impossível” que Ele permanecesse na tumba. A ressurreição de Cristo é um princípio eterno. Todos os que escolhem ser “crucificados com Cristo”, motivados por esse Ágape de Cristo em morrer com Ele a segunda morte, diz Paulo, não podem “possivelmente” ser mantidos em seu poder: “Porque, se fomos plantados [unidos] juntamente com Ele na semelhança da Sua morte, também o seremos na da Sua ressurreição” (Rom. 6: 5).
Mas essa segunda morte horrível não podia segurá-lo. Satanás queria mantê-lo cativo lá, mas lhe era impossível. O Filho de Deus viveu e morreu triunfante sobre o pecado e Satanás; Ele tinha “condenado o pecado na carne”, a nossa decaída carne do pecado, e tinha obtido a vitória para toda a raça humana; Ele havia, sozinho, arrancado de Satanás, o controle e regência deste mundo. Ele havia vencido o pecado. Agora Ele deve ser ressuscitado como vitorioso sobre a morte também!
A voz do Pai chama, “Jesus! Saia desse cárcere da morte!” Foi tão real!
Ele cuidadosamente dobrou as mortalhas com que O tinham envolvido, e as depositou ordenadamente. Então saiu do túmulo escuro para a luz eterna da Sua vida de ressurreição.
Sim, nEle você e eu somos ressuscitados, também. “Aquele que tem o Filho tem a vida eterna”, diz João (1 João 5:11,12). Jesus tinha dito: “Porque Eu vivo, vós também vivereis” (João 14:19).
É por isso que quando Jesus foi ressuscitado, você foi ressuscitado “também”! Agora, seja feliz para sempre; e demonstre a sua gratidão por segui-Lo “onde quer que Ele vá” (Apo. 14: 4).
Paul E. Penno
Notas:                                                        

1) Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 753.

2)Ibidem                                                      


O video do Pr. Paulo Penno desta lição em inglês está na internet em:
Também esta introspecção da lição da Escola Sabatina desta semana está na internet em: http://www.1888mpm.org
Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em
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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Lição 12 – Os Últimos Dias de Jesus, por Arlene Hill



