quarta-feira, 25 de julho de 2018

Liçao 4—Os primeiros líderes da igreja, por Paulo E. Penno



Para 21 a 28 de julho de 2018

Quando éramos crianças pequenas na Escola Sabatina, costumávamos ter um ditado que achamos engraçado. Os saduceus não acreditavam na ressurreição dos mortos, é por isso que eles eram chamados de “sad-you-see” (*Triste-você-veja, em português). Por que eles não acreditavam na ressurreição? Porque não acreditavam na promessa de Deus, Seu concerto eterno.
A ressurreição foi claramente ensinada na experiência de seus pais, Abraão, Isaque, Jacó e José. Quando Estêvão esteve diante do Sinédrio, ele iniciou o seu poderoso discurso com a promessa de Deus a Abraão e continuou durante todo o seu longo sermão registrado com alusões ao concerto (Atos 7). Nossa lição da Escola Sabatina (parte de terça-feira) afirma que o sermão de Estêvão foi um “processo judicial da aliança” levantado perante o Sinédrio.
A alusão de Estevão à promessa de ressurreição de Deus a Abraão não passava pela cabeça dos componentes do Sinédrio. Por exemplo, Estevão começou com a ordem de Deus a Abraão: “Sai da tua terra e dentre a tua parentela e dirigi-te à terra que eu te mostrarei” (Atos 7:3). Abraão viajou com a sua família e trouxe o seu falecido pai para Canaã, e Deus “não lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé; mas prometeu que lhe daria a posse dela, e depois dele à sua descendência [Cristo]” (vs. 5). Abraão não possuía nada em Canaã, nem mesmo uma sepultura para o seu pai. É óbvio a partir dessas palavras que Deus nunca pretendeu dar a Abraão apenas um pequeno espaço no Oriente Médio. Deus prometeu toda a terra em justiça a Abraão e seus descendentes.
Quando Abraão morreu, ele ainda não possuía a Palestina, mas creu na promessa de Deus: “Pela fé ele [Abraão] habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas [tendas nômades] com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa: porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus” (Heb. 11: 9-10). “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra” (v. 13).
E. J. Waggoner comenta sobre esta passagem que os patriarcas “afirmaram claramente, diz Paulo, que procuravam um país, e já descobrimos que aquele país era a terra toda; e como não ficaram desapontados porque o país não lhes foi dado em sua vida, é evidente que eles entenderam que a promessa incluía a ressurreição dos mortos”.1
Paulo testificou de sua fé diante do rei Agripa: “E agora pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais estou aqui e sou julgado; à qual as nossas doze tribos esperam chegar, servindo a Deus continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu sou acusado pelos judeus. Pois que? Julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos? (Atos 26: 6-8).
A promessa de Deus contém a esperança da ressurreição para habitar na nova terra em justiça. “Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2ª Pedro 3:13).
Mas tudo isso é muito familiar. Foi quando Estevão falou da “vinda do Justo” (Atos 7:52), que o Sinédrio perdeu a causa e assassinou Estêvão. Estevão praticamente disse que Deus não morava no templo deles (v. 47-49). Era tudo menos justo. O concerto de Deus com Abraão prometeu-lhe uma “Semente” vindoura [vs. 5, Descendente] em Quem o Espírito Santo manifesta inteira e completa justiça. Deus habitou no “Reto [justo]” que os fariseus e saduceus assassinaram (v. 52).
Deus deu a Abraão “o concerto da circuncisão” (v. 8) porque ele estava disposto a receber o dom do Espírito Santo de “justiça pela fé” em seu coração. Foi esse presente do Espírito de Deus que os mestres da lei recusaram na vinda de Cristo e, assim, cometeram o pecado imperdoável e assassinaram o Justo. Por se recusarem a acreditar no concerto de Deus, não reconheceram a prometida “Semente”—o seu Messias. Assim, eles eram “incircuncisos de coração” e rejeitaram a sua justiça, embora afirmassem “ter recebido a lei” (v. 53). Ao resistirem ao Espírito Santo e rejeitarem o seu Messias, manifestaram a incredulidade do velho concerto em seus corações.
“Enfureciam-se em seus corações” (vs. 54). Em outras palavras, o Espírito Santo passou por eles, mas não lhes fez bem. Rejeitaram a mensagem e o mensageiro.
Quando Estevão testificou: “Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem que está em pé à mão direita de Deus” (v. 56), ele virtualmente estava dizendo: “Eu vejo o ressuscitado em pé vindicado à mão direita de Deus”, e isso selou o destino de Estêvão.
Um dos principais temas da mensagem de 1888 são as boas novas do concerto eterno de Deus. O Novo Concerto foi a promessa unilateral de Deus a Abraão e seus descendentes de lhes dar toda a terra feita nova como “uma possessão eterna” e a justiça necessária para herdá-la “em Cristo”. O Velho Concerto era a promessa do povo no Monte Sinai de realizar obediência fiel: “Tudo o que o Senhor tem falado, faremos” (Êxo. 19: 8). Aquela Velha Aliança se tornou a tese fundamental da compreensão de Israel da verdade de Deus que culminou no assassinato de seu Messias. Assim, a história de Israel demonstra que o concerto “do monte Sinai ... gera filhos para a servidão” (Gál. 4:24).
Todos os esforços para firmar as “promessas” do Velho Concerto em crianças e jovens estão fadados a “gerar para a servidão” em sua experiência espiritual. Ellen White diz: “O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar”.2 Deus não nos pede para prometer-lhe justiça; Ele nos pede para crer em Suas promessas a nós.

