quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Lição 14 — Anunciando a glória da cruz, por Paulo Penno, 2ª parte.



Para 23 a 30 de setembro de 2017

Devia o Espírito Santo ter maior apreciação do que significa dizer: "Deus não permita que eu me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo"? (Gálatas 6:14). Será que seremos menos inclinados a julgar alguém fanático se estiver "determinado a não saber nada entre [sua congregação], se não a Jesus Cristo e este crucificado"? (1ª Cor. 2:2).
Nossas lições da Escola Sabatina dirigiram nossa atenção para Gálatas porque este é o 500º aniversário da Reforma e este livro desempenhou um papel fundamental nesse evento histórico. Martinho Lutero, João Calvino, James Arminios e (*os irmãos) Wesley, deram a mensagem correta para o dia deles; Deus estava com eles. Da mesma forma, Gálatas foi o centro das atenções em 1888, quando George I. Butler publicou “A Lei em Gálatas” e E. J. Wagoner, “O Evangelho em Gálatas”. Os títulos de seus livros revelam o que cada autor viu em Gálatas. Butler viu legalismo; Waggoner as Boas Novas.
Qual é a boa nova de Gálatas? Vivemos neste "tempo do fim". "Vinda é hora do Seu juizo " (Apocalipse 14: 6, 7). Agora é o grande dia de expiação cósmica do mundo. O que devemos manifestar agora não é um triunfalismo orgulhoso para "glória na cruz", mas uma apreciação que nos faça humildes em vista do amor ‘Ágape’ ali contemplado. Agora é a hora de "compreender" o que Cristo realizou em Sua cruz (Efésios 3: 14-21).
Agora você vai dizer: "Bem, esse tipo de experiência é normal para alguém que chega aos noventa anos de idade." Presmimos que o mundo não pode ser crucificado para nós até nos envelhecermos. E então, os anúncios de carros rápidos já não nos atraem. E as modas atraentes ​​já não apelam para as senhoras. Os shoppings e a Disneilandia já não comunicam o seu apelo. É isso que significa se vangloriar na cruz?
"O mundo está crucificado para mim", diz Paulo. "Glorio-me na cruz" (Gálatas 6:14). Vi um brilho cintilante na cruz que nada na grande cidade pode superar. Meu pensamento, dia e noite, é sobre o sacrifício de Cristo. Estou impressionado. Admira-me que o Filho de Deus teve que ir ao inferno para salvar minha alma. Eu nunca consigo obter o suficiente. É a paixão excessiva da minha vida a partir daqui. Não posso deixar de compartilhar com os outros.
Seu coração anseia pela alegria que encheu os corações dos primeiros apóstolos? Sim! Não estamos satisfeitos com um tipo de experiência espiritual maçante, que não entusiasma, de qualidade inferior, não tendo nada incomum. O que os apóstolos têm que não parecemos ter?
Eles viram o significado da cruz de Cristo! Sim, também acreditavam na ressurreição de Cristo; mas a ressurreição nada significou sem apreciar o que Ele realizou em Sua cruz. Bilhões de cristãos em todo o mundo acreditam sem hesitação que "Cristo morreu por nossos pecados". Mas e por que Ele morreu?
Estudar para ter a resposta a essa pergunta não é um exercício de futilidade ou de montar cavalinhos num aparque de diversão. Paulo disse aos coríntios que ele nada sabia, salvo a Cristo e Ele crucificado (1ª Cor. 2: 1-3). A luz que ainda iluminará a terra com a sua glória será uma revelação do significado desse amor revelado na cruz. Alguma coisa sobre a cruz ainda agita muçulmanos, budistas, hindus, sim, mesmo aqueles bilhões de cristãos mornos.
Acaso Cristo morreu apenas como um milionário estrangeiro que vem brevemente a este mundo para pagar nossa dívida legal? As palavras usadas para descrever essa visão são "expiação vicária". Ou Cristo realmente Se tornou um de nós, o segundo Adão e morreu como nós? Quão íntimamente Ele Se identificou conosco?
Por um lado, a expiação vicária é uma transação trocada. Por outro lado, Cristo identificando-Se conosco é uma experiência compartilhada. A expiação vicária deixa o coração humano frio, ou, na melhor das hipóteses, morno. O Cristo que Se identifica conosco ilumina a alma com alegria sem fim. De acordo com o seu testemunho no Novo Testamento, os apóstolos foram claramente incendiados com a noção do Cristo identificando-Se conosco.
Veja isso dessa maneira: o que Cristo realizou em Sua cruz? Será que importa o que alguém crê? Por que Paulo se "gloria" nessa cruz?
Havia boas razões. Paulo entendeu que ao Se tornar um com a raça humana, Cristo uniu a Sua divindade à nossa humanidade, "em Si mesmo". Ele se tornou o "segundo Adão", o novo Chefe da raça humana. Ao fazê-lo, Ele inverteu o que o primeiro Adão fez, que trouxe "condenação" à raça humana.
Assim, Cristo trouxe "justificação de vida" "sobre todos os homens" (Romanos 5:18). É por isso que Ele trata todos os humanos com graça e bondade como se ele nunca tivesse pecado, "não lhes imputando suas transgressões" (2ª Coríntios 5:19).
Em vez disso, Deus imputou as transgressões da humanidade a Cristo: "O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos" (Isaías 53: 6). Por Seu sacrifício, Cristo tomou sobre Si mesmo a pena por todo pecado humano, morrendo por "cada homem" sua segunda morte (Heb 2: 9).
A única resposta apropriada para qualquer humano é apreciar o que Cristo já realizou por nós e nos deu como um "presente". Essa foi a razão pela qual Paulo "se gloriou" naquela cruz; Ele amava a expiação, e se deleitava na verdade do que Cristo já havia realizado na cruz.
Paulo descreveu a reação do seu coração com estas palavras: "O amor [Ágape] de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram; e Ele morreu por todos, para que os que vivem [você e eu] não vivam para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou"(2ª Coríntios 5:14, 15). Sem perceber essa "restrição" imposta pela apreciação do coração do sacrifício de Cristo, nós humanos (todos somos naturalmente egocêntricos) achamos impossível viver qualquer outro tipo de vida do que egocêntrica. Antes de nossos corações egoístas se tornarem verdadeiramente gratos, temos que entender o que Cristo nos deu e não apenas nos ofereceu. Várias vezes em Rom. 5: 15-18 Paulo se "glória" no que Cristo deu a "todos os homens" - "justificação de vida".
Se você quiser esse tipo de alegria, não conheça senão a Cristo e Ele crucificado; então, Sua ressurreição significará nova vida para você nEle. Vamos aprender a "gloriar-nos" nessa cruz!
--Paul E. Penno
Notas:                                                                                                          

