Para 20 a 27 de outubro de 2018
Caos. Está se tornando a
palavra que define o mundo em que vivemos. O Oriente Médio está em guerra há
mais de vinte anos, com a Síria quase aniquilando a sua própria população
civil. A política, seja nos Estados Unidos ou na Europa, tornou-se um
empreendimento de divisão quase incivil. Algumas nações estão à beira do caos
financeiro. A sociedade está dividida em vários níveis: o movimento de
libertação das mulheres contra qualquer forma de liderança masculina; LGBTQ+
contra os cristãos; Democratas contra os republicanos numa batalha dolorosa
pelo poder; um crescente segmento da juventude liberal contra qualquer pessoa
com mais de 30 anos de idade. A África Central tem visto uma guerra civil em
níveis sem precedentes, com fome e pragas exacerbando a situação para a
população.
Até o mundo natural
parece agitado a níveis caóticos. O Pacífico tem visto mais ciclones com
velocidades de vento superiores a 220 km por hora este ano do que qualquer outro
já registrado. O oceano Atlântico produziu duas tempestades catastróficas em
questão de semanas. Terremotos, erupções vulcânicas, incêndios destruindo
vastas áreas de florestas ocidentais dos Estados Unidos e algumas cidades. Parece
que a própria Terra está se revoltando.
“Portanto se levantará nação contra nação, e reino
contra reino; e haverá fomes e pestes e terremotos em diversos lugares. Mas
todas estas coisas são o princípio de dores” (Mat. 24: 7, 8).
Nosso estudo neste trimestre
é a união. Como a unidade pode ser realizada em face de tal caos? Unidade no
mundo de hoje parece ser semelhante ao proverbial “cisne negro”. Juvenal, o
poeta romano do primeiro século, promoveu a teoria filosófica que se aplicava a
eventos que eram tão raros a ponto de serem considerados quase impossíveis. Ele
chamou esses eventos de “cisnes negros”. Sua frase pegou, e o truísmo foi
mantido por quase 1700 anos—ninguém jamais havia visto um cisne negro até que
um explorador holandês descobriu um no oeste da Austrália em 1697. Temos
proclamado a “breve vinda” de Jesus por 175 anos, mas para muitas pessoas,
parece o proverbial cisne negro, algo que o mundo nunca verá, ou pelo menos,
algo que nunca veremos em nossa vida.
A última mensagem a ser
dada ao mundo mergulhado no caos é a mensagem do insondável amor de Deus.
Aquele Amor “amou o mundo de tal maneira”
que estava disposto a Se sacrificar para que outros pudessem viver. “Desde a
fundação do mundo”, este Amor Se entregou incansavelmente por nós. Deus “ordenou”
ou “predestinou” para ser salvo, todo ser humano que nasceria neste planeta. “[Deus]
nos elegeu Nele [Cristo] antes da fundação do mundo” (Efé. 1:4). Pedro escreveu
que fomos [tempo verbal passado] “resgatados
. . . com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e
incontaminado, o qual, na verdade, foi conhecido, ainda antes da fundação do
mundo” (1ª Ped. 1:18 a 20). Paulo escreveu em sua primeira carta a Timóteo
que Cristo é “o Salvador de todos os
homens, principalmente daqueles que creem” (1ª Tim. 4:10).
Assim que o pecado
entrou neste mundo, Cristo se interpôs entre os vivos e os mortos, dando Sua
própria vida para que a raça humana continuasse através de Adão. Adão e Eva não
morreram naquela tarde no Jardim (veja Gên. 2:17) porque o Substituto foi
encontrado—Cristo, o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Apo. 13:8).
“Assim que houve pecado, houve um Salvador. Cristo sabia que Ele teria que
sofrer, mas Ele Se tornou o substituto do homem. Assim que Adão pecou, o Filho de Deus Se apresentou como garantia para a
raça humana, com o mesmo poder para evitar a desgraça pronunciada sobre o
culpado como de quando morreu na cruz do Calvário”.1
Agora, imagine o que
teria acontecido se nenhum substituto tivesse se apresentado naquela tarde.
Deus havia declarado enfaticamente (hebraico duplicando, “morrendo, morrerás”)
que o dia em que Adão pecou foi o dia em que ele morreria. Se Adão tivesse
colhido a justa punição por sua rebelião, então a raça humana teria deixado de
existir naquela mesma tarde. Ainda estamos aqui apenas seis milênios depois por
causa do infinito amor de nosso Deus.
Essa verdade é o
significado essencial dessa frase sonora complicada, “justificação legal”. De
pé diante da lei quebrantada, Cristo entrou no “lugar” de Adão e assumiu
completa responsabilidade pelo crime que Adão cometeu, aceitando a justa
punição a ser infligida a Si mesmo. Para fazer isso, Cristo também teve que um
dia assumir a natureza do Adão caído.
