Para 24 de nov. a 1º de dez. de 2018
É possível encontrar a
verdade nesta cacofonia de vozes que ouvimos hoje? Jesus diz que sim: “conhecereis
a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). Ellen White também
expressa um encorajador sim: “A casa de Israel [a igreja organizada] deve ser
imbuída do Espírito Santo e batizada com a graça da salvação. Em meio aos
gritos confusos, ‘Eis aqui o Cristo! Eis ali o Cristo!’ será dado um testemunho
especial, uma mensagem especial da verdade apropriada para este tempo, cuja
mensagem deve ser recebida, crida e posta em prática. ... As falsidades serão
chamadas à atenção do povo de Deus, mas a verdade deve permanecer vestida em
suas belas e puras vestes” (Review and
Herald, 13 de outubro de 1904).
A história e o conteúdo da
mensagem de 1888 são de grande interesse para os adventistas do sétimo dia em
todo o mundo. Ellen White disse repetidamente que a falha em compreender e
aceitar essa mensagem retardou muito o progresso da Igreja e o triunfo da
mensagem do “evangelho eterno”.
Em nossos dias modernos,
cismas, apostasias, fanatismos, interpretações conflitantes das profecias, as
incursões da chamada “nova teologia” [e as atuais divisões sobre a ordenação de
mulheres e outras questões] têm atormentado a Igreja. A perda resultante de
ministros e membros tem sido pesada. Esses muitos problemas estão relacionados
à confusão e ao equívoco da história e da mensagem de 1888.
Aqueles que creem no Novo Testamento
reconhecem que os judeus rejeitaram e crucificaram o seu Messias. Se a nação
judaica desejasse se acertar com Deus, não seria uma boa ideia que entendesse
esse erro e se arrependesse disso?
Se quisermos nos acertar
com o Senhor, não seria sábio que compreendêssemos a nossa história e
aceitássemos o Seu dom de arrependimento? “Não temos nada a temer do futuro, a
não ser que esqueçamos o modo como o Senhor nos conduziu e os ensinamentos Dele
em nossa história passada”1. Seria lógico que tenhamos tudo a temer se esquecermos o nosso passado
e desconsiderarmos os “Seus ensinamentos em nossa história passada”.
Uma verdadeira compreensão
do evangelho é precisamente o de que este mundo amaldiçoado pelo pecado precisa
desesperadamente conhecer. Depois que o cristianismo professou proclamar o
evangelho por dois mil anos, a agonia e o mal no mundo parecem estar piorando.
Milhões de pessoas que querem acreditar em Deus sentem-se forçadas a duvidar de
que Ele existe ou de que Ele se importa. Será que o puro evangelho ainda não
foi proclamado como deveria ser?
Por mais surpreendente que
seja, há mais de um evangelho: (a) a verdade pura que Paulo e os apóstolos
pregaram, a qual ele chama de “a graça de Cristo”, e (b) um falso evangelho que
ele diz ser “outro evangelho”, que não é outro, mas uma perversão do evangelho
de Cristo. De acordo com as palavras fortes de Paulo, “qualquer outro
evangelho” que não o verdadeiro que Cristo deu acaba sendo uma “maldição” (Gál.
1:6-9).
A razão pela qual o inimigo
de Cristo se especializa em perverter o evangelho é porque sabe que o
verdadeiro é “o poder de Deus para a
salvação” (Rom. 1:16), assim como a boa comida é saudável para o corpo. Mas
um pouco de arsênico misturado na dieta é letal. No juízo final, todos verão
que a agonia contínua do mundo tem sido o resultado direto de uma perversão do
evangelho que “Babilônia” impingiu à humanidade (Apo. 18:24).
A verdade é que o Senhor
nos deu uma mensagem especial de Boas Novas que as pessoas devem aprender a
crer. O Senhor nunca chamou os adventistas do sétimo dia para pregarem o
legalismo ao mundo. Nossa comissão especial é recuperar e proclamar a boa nova
que já é “a salvação de Deus” e que prepara um povo para a segunda vinda de
Cristo. De fato, a mensagem dos três anjos de Apo.14:6-12 é num sentido único
“o evangelho eterno” para os últimos dias. Deve ser a melhor boa notícia que o
mundo já ouviu.