Veja, em inglês, o vídeo desta 9ª lição do 3º trimestre de 2017, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, está no sitio:


 Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Lição 14 — Anunciando a Glória da Cruz, por Jerry Finneman


Para a semana de 24-30 setembro de 2017

Em Gálatas 6:11-18 Paulo faz um sumário da sua carta às igrejas da Galácia. Ele exorta o leitor a permanecer fiel ao evangelho. Aqueles que requeriam a circuncisão negaram tanto a Cruz bem como a nova criação. O que quer que Paulo escreveu anteriormente sobre esses oponentes do evangelho (Gálatas 1:7-9 ver especialmente, 2:4, 5, 12, 3:1, 10; 4:17; 5:2-5, 7, 11, 12) é aqui trazido à baila. Por algumas frases concisas ele deixa claro que os judaizantes não estão de modo algum interessados ​​no bem-estar espiritual dos Gálatas. Eles estavam preocupados apenas consigo mesmos: a sua própria honra, sua própria conveniência (livre de perseguições por causa da cruz).
Em sua carta Paulo contrastou a circuncisão com a cruz. Seus principais argumentos contra a circuncisão são encontrados nos capítulos cinco e seis. Se você se tornar circuncidado para ser salvo, Cristo e Sua salvação de nada lhes servirá (Gálatas 5:2-4). Paulo viu as consequências que vêm para aqueles que praticam a circuncisão como um meio de salvação: afastamento de Cristo, uma queda de graça. O livro de Gálatas começa e termina com a graça de Deus. É iniciado (1:3) e finalizado (6:18), com saudações de graça. Na finalização com saudação de graça é revelado que cair da graça resulta em oposição à justificação pela fé, o evangelho e a cruz de Cristo (6:12 14).
Paulo foi veemente em sua negação dos falsos irmãos ensinando a respeito da circuncisão. Este assunto desperta o uso das mais fortes expressões da fala. Ele escreveu, talvez ironicamente, que ele desejava que eles castrassem ou mutilassem a si mesmos (Gálatas 5:12).
Os judaizantes não entenderam o verdadeiro significado da circuncisão. Eles passaram a crer que o ato da circuncisão em si trazia justiça. Mas originalmente, Deus havia dado o rito da circuncisão e o fez um sinal de justiça. Abraão já tinha pela fé (Romanos 4:11). A circuncisão era para ser um símbolo da remoção, ou o corte, de todas as obras da carne para a salvação. Ele simbolizava o novo nascimento, um novo coração, uma nova criação (Deuteronômio 30:6). Paulo sabia que essa experiência só poderia vir pela contemplação e crendo em Cristo, que foi levantado na cruz. Em João 3:14 Jesus usou a imagem da serpente sobre a haste para explicar o Seu reino. Ele disse: "E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado." Olhar — crer — são respostas de humilde e contrito agradecimento, pelo presente dado. Não há nada nessas respostas de que se gloriar.
A circuncisão era o meio pelo qual o "fariseus que creu" se gabava. Considere alguns dos seus fortes argumentos das Escrituras para a circuncisão. Há uma abundância de textos para a prática deles da circuncisão. Dois em especial eram vitais para a sua causa — um a partir da experiência de Abraão, o outro de uma experiência de Moisés. Os fariseus conheciam a ordem que Deus deu a Abraão que declarava que qualquer homem não circuncidado tem de ser "cortado" — condenado à morte por essa negligência (Gênesis 17:14). Este foi um "texto de prova" muito forte. Moisés conhecia este texto também.