Corporativamente, como o
“Segundo Adão”, Cristo tomou sobre Sua natureza sem pecado a natureza que
precisava de redenção, e como humanidade corporativa, Ele viveu uma vida
perfeita, e então tomou aquela vida perfeita e a ofereceu na cruz do Calvário. “Porque . . . julgamos nós assim: que, se Um
morreu por todos, logo todos morreram” (2ª Cor. 5:14). E como Cristo é o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do
mundo” (*Apo. 13:8), Seu “um só ato
de justiça” (veja Rom. 5:15-19) emancipou toda a raça humana.2 Assim, a Divindade cancelou a pena de morte para
todo ser humano—“especialmente aqueles
que creem”. Para os muitos que não creem, “não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação
horrível de juízo e ardor de fogo” (Heb. 10:26, 27).
Que mensagem nos foi
dada para compartilhar com o mundo agonizante—um mundo em caos, que está
procurando por amor em todos os lugares errados! Deus ama você com um amor
íntimo, pessoal e imortal que não vai deixar que se vá, a menos que resista e
escolha fugir. Essas boas novas, quando compartilhadas com pessoas que estão
buscando alívio dos problemas deste mundo, trarão a unidade “em Cristo” quando
aprenderem a apreciar o que já foi feito para salvá-las eternamente do pecado.
Eles não precisam “melhorar” primeiro, antes que Deus os ame. Já são “amados”
em Cristo, que deu a vida por eles e os “adotou” em Sua família (Efé. 1: 3-5).
O “objetivo” da unidade
não é uma recompensa futura no céu pela qual devemos trabalhar diligentemente.
O objetivo é Cristo! Aprendendo com Ele como se comportar coerentemente como um
filho do Rei do universo, à medida que crescemos diariamente à semelhança de
Seu caráter, “até que todos cheguemos, à
unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida
da estatura completa de Cristo” (Efé. 4:13). [A vírgula adicional depois da
palavra “cheguemos” é intencional. Coloca a ênfase das palavras de Paulo no
objetivo de Cristo—o homem perfeito—e não em nossa “fé”. Toda a pontuação na Bíblia
é fornecida pelo tradutor.]
A chave para a união não
é mais acordo entre indivíduos ou por concílios denominacionais. A verdadeira
unidade acontecerá quando os indivíduos se unirem às grandes verdades da
mensagem de 1888 que, quando aceita em sua plenitude, permitirá ao céu abrir
suas portas e derramar a tão esperada Chuva Serôdia sobre um povo penitente e
humilde. Nem todo mundo quer ser unido, e é um sonho pensar que tudo estará
unido. A desunião surge de um coração pecaminoso e egoísta a que a maior parte
do mundo se apegará até o fim.
Isso significa que,
assim como no passado, continuará havendo oposição à mensagem final de Deus ao
mundo agonizante—a mensagem de Cristo e Sua justiça. Mas quando Deus finalmente
tem um povo—aqueles 144.000 misteriosos—dos que estão dispostos a desistir de
si mesmos e “seguir o Cordeiro aonde quer
que Ele vá”, então a chuva serôdia cairá sobre o grupo de pessoas “especialmente
os que creem”.
Todos não serão os
destinatários desta bênção do céu. “Só os que estiverem vivendo de acordo com a
luz que têm recebido poderão receber maior luz. A não ser que nos estejamos
desenvolvendo diariamente na exemplificação das ativas virtudes cristãs, não
reconheceremos as manifestações do Espírito Santo na chuva serôdia. Pode ser
que ela esteja sendo derramada nos corações ao nosso redor, mas nós não a
discerniremos nem a receberemos”.3
—Ann Walper
Notas finais:
1)
Ellen
G. White, Review and Herald, 12 de
Março de 1901;
2) A afirmação literal de Ellen G. White é: “com Seu próprio sangue
assinou Ele a carta de emancipação da raça humana.” A
Ciência do Bom
Viver, pág. 90;
3) Ellen. G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 507.
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Notas:
Veja, em inglês, o vídeo
desta 4ª lição do 4º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no
sitio: https://youtu.be/t-kWFTADQFk
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Biografia da autora:
A irmã Ana
Walper é uma adventista dedicada à pesquisa bíblica e às atividades da igreja.
Atualmente ela é diretora dos departamentos de liberdade religiosa; escola
sabatina; saúde e temperança, e é coordenadora de uma das unidades
evangelizadoras da escola sabatina. É também ativa instrutora bíblica.
Profissionalmente é enfermeira padrão, e durante as férias escolares ela
trabalha como enfermeira voluntária em acampamentos da juventude adventista nos
estados de Tenneessee e Kentucky nos EUA. Ela é também escritora independente já por 16 anos
em jornais de sua cidade sobre as boas novas de Cristo e Sua Justiça.
Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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