sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lição 5 – O Fruto do Espírito é Paciência

A lição desta semana foca na (*característica) “paciência” do fruto do Espírito. Quando um adventista do sétimo dia ouve o termo "paciência" sua mente rapidamente vai a Apoc. 14:12. "Aqui está a paciência dos santos, aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus". Esta é uma declaração acerca da última geração1, os que "lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do cordeiro" (Apoc. 7:14).

A versão King James assim traduz Tiago 1:14:

"Deixe a paciência ter sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma" (Tiago 1:4, KJV). Isto é o que os cento e quarenta e quatro mil2 fizeram. Desenvolveram o atributo que particularmente será visto em caráteres da geração final, "paciência".

Assim devemos entender e apreciar essa descrição da última geração em Apoc. 14:12:

“Aqui está um apelo à resistência dos santos, esses que guardam os mandamentos de Deus e sua fé em Jesus” (Versão Inglesa Padronizada ).

“Aqui está a paciência dos santos, aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Almeida Fiel).

Isto indica resistência paciente da parte dos santos que obedecem aos mandamentos de Deus e permanecem fieis a Jesus (Veja o mesmo texto na NVI).

A última geração deve suportar "um tempo de angústia, qual nunca houve desde que houve nação" (Dan. 12:1). Isso exigirá resistência paciente. E “aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mat. 24:13). A Mensagem de 1888 (*a mensagem de justiça de Cristo) foi enviada para preparar um povo para permanecer firme nesse tempo. O que há naquela mensagem que particularmente a relaciona ao desenvolvimento de paciência? Há, ao menos, dois elementos:

Primeiro, a mensagem era uma mensagem acerca da justiça de Cristo. Cristo veio revelar a Justiça de Deus (Veja Romanos 3:26). (*Assim) Deus descreveu-Se em Êxodo 34:

“Passando, pois, o Senhor perante ele, clamou: O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-Se e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira e quarta geração” (Êxodo 34:6-7).

Note a expressão “tardio em irar-Se.” Significa sofrer muito tempo sem manifestar uma atitude intolerante e impaciente. Em outras palavras é um sinônimo para "paciência" (*resignação). O próprio Deus é paciente. Portanto, quando Jesus veio revelar a justiça de Deus, Ele veio para revelar, entre outras qualidades, a paciência de Deus. E, portanto, a mensagem da justiça de Cristo deve ser uma mensagem que revele e cultive paciência nos que a ouvem e crêem nela.

Ao entendermos a história dessa mensagem, nós outra vez somos chamados a observar a paciência de Deus. Embora Ele tenha sido desprezado e rejeitado na era de 1888, e a mensagem resistida e rejeitada por alguns desde então, Deus ainda pacientemente trabalha com Sua igreja. Ele ainda bate à porta e os chama ao arrependimento. A paciência é um elemento muito grande na mensagem de 1888 e sua história.

O outro aspecto da mensagem de 1888, que se relaciona à paciência, é um conceito que cresceu de um entendimento da mensagem e sua história. Esse conceito é o arrependimento corporativo. O melhor modo de se cultivar paciência, quando se lida com irmãos e irmãs que erram, é envolver-se em arrependimento corporativo em seu favor. Não se pode ter um espírito de arrependimento em favor dos que estão em erro e ser impaciente com eles ao mesmo tempo.

Ao entendermos que Jesus experimentou arrependimento em nosso favor,3 ao vermos a justiça de Deus revelada nesta atitude, começamos a compreender que não há nenhuma razão por que nós não devamos arrepender-nos em favor dos que erram,o u mesmo pequem contra nos. "Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). Estamos todos no mesmo "barco". Somos todos feitos da mesma "massa". Se Aquele que é Santo podia arrepender-Se em favor de um pecador, seguramente um pecador pode arrepender-se em favor de outro pecador.