--Paul E. Penno

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Notas de rodapé:                                      

1) E. J. Waggoner, “A Esperança da Promessa,” Bible Echo and Signs of the Times, vol. 4, nº 10 de 15 de maio de 1889, pág. 154.

2) Ellen G. White, Caminho a Cristo, pág. 47                                        
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Notas:                                                         

Veja, em inglês, o vídeo desta 4ª lição do 3º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/dGK6ZcX_5KI

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, no nosso blog Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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terça-feira, 17 de julho de 2018

Lição 3 — A vida na igreja primitiva, por Arlene Hill



Para 14 a 21 de julho de 2018

No espaço de algumas semanas, os eventos mais significativos da história da humanidade aconteceram: Jesus completou o Seu ministério, foi crucificado, ressuscitou e ascendeu ao céu. Seus seguidores confusos e assustados se reuniram, como Jesus os instruíra a fazer. Empregaram o seu tempo com sabedoria, provavelmente pesquisando as Escrituras então disponíveis para entender como Cristo cumpriu perfeitamente todas as profecias messiânicas. Podemos quase imaginar os homens que andaram com Cristo na Estrada de Emaús repetindo tudo o que conseguiam lembrar de como Ele lhes explicara as Escrituras.
Não importa quão convincente seja o método de usar vários textos para provar pontos teológicos, o argumento por si só é inadequado. A pregação nunca atinge o coração sem o poder do Espírito Santo. Jesus sabia disso e disse aos Seus discípulos: “Não vos deixarei órfãos” (João 14:18, “sem conforto” na King James Version). Jesus prometeu: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece; mas vós O conheceis, porque habita convosco e estará em vós” (João 14:16, 17). Ezequiel previra isso séculos antes: “E porei dentro de vós o Meu Espírito e farei que andeis nos Meus estatutos, e guardareis os meus juízos e os observareis” (Ezequiel 36:27).
A passagem de Ezequiel define o processo do caminho de Deus para alcançar a justiça em seres humanos pecadores e mostra o papel essencial do Espírito Santo nesse processo. Assim, o Pentecostes cumpriu tanto a profecia de Ezequiel quanto a promessa de Cristo de que o Espírito Santo “habita convosco”, até “estará em vós”.
Os primeiros crentes alcançaram um nível de unidade durante o seu tempo de estudo no cenáculo, esperando pelo Pentecostes. No entanto, uma vez que o Espírito Santo foi dado, mais estudo foi necessário para compreender plenamente a missão de Cristo, embora a maioria deles tenha testemunhado o que Ele havia feito. Como nossa lição observa, o caráter da adoração na
Igreja primitiva era baseada em suas origens judaicas. Especialmente para aqueles que moravam em Jerusalém, ir ao templo para adorar seria lógico. Deus lhes deu tempo e circunstâncias que lhes permitiram dedicar estudo às grandes implicações da cruz e como o sistema sacrifical judaico se encaixava nesse quadro.
A prática do judaísmo tornou-se tão formalizada que os adeptos perderam de vista o significado do sistema sacrifical. Não foi visto como um sistema projetado para tipificar o último sacrifício de Cristo, mas como um meio de manipular a Deus. Os judeus acreditavam que o ato de trazer um sacrifício era o que salvava, não o sacrifício final a que apontava. Os seus antepassados ​​haviam cometido aquele velho erro do concerto séculos antes, quando disseram a Moisés no Sinai que “tudo o que o Senhor disser, faremos”, ficando implícito que então Deus era obrigado a fazer o que prometera.
O pensamento arraigado dos primeiros cristãos havia se formado no judaísmo e precisava ser esclarecido. Eles precisavam entender que o sistema sacrifical nunca foi dado como um método de "obras justas", mas foi feito para lembrar constantemente as pessoas de sua necessidade do sacrifício vivo que Cristo fez com Seu próprio corpo. Sua incompreensão da missão de Cristo foi fundamentada em sua incompreensão das promessas de Deus feitas a Abraão.
 “Deus prometeu uma grande família a Abraão. Mas esta casa deveria ser construída sobre o Senhor, e Abraão assim entendeu, e começou imediatamente a construir. Jesus Cristo é o fundamento, pois ‘ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo’ 1ª Cor. 3:11. A casa de Abraão é a casa de Deus, a qual é edificada ‘sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina’ Efésios 2:20.”1
Em suas promessas a Abraão, Deus também prometeu que Abrão herdaria a terra. Foi uma das promessas mais valorizadas pelos judeus que se viam atacados através dos séculos por nações que queriam tomar as suas terras. Era conveniente esquecer que falharam em seguir a orientação de Deus para liberar completamente a terra dentro do tempo estabelecido por Deus. Em vez disso, fizeram associações e se casaram com pagãos, colocando obstáculos no caminho de seguir completamente as ordens de Deus.
