Para
19 a 26 de janeiro de 2019
Apocalipse capítulo 1 descreve o advogado
representando o mundo caído. Nos capítulos 2 e 3, lemos as acusações. Em
seguida, nos capítulos 4 e 5, somos conduzidos ao tribunal do universo e
mostramos o juiz e o júri. O tribunal celestial permanecerá em sessão até que o
tempo de graça seja encerrado, após todos os casos terem sido apresentados,
todas as evidências terem sido ouvidas e todos os fatos terem sido
investigados, então o julgamento será proferido para a execução da
sentença—Aquele que for injusto permaneça injusto, e aquele que é imundo
permanecerá imundo; aquele que é justo permanecerá assim, e aquele que é santo
será santo por toda a eternidade (ver Apo. 22:11).
Talvez você tenha dúvidas sobre o
resultado desses procedimentos celestiais. Os mensageiros de 1888 nos dão boas
notícias. “Certamente todas as dúvidas quanto à aceitação para com Deus devem
ser descartadas. Mas não é. O coração maligno da incredulidade ainda sugere
dúvidas. ‘Creio em tudo isso, mas . . .’ Espere, pare aí mesmo, se você cresse
não diria ‘mas’. . . . Agora a questão é: você se entregou a Ele? Se o fez,
pode ter certeza de que Ele aceitou você. Se não é Dele, é somente por ter
recusado entregar a Ele aquilo que Ele adquiriu. Você O está defraudando”.1
O povo de Deus não tem nada a temer desse
processo judicial, porque nos foi prometido que o julgamento “fez justiça aos santos” (Dan. 7:22).
Enquanto o caos político, social e até
ambiental está aumentando em todo o mundo, temos a certeza da estabilidade no
centro do universo, onde o nosso Deus está entronizado e no comando de todas as
coisas. Alto e elevado, nosso Deus é o ponto focal de tudo quanto existe. A
mensagem do evangelho eterno chama todo o mundo a adorar o Criador que fez o
céu e a terra e todas as coisas que existem (Apo. 14: 6,7). Este Ser divino é
identificado como digno de “receber
glória, honra e poder” (Apo. 4:11). Cristo nos ensinou a orar ao Pai porque
Dele é o reino e o poder e a glória que permanecerão para sempre (ver Mat.
6:13). Nosso Deus está “muito acima de
todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia,
não só neste século, mas também no vindouro” (Efé. 1:21).
A descrição de
Apocalipse da grandeza do trono de Deus, embora ofuscante para a nossa mente
entenebrecida, falha em descrever completamente a sua maravilha. O templo de
Salomão em Jerusalém era a estrutura mais magnífica do mundo, e os arquitetos
modernos avaliaram o seu valor em mais de noventa bilhões de dólares. Ficamos
admirados com tal estrutura, sem vontade de até mesmo colocar as solas de
nossos sapatos sujos sobre o seu piso deslumbrante. Mas Aquele que está no
majestoso edifício celestial está além da descrição em Sua glória e esplendor,
inacessível na luz em que habita (1ª Tim. 6:16).
No santuário celestial
não há lugar para frivolidade ou exaltação própria. Os que se fazem presente lá
só podem cair sobre os seus rostos diante de Deus em total humildade. Isso deve
nos dar orientação sobre como nos conduzimos na casa de Deus no sábado pela
manhã. A hora do culto é sagrada e deve refletir o que acontece no santuário
celestial na manhã de sábado. “Dizeres frívolos que se adequariam ao salão de
dança” não têm lugar no culto cristão. Isso faz com que “os puros anjos ajuntem
a sua luz ao redor deles, e as trevas envolvam os que estão naquela igreja. Os
anjos estão saindo de cena. A tristeza está nos semblantes [dos anjos]. Eis que
estão chorando”.2
Pouco pensamento se
dedica ao santuário celestial na igreja hoje, mas “este verdadeiro sacerdócio,
ministério e santuário de Cristo no céu é muito claro no Novo Testamento para
ser negado por qualquer possibilidade. No entanto, diante de tudo isso, é uma
coisa sobre que quase nunca se pensa, sendo quase desconhecido, e até mesmo
dificilmente crido, no mundo cristão de hoje”.3
No capítulo 5 nossa
visão é transferida da magnificência do trono de Deus, que é demais para nós
compreendermos, para um “Cordeiro como havendo
sido morto” (Apo. 5: 6). Uma voz forte proclama: “Digno é o Cordeiro que foi morto!” (Apo. 5:12) A palavra grega
para “morto” significa levado à morte com violência, massacrado. O apóstolo
João usou a mesma palavra ao descrever o assassinato por Caim de seu irmão (1ª
João 3:12), e Caim matou o seu irmão por causa da violência e do mal em seu
próprio coração. Portanto, podemos concluir que este Cordeiro em pé diante do
trono de Deus é uma vítima inocente. Nossa maldade massacrou o inocente Filho
de Deus. Pare e pense da próxima vez que for tentado a pecar.
“Quando o apóstolo olhou para a cidade, para o
lugar onde milhares de anjos estavam reunidos diante do trono, viu no meio dela
um Cordeiro, como havia sido morto. Nós chegamos à inumerável companhia de
anjos, e Jesus, o Mediador, e ao sangue da aspersão. . . . Seu sangue é
derramado, e é contado por nós, porque Ele se identifica conosco em nosso
pecado e, quando nos apegamos a Ele pela fé, Ele entra em nossos corações, e
Seu sangue está sempre fluindo para purificar o pecado”.4
Por que os vinte e
quatro anciãos e a hoste angélica proclamam este Cordeiro como “digno”? Era Ele
“digno” da justiça da lei quebrada à qual Se rendeu, e que exigia a vida do
pecador? Era Ele “digno” da morte que recebeu? Era Ele “digno” da brutalidade
de Sua crucificação e rejeição pelos homens que veio salvar? Do que Ele é
digno? Ele é digno de “receber poder [autoridade], e riquezas [abundância], e
sabedoria [em executar os Seus conselhos], força [poder para manter o pecado sob
controle], e honra [preeminência de hierarquia], e glória [mais alto louvor] e
bênção [louvor elaborado]” (Apo. 5:12).
