segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Lição 3—A mensagem de Jesus às sete igrejas, por Robert J. Wieland



Para 12 a 19 de janeiro de 2019

  
Se você estiver viajando para um lugar distante, é aconselhável levar um mapa [ou GPS]. Você pode ler os nomes das cidades, rios ou montanhas que indicam onde está a qualquer momento. Desta forma, pode saber quando está chegando ao destino.
Quando, quase 2000 anos atrás, o apóstolo Paulo escreveu a sua primeira carta à Igreja em Tessalônica, escreveu como se acreditasse que a vinda do Senhor estava muito próxima, naquele tempo. Na verdade, ele escreveu como um profeta inspirado, tal como os profetas do Antigo Testamento, que também descreveram o Dia do Senhor como muito próximo em seu tempo. É como olhar para uma montanha distante numa manhã nítida e clara—parece muito perto, mas em geral a neblina pelo meio lhe diz que está a muitos quilômetros de distância.
Paulo corrigiu essa impressão errada escrevendo sua segunda carta aos tessalonicenses. Ele deixou claro que o Senhor não viria durante vida daqueles que estavam vivendo naquele tempo. O “mapa” indicava que muitas coisas devem vir antes que “aquele dia” possa chegar. Ao contar aos tessalonicenses o que deve acontecer antes de Jesus vir pela segunda vez, Paulo se refere às profecias de Daniel com respeito ao grande “afastamento” ou apostasia da Idade das Trevas.
A partir do tempo de Paulo, a jornada no “mapa” seria longa, e muitos eventos devem primeiro acontecer antes que o Senhor retorne. A “apostasia” ocorreu várias centenas de anos após a época dos apóstolos e continuou por toda a Idade das Trevas até o nosso “tempo do fim”.
O “mapa” profético também se desdobra diante de nós no livro do Apocalipse. A história da Igreja de Deus desde o tempo dos apóstolos até a vinda do Senhor é revelada na história das “sete igrejas” de Apocalipse 2 e 3. “Éfeso” é a Igreja primitiva dos apóstolos; “Esmirna” é a Igreja dos primeiros séculos que sofreu perseguição sangrenta nas mãos do Império Romano; “Pérgamo” é a Igreja que desfrutava de apoio e patronato entre os anos 300-500 dC do império “cristão”; “Tiatira” é a Igreja fiel ao Senhor na longa Idade das Trevas.
Em sua mensagem a Tiatira, Jesus dá o primeiro indício de que nossa jornada no “mapa” está se encaminhando para “o tempo do fim”. Ele diz: “Conserva o que tens até Eu vir . . “..
Eu vos darei a estrela da manhã” (Apo. 2:25, 28). A noite estava passando—a manhã viria logo!
“Sardes” é a Igreja do período da Reforma que encerrou a Idade das Trevas; “Filadélfia” é a Igreja na época em que aqueles que amavam a Bíblia começaram a perceber que estavam vivendo no “tempo do fim”. Testemunharam os primeiros “sinais” visíveis da vinda de Cristo. Para eles, Jesus disse: “Eis que cedo venho” (Apo. 3:11). O “mapa” está se desdobrando através dos séculos. Podemos “ver” que nossa longa jornada está chegando ao fim. Os eventos que Paulo mencionara aos tessalonicenses tinham ocorrido agora, e os cristãos em muitos países começaram a despertar como de um longo sono e a pensar na segunda vinda de Cristo. Essas pessoas eram chamadas de “adventistas”.
 “Laodiceia” é a última das sete igrejas e nos leva ao fim.
Apocalipse indica que “o anjo da Igreja de Laodiceia” por fim falhará e ultrapassará um ponto sem retorno? Se assim for, seria a primeira das sete Igrejas a fazê-lo. Sempre nas seis mensagens precedentes havia promessas “àquele que vencer”, e no final, cada um desses “anjos” passou a tocha da verdade para a geração seguinte, apesar de muitos fracassos e apostasias, e apesar do fato de que nenhuma em eras passadas compreendeu completamente a verdade como ainda estava para ser revelada.
O ensinamento de O Grande Conflito é claro que Deus sempre teve um remanescente ao longo da história que Lhe foi fiel. Esta é a importância de Apocalipse 12, onde lemos sobre a verdadeira Igreja como “a mulher [que] fugiu para o deserto”, onde foi alimentada. Assim, a identidade da verdadeira Igreja permaneceu intacta durante todas as eras passadas.