Há outro aspecto que é mais sutil, mas é importante para todos os cristãos, incluindo aqueles de nossos dias. Os discípulos perguntaram a Cristo: “restaurarás Tu neste tempo o reino a Israel” (Atos 1:6)? Por isso, pode ficar bem implícito que eles incluíram a posteridade de Abraão e a terra que Deus lhe prometeu. Mas Abraão estava morto há muito tempo e, portanto, não poderia se beneficiar de qualquer cumprimento da promessa, a menos que ele e sua descendência adormecida fossem ressuscitados.
“O que isso demonstra? — Simplesmente que a promessa no décimo quinto capítulo de Gênesis, de que Abraão e sua semente deviam possuir a terra, tinha referência à ressurreição dos mortos, e a nada menos do que isso. ... Mesmo que Abraão seja deixado de fora de questão, ainda assim permanece o fato de que a promessa à semente deve incluir toda a semente, e não uma parte meramente. ... Ao se referir a essa promessa, que era bem conhecida dos judeus, Estevão mostrou-lhes mais claramente que só poderia ser cumprida pela ressurreição dos mortos através de Jesus. ... Se ele [Abraão] tivesse esperado recebê-la nesta vida presente, teria ficado desapontado se tivesse chegado ao seu fim sem vê-la cumprida. Mas Deus claramente lhe disse que ele devia morrer antes que fosse cumprida. Portanto, uma vez que Abraão creu em Deus, é muito claro que ele entendia sobre a ressurreição, e que cria nela. A ressurreição dos mortos ... foi sempre o centro da esperança dos verdadeiros filhos de Abraão”.2
Deus explicou a Abraão que Israel não devia possuir a terra da promessa até que a medida da injustiça dos amorreus estivesse cheia. “Isso mostra que Deus daria aos amorreus tempo para se arrependerem ou, na falha deles quanto a isso, encher a medida de sua iniquidade e assim demonstrar a sua inaptidão para possuir a terra. E isso nos ensina ainda mais que a terra que Deus prometeu a Abraão e sua semente poderia ser possuída apenas por pessoas justas”.3
Esse conceito complexo, mas importante, precisava ser entendido pelos primeiros crentes, e especialmente aqueles de nossos dias. Os primeiros crentes foram parcialmente motivados por um senso de urgência, já que acreditavam que o retorno de Cristo iria acontecer muito em breve. Eles estavam ansiosos por estudar e entender de modo que a mensagem pudesse ser dada ao mundo inteiro.
A mensagem era a da cruz de Cristo e o princípio de que a justiça só poderia vir através da fé de Jesus, aceita por Seus seguidores. Aquele fogo, aceso no Pentecostes, começou a diminuir à medida que os anos iam e vinham e as pessoas se distraíam com as rotinas de viver a vida e a hostilidade que a mensagem sempre produz em alguns. O Senhor reacendeu o fogo enviando os “mensageiros” de 1888 (A. T. Jones e E. J. Waggoner) com o seu maior entendimento da justiça pela fé, e por algum tempo as pessoas estavam novamente interessadas em estudar a mensagem em suas muitas facetas, mas a passagem do tempo tende a diminuir o fervor.
Os primeiros pioneiros da mensagem de justiça pela fé na Igreja Adventista do Sétimo Dia estão todos dormindo agora. No entanto, Deus espera retornar. Por quê? Se Deus não estava disposto a tomar a terra dos amorreus pagãos nos dias de Abraão e dos romanos pagãos no tempo apostólico, talvez Ele esteja esperando que todos aqueles que se arrependerem tenham a oportunidade. Assim como não era da vontade de Deus que Israel vagasse 40 anos no deserto antes de entrar na terra prometida, não é Sua vontade hoje adiar a Sua vinda. Mas em misericórdia para com o mundo, Jesus adia a Sua vinda para que os pecadores possam ouvir a mensagem do evangelho da justiça pela fé e, se estiverem dispostos, cheguem ao arrependimento.
"Por quarenta anos a incredulidade, murmuração e rebelião excluíram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos pecados têm retardaram a entrada do moderno Israel na Canaã celestial. Em nenhum dos casos estiveram as promessas de Deus em falta. É a incredulidade, o mundanismo, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo do Senhor que nos têm conservado neste mundo de pecado e dor por tantos anos".4
“Caso houvesse sido executado o propósito de Deus por Seu povo de transmitir ao mundo a mensagem de misericórdia, Cristo, já teria vindo à Terra, e os santos teriam recebido suas boas-vindas na cidade de Deus.”5
Como os primeiros crentes da Igreja, é preciso tempo e esforço para estudar as várias facetas da mensagem dada pelos “mensageiros” de 1888, mas a salvação das almas é o que está em jogo. Vamos continuar estudando essa “mui preciosa mensagem” para que o mundo possa ouvi-la, chegar ao arrependimento e Cristo possa pôr um fim ao atraso.

