terça-feira, 30 de abril de 2019

Lição 5—Conselhos para famílias, por Paulo Penno



Para 27 de abril a 4 de maio de 2019

Você deve “confiar no Senhor de todo o seu coração” (Provérbios 3: 5). Em outras palavras, acredite que o Senhor te ama. Acredite que você tem a bênção de que precisa mesmo antes de perceber isso.
Por que essa série especial de lições sobre "Estações da Família"? A liderança de nossa igreja está preocupada com o colapso das famílias dentro da igreja, pois é muito parecido com o que está acontecendo no mundo. As estatísticas variam, mas todo mundo sabe que cerca de metade dos casamentos no mundo acabam em fracasso, e daqueles que conseguem se manter juntos, muitos são muitas vezes miseravelmente infelizes. Satanás ganhou vantagem demais, de alguma forma. Há até mesmo a preocupação de que o casamento possa durar.
A sociedade abertamente apoia os casais que vivem juntos sem o casamento, e mesmo na Igreja é debatido se os casais que vivem juntos sem casamento são adequados para o batismo. A própria questão implica que o casamento não significa mais nada. Deve a única verdadeira Igreja remanescente da profecia bíblica (Apoc. 12:17 e 14:12) sofrer o colapso dos nossos diques e sucumbir à crescente onda do estilo de vida, “eu primeiro”, destituído de amor?
No entanto, somos uma Igreja muito incomum, porque temos um mandato divino para preparar um povo para o encontro com Jesus quando Ele retornar. Isso significa uma experiência em receber e conhecer o amor (ágape) de Cristo (Efe. 3:19). Como os laços familiares podem ser fortalecidos com esse amor? Como a ideia de casamento pode ser honrada e glorificada? Como marido e mulher podem aprender a ser felizes em amor, mesmo na velhice? Costumava haver uma canção popular, “Silver Threads Among the Gold” [Fios De Prata Entre O Ouro], que contava sobre o amor juvenil ainda forte quando os cabelos eram brancos.
Nossa Igreja devia empregar pastores cujos casamentos falharam e são divorciados? Nossas igrejas devem eleger anciãos que são divorciados? Como inspiramos e encorajamos nossos jovens a se casarem com um sério propósito de seguir os mandamentos de Deus “até que a morte nos separe”?
Lar é o lugar mais difícil de ser cristão! Por quê? É impossível enganar alguém onde todos te conhecem por dentro e por fora. Mas se o amor (ágape) prevalece, a felicidade vem com ele, e será mais fácil para as crianças crescerem como cristãos felizes. Às vezes, talvez com demasiada frequência, o incipiente adultério jaz enterrado no coração do marido ou da esposa e, assim, envenena a atmosfera para os filhos.
Portanto, a pergunta suprema que fazemos é: como podemos conhecer e receber o amor (ágape) de Cristo em nossos casamentos e lares? Muitos livros abordam o problema. Alguns são úteis. Mas começamos reconhecendo que a Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo de Deus, e lá lemos que o amor de Cristo (ágape) é a resposta final para esses problemas (2ª Cor. 5: 14-19; Efe. 5: 25).
Começamos com as boas novas da Bíblia: “Deus coloca os solitários nas famílias” (Salmos 68: 6). Em outras palavras, o casamento é o seu plano para pessoas “solitárias” (veja 1ª Coríntios 7, onde Paulo diz que o casamento pode não ser o caminho da felicidade para algumas pessoas especiais que são igualmente amadas pelo Senhor). A palavra “solitário” tem um significado interessante em hebraico—ser solitário como um filho único. Todos realmente pertencemos a essa categoria. Fora de Cristo, estávamos sozinhos e Deus fez por nós o que Ele fez por Adão solitário. E os amigos são parte do dom do Senhor para todos nós.
Qual é o melhor presente que os pais podem dar aos filhos? A resposta é o seu casamento com o seu cônjuge. É no lar que as crianças aprendem a desenvolver a fé, o conhecimento e o amor a Deus. Muitas crianças têm dificuldade em acreditar em um Deus que não foi capaz de manter seus pais juntos e sua casa intacta. “O círculo familiar é a escola na qual a criança recebe suas primeiras e mais duradouras lições."1 Se você quer dar a seus filhos o melhor presente - algo que os prepare para uma vida de sucesso neste mundo e para a eternidade na terra renovada – fortaleça a sua comunhão com o seu cônjuge.
Este é um prelúdio para que Jesus dê ao solitário um lar em Sua Nova Jerusalém para sempre. Corretamente entendida, a vida familiar neste grande Dia da Expiação antitípico é um prelúdio para a comunhão social do encontro com Jesus, os santos anjos e todos os redimidos e não caídos do céu.
A guarda do sábado é o dom especial de Deus para a felicidade da família, o único dia da semana em que somos completamente libertos desse vício terrível de ver os jornais, as revistas, os vizinhos, sermos tentados a cobiçar suas posses. (Essa inveja arruína nossa felicidade!) O sábado torna os pobres mais suportáveis, e a comunhão eclesiástica é uma alegria para as pessoas solitárias.
Jesus desfrutou de um lar feliz? Ele nasceu numa família onde Sua mãe era uma madrasta para quatro (provavelmente difíceis) garotos cujos nomes nós temos em Mat. 13:55-58, e havia pelo menos também duas meias-irmãs—todos os quais eram “mais velhos” do que Ele e assim O incomodaram até mesmo em sua maturidade. Isso aconteceu durante toda a estadia de Jesus em casa, antes dos 30 anos. Mesmo durante o Seu ministério, os irmãos mais velhos tentaram dizer-lhe o que fazer, com desdém. Seu ser “desprezado e rejeitado pelos homens” incluía isso em seu lar terreno! (cf. João 7: 3-5; era o costume judaico que os irmãos mais velhos agissem como “patrões” dos mais jovens).
Imagine como foi para este bebê começar sua consciência encontrando-se numa atmosfera tão familiar! Após a primeira viagem ao Egito, o padrasto José decidiu levar Maria e o bebê até Nazaré para se juntarem aos meio-irmãos. Filhos, se sua casa é menos que perfeita, pense em Jesus! Ele suportou a vida terrena numa casa infeliz para que você possa aproveitar a vida em lares felizes!
Pense no amor de Jesus por Sua pobre mãe Maria, através de cuja alma foi mergulhada a espada terrível que Simeão havia predito em Lucas 2:34, 35. Nenhuma mulher em toda a história da Terra suportou um fardo mais pesado do que ela! Pense numa mãe sendo forçada a observar os soldados romanos desnudarem o seu Filho e colocá-Lo numa cruz, e ouvir essas pessoas e os líderes de sua Igreja insultá-Lo e condená-Lo ao inferno! Isto é o que lhe custou ser a mãe do nosso Salvador! Um lar doméstico e terreno era o cenário da vida e morte do Filho de Deus! Ele suportou todas as dores que qualquer um de nós teve que suportar.
Ellen White deixa claro que a vinda da mensagem de 1888 divinamente “enviada” para a liderança da Igreja Adventista do Sétimo Dia foi um cumprimento da promessa de Deus de nos enviar “Elias antes da vinda do grande e terrível dia do Senhor” (Mal. 4: 4, 5). Sua principal missão é trazer a reconciliação entre os corações alienados!
Agora, seja o que for que isso possa custar, vamos tomar nossa cruz e segui-Lo por todo o caminho que encontramos, que Ele permite mentir diante de nós.