Assim em vez de repreensão e condenação, manifestemos paciência e perdão em favor dos que erram, mesmo na maneira mais dolorosa e severa. Isto é o que significa usar o manto da justiça de Cristo. Esta é uma característica proeminente dos "santos".

Por Mark Duncan



Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.



Notas do tradutor:

1) Veja a primeira parte do artigo A Última Geração que postamos antes desta;

2) Veja d artigo A Última Geração, a segunda parte do mesmo, Os 144 mil;

3) Isto está bem exposto no livro “A Todos Quantos Amo, no capítulo 5, Um Chamado de Cristo a Laodicéia, escrito pelo Pr. Roberto Wieland,


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A Última Geração. Paciente como Cristo e Jó

Deus está pronto para o desafio. Ele esperou a Sua vez. A exposição suprema foi reservada para o concurso final. Da última geração Deus selecionará Seu escolhidos. Não os fortes nem os poderosos, não os honrados nem os ricos, não os sábios nem os entendidos, mas pessoas comuns e vulgares irá Deus tomar, e por meio deles fará Sua demonstração. Satanás alegou que os que, no passado, serviram a Deus, o fizeram por motivos mercenários, que Deus os paparicou, e que ele, Satanás, não teve livre acesso a eles. Se lhe tivesse sido dada plena permissão para aplicar seu método, eles também seriam vencidos. Ele acusa que Deus tem medo de deixá-lo fazer isto. "Dá-me uma chance justa," diz Satanás, "e eu ganharei a vitória" (*sobre eles).

“E então, para silenciar para sempre as acusações de Satanás; para tornar evidente que Seu povo O serve por motivos de lealdade e justiça, sem interesse de recompensa; para limpar o Seu próprio nome e caráter das acusações de injustiça e arbitrariedade; e para mostrar aos anjos e homens que Sua lei pode ser guardada pelo mais fraco dos homens, sob as circunstâncias mais desencorajadoras e mais desfavoráveis, Deus permite Satanás tentar Seu povo, da última geração, ao extremo. Serão ameaçados, torturados, perseguidos. Ficarão face a face com a morte quando sair o decreto para adorar a besta e sua imagem (Apoc. 13: 15). Mas não cederão. Estão dispostos a morrer antes que pecar.

“Deus retira Seu Espírito da terra. Satanás terá uma medida maior de controle do que já teve antes. É verdade que ele não poderá matar o povo de Deus, mas isso parece ser a única limitação. E ele usará cada permissão que tem. Sabe o que está em jogo. É agora ou nunca.

“Deus, para fazer a demonstração completa, faz mais uma coisa. Esconde-Se. O Santuário no céu está fechado. Os santos clamam a Deus de dia e de noite por libertação, mas Ele aparece não ouvir. Os escolhidos de Deus estão atravessando o Getsêmani. Eles estão passando por uma pequena parte da experiência de Cristo durante as três horas na cruz. Aparentemente devem enfrentar suas batalhas sozinhos. Devem viver à vista de um Deus santo sem um intercessor.

“Mas embora Cristo tenha terminado Sua intercessão, os santos são ainda o objeto e cuidado do Seu amor. Santos anjos os vigiam. Deus lhes provê proteção de seus inimigos; fornece-lhes comida; os protege de destruição, e os supre com graça e poder para um viver santo (Veja Salmo 91). Mas estão ainda no mundo, ainda tentados, afligidos, atormentados.

“Vencerão eles a prova? Aos olhos humanos parece impossível. Se ao menos Deus pudesse vir livrar-los, tudo estariam bem, mas eles estão determinados a resistir o maligno. Se necessário for morrerão, mas não pecarão. Satanás não tem nenhum poder—e nunca teve—para fazer qualquer homem pecar. Ele pode tentar, pode seduzir, pode ameaçar; mas não pode compelir. E agora Deus demonstra, pelo mais fraco dos fracos, que não há nenhuma desculpa, e nunca houve para qualquer homem pecar. Se homens na última geração com êxito podem repelir o ataque de Satanás; se podem fazer isto com todas as circunstâncias mais adversas contra eles, e com o santuário fechado, que desculpa há para os homens pecarem?” (Milian Lauritz Adreasen em The Sanctuary Service, O Serviço do Santuário, escrito em 1937).