Evidentemente Moisés circuncidou o mais velho de seus dois filhos, mas não o segundo filho. Talvez Zípora objetou. Mais tarde, na viagem para o Egito, eles pararam para dormir. O Senhor permitiu-lhes ver que havia uma sentença de morte sobre Moisés. A ameaça foi tão terrível que sua esposa Zípora venceu sua antipatia à circuncisão e realizou o rito em seu filho mais novo. Ela sabia exatamente o que fazer. Quando a vida de seu marido estava em risco por causa dessa negligência (Êxodo 4:24-26), Zípora realizou o trabalho.
Armado com estes fortes "textos de prova", os judaizantes exigiam saber como Paulo poderia ousar negar o rito da circuncisão. Por que sua jactância na cruz se opõem aqueles que se vangloriavam na circuncisão?
Paulo sabia que a circuncisão era uma sombra típica da morte de Cristo. Ele sabia que quando foi "cortado o Messias" ("cut off" Daniel 9:26, KJV) da vida, Ele cumpriu o rito da circuncisão, assim como Ele cumpriu todos os outros serviços típicos. Circuncisão da carne significava o corte ou a morte, da carne. Então, Cristo era para ser circuncidado ou cortado da vida na cruz para nos salvar.
A palavra usada aqui em Daniel para "cortar", “cut off”,  é ‘Karath'. Esta é a mesma palavra usada quando Deus deu a Abraão o rito da circuncisão em Gênesis 17:13,14. É a mesma palavra usada quando Zípora circuncidou o filho dela como registrado em Êxodo 4:23-26. O uso do "textos de prova" provou ser inválido à luz da cruz. Nesta luz Paulo se vangloriou.
Os oponentes do evangelho apresentaram a circuncisão como se isso fosse muito mais importante do que meramente a cruz de Cristo. Paulo disse aos Gálatas que os legalistas queriam "se gloriarem" em sua carne (Gálatas 6:13). A glória de Paulo sempre era na cruz (v. 14). Que esses "fariseus que criam" elevavam a circuncisão para a salvação é claro de Atos 15:1, 5. Eles ensinavam que o evangelho sem a circuncisão não era nada. Paulo ensinou que a circuncisão não era nada e que a cruz era tudo. A cerimônia de circuncisão tornou-se nula e sem efeito, porque era um tipo da morte de Cristo e assim conheceu o seu cumprimento e seu fim na cruz. A sombra cessou na gloriosa substância. O Sol da Justiça obliterou todas as sombras. Este foi o motivo para Paulo se vangloriar.
A Cruz tanto crucifica quanto eleva. Ela "corta" do mundo todos aqueles que vão crer. Esta é a obra de Deus em nos humilhar no pó. Fé na cruz nos dá a humildade e contrição. Nos une a Deus. União com Deus, então, eleva o crente. Foi a cruz que elevou Jesus da terra ao céu. Esta foi a Sua glória. É a cruz que nos traz glória e como disse Paulo, é a única coisa em que se glóriar. Sim, a cruz significa escárnio e vergonha do mundo, mas nos eleva para longe do mundo, e nos coloca no alto com Cristo nos lugares celestiais (Colossenses 2:2-3).
O poder da cruz é o poder da criação (Romanos 1:16-20, 1ª Coríntios 1:18,24). "Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura" (Gálatas 6:15). Circuncisão não tem poder de criar. Só a cruz pode fazer isso. "Se alguém está em Cristo, nova criatura é" (2ª Cor. 5:17) e é só através da morte para o eu que nos tornamos unidos a Jesus (Romanos 6:3).
"Por que a glória na cruz? — Porque por ela o mundo está crucificado para nós, e nós para o mundo. A epístola termina onde começa, com a libertação do "presente século mau", e é apenas a cruz que realiza a libertação. A cruz é o símbolo da humilhação, portanto nela nos gloriamos, porque na humilhação está a exaltação "(E. J. Waggoner, As Boas Novas, página 254).