--Paul E. Penno
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Nota final:                                                        
1) Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, pág. 65.


Notas:                                                                
O video completo desta lição, do pastor Paulo Penno está na Internet no sítio: https://youtu.be/qsEBE7P1jmE

Pastor Paul Penno's video desta lição está na Internet no sítio http://1888message.org/sst.htm

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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com.br) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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terça-feira, 23 de abril de 2019

Lição 4—Como lidar com a solidão, por Arlene Hill



Para 20 a 27 de abril de  2019


 Um cristão pode estar sozinho pelos padrões deste mundo, mas a Bíblia nos dá ampla certeza de que ele é sempre amado por Deus. Vejamos algumas histórias sobre pessoas que Deus permitiu que sofressem de solidão, mas Ele ainda as amava.
Caim teve que viver o resto de sua vida em culpa solitária por seu ciúme e assassinato de seu irmão Abel, causando a seus pais o sofrimento de toda a vida. Ele poderia ter encontrado refúgio no amor de Deus, mas recusou.  Este é um bom exemplo de solidão desnecessária. Mesmo na rebelião persistente de Caim, Deus deu-lhe a certeza de que, “colocando uma marca nele”, as pessoas não o matariam. Deus fez isso por causa do que Ele é, não porque Caim fosse digno de ser amado.
O próximo exemplo que encontramos é Noé, que passou 120 anos sendo ridicularizado por quase todos no mundo. Sabemos que, no final, a família de Noé se juntou a ele na arca, mas é possível que demoraram um pouco para se acostumar com as ideias incomuns do patriarca. Deus viu que a iniquidade da humanidade havia se tornado tão grande, que Se arrependeu de nos ter feito, assim Ele disse a Noé que construísse uma arca “por si mesmo” (Gên. 6:14). Ao contrário de Caim, Noé decidiu encontrar consolo nas promessas que Deus lhe deu. Deus estaria disposto a reter ou adiar o julgamento se o povo tivesse escolhido se arrepender, como fez com Nínive. Apesar de seu grande amor, Deus honra as escolhas humanas.
A caminhada de Abraão até o monte Moriá com Isaac deve ter sido agonizantemente solitária. Ele não podia contar a Sara, pois a mãe protetora teria tentado detê-lo. Ele andou toda a caminhada sem contar a Isaque, então deve ter se preocupado com a reação e/ou resistência do filho. Abraão teve que depender de Deus, que lhe disse que Isaque era o filho da promessa. Deus não explicou por que ou como iria fazer isso acontecer, mas Abraão decidiu acreditar. Deus amou a Abraão e deu-lhe as mais profundas promessas, mas ainda assim o testou. A escolha de Abraão permitiu que ele dependesse completamente da bondade amorosa de Deus.
Hagar foi mandada embora com seu filho Ismael e é um excelente exemplo do cuidado que Deus dá a um pai solteiro. Mesmo que ela não fosse completamente inocente por suas circunstâncias e estivesse sozinha, Deus estava com ela.
O casamento de Isaque e Rebeca começa como uma história “feliz para sempre”, mas a luta pela primogenitura mostrou que o casal não estava unido em sua crença na promessa de Deus de que “os mais velhos servirão aos mais jovens” (Gên. 25:23). Este é um exemplo do Antigo Testamento de “solidão espiritual” dentro de um casamento. Nenhum cônjuge estava sem culpa. Rebeca ajudou seu filho a enganar o seu marido, e Isaque achou que estava dando a primogenitura a Esaú apesar da promessa de Deus a Rebeca. O inevitável ódio dos irmãos exigiu que Jacó fugisse e Esaú partisse. Os pais perderam os dois filhos e tiveram que viver o resto de seus anos com apenas eles mesmos para culpar. No entanto, Deus foi fiel à sua promessa, apesar das ações de pais e filhos que não creram.