Os 144.000

Na última geração Deus dá a demonstração final de que os homens podem guardar a lei de Deus e que podem viver sem pecar. Deus faz tudo para tornar a demonstração completa. A única limitação que Deus põe sobre Satanás é que não pode matar os santos. Pode tentá-los, pode atormentar e pode ameaçá-los; e faz o seu melhor. Mas falha. Não pode fazê-los pecar. Ele vencem a prova, e Deus põe Seu selo sobre eles.

Através da última geração de santos Deus finalmente é vindicado. Por eles Ele derrota Satanás e ganha a vitória. Formam uma parte vital do plano de Deus. Passam por lutas impressionantes; “contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (*Ef. 6:12). Mas eles puseram sua confiança no Mais Alto, e não serão envergonhados. Sofreram fome e sede, mas agora "nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes vivas das águas; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” (Apocalipse 7:16, 17).

Eles "seguem o Cordeiro para onde quer que vá" (Apocalipse 14:4). Quando por fim as portas do templo se abrirem, uma voz soará: "Somente os 144.000 entram neste lugar" (Ellen G. Ehite, Primeiros Escritos, pág. 19). Pela fé eles seguiram o Cordeiro aqui. Foram com Ele no lugar santo; seguiram-nO ao santíssimo. E, doravante, unicamente os que assim O seguirem aqui, O seguirão ali.

Serão reis e sacerdotes. Eles O seguirão ao santíssimo, onde somente o Sumo Sacerdote pode entrar. Ficarão de pé na presença desvendada de Deus. Eles O seguirão "onde que vá". Eles não apenas estarão "diante do trono de Deus e O servem de dia e de noite no Seu templo" (Apocalipse 7:15) mas sentar-se-ão com Ele no Seu trono, assim como Ele também venceu, e sentou-Se com Seu Pai no Seu trono, Apoc. 3:21.

A questão de maior importância no universo não é a salvação de homens, importante quanto isto possa parecer. A coisa mais importante é a vindicação do nome do Deus das falsas acusações feitas por Satanás. A controvérsia se aproxima do fim. Deus está preparando Seu povo para o último grande conflito. Satanás também se prepara. O desafio está perante nós e será decidido na vida do povo de Deus. Deus depende de nós como dependeu de Jó. Está Sua confiança bem colocada?

É um maravilhoso privilégio conceder a este povo ajudar a limpar o nome de Deus por nosso testemunho. É maravilhoso que sejamos permitidos testificar por Ele. Mas não deve ser esquecido, no entanto, que este testemunho é um testemunho de vida, não meramente de palavras. "NEle estava a vida; e a vida era a luz dos homens” (João 1:4). "A vida era a luz". Assim era com Cristo, também assim deve ser então conosco. Nossa vida deve ser uma luz, como Sua vida o era. Dar às pessoas a luz é mais que do que entregar-lhes um folheto. Nossa vida é a luz. Ao vivermos, damos luz aos outros, Sem vida, sem vivermos a luz, nossas palavras ficam sozinhas. Mas ao nossa vida tornar-se luz, nossas palavras tornam-se eficazes. É nossa vida que deve testificar para Deus.

Possa a igreja de Deus apreciar o sublime privilégio dado a ela! "Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor” (Isaias 43:10). “Deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor; que Eu Sou Deus" (Verso 12). Possamos nós ser reais testemunhas, testificando o que Deus fez por nós!