Para 11 a 18 de junho de 2016

Nossa lição desta semana vale-se de uma abordagem única para entender o custo da cruz focalizando na lição de “liberdade e livre-arbítrio". Sem a compreensão adequada da natureza de Cristo como desenvolvido pelos pioneiros da mensagem de 1888, a cruz nunca pode ser devidamente compreendida.
Embora houvesse muitas pessoas fazendo escolhas durante a semana anterior ao Calvário, nenhuma foi mais importante do que a escolha que Jesus teve de fazer. Às vezes podemos ser tentados a pensar que a natureza de Cristo era tão diferente da nossa que Ele passou serenamente pelo que conhecemos como “Semana da Paixão”, sem dúvidas, reservas ou preocupações. Cometemos um erro se pensarmos que Jesus empregou algum de Seus poderes divinos para atravessar as partes penosas dessa semana. Um dos pontos-chave da mensagem de 1888 é uma compreensão adequada da natureza em que Cristo viveu durante o Seu tempo na terra. Sem isso, é impossível compreender a cruz.
Ellet J. Waggoner, um dos “mensageiros” de 1888, escreveu: “A humilhação que Cristo voluntariamente tomou sobre Si é melhor expressa por Paulo aos Filipenses: “Tende em vós a mente que houve também em Cristo Jesus, que sendo originalmente na forma de Deus, não contou com isso como algo que deve ser aproveitado [isto é, a isso apegar-se] para estar em pé de igualdade com Deus, mas esvaziou-Se, tomando a forma de um servo, tornando-Se em semelhança dos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se, tornando-Se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil. 2: 5-8, Versão Revisada, leitura marginal). ...
 “É-nos impossível compreender como Cristo poderia, como Deus, humilhar-Se à morte de cruz, e é pior do que inútil especularmos sobre isso. Tudo o que podemos fazer é aceitar os fatos como eles são apresentados na Bíblia”.1
Alguns podem aceitar isso somente se a natureza que Cristo assumiu foi a de Adão sem pecado. “Um pouco de reflexão será suficiente para mostrar a qualquer um que, se Cristo tomou sobre Si a semelhança do homem a fim de que pudesse redimir o homem, deve ter sido o homem pecador de quem Ele foi feito semelhante, pois foi o homem pecador que Ele veio redimir. A morte não tinha poder sobre o homem sem pecado, como era Adão no Éden; e não poderia ter tido qualquer poder sobre Cristo, se o Senhor não tivesse sobre Si a iniquidade de nós todos”.2
Tendo devidamente entendido isso, podemos começar a compreender a realidade da escolha que Cristo foi obrigado a fazer no Getsêmani. A decisão que Jesus teve de fazer, não era que dizia respeito de Suas naturezas divina e humana. Ele deixou de lado a capacidade divina de conhecer o futuro (presciência), de modo que não sabia com certeza se o Seu sacrifício seria aceito. Como Satanás deve ter-se regozijado, instando com Jesus para duvidar de que a Sua vida tinha de fato sido perfeita para que pudesse continuar no rumo da cruz, sem comprometer a Sua missão. Ele viveu toda a Sua vida terrena completamente dependente de Seu Pai, através do Espírito Santo para dirigir os Seus pensamentos e conduta. Agora, Ele estava para ser separado daquele poder. A tentação de duvidar deve ter sido enorme, e Seus discípulos nenhum incentivo Lhe ofereceram, porque estavam dormindo pesadamente.
No entanto, durante a semana anterior ao Calvário, Jesus tinha recebido um dom precioso nas ações de Maria Madalena, uma mulher que de muitas maneiras representa a Sua igreja corporativa desviada. Ela fora atormentada pelo espírito de sete demônios que Jesus dela expulsara, e entregou-Lhe o coração completamente quando viu o Ágape que Jesus incondicionalmente Lhe concedeu. Sua manifestação de gratidão deve ter sido uma lembrança de conforto que o Espírito Santo pôde trazer à mente de Jesus durante o Seu sofrimento.
