segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Lição 4—Dígno é o Cordeiro, por Ann Walper



Para 19 a 26 de janeiro de 2019

Apocalipse capítulo 1 descreve o advogado representando o mundo caído. Nos capítulos 2 e 3, lemos as acusações. Em seguida, nos capítulos 4 e 5, somos conduzidos ao tribunal do universo e mostramos o juiz e o júri. O tribunal celestial permanecerá em sessão até que o tempo de graça seja encerrado, após todos os casos terem sido apresentados, todas as evidências terem sido ouvidas e todos os fatos terem sido investigados, então o julgamento será proferido para a execução da sentença—Aquele que for injusto permaneça injusto, e aquele que é imundo permanecerá imundo; aquele que é justo permanecerá assim, e aquele que é santo será santo por toda a eternidade (ver Apo. 22:11).
Talvez você tenha dúvidas sobre o resultado desses procedimentos celestiais. Os mensageiros de 1888 nos dão boas notícias. “Certamente todas as dúvidas quanto à aceitação para com Deus devem ser descartadas. Mas não é. O coração maligno da incredulidade ainda sugere dúvidas. ‘Creio em tudo isso, mas . . .’ Espere, pare aí mesmo, se você cresse não diria ‘mas’. . . . Agora a questão é: você se entregou a Ele? Se o fez, pode ter certeza de que Ele aceitou você. Se não é Dele, é somente por ter recusado entregar a Ele aquilo que Ele adquiriu. Você O está defraudando”.1
O povo de Deus não tem nada a temer desse processo judicial, porque nos foi prometido que o julgamento “fez justiça aos santos” (Dan. 7:22).
Enquanto o caos político, social e até ambiental está aumentando em todo o mundo, temos a certeza da estabilidade no centro do universo, onde o nosso Deus está entronizado e no comando de todas as coisas. Alto e elevado, nosso Deus é o ponto focal de tudo quanto existe. A mensagem do evangelho eterno chama todo o mundo a adorar o Criador que fez o céu e a terra e todas as coisas que existem (Apo. 14: 6,7). Este Ser divino é identificado como digno de “receber glória, honra e poder” (Apo. 4:11). Cristo nos ensinou a orar ao Pai porque Dele é o reino e o poder e a glória que permanecerão para sempre (ver Mat. 6:13). Nosso Deus está “muito acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro” (Efé. 1:21).
A descrição de Apocalipse da grandeza do trono de Deus, embora ofuscante para a nossa mente entenebrecida, falha em descrever completamente a sua maravilha. O templo de Salomão em Jerusalém era a estrutura mais magnífica do mundo, e os arquitetos modernos avaliaram o seu valor em mais de noventa bilhões de dólares. Ficamos admirados com tal estrutura, sem vontade de até mesmo colocar as solas de nossos sapatos sujos sobre o seu piso deslumbrante. Mas Aquele que está no majestoso edifício celestial está além da descrição em Sua glória e esplendor, inacessível na luz em que habita (1ª Tim. 6:16).
No santuário celestial não há lugar para frivolidade ou exaltação própria. Os que se fazem presente lá só podem cair sobre os seus rostos diante de Deus em total humildade. Isso deve nos dar orientação sobre como nos conduzimos na casa de Deus no sábado pela manhã. A hora do culto é sagrada e deve refletir o que acontece no santuário celestial na manhã de sábado. “Dizeres frívolos que se adequariam ao salão de dança” não têm lugar no culto cristão. Isso faz com que “os puros anjos ajuntem a sua luz ao redor deles, e as trevas envolvam os que estão naquela igreja. Os anjos estão saindo de cena. A tristeza está nos semblantes [dos anjos]. Eis que estão chorando”.2
Pouco pensamento se dedica ao santuário celestial na igreja hoje, mas “este verdadeiro sacerdócio, ministério e santuário de Cristo no céu é muito claro no Novo Testamento para ser negado por qualquer possibilidade. No entanto, diante de tudo isso, é uma coisa sobre que quase nunca se pensa, sendo quase desconhecido, e até mesmo dificilmente crido, no mundo cristão de hoje”.3
No capítulo 5 nossa visão é transferida da magnificência do trono de Deus, que é demais para nós compreendermos, para um “Cordeiro como havendo sido morto” (Apo. 5: 6). Uma voz forte proclama: “Digno é o Cordeiro que foi morto!” (Apo. 5:12) A palavra grega para “morto” significa levado à morte com violência, massacrado. O apóstolo João usou a mesma palavra ao descrever o assassinato por Caim de seu irmão (1ª João 3:12), e Caim matou o seu irmão por causa da violência e do mal em seu próprio coração. Portanto, podemos concluir que este Cordeiro em pé diante do trono de Deus é uma vítima inocente. Nossa maldade massacrou o inocente Filho de Deus. Pare e pense da próxima vez que for tentado a pecar.
 “Quando o apóstolo olhou para a cidade, para o lugar onde milhares de anjos estavam reunidos diante do trono, viu no meio dela um Cordeiro, como havia sido morto. Nós chegamos à inumerável companhia de anjos, e Jesus, o Mediador, e ao sangue da aspersão. . . . Seu sangue é derramado, e é contado por nós, porque Ele se identifica conosco em nosso pecado e, quando nos apegamos a Ele pela fé, Ele entra em nossos corações, e Seu sangue está sempre fluindo para purificar o pecado”.4
Por que os vinte e quatro anciãos e a hoste angélica proclamam este Cordeiro como “digno”? Era Ele “digno” da justiça da lei quebrada à qual Se rendeu, e que exigia a vida do pecador? Era Ele “digno” da morte que recebeu? Era Ele “digno” da brutalidade de Sua crucificação e rejeição pelos homens que veio salvar? Do que Ele é digno? Ele é digno de “receber poder [autoridade], e riquezas [abundância], e sabedoria [em executar os Seus conselhos], força [poder para manter o pecado sob controle], e honra [preeminência de hierarquia], e glória [mais alto louvor] e bênção [louvor elaborado]” (Apo. 5:12).
Destes Ele é “digno”—mas por quê? Porque esteve disposto e capaz de “dar a vida pelos Seus amigos” (João 15:13). “Enquanto ainda éramos pecadores” e “[Seus] inimigos”, Cristo “morreu por nós”. O Cordeiro foi brutalmente morto para a salvação dos “ímpios” (Rom. 5:6-10). E agora Ele está diante do trono de Deus para pedir o Seu sangue derramado em nosso favor. Por favor, não interprete mal isso. Deus não é o ogro irado como o paganismo O proclama. Não! Deus é Aquele que deu o Cordeiro Sacrificial para efetuar a reconciliação entre pecadores e Seu caráter santo. “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo” (2ª Cor. 5:19). Foi Deus quem estabeleceu a Cristo para ser uma expiação por nós através da fé em Seu sangue (ver Rom. 3: 24,25). A Terceira Pessoa da Divindade também está envolvida em nossa salvação como os “sete Espíritos de Deus enviados a toda a Terra”, sete indicando a plenitude e integridade de Sua obra.
Sabendo que tanto nos foi dado para efetuar a conclusão do “mistério de Deus” (Apo. 10:7), que é “Cristo em vós, a esperança da glória” (Col. 1:27), por que continuar hesitando em acreditar nas boas novas? O que na Terra é tão atraente para desejarmos do que ver a Cristo e Seu Pai vindicados das acusações falsas e cruéis levantadas contra Eles por Satanás quando caiu no céu?
 “Eis que modo de amor o Pai nos concedeu, o de que fôssemos chamados filhos de Deus” (*1ª João 3: 1). Na tentativa de qualquer descrição desse amor, sentimos que somos como uma criança balbuciando suas primeiras palavras, em silêncio podemos adorar, pois o silêncio nesta questão é a única eloquência. Esse amor está além de toda linguagem para ser descrito. Deus na carne, Deus em Cristo e a Divindade na humanidade, Cristo rebaixando-Se em humildade sem paralelo, para que em Sua exaltação ao trono de Deus também pudesse exaltar aqueles que creem Nele, para se assentarem com Ele em Seu trono. Todos os que veem a Jesus com fé que as feridas e as cicatrizes que o pecado fez serão curados Nele, serão feitos sãos”.5
 “Está escrito que ‘nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele começar a soar, o mistério de Deus deveria estar terminado’. Apo. 10:7 O mistério de Deus ‘é Cristo em vós, a esperança da glória’. Col. 1:26, 27”.6
“O tempo da vinda do Senhor e a restituição de todas as coisas está de fato às portas. E quando Jesus vier, será para levar o Seu povo para Si. É para apresentar a Si mesmo a Sua gloriosa igreja”, não tendo ruga, ou qualquer coisa assim’, mas ‘pura e sem defeito’. É ver-Se perfeitamente refletido em todos os Seus santos. . . .
 “Esta consumação é realizada na purificação do santuário, que é a conclusão do mistério de Deus, que é a eliminação final da transgressão, o cumprimento de um fim completo dos pecados, a reconciliação pela iniquidade, a introdução da justiça eterna, o selamento da visão e profecia e a unção do santíssimo”. [Veja Daniel 9:24].7
 “Os temas da redenção são temas importantes, e somente aqueles que são espiritualmente conscientes podem discernir sua profundidade e significado.”8