Tudo isto está intimamente ligado com o trabalho do Dia da Expiação. Nesse dia o povo de Israel, tendo confessado seus pecados, eram completamente purificados. Eles já foram perdoados; agora o pecado foi separado deles. Eram santos e sem culpa. O acampamento de Israel estava limpo. (*Ver Patriarcas e Profetas, págs. 355 a 358, e, se tiver tempo, o contexto, desde o início do capítulo O Tabernáculo e seus Serviços, cap. 30; bem como Êxodo 25 a 40, e Levítico 4 e 16)

Nós agora vivemos no grande dia antitípico da purificação do santuário. Cada pecado deve ser confessado e pela fé ser enviado de antemão a julgamento. Ao o sumo sacerdote entrar no santíssimo, assim o povo de Deus deve agora ficar face a face com Deus. Devem saber que cada pecado é confessado, que nenhuma mancha de mal resta.

A purificação do santuário no céu dependente da purificação do povo de Deus na terra. Quão importante, então, que o povo de Deus seja santo e sem culpa! Neles cada pecado deve ser queimado, de modo que possam estar à vista de um Deus santo e viver com o fogo devorador. "Ouvi, vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós que estais perto, conheceis o Meu poder. Os pecadores de Sião se assombram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda com justiça e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, que sacode das suas mãos todo o suborno; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas" (Isaias 33:13-16).

Por Milian Lauritz Andreasen1

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do tradutor:

1) Este artigo foi extraído do livro O Serviço de Santuário, 1937 de Milian Lauritz Andreasen. Ele serviu como presidente da Associação da Grande Nova Iorque (de 1909 - 1910), presidente de Seminário Teológico de Hutchinson (de 1910 - 1918), decano de Faculdade da União Atlântica (de 1918 - 1922), decano de Faculdade Missionário de Washington (agora Faculdade da União de Columbia) (de 1922 - 1924), presidente da Associação de Minnesota (de 1924 - 1931), presidente de Faculdade da União do Nebraska (de 1931 - 1938), e secretário ministerial da Conferência Geral (de 1941 - 1950). No Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia (agora localizado na Universidade de Andrews) (de 1937 – 1949), e foi reconhecido como o principal acadêmico denominacional no (*assunto da) expiação e temas relacionados.

Desde 1937 Andreasen apresentou o pacote que tomou as implicações da fé adventista, como ele entendeu ser sua conclusão lógica. Sua discussão com a igreja foi sobre a teologia da expiação e a humanidade de Cristo que foram expressadas nas perguntas do livro Questões Sobre Doutrina (QSD). Andreasen argumentou que o livro estabeleceu uma mudança sinistra na teologia adventista do sétimo dia. No seu livro, O Serviço de Santuário, Andreasen reuniu isto tudo junto no capítulo de encerramento, A Última Geração. Andreasen aconselhou que QSD não fosse publicado, e discutiu extensivamente com líderes de igreja para corrigir as idéias que eles, finalmente, colocaram em impressão. Eventualmente QSD foi publicado e Andreasen foi a público identificando o que ele via como aspectos problemáticos do livro. A igreja caçou suas credenciais ministeriais em 1961, mas o reintegrou postumamente em 1962 (Questões Sobre Doutrina, Comentado por George R. Knight.), Editora da Universidade Andrews, em 2003). Muitos adventistas hoje têm Andreasen como uma figura significativa na herança teológica deles.

Livros do Pastror Milian Lauritz Andreasen:

· Isaiah, the Gospel Prophet (Review & Herald, 1928)

· Man, Here and Hereafter (Pacific Press, 1937)

· The Sanctuary Service (Review & Herald, 1937)

· The Faith of Jesus and the Commandments of God (Review & Herald, 1939)

· The Sabbath, Which Day and Why? (Review & Herald, 1942)

· A Faith to Live By (Review & Herald, 1943)

· Following the Master (Southern Publishing Association, 1947)

· The Book of Hebrews (Review & Herald, 1948)

· The Faith of Jesus (Review & Herald, 1949)

· God's Holy Day (Review & Herald, 1949)

· A Day from Eden (Review & Herald, 1951)

· Saints and Sinners (Review & Herald, 1951)

· What Can a Man Believe? (Review & Herald, 1951)

· Prayer (Pacific Press, 1957)

· Letters to the Churches (Hudson Printing Company, 1959)


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Lição 4 -- O Fruto do Espírito é Paz

Às vezes o Senhor acalma a tempestade.