--Arlene Hill
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Notas finais:                                                                             

1) E. J. Waggoner, O Concerto Eterno: As Promessas de Deus a Nós, pág. 54; Edição Boas Novas, de 2002

2) idem, págs. 56 e 57                                                                                              

3) idem, pág.  58                                                                                                     

4) Ellen G. White, Menságens Escolhidas, Livro UM, pág. 69                              

5) Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 6, pág 450                               
*Outros textos neste sentido: “Se todo soldado de Cristo houvesse cumprido seu dever, se todo atalaia nos muros de Sião houvesse dado à trombeta um sonido certo, o mundo poderia já teria ouvido a mensagem de advertência. Mas a obra está com anos de atraso. Enquanto os homens têm dormido, Satanás se nos tem adiantado furtivamente” (Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 297).
       
         *“O Senhor planejou que a mensagem de advertência e instrução dada mediante o Espírito ao Seu povo fosse à toda parte, mas a influência que se desenvolveu com a resistência à luz da verdade em Mineápolis tendeu a tornar de nenhum efeito a luz que Deus havia dado a Seu povo mediante os testemunhos” (Boletim da Associação Geral de 1893, pág. 419);

        *“Se aqueles que reivindicam ter uma experiência rica nas coisas de Deus tivessem realizado sua obra designada pelo Senhor, o mundo inteiro teria sido advertido já há muito tempo” (R & H de 6 de outubro de 1896);
*“Houvesse a igreja de Cristo feito a obra que lhe era designada, como Ele ordenou, o mundo inteiro haveria sido antes disso advertido, e o Senhor Jesus teria vindo à Terra em poder e grande glória”  (Desejado de Todas as Nações, pág. 633-634).
*A declaração que se segue é atribuída à Irmã White, mas é corroborada por uma carta de seu filho W. C. White ao pastor Taylor G. Bunch: “Se o povo de Deus tivesse se dedicado ao trabalho como deveria logo após a reunião de Mineápolis de 1888, o mundo inteiro teria sido advertido em poucos anos e o Senhor teria vindo”.
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Notas:                                                                                                

Veja, em inglês, o vídeo desta 2ª lição do 3º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio:

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia da autora:

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia, telefone: +001 XX 760-749-9524

Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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terça-feira, 10 de julho de 2018

