Para 1º de dez. a 8 de dezembro de 2018
Quando nós apreciamos o que levou o Pai e Jesus a nos
perdoar, sendo pecadores, então em nossos corações nos motivaremos a perdoar os
pecados de outros contra nós.
As “boas novas” de que a salvação em Cristo não é uma
mera provisão, mas um fato; que Cristo não é meramente oferecido a todo homem,
mas dado a todo homem; que o Senhor nos ama tanto que não podemos nos perder a
menos que resistamos ao Espírito Santo; que é fácil ser salvo e difícil de se
perder, em vista desta grande salvação; que quando Cristo morreu na cruz, Ele
realmente fez algo por “todo homem”; que é Deus quem toma a iniciativa de
efetuar a nossa salvação, e que é impossível se perder a menos que tomemos a
iniciativa de resistir e rejeitar o que Ele efetuou por nós; e que a
justificação pela livre graça de Deus é efetuada para “todos”, Deus em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não nos imputando as ofensas, “todos os homens”
devem até sua vida física ao sacrifício de Cristo, e por Suas feridas são
curados.
Isso tudo soa como "boa nova" para mim.
Mas o mundo não o conhece ou entende porque ninguém lhes diz, ou pelo menos
muito poucos o proclamam; e aqueles na igreja remanescente que deveriam
entendê-lo e proclamar poderosamente e efetivamente são confundidos por
conceitos conflitantes de justificação pela fé. Aqui estão algumas passagens
das Escrituras que suportam a visão de 1888:
“Temos um advogado
para com o Pai, Jesus Cristo, o justo; e Ele é a propiciação pelos nossos
pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1ª João 2: 1, 2). “Nisto está o amor, não em que
tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós e enviou Seu Filho para
propiciação pelos nossos pecados” (1ª João 4:10). Verdadeiramente esta “propiciação”
se aplica a “todos os homens”. É mais do que uma mera “provisão”, pois “nunca
alguém, seja santo ou pecador, toma seu alimento diário, que não seja nutrido
pelo corpo e o sangue de Cristo. A cruz do Calvário acha-se estampada em cada
pão”.1
“Nosso Salvador Jesus Cristo ... trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo
evangelho” (2ª Timóteo 1:10).
A “propiciação”, portanto, já é eficaz para “todos”, “santo
ou pecador”. “Todos os homens” vivem por causa disso. É a base para a
justificação. Somente por causa da “propiciação” é possível a Deus ignorar “os
pecados do mundo inteiro” e enviar Sua “chuva sobre o justos e injustos”
(Mat. 5:45), “e abres a Tua mão, e fartas o desejo de todos os viventes”
(Sal. 145:16).
Cristo “é a propiciação pelos nossos pecados, e não
somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1ª João 2:2). O
texto não diz que, provisoriamente, talvez, porventura, Cristo seja a
propiciação pelos pecados do mundo inteiro, se e quando, e não até que o
pecador “aceite”. Cristo já é essa propiciação. Esta grande “provisão” da cruz
é “estabelecida para ser uma propiciação pela fé em seu sangue” (Rom.
3:25). Quando a “propiciação” é “apresentada” ao pecador e ele crê nela, então
ele experimenta a justificação pela fé.
“Porque Cristo, estando nós
ainda fracos, morreu a Seu tempo Cristo pelos ímpios, ... Deus prova o Seu amor
para conosco, pois, enquanto ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós.
Quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho” (Rom. 5:6-10).
A morte de Cristo tornou eficaz uma justificativa legal
aplicável a todos os homens. Legalmente, “todos os homens” eram justificados,
porque Ele morreu por “todos” (2ª Cor. 5:14, 15). Ele satisfez as exigências da
lei para os pecadores. E Ele morreu por eles “enquanto ainda éramos
pecadores” (Rom. 5:8). “Quando” ainda éramos “inimigos,
fomos reconciliados ...” (Rom. 5:10).
Isso soa como uma contradição descarada, não é? Como você
pode ser “reconciliado” enquanto ainda está em inimizade? A resposta é: fomos
justificados legalmente por um sacrifício feito para “todos os homens”
(Rom. 5:18), e a reconciliação está incluída.
Mas pense nisso, justificativa legal e “receber a
expiação” são duas coisas diferentes. Nós recebemos a expiação [reconciliação]
somente quando acreditamos. “Agora recebemos a expiação [reconciliação]”, diz
Paulo em Rom. 5:11, quando somos “justificados pela fé” (verso 1). Confundir a
justificação legal com a justificação pela fé não nos ajudará a terminar a obra
nesta geração; Ele irá definir o nosso relógio de volta para o século 16, e
levar ao antinomianismo. Em vez de completar a Reforma iniciada por Lutero e
Calvino, tal confusão apenas retardará o seu progresso.
“Portanto, como pela ofensa de
um só [Adão], o juízo veio sobre todos os homens para condenação, assim também
pela justiça de um dom gratuito para todos os homens, para justificação da vida”
(Rom. 5:18).