Às vezes o Senhor deixa a tempestade em fúria—e acalma Seus filhos.


E você? Você fica tranquilo quando tempestades lhe assaltam e rugem ao seu redor? Ou gasta você seus dias tentando achar paz num mundo turbulento? O mundo procura paz num sentido externo. Como estou sendo tratado? Como me dou com meu cônjuge, meus filhos, meus pais, meu chefe? Mas a verdadeira paz não é encontrada nestas coisas. Jesus disse, "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemoriza” (João 14:27). O mundo não tem paz verdadeira. Verdadeira paz significa nossos corações não se turbarem, estarem livres de medo, porque o verdadeiro amor (Ágape) (*estando em nós) “lança fora o temor” (1ª João 4:18). As tempestades podem rugir ao nosso redor. Algumas podem mesmo vir em nossa direção e dar-nos um tapa diretamente no rosto. Essa é a razão pela qual Paulo diz, em Romanos 12:18, "Se é possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens,” porque às vezes nós temos que defrontar o centro da tempestade, externamente. Mas quando você tem que defrontrar estas tempestades, como seu coração age?


"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemoriza” (João 14:27). Tendo dito isto há quase 2000 anos, eu só posso concluir que Deus nos deu Sua paz. Não temos que procurá-la. Não temos que fabricá-la. Quando você considera que a Palavra de Cristo tem inerente, dentro dela, o poder para criar o que diz (Gênese 1), Deus criou paz em nós simplesmente fazendo tal declaração. Então, deixe-a acontecer; não deixe o seu coração se atemorizar. Deixe a força e coragem de Deus lavá-lo. Renda-se ao poder de Deus. Deixe de resistir e permita que Ele atue à Sua maneira no seu coração e vida.


Você já pensou sobre as coisas que nos incomodam? Frequentemente, anos depois de ocorrido o fato, podemos lembrar-nos de ter tido uma discussão impetuosa com alguém, talvez com nosso cônjuge. Lembramo-nos muito bem da discussão, mas quando a pergunta é feita sobre qual o assunto, ninguém pode lembrar-se dele! No entanto, quando um grande assunto surge, tal como perder um trabalho devido à observância do Sábado, por exemplo, os nossos corações estão em paz perfeita. A razão para esta dicotomia é o nosso próprio egoísmo, porque, quando estamos à vontade, assumimos a defensiva e estamos realmente dispostos a defender até à morte espiritual o mais trivial dos nossos ideais. Por outro lado, quando estamos agindo de acordo com a vontade de Deus, Ele torna efetiva em nós, mesmo durante a tempestade, a perfeita paz que Cristo deixou conosco (*quando foi para o céu). "Muita paz têm os que amam a Tua lei, e para eles não há tropeço" (Salmo 119:165). Deixemos Deus escolher nossas batalhas por nós.


O mundo não tem verdadeira paz. Então, como podemos obter esta tão preciosa mercadoria? Como evitarmos que nossos corações sejam turbados? Como podemos obter coragem e liberdade do medo? Deixemos os mensageiros de 1888 responderem isto, porque eles o expressaram isto muito bem:

"Graça e paz da parte de Deus Pai" [Gálatas 1:3]—isto é a palavra do Senhor e, portanto, significa mais que a palavra do homem. O Senhor nunca formula elogios vazios. Sua Palavra é criativa e aqui temos a forma (*imperativa) do poder criador da Sua Palavra.