- Jerry Finneman


O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros  evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.

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Lição 14 — Anunciando a Glória da Cruz, por Paul Penno



Para 23 a 30 de setembro de 2017

                Todos já ouvimos uma história sobre a cidade que foi construída à beira de um precipício. Pessoas estavam sempre caindo do penhasco. Assim, os preocupados habitantes da cidade decidiram construir um hospital e comprar uma ambulância. No entanto, pessoas ainda caiam no abismo. Então alguém Teve uma idéia brilhante. Construir uma cerca à beira do abismo!
Até à idade de dezoito anos três quartos dos jovens que cresceram na igreja, frequentando a Escola Sabatina, e com educação Cristã, a estão deixando. E os seus pais limpam as lágrimas. A principal razão disso é o "legalismo". Por que não construir uma cerca? Dê-lhes uma Boa Nova.
Temos estudado o Livro de Gálatas por 14 Semanas. A mensagem de 1888 foi lançada pelo livro de Gálatas.1  É uma mensagem da Testemunha Verdadeira à Igreja de Laodicéia.2 
Paulo está realmente inflamado a respeito do problema do legalismo na última parte do livro de Gálatas. O legalismo é uma palavra constantemente mencionada, mas o que ela significa? Legalismo é aquela motivação do antigo concerto para fazer algo a fim de ser salvo, por causa do “pensamento do grupo.” Paulo diz: "esses vos obrigam" (Gal. 6:12). Os gálatas são compelidos a obedecer às normas do grupo com base no medo. "Os fariseus que tinham crido" fizeram o bem para se gloriarem na carne (Atos 15:05; Gál. 6:13).
Eles têm a evidência de que ensinar "obediência" funciona. Sua fé, que funciona bem de acordo com uma conformidade exterior, é uma obediência rígida como a dos fariseus que leva a uma deliciosa presunção na atitude "Tudo o Que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos" (Êxodo 24:7), que nos muito satisfaz. Olhe àqueles que são circuncidados (Gál. 6:13).
Você sabe que está na atmosfera do "legalismo" se você deve tomar a iniciativa na sua salvação. A atmosfera de "graça" é, Deus tomou a iniciativa na sua salvação.
O Seu coração anseia a alegria que encheu o coração dos primeiros apóstolos? Sim! Nós não estamos satisfeitos com um maçante, sombrio tipo de experiência espiritual sem entusiasmo, embora possa ser comum. O Que fizeram os apóstolos que parece que não temos? Eles viram o significado da cruz de Cristo!
A "Glória ... na cruz" não é um exercício de futilidade (Gal. 6:14). Falar sobre a cruz o tempo todo não é ter uma idéia fixa. Os discípulos viram o significado da cruz de Cristo. Há algo sobre o sacrifício de Cristo que ainda está para agitar os muçulmanos, hindus, budistas e todo o mundo (Apoc. 18:1).3  Cristo declarou,  "E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim" (João 12:32).
Há uma visão "vicária" da expiação que deixa o coração "morno". É a Idéia de que um bilionário pagou sua dívida legal de um milhão de reais. Você está agradecido. Mas isto não o afetava em nada, porque não era nada para ele.
Ah, sim, alguns dizem que Jesus experimentou uma tortura física e rejeição social, mas Ele nunca plenamente Se identificou com os pecadores. Sua expiação era "vicária". Com esta Idéia da expiação o coração é deixado na sua atitude naturalmente egoísta para com Deus.
Egocentrismo é o espírito do velho concerto que tem atormentado a humanidade todos esses milhares de anos e, finalmente, levou à crucificação do Filho de Deus. O espírito do velho concerto de auto-suficiência odeia o amor Ágape de alguém que se identifica com O Crucificado.