Lição 2 — O Pentecostes, por Roberto J. Wieland


Para 7 a 14 de julho de 2018


“Pentecostes” é uma palavra importante para o povo cristão. Chegou 50 dias depois da ressurreição de Cristo. Os discípulos se reuniram antes para orar e estudar por 10 dias, de modo que na época em que o Dia de Pentecostes chegou, eles finalmente estavam em total harmonia e unidade, “em unanimidade” (Atos 2: 1).
Uma grande bênção veio naquele dia. O verdadeiro e genuíno “dom de línguas” era manifesto para que todos, de todas as partes do mundo que estavam reunidos em Jerusalém, ouvissem as boas novas em sua própria língua, para que pudessem compreendê-las claramente. O Espírito Santo foi dado numa plenitude nunca igualada.
O que havia na mensagem de Pentecostes que tinha um tremendo poder que 3000 foram convertidos, verdadeiramente convertidos, em um dia? Há uma "grande verdade" que brilhou claramente no dia de Pentecostes que até o apóstolo Paulo não pregou. Falando a essa grande multidão de milhares de pessoas de muitas nações e línguas, Pedro declarou corajosamente que haviam crucificado o Filho de Deus: "Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a Esse Jesus, a quem vós crucificastes.  Deus O fez Senhor e Cristo" (Atos 2:36). Alguns dias depois, ele lhes disse: "Mas vós negastes O Santo e o Justo, e matastes o Príncipe da vida" (3:14, 15). Nada nas epístolas de Paulo é tão forte, tão diretamente confrontacional!
O maior “evangelismo” de todos os tempos foi o que aconteceu no Pentecostes. Não foi emocionalismo, e o que trouxe a profunda convicção da verdade aos corações das pessoas não foi o milagre das línguas estrangeiras faladas pelos apóstolos — um “sinal e maravilha”, mas não o verdadeiro fato que aconteceu: os apóstolos proclamaram o que aconteceu quando o Filho de Deus morreu em Sua cruz.
Eles não “mediram palavras”, nem se expressaram com delicadeza: “Vós matastes O Príncipe da vida, o Filho de Deus!” Colocaram a culpa das eras sobre as almas daqueles judeus e gentios. Não havia o fazer amigos e influenciar pessoas da politicagem, nenhuma tentativa de tornar a mensagem palatável, para “ganhar” os líderes superiores pela psicologia. Foi a confrontação mais direta que já houve entre as pessoas humildes e a liderança da sociedade religiosa (leia em Atos 2:23, 36; 4:10; 5:30, etc.).
Quando, no Pentecostes, Pedro disse: “a Esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus O fez Senhor e Cristo” (Atos 2:36) imediatamente veio o clamor de partir o coração: “Que faremos?” (vs. 37). Então, quando Pedro e João curaram o paralítico, Pedro novamente disse: “Vós negastes o Santo e o Justo, ... e matastes o Príncipe da vida, a quem Deus ressuscitou dos mortos” (3:14, 15). Você não poderia bocejar e sentar em cima do muro (*ficar neutro) enquanto ouvia uma acusação como essa! Então Pedro e João disseram aos governantes e líderes da nação: “Vós crucificastes a Jesus Cristo de Nazaré, a quem Deus ressuscitou dos mortos” (4:10).
Pessoas comuns como os apóstolos nunca poderiam ter-se animado para declará-lo como fizeram se não fosse pelos dez dias de arrependimento que passaram anteriormente. Eles haviam se ajoelhado, ido ao pó em humilhação; que tolos tinham sido! O Espírito Santo tinha onze homens nos quais o eu havia sido “crucificado com Cristo”. Isso possibilitou que o Filho de Deus fosse exaltado neles.
O que aconteceu no dia de Pentecostes foi um arrependimento mais profundo como jamais conhecido. O assassinato do Filho de Deus é o maior pecado já cometido; o arrependimento por esse pecado é o maior que um coração humano pode conhecer.
Um arrependimento como o do Pentecostes é o que Cristo pede hoje. Ele virá, como um veio perdido de ouro na terra que deve surgir novamente em outro lugar. Nossa ideia de arrependimento pode produzir apenas o que vemos hoje — devoção nebulosa e indistinta; morna. Como o medicamento tomado em quantidade suficiente para produzir uma concentração na corrente sanguínea, nosso arrependimento deve ser abrangente, de alcance total, para que o Espírito Santo faça um trabalho totalmente eficaz.
Esta completa abragência de arrependimento está incluído no “evangelho eterno”. Mas a sua definição mais clara tem sido impossível até agora, quando a história chega à última das sete igrejas. A palavra original “arrependimento” significa olhar para trás a partir da perspectiva do fim: metanoia, de meta (“depois”) e (*do latim) mens (“mente”). Assim, o arrependimento nunca pode ser completo até o final da história. Como o grande Dia da Expiação, sua dimensão total deve ser uma experiência do último dia. Chegamos agora a esse momento no tempo.