Deus disse, ‘Haja luz; e houve luz’ (*Gên. 1:3). Portanto ao pronunciar: "Haja graça e paz para vocês," isto acontece (*de acordo com a nossa fé). Deus enviou graça e paz, trazendo justiça e salvação a todos os homens — mesmo a você, quem quer que você seja, e também a mim. Assim, quando você ler Gál.1:3, não o entenda como um tipo de lisonja, nem mera saudação passageira, mas como a Palavra criativa que traz a você, pessoalmente, todas as benções da paz de Deus. É para nós a mesma Palavra que Jesus falou à mulher: "Os teus pecados te são perdoados". "Vai-te em paz" (Lucas 7:48 e 50).


Esta graça e paz vêm de Cristo, "O qual Se deu a Si mesmo por nossos pecados” (*Gal. 1:4). "A graça foi dada a cada um segundo a medida do dom de Cristo" (Efésios 4:7). Mas esta graça é "a graça que há em Cristo Jesus" (2ª Timóteo 2:1). Portanto sabemos que Cristo é dado a cada um de nós. O fato de que homens vivem é uma evidência de que Cristo foi dado a eles, pois Cristo é a "vida," e a "vida" é "a luz dos homens” (*João 1:4). Esta vida-luz "ilumina a todo o homem" (João 1:9; ver também 14:6; 1:4). Em Cristo "todas coisas subsistem por Ele" (Colossenses 1:17), e assim é que, desde que Deus "não poupou o próprio Filho, antes O entregou por todos nós," Ele não pode fazer outra coisa senão, com Ele, livremente, nos dar “todas coisas” (Rom 8:32). "Seu divino poder nos deu tudo que diz respeito à vida e piedade" (2ª Pedro 1:3). E. J. Waggoner, Boas Novas, págs. 10 e 11).


Então, com o que nós temos que nos preocupar? Confira 2ª Coríntios 5:19, "Isto é, Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação" (Ênfase em negrito adicionada). Deus nada tem contra você. Temos nós, talvez, algo contra Ele?


O que é paz? —A maioria de pessoas têm a idéia que é um tipo de sentimento estupefato. Pensam que paz com Deus significa um sentimento celestial indescritível; e então eles sempre procuram esse sentimento imaginário como evidência de que são aceitos por Deus.

Mas paz com Deus significa a mesma coisa que significa com os homens: significa simplesmente a ausência de guerra. Como pecadores nós somos inimigos de Deus. Ele não é nosso inimigo, mas nós somos seus inimigos. Ele não luta contra nós, mas nós lutamos contra ele. Como então podemos ter paz com Ele? Simplesmente parando de lutar, e abaixando os nossos braços (*rendendo-nos a Ele). Podemos ter paz sempre que estejamos prontos a parar de lutar.


"Paz com Deus." — Note que quando temos paz com Deus nós não estaremos simplesmente em paz com ele, mas temos Sua paz. Esta paz foi deixada na terra para os homens; pois o Senhor disse, "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (João 14:27). Deu-a a nós. Já é nossa, portanto. Sempre foi nossa. O único problema é que nós não cremos nela. Tão logo creiamos nas palavras de Cristo, então nós certamente teremos a paz que Ele deu. E é paz com Deus, porque achamos a paz em Cristo, e Cristo “está no seio do Pai” (João 1:18).


Paz e Justiça.— "Muita paz têm os que amam a Tua lei" (Salmo 119:165). "Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos, então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar" (Isa. 48:18). A Justiça é paz, porque a nossa guerra contra Deus era nossos pecados que nós acariciávamos. A vida de Deus é justiça, e Ele é o Deus da paz. ...