Se Paulo tivesse pregado a circuncisão, ele teria colocado circuncisão no lugar de Cristo. Isto levaria à rejeição da graça de Cristo, Cristo e Este crucificado. Na pregação da circuncisão o escândalo da cruz e a perseguição a Paulo teriam cessado.
Se você prega o legalismo, é impossível ser perseguido. A perseguição é feita por Ismael não por Isaque (Gál. 4:29). Então, se você pregar o evangelho você terá que enfrentar perseguição (Gál. 6: 17).
Foi o escândalo da cruz que causou os discípulos a fugirem, e Pedro a negar o seu Senhor. Não era que eles adoraram menos a Cristo, mas porque eles foram inesperadamente colocados cara a cara com uma condição que não tinham previsto. Eles não tinham tomado a vergonha da cruz em consideração quando seguiram a Cristo.
Jesus lhes tinha dito dela repetidamente, a fim de que eles pudessem estar preparados para este exato momento, mas os discípulos não compreenderam Suas palavras. Eles não tinham calculado o custo.
Os discípulos tinham estado dispostos a aceitar Jesus como Rei, mesmo que Ele estivesse em situação de pobreza, e fosse odiado e rejeitado pelos sacerdotes e anciãos, porque o Seu poder estava visivelmente manifestado diante deles. Então, quando Jesus parecia não ter poder de modo algum nas mãos da turba e na cruz, os discípulos falharam.
Não foi senão mais tarde que os apóstolos "viram" alguma coisa na expiação que trouxe grande alegria e incendiou seu zelo para compartilhar as Boas Novas. A expiação de Cristo foi uma "experiência compartilhada" com os pecadores, não apenas uma morte em "troca" pelos pecadores.
Cristo, “não conheceu pecado, [mas Deus] O fez pecado por nós" (2ª Corintios. 5:21). Cristo sentiu em Sua consciência a auto-condenação do pecado. A cruz era o pára-raios de todas as maldições que Satanás pudesse atirar em Cristo por causa do pecado. Seu coração foi esmagado pela carga do pecado. Ele sentiu-Se amaldiçoado por Deus (Gál. 3:13). Daí Seu grito de abandono na cruz: "Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?" (Mateus 27:46).
Ele morreu a Segunda Morte. Ellen G. White a descreve Assim: "Cristo sentiu a angústia que há de experimentar o pecador quando não mais a misericórdia interceder pela raça culpada" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 753). Aquela "angústia" é descrita em Apocalipse 20:12-15 como o horror que os perdidos sentirão no julgamento final irrevogável. Horror pior do que qualquer dor física pode causar!
A mensagem dos apóstolos tinha o poder inerente nela. Ninguém precisava ser chicoteado em ação. A força motivadora era maior do que a de uma locomotiva a  vapor pois o poder estava implícito nas notícias sobre o sacrifício do Filho de Deus.
Assim, Paulo pôde escrever: "Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado" (1ª Cor. 2:2). "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo" (Gal. 6:14). O poder não era mágico, certamente não misteriosamente impossível para os nossos dias. O "motor" de combustão interna foi o Ágape de Cristo, que "constrangia" os apóstolos (2ª Corintios. 5:14, 15).
É a mensagem da cruz que revela o amor de Deus e dá à luz "uma nova Criatura" (Gal. 6:15). Ellet J. Waggoner escreveu: “O novo nascimento completamente substitui o antigo. ‘Se alguém está em Cristo, nova Criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo si fez novo’ (2ª Cor. 2:17). Aquele que toma a Deus como parte da sua herança, tem um poder trabalhando nele pela justiça, tão mais forte do que o poder das tendências hereditárias para o mal, assim como nosso Pai celeste é maior do que nossos pais terrenos".4 É assim simples, mas, profundamente Verdade!
Regozijai-vos no vosso novo Pai celeste! Ele é infinitamente mais poderoso em elevá-lo acima do pecado do que o seu pai terreno foi em passar para você a condenação que ele recebeu do Adão caído.
Paul E. Penno