Sabemos que ela não era uma teóloga, mas apenas Maria, dentre todos os seguidores de Jesus, tinha algum nível de entendimento de que a Sua missão exigia que Ele morresse por seus pecados. A noção egocêntrica dos discípulos da missão de Cristo os impedia de crer que Ele estava para morrer em desgraça. Criam firmemente que Ele tinha vindo para derrubar os odiados romanos. Perderam de vista que a lição de todos esses sacrifícios era de que as promessas do Evangelho envolvem uma cruz a partir da qual todos os benefícios do plano de salvação fluem. A nação de Israel tinha vindo a crer que, ao trazer seus animais para o sacrifício, estavam reforçando uma barganha com Deus. Acreditavam que Deus era obrigado a salvá-los se realizassem os rituais que Ele requeria. Tinham perdido de vista o fato de que a salvação tem sido sempre pela fé na graça salvífica da cruz de Cristo.
Waggoner viu isto: “Todos os mal-entendidos das promessas de Deus a Abraão e à sua descendência surgiram da incapacidade de ver o Evangelho da cruz de Cristo neles. Se fosse lembrado continuamente que todas as promessas de Deus estão em Cristo, a serem adquiridas somente através de Sua cruz, e que, consequentemente, são espirituais e eternas em sua natureza, não haveria qualquer dificuldade, e o estudo da promessa aos pais seria um prazer e uma bênção”.3
No Jardim do Getsêmani Jesus pediu que, se possível, o cálice passasse dEle. A imagem aqui é dos serviços do santuário. Quando o pecador arrependido levava o seu cordeiro, era obrigado a cortar a sua garganta; o sacerdote, em seguida, recolhia o sangue numa taça ou tigela e simbolicamente transferia para o Santo dos Santos por aspergi-lo sobre o véu. Sabe-se que a vida do animal está no sangue. Jesus tinha sido ensinado o significado disso desde a infância, e tinha chegado o momento para Se tornar o tipo final de todos os antítipos sacrificiais. A humanidade que Cristo havia assumido na Encarnação recuava ante a tarefa, especialmente por isso significar a separação de Seu Pai.
A luta que Cristo estava passando era real porque a integridade da Divindade jazia na balança ante o universo que a tudo assistia. Ele não poderia usar a Sua presciência divina para ver, literalmente, através dos portais do sepulcro. A separação de Seu Pai estava arrasando a Sua alma. Na mesma natureza é que devemos combater a batalha da fé. Cristo decidiu apegar-Se às promessas de Deus e acatá-las pela fé em Sua palavra. Sua fé triunfou quando finalmente pôde dizer: “Nas Tuas mãos encomendo o Meu espírito” (*Salmos 31:5). Quando entendemos que Ele passou por essa luta e separação para cada um de nós individualmente, como Maria, nosso coração vai ser derretido em gratidão, a menos que o recusemos. Judas estava desapontado porque Cristo não iria cumprir os seus planos de obter uma posição importante no novo governo que cobiçava. Ironicamente, a gratidão que Maria demonstrou de seu coração humilde é o que pesou na indecisão do coração de Judas. Ele decidiu que não iria acreditar em Cristo, já que permitiu que aquela mulher O honrasse.
O problema de Pedro foi diferente. Ele estava cego à sua verdadeira condição; acreditava que seria fiel a Cristo, independentemente do que acontecesse. Deus depois disse a Sua igreja de Laodiceia que Ele repreende e castiga aqueles a quem ama. A Pedro foi dado um teste simples para ajudá-lo a ver sua verdadeira condição. O que fez a diferença? Pedro humilhou o seu coração e deixou que a rocha caísse sobre ele e o quebrasse. Judas deve ter sentido um impacto quando Jesus respondeu a seu beijo traiçoeiro, dizendo: “Amigo, faça o que veio para cumprir” (Mat. 26:50, NVI). Por que Judas não se arrependeu como Pedro? É simples, ele endureceu o coração. Não é mais complicado do que isso.
Que Deus nos dê um coração humilde para receber Sua maravilhosa graça.