A paz e Sentimento. —A pergunta é feita, "Pode alguém ter paz com Deus e não tem um sentimento de paz"? O que diz a Escritura? "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus" (*Rom 5:1). O que traz a paz? A fé. Mas fé não é sentimento. Se fosse necessário que devesse haver um certo sentimento com paz, então se não tivermos aquele sentimento deveríamos saber que não fomos justificados; e então justificação seria uma questão de sentimento, e não de fé. ... Paz que dependa de sentimento deixará de existir tão logo comecemos a sentir tribulação. Mas nada pode fazer qualquer diferença com a paz que vem pela fé. "Tenho-vos dito isto, para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). E. J. Waggoner, Waggoner em Romanos, págs. 93 e 94. (ênfase adicionada)

— Craig Barnes


O irmão Craig Barnes tem ministrado séries de palestras sobre Justiça pela Fé em nossas igrejas, em Nashville, estado de Tennessee, EUA. Ele é capelão e co-regente, juntamente com sua esposa Joyce Barnes, do LAR REFÚGIO PRIMAVERIL na SUA cidade. Este lar é para pessoas com disfunções mentais, mas o irmão Barnes tem pregado o evangelho a eles, e se regozija na simplicidade das verdades do evangelho que torna possível aos internos, assim como às crianças, captarem as boas novas.



Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira



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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Lição 3 -- O Fruto do Espírito é Alegria

Por Jerry Finneman

Nos primeiros tempos de minha experiência como adventista do sétimo dia eu li matérias de Ellet J. Waggoner acerca da experiência da alegria de Deus quando um pecador se arrepende. Isto foi um pensamento inteiramente novo para mim por causa de minhas idéias distorcidas sobre Deus. Como muitos deaJudea, nos dias de Cristo, e mesmo muitos cristãos hoje, eu cria que Deus era mais tirano do que Salvador. Pensar que Deus cantaria por um pecador perdido, mesmo que resgatado, estava além de minha compreensão.

Waggoner uniu três pensamentos e pintou um quadro verbal de Deus que eu nunca me esquecerei. Esse quadro era de Deus alegrando-se com cântico por pecadores salvados pela Sua maravilhosa graça. O primeiro texto que Waggoner usou foi da trilogia de Lucas 15 que contém três ilustrações nítidas do interesse do Deus pelos pecadores. Aqui refletimos no quadro da canção divina de alegrar-Se ao um pecador arrepender-se (Lucas 15:7, 10, 24). A dúvida era Neemias 8:10, que diz que "a alegria do Senhor é a vossa força”. O terceiro pensamento era Sofonias 3:17, acerca da canção de alegria de Deus.

Relativamente a Lucas 15, o Pastor Waggoner diz: "As pessoas lêm (*n vs. 10) que ‘há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.’ Isso sem dúvida nenhuma é verdade; porque se 'todos os filhos de Deus jubilavam’ (*Jó 38:7) quando o mundo foi primeiro criado, podemos estar seguros de que eles não têm menos alegria quando uma nova criação aparece; mas o que o texto diz é que ‘há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.’ Isso indica que é o próprio Deus que Se manifesta e conduz à alegria. Ele é tão genuinamente feliz no coração como foram o homem que recuperou a ovelha perdida e a mulher, a moeda perdida.

"Que pensamento glorioso, que, mesmo aqui e agora, podemos acrescer à alegria do céu, e isto, ainda que não possamos cantar uma nota, podemos aumentar a música do céu! Cada pecador salvo adiciona às harmonias do céu uma nota que nenhum anjo jamais poderia produzir. Assim é que, 'pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor.' Efésios 3: 10, 11. Quem gostaria de preceder no prazer de fazer o coração de Deus feliz, e de ouvi-Lo cantar de alegria?”

No próximo parágrafo Waggoner refere-se a duas passagens acerca da alegria do Senhor: "A alegria do Senhor é a vossa força,’ Neemias 8: 10. (*ver também Salmo 21:1) está no meio de ti, Ele salvará; Ele se deleitará em ti com alegria; calar-Se-á por Seu amor, regozijar-Se-á em ti com júbilo,’ Sofonias 3: 17. Esta é a alegria da Sua salvação. Sua alegria é a alegria de um Poderoso em Sua própria força, a alegre contemplação de Seu próprio trabalho, assim como quando no sétimo dia Ele descansou de todo Seu trabalho, e encantou-Se com a visão da perfeição do trabalho que as Suas mãos tinham feito. Descansa no Seu amor, e nEle nós também podemos descansar, e alegrar-nos, e ser felizes, para sempre, com o que Ele cria"1.