Jacó passou uma noite muito solitária fugindo de Esaú, mas Deus tranquilizou-o com um sonho mostrando-lhe uma escada, e depois passou outra noite solitária lutando com um anjo. Quão gracioso foi da parte de Deus mostrar Sua presença, mesmo quando as ações de Jacó tenham sido o que causou o problema.
O filho de Jacó, José, passou uma noite solitária num buraco por causa do ódio de seus irmãos por ele. Dizem-nos que: “Por algum tempo, José se entregou à dor e ao terror incontroláveis. Mas, na providência de Deus, até mesmo essa experiência seria uma bênção para ele. Ele tinha aprendido em poucas horas aquilo que anos poderiam não lhe ter ensinado. . . . Então, os seus pensamentos se voltaram para o Deus de seu pai. . . . Ele então se entregou totalmente ao Senhor, e orou para que o Guardião de Israel estivesse com ele na terra do seu exílio”.1 Este é um excelente exemplo de Deus usando a solidão e as provações para amadurecer nossa fé e dependência dEle.
Isso nos dá um vislumbre da atitude de Deus em relação à solidão. Todos nós experimentamos isso, e todos nós temos a opção de ter a mesma reação que José. Existem muitos exemplos na Bíblia de pessoas lidando com a solidão. A lista que discutimos é retirada do livro de Gênesis. Em todas as situações em que a fé prevaleceu, houve um período de profunda solidão espiritual.
A maioria dos leitores deste pequeno ensaio experimentou a solidão espiritual por causa do preconceito contra o evangelho da justiça de Cristo, exclusivo da mensagem de 1888. Alguns ouviram e creram, mas se afastaram de suas convicções por causa da pressão e da necessidade de ficarem sozinhos.
A solidão espiritual carrega o risco de amargura de uma maneira especial. Num pequeno panfleto escrito anos atrás pelo Pastor Roberto Wieland, ele descreveu a essência da mensagem de 1888 no contexto de lidar com um cônjuge “mesquinho”.2 Resumidamente, sua mensagem é que um cristão maduro num relacionamento ruim (casamento ou outro) tem uma escolha. Podemos nos tornar silenciosamente amargos, ou podemos acreditar que Deus ama as pessoas em nossas vidas e quer que todos os Seus filhos entrem em união de coração através do Seu Espírito. Podemos pedir a Deus que nos dê a disposição de nos entregarmos “completamente” a Ele e Ele lhes dará o Seu Espírito Santo. Assim, ao negar o seu “direito” ao que achamos que precisamos para ser felizes, podemos lidar com as nossas circunstâncias sem nos tornar amargos. Somos livres para amar a Deus sem odiá-Lo e às pessoas em nossas vidas.
Este princípio se aplica a qualquer relacionamento, incluindo nosso relacionamento com Deus. As pessoas que passam pela solidão tendem a culpar a Deus. Podemos escolher encontrar bênçãos em nossas circunstâncias solitárias, e o Espírito Santo nos dará graça para depender dEle. Que privilégio saber que Deus nunca nos deixará ou nos abandonará.

--Arlene Hill
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Notas de Rodapé:                                                                                

1) Ellen G. White, Patriarcas and Profetas, págs. 213-214;
2 Robert J. Wieland, Taking the Deadlock: Or How to Live With an Ornery Spouse. Como viver com uma esposa rabugenta. Se você gostaria de receber uma cópia PDF desta matéria, por favor peça-a dizendo “Send Deadlock” no corpo de sua mensagem.
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Notes:
O video completo desta lição, do pastor Paulo Penno está na Internet no sítio: https://youtu.be/415mF_pkoFo

Pastor Paul Penno's video desta lição está na Internet no sítio http://1888message.org/sst.htm
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Biografia da autora Arlene Hill:

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia, telefone: +001 XX 760-749-9524
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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