terça-feira, 23 de outubro de 2018

Liçao 4—O segredo para a unidade, por Ann Walper



Para 20 a 27 de outubro de 2018

Caos. Está se tornando a palavra que define o mundo em que vivemos. O Oriente Médio está em guerra há mais de vinte anos, com a Síria quase aniquilando a sua própria população civil. A política, seja nos Estados Unidos ou na Europa, tornou-se um empreendimento de divisão quase incivil. Algumas nações estão à beira do caos financeiro. A sociedade está dividida em vários níveis: o movimento de libertação das mulheres contra qualquer forma de liderança masculina; LGBTQ+ contra os cristãos; Democratas contra os republicanos numa batalha dolorosa pelo poder; um crescente segmento da juventude liberal contra qualquer pessoa com mais de 30 anos de idade. A África Central tem visto uma guerra civil em níveis sem precedentes, com fome e pragas exacerbando a situação para a população.
Até o mundo natural parece agitado a níveis caóticos. O Pacífico tem visto mais ciclones com velocidades de vento superiores a 220 km por hora este ano do que qualquer outro já registrado. O oceano Atlântico produziu duas tempestades catastróficas em questão de semanas. Terremotos, erupções vulcânicas, incêndios destruindo vastas áreas de florestas ocidentais dos Estados Unidos e algumas cidades. Parece que a própria Terra está se revoltando.
 “Portanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino; e haverá fomes e pestes e terremotos em diversos lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores” (Mat. 24: 7, 8).
Nosso estudo neste trimestre é a união. Como a unidade pode ser realizada em face de tal caos? Unidade no mundo de hoje parece ser semelhante ao proverbial “cisne negro”. Juvenal, o poeta romano do primeiro século, promoveu a teoria filosófica que se aplicava a eventos que eram tão raros a ponto de serem considerados quase impossíveis. Ele chamou esses eventos de “cisnes negros”. Sua frase pegou, e o truísmo foi mantido por quase 1700 anos—ninguém jamais havia visto um cisne negro até que um explorador holandês descobriu um no oeste da Austrália em 1697. Temos proclamado a “breve vinda” de Jesus por 175 anos, mas para muitas pessoas, parece o proverbial cisne negro, algo que o mundo nunca verá, ou pelo menos, algo que nunca veremos em nossa vida.
A última mensagem a ser dada ao mundo mergulhado no caos é a mensagem do insondável amor de Deus. Aquele Amor “amou o mundo de tal maneira” que estava disposto a Se sacrificar para que outros pudessem viver. “Desde a fundação do mundo”, este Amor Se entregou incansavelmente por nós. Deus “ordenou” ou “predestinou” para ser salvo, todo ser humano que nasceria neste planeta. “[Deus] nos elegeu Nele [Cristo] antes da fundação do mundo” (Efé. 1:4). Pedro escreveu que fomos [tempo verbal passado] “resgatados . . . com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo” (1ª Ped. 1:18 a 20). Paulo escreveu em sua primeira carta a Timóteo que Cristo é “o Salvador de todos os homens, principalmente daqueles que creem” (1ª Tim. 4:10).
Assim que o pecado entrou neste mundo, Cristo se interpôs entre os vivos e os mortos, dando Sua própria vida para que a raça humana continuasse através de Adão. Adão e Eva não morreram naquela tarde no Jardim (veja Gên. 2:17) porque o Substituto foi encontrado—Cristo, o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo (Apo. 13:8). “Assim que houve pecado, houve um Salvador. Cristo sabia que Ele teria que sofrer, mas Ele Se tornou o substituto do homem. Assim que Adão pecou, ​​o Filho de Deus Se apresentou como garantia para a raça humana, com o mesmo poder para evitar a desgraça pronunciada sobre o culpado como de quando morreu na cruz do Calvário”.1
Agora, imagine o que teria acontecido se nenhum substituto tivesse se apresentado naquela tarde. Deus havia declarado enfaticamente (hebraico duplicando, “morrendo, morrerás”) que o dia em que Adão pecou foi o dia em que ele morreria. Se Adão tivesse colhido a justa punição por sua rebelião, então a raça humana teria deixado de existir naquela mesma tarde. Ainda estamos aqui apenas seis milênios depois por causa do infinito amor de nosso Deus.
Essa verdade é o significado essencial dessa frase sonora complicada, “justificação legal”. De pé diante da lei quebrantada, Cristo entrou no “lugar” de Adão e assumiu completa responsabilidade pelo crime que Adão cometeu, aceitando a justa punição a ser infligida a Si mesmo. Para fazer isso, Cristo também teve que um dia assumir a natureza do Adão caído.