--Ann Walper

Notas finais                                   

1) E. J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça, págs. 82, 83; edição Glad Tidings (1999).

2) Ellen G. White, Testemunhos para a igreja, vol. 1, pág. 506.

3) A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, pág. 92;  edição Glad Tidings (2003).

4) E. J. Waggoner, "Cristo nossa Páscoa," The Present Truth, de 25 de out. de 1894.

5) Ellen G. White, "The Teacher of Truth the Only Safe Educator," (O professor da verdade, o único Educador Seguro); Review and Herald, de 17 de nov. de 1891.

6) A. T. Jones, “Nota Editorial” The Advent Review and Sabbath Herald, de 13 de dez. de 1898.

7) A. T. Jones, O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, pág. 125 e 126; edição Glad Tidings.

8) Ellen G. White, Review and Herald, de 17 de nov. de 1891.

Notas:                                                            

No vídeo deste tema desta semana você pode ver e ouvir o pastor Paul Penno https://youtu.be/IQKVcZex5NI

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia da autora:

A irmã Ana Walper é uma adventista dedicada à pesquisa bíblica e às atividades da igreja. Atualmente ela é diretora dos departamentos de liberdade religiosa; escola sabatina; saúde e temperança, e é coordenadora de uma das unidades evangelizadoras da escola sabatina. É também ativa instrutora bíblica. Profissionalmente é enfermeira padrão, e durante as férias escolares ela trabalha como enfermeira voluntária em acampamentos da juventude adventista nos estados de Tenneessee e Kentucky nos EUA. Ela é também escritora independente já por 16 anos em jornais de sua cidade sobre as boas novas de Cristo e Sua Justiça.

Atenção: Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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