Mas e “1888”? O pequeno grupo que passou pelo Grande Desapontamento de 1844 foi profundamente amado por Jesus num sentido especial. Eles se recusaram a desistir de sua fé, confiantes de que o verdadeiro Espírito Santo estava no Clamor da Meia Noite através do Grande Desapontamento. Eram especialmente queridos por Seu coração (Jesus os descreve em Sua mensagem ao “anjo da igreja de Filadélfia”, Apo. 3:9, 10).
Quando nova verdade chegou a eles (o santuário celestial e a abertura do segundo compartimento), eles creram; havia um amor cativante por aquele “pequeno rebanho” em Seus olhos. Quando Raquel Preston trouxe a verdade do sábado do sétimo dia, eles a receberam; não resistiram e lutaram contra a mesma (como “eles” fizeram com outra “mui preciosa” verdade quarenta e quatro anos depois). Então, quando os primeiros princípios da reforma da saúde chegaram, mais uma vez aceitaram com entusiasmo. Através da história inicial deste povo, um caso especial de amor celestial estava se desenvolvendo. Não desde o Pentecostes Jesus encontrou um grupo de crentes a Ele tão leais.
A ideia de 1888 elevou a cruz de Cristo mais alto do que havia sido exibido desde o Pentecostes. Ellen White disse: “Grandes verdades que foram ignoradas e nunca vistas desde o dia de Pentecostes devem resplandecer da Palavra de Deus em sua pureza nativa”.1 O sábado e a cruz finalmente se uniram.
Mas aqui Cantares de Salomão 5:2-8 entra em cena.2 O Amante chegou “em casa” da Sua amada depois de uma longa viagem; cansado, solitário, faminto, molhado da chuva; deseja estar com ela intimamente. Ele “bate” (o hebraico diz batendo na porta). A mulher que ele ama o desdenha, ela está à vontade demais, foi para a cama dormir a noite; por que Ele a incomoda agora? (O mundo é um lugar muito confortável como se apresenta, diz a igreja dos laodiceanos.) Finalmente, ela se esquece de seu próprio conforto egoísta e pensa nEle na escuridão, com fome e solitário; tardiamente se levanta e vai deixá-Lo entrar, mas quando ela abre a porta, Ele “se foi”.
Estamos procurando por Ele há mais de cem anos (cf. 6:1). Cada vez mais, pessoas pensantes veem aqui a história do “nosso” desdenhar a mensagem “mui preciosa” do começo da chuva serôdia. Ao rejeitar a mensagem, diz a serva do Senhor, desdenhamos a Cristo3, assim como “a mulher” fez com o seu amante em Cantares  5:3.
O apelo patético de Cristo em Sua mensagem ao “anjo da igreja dos laodiceanos”4 (“sê pois zeloso, e arrepende-te”, Apo. 3:19) exige atenção.

Redigido a partir dos escritos de Robert J. Wieland

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Notas finais:                                        

 1) Ellen G. White, Review and Herald, de 17 de agosto de 1897, ênfase suprida.

2) Não há razão para se ter incluido este livro no Canon Sagrado, a não ser o fato de estar falando de Jesus e Sua amada igreja. Jesus descreve este livro (*Cantarres) em João 7:37, 38 (Can. 4:15).  Paulo o citou em referência à igreja em Efésios 5:27 (Can. 4:15).  Eruditos há muito reconheceram que Jesus citou a versão Septuaginta em Apocalípse 3:20, “Eis que estou à porta e bato”

3) Materiais de Ellen G. White 1888, pp. 398, 399.

4) Ellen White identifica isto como a Igreja Adventista do Sétimo Dia (ob cit.).
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Notas:
Veja, em inglês, o vídeo desta 1ª lição do 3º trim. de 2018, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, no sitio: https://youtu.be/MdIrRel4XH0

Esta lição em inglês está na internet no sitio: http://1888message.org/sst.htm
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Biografia do autor, Pr. Roberto Wieland:   
             
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. Autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, pediram à Associação Geral que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888. 38 anos depois, em 1988, a Associação Geral atendeu o pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888.

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Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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