terça-feira, 23 de abril de 2019

Lição 4—Como lidar com a solidão, por Arlene Hill



Para 20 a 27 de abril de  2019


 Um cristão pode estar sozinho pelos padrões deste mundo, mas a Bíblia nos dá ampla certeza de que ele é sempre amado por Deus. Vejamos algumas histórias sobre pessoas que Deus permitiu que sofressem de solidão, mas Ele ainda as amava.
Caim teve que viver o resto de sua vida em culpa solitária por seu ciúme e assassinato de seu irmão Abel, causando a seus pais o sofrimento de toda a vida. Ele poderia ter encontrado refúgio no amor de Deus, mas recusou.  Este é um bom exemplo de solidão desnecessária. Mesmo na rebelião persistente de Caim, Deus deu-lhe a certeza de que, “colocando uma marca nele”, as pessoas não o matariam. Deus fez isso por causa do que Ele é, não porque Caim fosse digno de ser amado.
O próximo exemplo que encontramos é Noé, que passou 120 anos sendo ridicularizado por quase todos no mundo. Sabemos que, no final, a família de Noé se juntou a ele na arca, mas é possível que demoraram um pouco para se acostumar com as ideias incomuns do patriarca. Deus viu que a iniquidade da humanidade havia se tornado tão grande, que Se arrependeu de nos ter feito, assim Ele disse a Noé que construísse uma arca “por si mesmo” (Gên. 6:14). Ao contrário de Caim, Noé decidiu encontrar consolo nas promessas que Deus lhe deu. Deus estaria disposto a reter ou adiar o julgamento se o povo tivesse escolhido se arrepender, como fez com Nínive. Apesar de seu grande amor, Deus honra as escolhas humanas.
A caminhada de Abraão até o monte Moriá com Isaac deve ter sido agonizantemente solitária. Ele não podia contar a Sara, pois a mãe protetora teria tentado detê-lo. Ele andou toda a caminhada sem contar a Isaque, então deve ter se preocupado com a reação e/ou resistência do filho. Abraão teve que depender de Deus, que lhe disse que Isaque era o filho da promessa. Deus não explicou por que ou como iria fazer isso acontecer, mas Abraão decidiu acreditar. Deus amou a Abraão e deu-lhe as mais profundas promessas, mas ainda assim o testou. A escolha de Abraão permitiu que ele dependesse completamente da bondade amorosa de Deus.
Hagar foi mandada embora com seu filho Ismael e é um excelente exemplo do cuidado que Deus dá a um pai solteiro. Mesmo que ela não fosse completamente inocente por suas circunstâncias e estivesse sozinha, Deus estava com ela.
O casamento de Isaque e Rebeca começa como uma história “feliz para sempre”, mas a luta pela primogenitura mostrou que o casal não estava unido em sua crença na promessa de Deus de que “os mais velhos servirão aos mais jovens” (Gên. 25:23). Este é um exemplo do Antigo Testamento de “solidão espiritual” dentro de um casamento. Nenhum cônjuge estava sem culpa. Rebeca ajudou seu filho a enganar o seu marido, e Isaque achou que estava dando a primogenitura a Esaú apesar da promessa de Deus a Rebeca. O inevitável ódio dos irmãos exigiu que Jacó fugisse e Esaú partisse. Os pais perderam os dois filhos e tiveram que viver o resto de seus anos com apenas eles mesmos para culpar. No entanto, Deus foi fiel à sua promessa, apesar das ações de pais e filhos que não creram.
Jacó passou uma noite muito solitária fugindo de Esaú, mas Deus tranquilizou-o com um sonho mostrando-lhe uma escada, e depois passou outra noite solitária lutando com um anjo. Quão gracioso foi da parte de Deus mostrar Sua presença, mesmo quando as ações de Jacó tenham sido o que causou o problema.
O filho de Jacó, José, passou uma noite solitária num buraco por causa do ódio de seus irmãos por ele. Dizem-nos que: “Por algum tempo, José se entregou à dor e ao terror incontroláveis. Mas, na providência de Deus, até mesmo essa experiência seria uma bênção para ele. Ele tinha aprendido em poucas horas aquilo que anos poderiam não lhe ter ensinado. . . . Então, os seus pensamentos se voltaram para o Deus de seu pai. . . . Ele então se entregou totalmente ao Senhor, e orou para que o Guardião de Israel estivesse com ele na terra do seu exílio”.1 Este é um excelente exemplo de Deus usando a solidão e as provações para amadurecer nossa fé e dependência dEle.
Isso nos dá um vislumbre da atitude de Deus em relação à solidão. Todos nós experimentamos isso, e todos nós temos a opção de ter a mesma reação que José. Existem muitos exemplos na Bíblia de pessoas lidando com a solidão. A lista que discutimos é retirada do livro de Gênesis. Em todas as situações em que a fé prevaleceu, houve um período de profunda solidão espiritual.
A maioria dos leitores deste pequeno ensaio experimentou a solidão espiritual por causa do preconceito contra o evangelho da justiça de Cristo, exclusivo da mensagem de 1888. Alguns ouviram e creram, mas se afastaram de suas convicções por causa da pressão e da necessidade de ficarem sozinhos.
A solidão espiritual carrega o risco de amargura de uma maneira especial. Num pequeno panfleto escrito anos atrás pelo Pastor Roberto Wieland, ele descreveu a essência da mensagem de 1888 no contexto de lidar com um cônjuge “mesquinho”.2 Resumidamente, sua mensagem é que um cristão maduro num relacionamento ruim (casamento ou outro) tem uma escolha. Podemos nos tornar silenciosamente amargos, ou podemos acreditar que Deus ama as pessoas em nossas vidas e quer que todos os Seus filhos entrem em união de coração através do Seu Espírito. Podemos pedir a Deus que nos dê a disposição de nos entregarmos “completamente” a Ele e Ele lhes dará o Seu Espírito Santo. Assim, ao negar o seu “direito” ao que achamos que precisamos para ser felizes, podemos lidar com as nossas circunstâncias sem nos tornar amargos. Somos livres para amar a Deus sem odiá-Lo e às pessoas em nossas vidas.
Este princípio se aplica a qualquer relacionamento, incluindo nosso relacionamento com Deus. As pessoas que passam pela solidão tendem a culpar a Deus. Podemos escolher encontrar bênçãos em nossas circunstâncias solitárias, e o Espírito Santo nos dará graça para depender dEle. Que privilégio saber que Deus nunca nos deixará ou nos abandonará.

--Arlene Hill
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Notas de Rodapé:                                                                                

1) Ellen G. White, Patriarcas and Profetas, págs. 213-214;
2 Robert J. Wieland, Taking the Deadlock: Or How to Live With an Ornery Spouse. Como viver com uma esposa rabugenta. Se você gostaria de receber uma cópia PDF desta matéria, por favor peça-a dizendo “Send Deadlock” no corpo de sua mensagem.
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Notes:
O video completo desta lição, do pastor Paulo Penno está na Internet no sítio: https://youtu.be/415mF_pkoFo

Pastor Paul Penno's video desta lição está na Internet no sítio http://1888message.org/sst.htm
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Biografia da autora Arlene Hill:

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia, telefone: +001 XX 760-749-9524
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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