Arlene Hill




Notas finais:
1) Ellet J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça (Christ and His Righteousness) págs. 29-30 (Edição Glad Tidings).
2) Idem, pág. 31.
3) Ellet J. Waggoner, O Concerto Eterno: As promessas de Deus para nós (Edição Glad Tidings).

Notas:
O video do Pr. Paulo Penno desta lição em inglês está na internet em: https://www.youtube.com/watch?v=AfEjeW1sEw8

Também esta introspecção da lição da Escola Sabatina desta semana está na internet em: http://1888mpm.org

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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quarta-feira, 8 de junho de 2016

Lição 11 — Eventos finais, por Paulo Penno



Para 4 a 11 de junho de 2016

Será que o Senhor Jesus, sendo divino, tem um senso de tempo como nós seres humanos temos? Poderia dar-se o caso de que Ele não se importa com quanto mais dure o tempo?
Bem, Ele diz claramente que haverá um “fim do mundo”! Quando os Seus discípulos lhe perguntaram: “Qual será o sinal da Tua vinda e do fim do mundo?” (Mat. 24: 3), Ele respondeu a pergunta diretamente, fazendo então a afirmação de que o tempo não vai continuar sempre, sem jamais findar.
E sendo um de nós, para sempre humano com nós, bem como sendo divino para sempre, Jesus compartilha conosco nosso cansaço com a passagem ininterrupta de um tempo doloroso de pecado, com todo o sofrimento que existe no mundo. Não há dor que qualquer um de nós na terra sinta que Ele não tenha que compartilhar conosco.
Sim! Mil vezes, Jesus quer que este reino de pecado e sofrimento termine no feliz estabelecimento de Seu reino eterno sobre a Terra renovada.
Jesus nos lembra dos sinais do fim:                                       
• O fosso entre os ricos e pobres ficaria mais largo, não importa o que os governos façam sobre cortes de impostos e programas de bem-estar para os pobres.
• O temor do terrorismo vai continuar, mesmo aumentar, não importa quem seja o presidente (Mat. 24:6-7).   
• As atividades de entretenimento e esportes vão prosperar mais e mais (Mat. 24:38, 39).
• As catástrofes naturais e de origem humana vão aumentar (Mat. 24:7).
• Os valores de família vão constantemente corroer-se e o amor sexual fiel se tornará quase extinto (Mat. 24:12).
Jesus disse que pouco antes de Seu retorno a maldade seria repetida na Terra: “Como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, ... e não o perceberam, até que veio o dilúvio e os tomou a todos; assim será também a vinda do Filho do homem” (Mat. 24:38, 39).
Considere como este mundo perverso está repetindo a história do mundo antes do Dilúvio de Noé: A terra estava cheia de violência (Gên. 6:11); a terra estava corrompida (vs. 12); as pessoas eram dadas a licença sexual, e “tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (vs. 2); estavam entregues ao prazer pecaminoso e à libertinagem (vs. 5), e a maldade da humanidade em geral era “grande sobre a terra” (vs. 5).
 “A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode estar” (Rom. 8:7). Ao longo da história a natureza pecaminosa, cruel e egoísta de Satanás levou alguns seres humanos a agir pior do que os animais. Certamente, em muitos casos, os costumes convencionais da sociedade e da civilização mantiveram sob controle a maior parte dessas grosseiras forças da paixão até certo ponto.
Mas, guerras e holocaustos ofereceram vislumbres ocasionais do que vai acontecer quando essas restrições forem finalmente removidas. Revoltas selvagens e insanas são uma antecipação de um “tempo de angústia”, que a Bíblia prediz que irá desenvolver-se em intensidade crescente pela Terra. Cristo predisse o que vai prevalecer pouco antes da segunda vinda: “Porque ao se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará” (Mateus 24:12).