Pode a Igreja Adventista do
Sétimo Dia entrar em união ao conhecer e aceitar esta mensagem da Boa Nova? Se
é a verdadeira Igreja “remanescente” de Apo. 12:17 e 14:12, a resposta tem que
ser sim. Se a graça é mais forte do que o pecado, então a verdade tem que ser
mais forte do que o erro, e o Espírito Santo deve ser mais forte do que a
carne, e a luz deve ser mais forte do que a escuridão. Não dizemos “se” porque
duvidamos; preferimos dizer: “Porque é a Igreja remanescente”, a resposta tem
que ser sim. “Mente estará disposta contra mente, planos contra planos,
princípios de origem celestial contra os princípios de Satanás. A verdade em suas
várias fases estará em conflito com o erro em suas formas cada vez mais
variadas, e que, se possível, enganará os próprios eleitos.”2 Note: os “eleitos” não são
enganados. “A verdade em suas variadas fases” irá vencer os “erros em suas
formas crescentes”. Isso é uma boa notícia!
Ellet J. Waggoner escreveu:
“A união do Pai e do Filho é a união do Espírito. Não podemos compreender essa
união, mas podemos saber que não é uma união forçada, mas que resulta de sua
própria natureza. Eles têm uma vida,
seus pensamentos e propósitos são os mesmos, não porque se reúnem e comparam
notas e concordam em ser iguais, mas porque uma vida está neles. Assim, a união
dos crentes deve ser uma união vital, ou não é união alguma. Não é realizada
por luta e debate e decisões de maiorias, mas entregando a mente a Cristo e
ouvindo a Sua voz. Devem estar unidos pela mente e Espírito de Cristo. A vida
do Pai e do Filho em cada membro da Igreja produzirá a união mais perfeita em
todo o corpo. ...
“Isso não dá base para a ideia de que pode
haver divisões na Igreja de Cristo, um segmento crendo numa coisa, e outro
segmento crendo e praticando outra coisa. Deus “fundiu o corpo junto, ... para
que não houvesse cisma no corpo (1ª Cor. 12:24, 25). ‘Há um só corpo e um só
Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação: um
só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e um só Pai de todos, que é
acima de tudo, e por todos, e em todos vós’ (Efé. 4: 4-6). A exortação do
apóstolo é que todos falemos ‘a mesma coisa e que não haja divisões entre vós,
mas que sejais perfeitamente unidos na mesma mente e no mesmo juízo’ (1ª
Coríntios 1:10). Mas tenha em mente que essa união não é artificial, mas
natural, não a natureza humana, no entanto, mas a natureza divina. ...
“Cristo deseja a unidade, mas Ele não tenta
forçá-la, porque a unidade que é essencial é a unidade do crescimento em
Cristo, e o crescimento não pode ser forçado. A religião de Jesus é amor e
força mata o amor. Onde não há amor não há justiça; ...”3
Queremos “vencer” não
apenas “avisar” aqueles com quem estamos em desacordo. Vivemos num tempo
repleto de tremendo significado; vivemos este lado do maior movimento mundial
que já aconteceu em 6.000 anos de história—a Terra deve ser “iluminada” com a
glória daquele quarto anjo de Apocalipse 18. O “começo” dessa maravilhosa obra
veio em 1888.
Deixe-me encorajá-lo: seja
fiel à verdade; defenda-a, mas faça-o com palavras semelhantes a Cristo, num
espírito generoso.
--Dos escritos de Robert J.
Wieland
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Notas
finais:
1) Life Sketches of Ellen G. White, pág. 196.
1) Life Sketches of Ellen G. White, pág. 196.
2) Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos,
pág. 407
3) União e Uniformidade, The present Truth, 20 de
Abril de 1893.
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Notas:
Veja, em inglês, o vídeo
desta 6ª lição do 4º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet,
no sitio: https://youtu.be/CSXig2A_fV4
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Biografia do autor, Pr. Roberto Wieland:
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira,
missionário na África, em Nairobe e Kenia. Autor de inúmeros livros. Foi
consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida
por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011,
aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja
local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na
África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Associação Geral
que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888.
38 anos depois, em 1988, a Associação
Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes
com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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