Corporativamente, como o “Segundo Adão”, Cristo tomou sobre Sua natureza sem pecado a natureza que precisava de redenção, e como humanidade corporativa, Ele viveu uma vida perfeita, e então tomou aquela vida perfeita e a ofereceu na cruz do Calvário. “Porque . . . julgamos nós assim: que, se Um morreu por todos, logo todos morreram” (2ª Cor. 5:14). E como Cristo é o “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (*Apo. 13:8), Seu “um só ato de justiça” (veja Rom. 5:15-19) emancipou toda a raça humana.2 Assim, a Divindade cancelou a pena de morte para todo ser humano—“especialmente aqueles que creem”. Para os muitos que não creem, “não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo” (Heb. 10:26, 27).
Que mensagem nos foi dada para compartilhar com o mundo agonizante—um mundo em caos, que está procurando por amor em todos os lugares errados! Deus ama você com um amor íntimo, pessoal e imortal que não vai deixar que se vá, a menos que resista e escolha fugir. Essas boas novas, quando compartilhadas com pessoas que estão buscando alívio dos problemas deste mundo, trarão a unidade “em Cristo” quando aprenderem a apreciar o que já foi feito para salvá-las eternamente do pecado. Eles não precisam “melhorar” primeiro, antes que Deus os ame. Já são “amados” em Cristo, que deu a vida por eles e os “adotou” em Sua família (Efé. 1: 3-5).
O “objetivo” da unidade não é uma recompensa futura no céu pela qual devemos trabalhar diligentemente. O objetivo é Cristo! Aprendendo com Ele como se comportar coerentemente como um filho do Rei do universo, à medida que crescemos diariamente à semelhança de Seu caráter, “até que todos cheguemos, à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efé. 4:13). [A vírgula adicional depois da palavra “cheguemos” é intencional. Coloca a ênfase das palavras de Paulo no objetivo de Cristo—o homem perfeito—e não em nossa “fé”. Toda a pontuação na Bíblia é fornecida pelo tradutor.]
A chave para a união não é mais acordo entre indivíduos ou por concílios denominacionais. A verdadeira unidade acontecerá quando os indivíduos se unirem às grandes verdades da mensagem de 1888 que, quando aceita em sua plenitude, permitirá ao céu abrir suas portas e derramar a tão esperada Chuva Serôdia sobre um povo penitente e humilde. Nem todo mundo quer ser unido, e é um sonho pensar que tudo estará unido. A desunião surge de um coração pecaminoso e egoísta a que a maior parte do mundo se apegará até o fim.
Isso significa que, assim como no passado, continuará havendo oposição à mensagem final de Deus ao mundo agonizante—a mensagem de Cristo e Sua justiça. Mas quando Deus finalmente tem um povo—aqueles 144.000 misteriosos—dos que estão dispostos a desistir de si mesmos e “seguir o Cordeiro aonde quer que Ele vá”, então a chuva serôdia cairá sobre o grupo de pessoas “especialmente os que creem”.
Todos não serão os destinatários desta bênção do céu. “Só os que estiverem vivendo de acordo com a luz que têm recebido poderão receber maior luz. A não ser que nos estejamos desenvolvendo diariamente na exemplificação das ativas virtudes cristãs, não reconheceremos as manifestações do Espírito Santo na chuva serôdia. Pode ser que ela esteja sendo derramada nos corações ao nosso redor, mas nós não a discerniremos nem a receberemos”.3

Ann Walper

Notas finais:                                           

1) Ellen G. White, Review and Herald, 12 de Março de 1901;
2) A afirmação literal de  Ellen G. White é: “com Seu próprio sangue assinou Ele a carta de emancipação da raça humana.” A Ciência do Bom Viver, pág. 90;
3) Ellen. G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 507.
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Notas:                                                       
Veja, em inglês, o vídeo desta 4ª lição do  4º trim. de 2018,  exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/t-kWFTADQFk

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia da autora:

A irmã Ana Walper é uma adventista dedicada à pesquisa bíblica e às atividades da igreja. Atualmente ela é diretora dos departamentos de liberdade religiosa; escola sabatina; saúde e temperança, e é coordenadora de uma das unidades evangelizadoras da escola sabatina. É também ativa instrutora bíblica. Profissionalmente é enfermeira padrão, e durante as férias escolares ela trabalha como enfermeira voluntária em acampamentos da juventude adventista nos estados de Tenneessee e Kentucky nos EUA. Ela é também escritora independente já por 16 anos em jornais de sua cidade sobre as boas novas de Cristo e Sua Justiça.

Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.

 
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