Notas do autor: 1) Ellet J Waggoner, no livro O Evangelho no Livro de Gálatas (1888), transcreveu, na introdução uma carta que escreveu ao Pastor George Ide Butler, em 10 de fevereiro de 1887, como uma tréplica de um debate entre eles. Na Introdução ele disse: “Prezado Pastror Butler, O assunto da lei em Gálatas, que recebeu alguma atenção na última assembléia da Conferência Geral, impressionou a minha mente por um bom tempo, ... para apresentar a minha posição eu preciso erguer a carta aos gálatas, sem nenhuma referência a comentário algum que qualquer pessoa tenha feito antes. 
2) A sacudidura era "determinada pelo testemunho direto contido no conselho da Testemunha verdadeira à igreja de Laodicéia" (Primeiros Escritos, 270). "A mensagem que nos foi dada por A. T. Jones e E. J. Waggoner é uma Mensagem de Deus par a Igreja de Laodicéia, e ai dos que professam crer na verdade, e, ainda assim não refletem a outros os raios dados por Deus..." (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 1052).
3) "A cruz do Calvário desafia, e, finalmente, vencerá todo poder da terra e do inferno. ... Este é o meio que moverá o mundo" (Ellen G. White, Comentário Bíblico, vol 6 da série SDABC, pág. 1113; MS 56, 1899).
4) O Concerto Eterno, pág. 66; Internacional Tract Society, Ltd., 1900.

Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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