Para 18 a 25 de junho de 2016
Jesus não realizou qualquer trabalho nesse último sábado ao
repousar no sepulcro novo de José. Agora descansava de Sua longa e penosa obra
como Salvador do mundo. Tinha sido uma semana muito agitada.
A unção de Betânia; a entrada em Jerusalém sobre um jumento no
início daquela semana agitada; enfrentar as alegações dos líderes judaicos que
se Lhe opunham; pregar seu Sermão sobre eventos dos últimos dias de Mateus 24;
Sua última reunião com Seus discípulos quando organizou a Ceia do Senhor na
quinta-feira à noite; a agonia no Jardim do Getsêmani quando quase morreu e
isso se teria dado não fosse um anjo vir fortalecê-Lo para aguentar mais
sofrimento; Sua decepção com os discípulos, dormindo durante o Seu período de
agonia; a traição de Judas e a prisão cruel pela polícia; a marcha forçada até
a casa do sumo sacerdote, então o julgamento de toda a noite (ilegal) foi
ridicularizado, cuspido, espancado e desprezado; a terrível tristeza ao ouvir
Pedro negá-Lo três vezes com maldição e falso juramento; o julgamento diante de
Pilatos; a marcha forçada de novo até Herodes, e seu desprezo escárnio que
Jesus teve de suportar; a marcha de volta a Pilatos; ter de ouvir as pessoas
gritando “Crucifica-O Crucifica-O!”; o último contacto com Pilatos, quando o
governador quase se rendeu aos apelos da esposa implorando para não condenar a
Jesus; a sentença de morte; a zombaria dos soldados; a coroa de espinhos na
cabeça; a vaia da multidão; ser abandonado por todos os Seus discípulos; a
marcha forçada desta vez para a colina chamada Calvário, quando O obrigaram a
carregar a Sua cruz pesada; Seu desmaio sob o peso; ouvir as mulheres chorando
e lamentando sobre Ele e Seu último sermão a eles quando disse: “Não choreis por mim, antes, chorai por vós
e por vossos filhos!” (Luc. 23: 27-31); a crucificação real com a sua dor
física; o esforço de Sua alma para dizer palavras ao ladrão arrependido: “Estarás comigo no paraíso!”; os
insultos dos sacerdotes e dos governantes e da multidão cruel ao estar
pendurado na Sua cruz de dor e vergonha; o terror da grande escuridão que
sobreveio ao meio-dia daquela sexta-feira quando exclamou de Seu coração
partido “Meu Deus, meu Deus, por que Me
desamparaste?”; Sua recusa de provar a bebida intoxicante que lhe
ofereceram para ajudar a amortecer Sua dor; Sua agonia mental ao lutar na Sua
mente contra o desespero (uma luta que esgotaria qualquer um!); Sua escolha,
com Sua última gota de força para crer que Seu Pai não O abandonaria, que Seu
sacrifício seria aceito, que — sim! Ele havia
salvado o mundo!
E, em seguida, inclinando a cabeça orou: “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito”, e morreu.
Ele estava cansado, oh, tão cansado! Mas Ele tinha terminado a
Sua semana de duro trabalho e agora estava descansando na tumba no santo dia de
sábado.
A mensagem de 1888 nos mostra o tipo especial de morte de que
Jesus, o Filho de Deus, morreu (Gal. 2:20). Ele “provou a morte por todos” (Heb. 2:9), e não o tipo comum de morte
a que chamamos de “sono”. Não, Jesus não “iria dormir por nossos pecados”, Ele
morreu pelos nossos pecados! Morreu o equivalente ao que a Bíblia chama de
“segunda morte”, a coisa real (Apo. 2:11). Ele percorreu todo o caminho para o
inferno a fim de encontrar-nos e para nos salvar. Desde o começo do mundo, Ele
é a única pessoa que realmente morreu; todos os outros foram dormir!
Na cruz, Cristo sentiu o horror de separação eterna do Pai. Isto
foi devido à culpa infinita, mas não a dor hipócrita de justificação do eu, de
uma pessoa sem pecado, que sente a sua inocência; era a autocondenação total
sentida por Aquele que “não conheceu
pecado, mas foi feito pecado por nós” (2 Cor. 5:21). O “nós” é toda a raça
humana. Combine a culpa de todo o pecado do mundo: é o que Ele suportou “em Seu próprio corpo”, em Seu sistema
nervoso, em Sua alma, sentindo como se a culpa fosse Sua própria (1 Ped. 2:24).