Destes Ele é
“digno”—mas por quê? Porque esteve disposto e capaz de “dar a vida pelos Seus amigos” (João 15:13). “Enquanto ainda éramos
pecadores” e “[Seus] inimigos”, Cristo “morreu por nós”. O Cordeiro foi
brutalmente morto para a salvação dos “ímpios” (Rom. 5:6-10). E agora Ele está
diante do trono de Deus para pedir o Seu sangue derramado em nosso favor. Por
favor, não interprete mal isso. Deus não é o ogro irado como o paganismo O
proclama. Não! Deus é Aquele que deu o Cordeiro Sacrificial para efetuar a
reconciliação entre pecadores e Seu caráter santo. “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo” (2ª Cor.
5:19). Foi Deus quem estabeleceu a Cristo para ser uma expiação por nós através
da fé em Seu sangue (ver Rom. 3: 24,25). A Terceira Pessoa da Divindade também
está envolvida em nossa salvação como os “sete Espíritos de Deus enviados a
toda a Terra”, sete indicando a plenitude e integridade de Sua obra.
Sabendo que tanto nos
foi dado para efetuar a conclusão do “mistério de Deus” (Apo. 10:7), que é “Cristo em vós, a esperança da glória”
(Col. 1:27), por que continuar hesitando em acreditar nas boas novas? O que na
Terra é tão atraente para desejarmos do que ver a Cristo e Seu Pai vindicados
das acusações falsas e cruéis levantadas contra Eles por Satanás quando caiu no
céu?
“Eis que modo de amor o Pai nos concedeu, o de
que fôssemos chamados filhos de Deus” (*1ª João 3: 1). Na tentativa de
qualquer descrição desse amor, sentimos que somos como uma criança balbuciando
suas primeiras palavras, em silêncio podemos adorar, pois o silêncio nesta
questão é a única eloquência. Esse amor está além de toda linguagem para ser
descrito. Deus na carne, Deus em Cristo e a Divindade na humanidade, Cristo
rebaixando-Se em humildade sem paralelo, para que em Sua exaltação ao trono de
Deus também pudesse exaltar aqueles que creem Nele, para se assentarem com Ele
em Seu trono. Todos os que veem a Jesus com fé que as feridas e as cicatrizes
que o pecado fez serão curados Nele, serão feitos sãos”.5
“Está escrito que ‘nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele começar a soar, o mistério
de Deus deveria estar terminado’. Apo. 10:7 O mistério de Deus ‘é Cristo em vós, a esperança da glória’.
Col. 1:26, 27”.6
“O tempo da vinda do
Senhor e a restituição de todas as coisas está de fato às portas. E quando
Jesus vier, será para levar o Seu povo para Si. É para apresentar a Si mesmo a
Sua gloriosa igreja”, não tendo ruga, ou qualquer coisa assim’, mas ‘pura e sem
defeito’. É ver-Se perfeitamente refletido em todos os Seus santos. . . .
“Esta
consumação é realizada na purificação do santuário, que é a conclusão do
mistério de Deus, que é a eliminação final da transgressão, o cumprimento de um
fim completo dos pecados, a reconciliação pela iniquidade, a introdução da
justiça eterna, o selamento da visão e profecia e a unção do santíssimo”. [Veja
Daniel 9:24].7
“Os temas da redenção são temas importantes, e
somente aqueles que são espiritualmente conscientes podem discernir sua
profundidade e significado.”8
--Ann Walper
Notas finais
1) E. J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça, págs. 82,
83; edição Glad Tidings (1999).
2) Ellen G. White, Testemunhos para a igreja, vol. 1, pág.
506.
3) A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã,
pág. 92; edição Glad Tidings (2003).
4) E. J. Waggoner, "Cristo
nossa Páscoa," The Present Truth,
de 25 de out. de 1894.
5) Ellen G. White, "The
Teacher of Truth the Only Safe Educator," (O professor da verdade, o único
Educador Seguro); Review and Herald, de
17 de nov. de 1891.
6) A. T. Jones, “Nota
Editorial” The Advent Review and Sabbath
Herald, de 13 de dez. de 1898.
7) A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã,
pág. 125 e 126; edição Glad Tidings.
8)
Ellen
G. White, Review and Herald, de 17 de
nov. de 1891.
Notas:
No vídeo deste tema desta semana você pode ver e ouvir
o pastor Paul Penno https://youtu.be/IQKVcZex5NI
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Biografia da autora:
A irmã Ana
Walper é uma adventista dedicada à pesquisa bíblica e às atividades da igreja.
Atualmente ela é diretora dos departamentos de liberdade religiosa; escola
sabatina; saúde e temperança, e é coordenadora de uma das unidades
evangelizadoras da escola sabatina. É também ativa instrutora bíblica.
Profissionalmente é enfermeira padrão, e durante as férias escolares ela
trabalha como enfermeira voluntária em acampamentos da juventude adventista nos
estados de Tenneessee e Kentucky nos EUA. Ela é também escritora independente já por 16 anos
em jornais de sua cidade sobre as boas novas de Cristo e Sua Justiça.
Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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