O que há de errado com o mundo? O amor é o problema; ou a falta dele. Poderíamos traduzir isso dizendo que as pessoas estão desobedecendo a lei de Deus? Sim, claro que é verdade. E elas precisam ser avisadas.
Será que a mensagem de 1888 nos mostra na Bíblia qualquer coisa de relevante além do que sempre temos dito há 150 anos, “O fim está próximo!”?
É mais sensato dizer que as pessoas estão a desrespeitar a lei de Deus porque realmente não conhecem esse “amor de Deus” — o que significa? Pode dar-se que em vez de precisarem ser novamente avisadas, as pessoas precisam ser ganhas para o Ágape de Deus?
Se tivéssemos um medidor que poderia determinar a extensão da nossa verdadeira obediência (como um termômetro determina quão quente estamos), registraria a percepção que existe em nossa alma do amor de Cristo; e isso se relacionaria diretamente com a extensão da nossa obediência à lei de Deus.
Nosso “amor-termômetro” não é para medir o nosso amor por Cristo; é para medir a nossa apreciação de Seu amor por nós. Não somos salvos por nosso amor por Jesus. Somos salvos pelo Seu amor por nós. Oh, como precisamos dessa “mui preciosa mensagem!” (sic)a
Obteremos uma bênção incalculável se nos ajoelharmos para “passar uma hora de reflexão a cada dia na contemplação da vida de Cristo. ... especialmente as cenas finais. ... Detendo-nos sobre o Seu grande sacrifício por nós” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 83). Deixe o amor dEle, não o seu, fluir através da sua alma.
Mas sendo que os “homens maus e impostores irão de mal a pior” nos últimos dias, e sendo que as pessoas em geral “amam mais as trevas do que a luz” (2ª Tim. 3:13; João 3:19), o Espírito Santo de Deus está gradualmente se afastando do mundo. O resultado: Jesus disse que a horrenda desolação de Jerusalém em 70 dC retrata o que o mundo vai se tornar quando o Espírito Santo for finalmente expulso (Mat. 24:34).
As milhões e bilhões de pessoas sem Deus serão levadas a tomar uma decisão crítica a favor ou contra o evangelho. Isso vai exigir uma proclamação poderosa, sem precedentes, do verdadeiro evangelho que Cristo em Sua sabedoria nos mostra no Seu santuário, que irá de alguma forma transparecer a toda a humanidade (Mat. 24:14; Apo. 18:1-4).
Nos dias de Noé houve a provisão de uma arca em que alguém que cresse na boa notícia podia entrar e estar seguro. Assim, hoje o Senhor Deus tem uma arca de segurança onde qualquer um que crer na boa notícia pode encontrar refúgio. Essa arca é a comunhão do povo de Deus em Sua igreja. Você não está sozinho; abra os olhos da fé, há outros que compartilham de sua fé em Jesus, que também amam a Bíblia, que respondem ao chamado de Deus para se arrepender; sim, você vai encontrar comunhão se o seu coração humildemente buscar o Senhor.
Enquanto isso, “Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque muitos virão em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos” (Mat. 24:4-5). Apocalipse 13 continua a delinear o fantástico episódio da besta/nação de dois chifres que começa falando “como um cordeiro”, mas acaba “falando como um dragão”. Todos esses envolvimentos militares da nação reforçarão a sua posição como ditador de fato do mundo. Mas a boa notícia será proclamada “poderosamente”: “Sai dela [de Babilônia], povo Meu” (Apo. 18:4). A notícia atrás da notícia: o Espírito Santo está ocupado em preparar um povo responsivo. Você O está ouvindo?