Isso significa que as seis mensagens anteriores a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes e Filadélfia não falharam em seu objetivo. Nenhuma delas tinha a intenção de preparar um povo para a trasladação, e nenhuma o fez; mas em cada era sucessiva cada “anjo” prestou atenção à sua mensagem e preservou a Igreja e sua verdade essencial para que “o anjo da Igreja de Laodiceia “ pudesse finalmente construir sobre ela. De maneira alguma um cristão verdadeiro pode dizer que o ministério de Cristo “que caminha no meio dos sete candelabros de ouro” (Apo. 2: 1) tem sido um fracasso, ou que acabará se tornando um fracasso. Dizê-lo lançaria desprezo a Sua cruz e Seu ministério sacerdotal.
Nenhuma das Igrejas precedentes foi convidada a compartilhar o trono de Cristo, mas o “anjo da Igreja de Laodiceia “ é assim convidado. Mas se o anjo falha e é vomitado, a promessa final deve falhar, e tal último fracasso colocaria em dúvida a “vitória” de todas as seis Igrejas anteriores. As mensagens para as sete Igrejas são uma unidade total, e o fracasso da última reprova todas elas.
Isto é prontamente visto pelo fato de que todos os crentes em Cristo das gerações anteriores que estão agora dormindo em seus túmulos devem permanecer ali presos até que Cristo retorne; e Ele não pode retornar até que o problema de Laodiceia seja resolvido. Assim, a verdade solene é que o sucesso final de todo o plano de salvação depende de sua hora final, e essa hora é a superação trazida à vista em Apo. 3:21.
Não é difícil entender como o inimigo de toda a justiça quer atacar e negar a possibilidade e a certeza dessa vitória final.
 Foi na história de 1888 que nosso Senhor “bateu” como um Amante Divino buscando a entrada na porta de Sua futura noiva. A citação direta de Jesus da Septuaginta é um comentário inspirado que diz: “A mensagem de Laodiceia deve ser entendida à luz de Cantares de Salomão”. Se Cristo não é onisciente (Ele diz que não sabe o tempo de Sua segunda vinda—Mar. 13:21), talvez não tenha conhecido o resultado do apelo de 1888. Não podemos apreciar Sua divina ansiedade de tomar para Si a Sua futura noiva? Não podemos sentir como Cristo, “o amante”, esperava contra a esperança de que ela iria responder?
Mas Ellen White disse depois: “O desapontamento de Cristo está além de descrição”.1 O Cântico de Salomão conta o que aconteceu melhor do que os nossos próprios historiadores disseram.
Note como Ellen White claramente relaciona a fraseologia do Cântico dos Cânticos com os resultados da mensagem de 1888:
“A vida cristã, que antes parecia-lhes [aos jovens] indesejável e cheia de incoerência, agora aparecia em sua verdadeira luz, em notável simetria e beleza. Aquele que fora para eles como uma raiz em terra seca, sem forma ou graciosidade, tornou-se o 'principal entre dez mil' [Cântico dos Cânticos 5:10] e Alguém inteiramente amável”.2
É uma história de amor, na verdade—a mais pungente já escrita. Ela respira a mesma esperança de reconciliação e reunião final que a mensagem de Laodiceia.
Por tal esperança vale a pena morrer e vale a pena viver. Se nossas pobres e pequenas almas forem finalmente salvas e chegarmos ao Céu para aproveitar nossas recompensas—isso não é de todo importante. O importante é que o amante profundamente desapontado e o Noivo receberão a Sua recompensa, que Ele finalmente receba como Sua Noiva uma Igreja que SEJA capaz de uma verdadeira apreciação Dele de todo o coração.
 
            Dos escritos de Roberto Wueland

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Notas finais:                                                      
1) Ellen G. White, Review and Herald, de 15 de dezembro de 1904.               

2) Idem 12 de fevereiro de 1889                                                                       
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Notas:                                                            
O video deste tema desta semana você pode ver e ouvir o pastor Paul Penno

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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 Biografia do autor, Pr. Roberto Wieland:       
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. Autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Associação Geral que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888. 38 anos depois, em 1988, a Associação Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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