Mais uma vez temos o que parece ser uma contradição! Como
Paulo pode contrastar o “julgamento” que veio por Adão sobre “todos os homens para
condenação” com o “dom gratuito ... para a justificação” vindo igualmente “sobre
todos os homens”? A vasta maioria de “todos os homens” certamente não exibe
nenhum dos frutos da “justificação pela fé”!
A resposta a essa aparente contradição é simplesmente
dizer que isso é verdade—“todos os homens” não expõem os frutos da justificação
pela fé porque não foram justificados pela fé. Eles só foram legalmente
justificados e o simples fato de que vivem é uma prova dessa justificativa
legal. “Todos os homens” não seriam capazes de tirar sequer uma respiração se a
justificativa forense não fosse eficaz para eles. O próprio fato de viverem é a
prova de que Cristo morreu por eles e é a “propiciação” por seus pecados.
Aqui é onde entra o “evangelho”. Somos comissionados pelo
Senhor para “ir a todo o mundo” e dizer “a todos os homens” que eles foram
justificados. Devemos dar “boas notícias”. Deus não conserva mágoas contra
eles. Não lhes está imputando suas ofensas. A propiciação já é um fato, não uma
mera provisão. E quando alguns creem, naquele momento são “justificados pela fé”.
“Se um morreu por todos, então
todos morreram: e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais
para si mesmos ...” (2ª Cor. 5:14, 15).
Todos estariam mortos se Ele não tivesse “morrido por
todos”. A sepultura é o que nós merecemos. O próprio fato de “todos” vivermos é
uma evidência de que uma justificação forense foi eficaz para eles, pois “o
nosso Salvador Jesus Cristo ... trouxe vida ... a luz através do evangelho” (2ª
Tim. 1:10). A “vida” foi assim provida para “todos os homens” que merecem
apenas a morte. Mais do que isso, aqueles que apreciam a “Luz, que ilumina todo homem que vem ao mundo” (João 1: 9), aqueles
que “creem”, para eles Cristo Jesus também trouxe “a imortalidade à luz através
do evangelho” (2ª Tim. 1:10).
“Deus estava em Cristo, reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando as suas transgressões” (2ª Cor. 5:19).
Claramente, Deus não “imputa” as ofensas de qualquer
homem até ele rejeitar a Cristo. Portanto, o único pecado pelo qual alguém será
condenado no julgamento é o pecado da incredulidade, isto é, o pecado de não
apreciar os sacrifícios que efetuaram uma justificação legal para todos.2
Quando Cristo morreu, Ele fez algo para cada homem, mulher e criança no mundo.
Ele era “a verdadeira Luz, que ilumina todo homem que vem ao mundo” (João 1:
9). Esta “Luz” não é uma mera provisão—é eficaz. “Nele estava a vida; e a vida
era a luz dos homens” (verso 4). Ninguém, santo ou pecador, jamais conhece um
momento de alegria, jamais sorri, a não ser em virtude do sacrifício de Cristo.
Esta é a “notícia” que o mundo precisa ouvir; e para aqueles que acreditam, é “boa
nova”.
“Poque todos pecaram e destituidos estão da glória de
Deus do esplendor divino, e todos são justificados somente pela livre graça de
Deus, através de Seu ato de libertação na pessoa de Cristo Jesus” (Rom. 3:23,
24, Nova Bíblia em Inglês)...
Esse “tudo” significa o que diz, porque se harmoniza com
as outras passagens. The New English Bible
traduz corretamente o grego “justificado”, que é um particípio presente com a
palavra “todos” como seu sujeito apropriado. Como a graça de Deus é “livre”,
deve ser igualmente manifestada a “todos”. Se for uma mera disposição sujeita a
certas condições, não pode ser descrita como “livre”. Mas esta “justificação
pela livre graça de Deus” obviamente deve ser forense, pois “todos os homens”
não acreditam e recebem.
Paulo continua nos versículos 25-28 discutindo a
justificação, procedendo da justificação forense efetuada para “todos” à
justificação experiencial que traz “remissão dos pecados” “através da fé no Seu
sangue”. E porque a fé é considerada justiça, Deus pode “ser justo e
justificador daquele que crê em Jesus”. Isso envolve uma mudança de coração! A
justificação pela fé não é apenas forense, um “declarar” judicial a milhões de
anos-luz de distância. Inclui remissão de pecados! “Remissão” não é uma mera
entrada em um registro legal, sem relação com o coração do pecador. “Remissão”
é a retirada real do pecado, realizada em justificação pela fé.
--Paul E. Penno
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Notas finais:
1) Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 660
1) Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 660
2) Cf. idem, pág.58
Notas:
Veja, em inglês, o
vídeo desta 10ª lição do 4º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na
internet, no sitio: https://youtu.be/TU6qd2gdFGQ
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Biografia
do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há
42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos
Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no
Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este
livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com.br) em
1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos
artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a
serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai
dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente
escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do
seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015,
realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church
localizada no endereço: 14919 Fruitvale
Road, Valley Center, Califórnia.
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos
do tradutor.
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