Nunca chama o Senhor homens e mulheres (*para serem) instrumentos de tortura, quer física ou mental. Ser continuamente saudoso por algo, e estar lutando contra aquele desejo, é tortura. Então, a última coisa que nós mesmo devemos pensar em fazer, é privar qualquer um de qualquer prazer real ou alegria. Somos apontados à fonte de toda alegria. Devemos trazer "novas de grande alegria que será para todo o povo” (Lucas 2:10). Devemos estender às pessoas o evangelho como um modo de vida que é cheio da alegria do Senhor. Na presença de Deus há plenitude de alegria. A pessoa que ama o Senhor acha a vida uma alegria; não um peso. A "alegria do Senhor" é sua força.

Conquanto seja verdade em 2ª Cor 11:24-33 que Paulo tenha catalogado seus extraordinários perigos e experiências de dificuldade, em outro lugar ele chama estas coisas senão uma "leve e momentânea tribulação" (2ª Cor 4:17). As cartas de Paulo estão cheias de coragem e de alegria, apesar de dificuldades e provações. Algumas das suas cartas mais poderosas de incentivo foram escritas enquanto ele estava na masmorra da prisão de Roma. Ele sabia pessoalmente que a força da sua vida era a alegria da presença do Senhor.

Então, quando problemas ameaçam, não é o tempo de ser alegre? Jesus frequentemente disse a Seus discípulos, "tende bom ânimo” quando a vida deles estavam em perigo ou estavam em problemas de um tipo ou outro. A alegria, e regozijo em Deus, são mais necessários em tempos de aflição. Não há nada mais glorioso neste mundo do que testemunhar para Jesus, mesmo que em prisões. Os apóstolos, depois que tinham sido lançados na prisão, e açoitados, saíram do conselho "regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus" (*Atos 5:41).

Não há nenhum problema que nos afugenta de Cristo. Estamos dispostos para que Sua presença permaneça em nós? Se sim, não há nenhum problema, nenhum perigo, nenhuma dificuldade em que nós não possamos nos alegrar “com gozo inefável e glorioso” (*1ª Pedro 1:8).

Consequentemente podemos dizer, com Cristo: "O Senhor Deus me ajuda, assim não me confundo; por isso pus o meu rosto como um seixo, porque eu sei que não serei envergonhado. Perto está o que me justifica" (Isa 50. 7, 8). E outra vez nós podemos dizer, "ó inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz" (Miquéias 7:8).

A alegria do Senhor é a força de nossa vida (Neemias 8:10). Não deixemos que nossos amigos e vizinhos vejam, em nosso semblante nem em nossas palavras, que a vida cristã é lúgubre. No entanto, não faz nenhum sentido em dizermos que é uma vida boa, se a alegria e paz não são vistos na narração dela, e não são manifestados na vida.

Considere, também, como deve magoar o coração de Deus ouvir tanta murmuração e queixa, pelo Seu povo, onde há tanto motivo para louvor e ação de graças. Que nenhum de nós tenha qualquer parte em tal coro de amargor, e assim trazer dor ao coração de nosso Pai celestial. Em vez disso, arrependamo-nos e contemplemos a canção de nosso Salvador: "O Senhor teu Deus, o Poderoso, está no meio de ti; Ele salvará; Ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por Seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sofonias 3:17). E então um dia no futuro, não tão distante, nós havemos de, no céu, "unir-nos na canção de alegria do Pai " (Parábolas de Jesus, pág. 207).



Nota do autor,

1) Ellet J. Waggoner, "English Present Truth," 11 de Outubro de 1900. (Veja semelhantes pensamentos em "The Signs of the Times," de 21 de Julho de 1890).

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira