Para 25 de junho a
2 de julho de 2016
Como o mal começou no mundo perfeito que Deus criou “no princípio”? A resposta é
surpreendente. Os seres humanos convidaram o diabo, abriram a porta para ele, o
acolheram. E esses seres humanos foram os nossos primeiros pais, Adão e Eva. O
diabo não se introduziria na vida deles a menos que nossos primeiros pais o
acolhessem em sua casa. Podemos entender isso ainda hoje, pois o mal não pode
invadir o coração de uma pessoa e controlá-la a menos que esta primeiro dê o seu
consentimento. Ao criar o homem “à Sua
imagem”, o Criador o dotou com a capacidade de raciocinar e escolher. O
inimigo aproveitou-se dessa liberdade e enganou o homem.
O que é mais razoável — aceitar a Bíblia pela fé, ou a evolução
pela fé? A evolução é a ideia imaginada pelo homem do que “poderia ter sido”.
A Bíblia ensina a decadência, ou seja, o homem despencou de sua
condição original. Isto está em completa harmonia com a lei natural mais
simples e mais facilmente vista da natureza — de que tudo fica velho, se
desgasta, ou entra em decadência. O homem foi criado “à imagem de Deus” e vagou para longe de seu lugar original de
honra, mas ele ainda é um filho de Deus através de Cristo, e é amado por seu
Pai celestial. A evolução ensina que o homem é essencialmente apenas um animal
para quem a sobrevivência do mais forte é a lei da selva. Quem pode estimar a
crueldade e a injustiça, a desumanidade do homem para com o homem, que esta
“teoria” tem produzido em nosso triste mundo? Quem você prefere considerar-se?
Um filho de Deus ou meramente um animal inteligente?
Um animal preso numa armadilha nada conhecerá, a não ser o medo
físico; mas um ser humano criado à imagem de Deus tem capacidades infinitas
para a vida e alegria eternas, não apenas eterna existência. Ao contrário dos
animais, podemos conhecer sonhos brilhantes de “vida muito mais abundante”.
Eva realmente acreditou no engano da serpente; Adão não. Ele se
uniu a ela no seu tropeço só porque a amava. Fosse o que pudesse ser essa coisa
misteriosa e desconhecida a vir, que Deus chamou de “morte”, ele escolheu
compartilhá-la com ela. Mas o engano original da mãe Eva incluiu a ideia de que
não haveria morte: “Certamente não
morrereis” a serpente astutamente lhe assegurou. Aqui está a origem da
ideia da imortalidade natural da alma humana.
Os descendentes de Eva se dividiram em dois campos: “Certamente morrereis” — os que
acreditaram no engano e os que mantiveram firmemente a verdade original
revelada de Deus. E havia aqueles que acreditaram na mentira da serpente, “certamente morrereis”.
Seus três enganos foram tecidos juntos num só fio: (1) Não haverá
morte, pois Eva acreditou na serpente de que a natureza do homem é imortal; (2)
o “conhecedores do bem e do mal” é
essencial, pois há uma conjunção de opostos; e (3) “sereis como Deus”, pois a divindade habita dentro de cada alma
humana imortal e aguarda apenas a sua auto-realização.
Os descendentes de Adão e Eva que se arrependeram sinceramente da
sua loucura e mantiveram uma lealdade firme à verdade original de Deus foram
chamados de “filhos de Deus” (Gên.
6:2). Eles se tornaram os progenitores de uma linha ininterrupta de gerações de
adoradores fiéis de Deus, que acreditavam que o homem tinha perdido a
imortalidade pela rebelião contra Ele e podiam obtê-la somente através da fé
num Salvador divino por vir, e em Seu sacrifício. Estes crentes fiéis na
verdade de Deus abrigavam a promessa que Ele fez à serpente na presença do par
culpado no Éden: “Porei inimizade entre
ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gên. 3:15). Aqui está a semente das
boas novas que se desenvolveu através dos séculos até que o grande carvalho da
verdade chegou a ser totalmente amadurecido no Novo Testamento.
Considere esta garantia preciosa que trouxe esperança para a raça
humana: Esta “inimizade” contra a
serpente é algo que não é natural para o coração humano. Ninguém nasce com ela.
Deus coloca esta inimizade contra o mal no coração através do grande sacrifício
mencionado nessa promessa. É um dom da graça. Satanás terá seus seguidores
conhecidos como “tua semente”. “A mulher”
também terá “semente”. E haverá “inimizade” ou guerra entre as duas “sementes”. Um Libertador virá na pessoa
de “semente” da mulher, descendente
de Adão e Eva. Esta é uma profecia da vinda de Jesus.
Satanás terá sucesso em ferir a semente da mulher no “calcanhar” —
uma profecia “semente” da eventual crucificação do Filho de Deus na cruz. Mas a
aparente derrota de Cristo irá revelar-se uma vitória gloriosa; Ele irá esmagar
a cabeça da serpente e matá-la.
O povo de Deus acariciou esta promessa durante milhares de anos,
esperando a vinda do Libertador. Satã (a serpente) foi derrotado pelo
sacrifício de Cristo, e o longo reinado do pecado e do mal para ser levado a um
fim.
Será que o pecado de Adão nos transmite tendências irresistíveis
para o pecado? Não seria mais correto afirmar que o pecado de Adão nos
transmite tendências para o pecado que venceram todos os seres humanos, exceto
a Cristo, e que são “irresistíveis” para nós se não temos um Salvador? Se
dizemos que as tendências para o pecado transmitidas por Adão são
verdadeiramente “irresistíveis”, não estamos sob o perigo de repetir a acusação
de Satanás de que a lei de Deus não pode ser observada pelo homem caído? A ideia
de que as nossas tendências naturais para o pecado são “irresistíveis” não
seria responsável pela imoralidade e antinomismo que permeia o mundo e até
mesmo a igreja morna? Esta parece ser uma espécie de derrotismo calvinista.
A mensagem de 1888 promove a tese surpreendente de que as
tendências para o pecado são resistíveis — se somente compreendermos e crermos
no evangelho de Jesus Cristo. E parte dessa “boa notícia” é que Jesus revelou
em Sua carne humana que essas tendências são de fato completamente resistíveis.
Isto não é fanático “perfeccionismo”, mas uma reverente apreciação da mensagem
da justiça de Cristo.
Cristo veio para salvar a raça perdida, caída e degradada. Na Sua
doação de vida no Calvário, Ele fez uma expiação abundante para os pecados de
todo o mundo. Nenhum pecado pode ser cometido para o qual satisfação não haja
sido dada no Calvário. Esta foi também uma das características distintivas da
mensagem de 1888 — que Jesus fez mais do que apenas apresentar uma oferta — Ele
deu o dom da Sua própria justiça a toda a humanidade, e a única razão pela qual
toda a humanidade não seria justificada por esse dom seria porque tantos se
recusam a participar do presente dado livremente.
Pedro no Pentecostes falou sobre a recepção celestial de Cristo
desta forma: “...a quem o céu receba até
os tempos da restauração de todas as coisas ...” (Atos 3:21) (*“O qual convém que o céu contenha até o
tempo da restauração de tudo ...” (Alm.
Fiel). O pensamento paralelo temos em Apoc. 19: 71 — Cristo
não pode retornar até esta “restituição”
ter lugar.
Em numerosas declarações de Ellen G. White, esta “restituição” é
descrita como a “restauração da imagem de Deus no homem”,2 etc.
Isto é equivalente ao selo de Deus colocado na testa. Tal “restituição”
certamente implica uma vindicação de Deus e Seu plano de salvação. Não pode ser
mera imputação legal, pois se fosse, os “tempos
da restauração de todas as coisas” teriam se dado ao tempo de Abel, quando
foi assassinado por Caim, pois ele foi legalmente declarado justo por imputação
então, há muito tempo. Os “tempos” de que Pedro fala são sem sentido, a menos
que se refiram a quando a justificação pela fé for totalmente comunicada como
uma “aptidão para o céu”.
--Paul
E. Penno
Notas:
1) “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos glória:
porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou”.
2)
Ellen G. White, "Este Homem Recebe Pecadores," Signs
of the Times, de 15 de Jan. de 1894.
Paulo
Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
jubilado em junho de 2016, tendo sido ordenado ao ministério há 42 anos. Após o
curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele
preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J.
Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen
G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os
Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos
anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai
dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente
escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do
seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015,
realizado na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center,
Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do
tradutor.