Ele morreu pela raça humana e morreu como a raça humana, pois tornou-Se o nosso
segundo Adão. Ao morrer o equivalente a nossa segunda morte, Ele livrou a raça
humana daquela morte (“não pereça”,
João 3:16).
Tem-se que fazer duas perguntas: “Qual é o castigo pelo pecado?”
e a resposta tem que ser, “a morte” (Rom. 6:23; Eze. 18:.4;
Gên. 2:17; Apo. 2:11; 20:14). A primeira morte, que a Bíblia chama de “sono”,
nunca pode ser o castigo pelo pecado. A Bíblia não diz que “Cristo foi dormir
por nossos pecados”, mas que “Cristo
morreu pelos nossos pecados” (1 Cor. 15: 3). Ele sofre a verdadeira punição
por nossos pecados? A resposta deve ser “sim”, ou estamos perdidos para a
eternidade. Assim, Cristo morreu a segunda morte de cada homem (Heb 2:9).
Mas como então Ele poderia ser ressuscitado ao terceiro dia? A
segunda morte não são meros graus de calor e dor física do lago de fogo (Apo.
20:14). Na cruz, Cristo mal sentia a dor física, tão terrível era a Sua
angústia espiritual, sendo “feito . . .
pecado por nós”.1 Da mesma
forma, o perdido dificilmente vai sentir a dor física, tão grande será a
angústia espiritual sentida por causa de sua verdadeira culpa — que agora,
finalmente, percebem plenamente. A angústia do desespero que Jesus suportou na
cruz foi em si a experiência precisa que os perdidos terão afinal — a segunda
morte (Apo. 2:11). Isaías descreve-a claramente: “Ele derramou a Sua alma na morte”. “Portanto”, O honra
supremamente, e “por isso Lhe darei a
parte de muitos, e com os poderosos repartirá Ele o despojo”. “Ele verá o
trabalho de Sua alma, e ficará satisfeito” (Isa. 53:11,12).
“Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da
morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (Atos 2:24).
Aquelas não eram as “dores” de um mero sono! Não só assumiu Ele o compromisso
total de Sua “alma” para a morte eterna — não ver “através dos portais do
sepulcro”.2 Na verdade, Ele experimentou a agonia total da
segunda morte real. Aqueles que negam isso não entendem por que o Seu Ágape tornou “impossível” que Ele
permanecesse na tumba. A ressurreição de Cristo é um princípio eterno. Todos os
que escolhem ser “crucificados com
Cristo”, motivados por esse Ágape
de Cristo em morrer com Ele a segunda morte, diz Paulo, não podem “possivelmente” ser mantidos em seu
poder: “Porque, se fomos plantados [unidos] juntamente com Ele na semelhança da Sua
morte, também o seremos na da Sua ressurreição” (Rom. 6: 5).
Mas essa segunda morte horrível não podia segurá-lo. Satanás
queria mantê-lo cativo lá, mas lhe era impossível. O Filho de Deus viveu e
morreu triunfante sobre o pecado e Satanás; Ele tinha “condenado o pecado na carne”, a nossa decaída carne do pecado, e
tinha obtido a vitória para toda a raça humana; Ele havia, sozinho, arrancado
de Satanás, o controle e regência deste mundo. Ele havia vencido o pecado.
Agora Ele deve ser ressuscitado como vitorioso sobre a morte também!
A voz do Pai chama, “Jesus! Saia desse cárcere da morte!” Foi tão real!
Ele cuidadosamente dobrou as mortalhas com que O tinham
envolvido, e as depositou ordenadamente. Então saiu do túmulo escuro para a luz
eterna da Sua vida de ressurreição.
Sim, nEle você e eu somos ressuscitados, também. “Aquele que tem o Filho tem a vida eterna”,
diz João (1 João 5:11,12). Jesus tinha dito: “Porque Eu vivo, vós também vivereis” (João 14:19).
É por isso que quando Jesus foi ressuscitado, você foi
ressuscitado “também”! Agora, seja feliz para sempre; e demonstre a sua
gratidão por segui-Lo “onde quer que Ele
vá” (Apo. 14: 4).
—Paul E. Penno
Notas:
1) Ellen G. White, O Desejado de
Todas as Nações, pág. 753.
2)Ibidem
O video do Pr. Paulo Penno desta lição em inglês está na internet em:
Também esta introspecção da lição da Escola Sabatina desta semana está
na internet em: http://www.1888mpm.org
Paulo
Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na
Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no
endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi
ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na
Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos
escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva
Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele
escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja
Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos
sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também
pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E.
Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo
corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley
Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube,
semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de
Hayward, na Califórnia, em
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