--Paul E. Penno

Nota do tradutor:
a) Testemunhos para Ministros, pág. 91, no original em inglês. Na edição da CPB o advérbio “mui” (“forma apocopada de muito”, Caudas Aulete) foi omitido. No original EGW usa “most”, um adjetivo (indicando: 1º, “o maior em importância, quantidade e grau ... 2º, um superlativo do adjetivo “muito” ..., e, 3º: “o maior em graduação, ordem e posição”. Dicionário de Noah Webster, 2ª edição, 1957, pág. 1172, 3ª coluna). Assim o que a serva do Senhor está nos dizendo é que a mensagem de justificação pela fé que nos foi outorgada em 1888, que é a obra da justiça de Cristo em nós, é algo muito importante no evangelho, a mais importante pregação que temos como adventistas do 7º dia.
Na pág. seguinte (92) a serva do Senhor nos diz: “esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo, é a 3ª mensagem angélica que deve ser proclamada com alto clamor e regada como o derramamento de Seu Espírito Santo em Grande medida.”
Se esta é a mensagem que temos que dar ao mundo por que perdermos muito tempo com outras em detrimento desta?
A mensagem de 1888 não foi uma mera reiteração das doutrinas de Lutero e Wesley, nem mesmo dos pioneiros adventistas. Nem foi uma reedição do que os oradores de Keswick e líderes protestantes populares da época ensinavam como "doutrina da justificação pela fé." A Mensagem de 1888) foi muito maior do que isso! Tratou-se do "começo" de um conceito mais maduro do "evangelho eterno" do que havia sido claramente percebido por qualquer geração prévia. Foi o "começo" do derramamento final do Espírito Santo como a chuva serôdia. Foi o anúncio inicial da mensagem do quarto anjo de Apocalipse 18. Deveria ser uma bênção sem precedentes desde o Pentecoste (cf. F.C.E. 473; RH, 3 de junho de 1890).
Isso não significa dizer que os mensageiros de 1888 eram maiores do que Paulo, Lutero, Wesley, ou qualquer outro, nem que eles eram estudantes mais brilhantes e inteligentes. A mensagem que traziam era simplesmente a "terceira mensagem angélica em verdade", um entendimento de justificação pela fé paralela à, e consistente com, a doutrina do "tempo do fim" da purificação do santuário celestial, onde o Sumo Sacerdote ministra no Dia antitípico da Expiação no Compartimento Santíssimo do Santuário (cf. Primeiros Escritos, págs. 55, 56, 250-254, 260, 261). Ele entrou nessa última fase de Sua obra em 1844. De lá Ele ministra a verdadeira justificação pela fé àqueles que O seguem pela fé. Daí, há algo peculiar a respeito de justificação pela fé à luz do Dia da Expiação, e a mensagem de 1888 o reconhece.
Se tivesse obtido livre curso para plena e cordial aceitação e desenvolvimento teológico, a mensagem teria preparado uma comunidade de cristãos para encontrar o Senhor "sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito", "sem contaminação perante o trono de Deus". Era intenção de Seu Divino Autor amadurecer as "primícias para Deus e o Cordeiro". Se isso não for verdade, a credibilidade de toda a vida de Ellen White será afetada, bem como nosso respeito próprio denominacional.
Ademais, a óbvia e inegável rejeição dessa mensagem não constituiu uma queda moral ou espiritual da Igreja remanescente envolvendo um repúdio da teologia protestante. Foi, antes, a captura de seu desenvolvimento espiritual ordenado, uma pobre cegueira e falta de habilidade em reconhecer a consumação escatológica do amor e chamado do Senhor.
A rejeição dessa mensagem virtualmente eclipsou um entendimento ético e prático da purificação do santuário celestial. Deixou somente a capa exterior da estrutura doutrinal, tal como as provas cronológicas dos 2300 anos, e o conceito mecânico do "juízo investigativo" como pregado por nós antes de 1888. Nosso próprio crescimento retardado em entendimento tem atraído a zombaria de nossos oponentes evangélicos que fazem pouco caso desta verdade peculiar adventista como "balofa, mofada e sem proveito". É por isso que tantos dentre nossa própria gente, especialmente os nossos jovens, veem a "doutrina" do santuário como entediante e irrelevante.
A Mensagem do Terceiro Anjo.   Esta mensagem estava destinada a pôr os filhos de Deus de sobreaviso, mostrando-lhes a hora de tentação e angústia que diante deles estava. Disse o anjo: "Serão trazidos em cerrado combate com a besta e sua imagem (Primeiros Escritos, pág. 254).
Uma Firme Plataforma. “Vi um grupo que permanecia bem guardado e firme, não dando atenção aos que faziam vacilar a estabelecida fé da comunidade. Deus olhava para eles com aprovação. Foram-me mostrados três degraus - a primeira, a segunda e a terceira mensagens angélicas. Disse o meu anjo assistente: "Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete dessas mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital importância (Primeiros Escritos, pág. 258).
Alguns ... começaram a encontrar defeito no fundamento. Achavam que se deviam fazer melhoramentos, ... Deus fora o Mestre Construtor, e eles estavam lutando contra Ele (Primeiros Escritos, pág. 259).
Vi que assim como os judeus crucificaram a Jesus, as igrejas nominais haviam crucificado essas mensagens, e por isso mesmo não têm conhecimento do caminho para o santíssimo, e não podem ser beneficiadas pela intercessão de Jesus ali (Primeiros Escritos, pág. 261).

Notas adicionais:

O video do Pr. Paulo Penno desta lição em inglês está na internet em: https://www.youtube.com/watch?v=uLFOe6sDWI0

Também esta introspecção da lição da Escola Sabatina desta semana está na internet em: http://www.1888mpm.org

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em
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