quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lição 8, Cuidado com a Criação, por Arlene Hill

Para 18 a 25 de fevereiro de 2012
Depois de anunciar a primeira promessa de um Salvador em Gênesis 3:15, Deus então revela a Adão e Eva o castigo do seu pecado. Como parte desse castigo, Ele diz a Adão "... maldita é a terra por causa de ti..." (Gên. 3:17). Note, o solo não foi amaldiçoado por causa de alguma coisa inerente nele, mas por causa do que eles fizeram. A maldição afetou até mesmo outras criaturas, embora apenas a serpente seja apontada de modo especial.
Originalmente, Deus criou a terra, o ar, água, sol, lua e estrelas em apôio à terra e as criaturas que Ele fez para habitá-la. Linda como a terra deve ter sido, Deus decidiu fazer mais uma coisa. "E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado" (Gên. 2:8). Era para ser uma casa viva para Adão. O trabalho de Adão era "manter" ou preservar e proteger a casa.
Deus amaldiçoou a terra novamente por causa do pecado da humanidade quando Ele enviou o dilúvio. Depois, "... o Senhor disse em Seu coração: ‘Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; ... nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz’" (Gên. 8:21). Em 9:9 -12 temos a promessa unilateral de Deus para a humanidade, a flora e a fauna. Ele não pediu a eles para prometerem nada em troca. Eles simplesmente receberam as bênçãos. O arco-íris é o sinal da Sua aliança que a terra nunca mais será destruída por uma enchente,
O livro de Deuteronômio contém advertências de Moisés. A consequência inevitável de se recusar a ouvir a Sua voz e valorizar os seus mandamentos é o cativeiro e a morte. No entanto, Israel não quis ouvir. Em última análise, o povo de Israel foi pior do que os pagãos ao seu redor. Para preservá-los, Deus tirou a liberdade e ele foi enviado ao cativeiro babilônico. Daniel se inclui em sua confissão corporativa: “Sim, todo o Israel transgrediu a Tua lei, desviando-se para não obedecer à Tua voz, por isso a maldição e o juramento se derramaram sobre nós ..." (Daniel 9:11)
Mesmo após a restauração de Jerusalém, Israel obstinadamente se recusou a apresentar os seus corações a Deus que tinha tratado com amor e paciência com eles há anos. A cegueira deliberada estava preparando Israel para perder a vinda do Messias, e a mensagem de Elias, que é, "Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que Eu não venha, e fira a terra com maldição" (Malaquias 4:6).
Assim, se a terra e tudo que ela sustenta são amaldiçoados, por que os seres humanos hoje devem proteger e preservar algo que Deus acabará por destruir? Falando sobre a maldição que Balaão tentou (*lançar), Moisés disse a Israel "...o Senhor teu Deus não quis ouvir Balaão; antes o Senhor teu Deus trocou em bênção a maldição; porquanto o Senhor teu Deus te amava" (Deut. 23: 5). Não foi porque Israel merecesse isso, foi porque Deus os amava. Como Deus pode fazer isso? São Suas advertências sem sentido, para serem postas de lado porque Ele nos ama?
Deus não pode anular Sua lei, quer seja a lei sobre a humanidade ou sobre a natureza. Como sempre, a solução é encontrada na obra de Cristo. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se maldição por nós ..." (*Gálatas 3:13). A menos que o ato de redenção de Cristo inclua todas as maldições pronunciadas por causa do pecado, a terra vai continuar como atualmente está, cheia de espinhos e abrolhos; amaldiçoada. Pedro nos diz que "os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam para o fogo ..." (2ª Pedro 3:7). Em seguida, ele discute que tipo de pessoas devemos ser: "Segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dEle sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz" (vs. 13 e 14).
Repare que ele se refere a uma única promessa, que é a vinda do Senhor. "Assim, temos a impressão que a vinda do Senhor tem sido o grande evento em direção ao qual todas as coisas tendem desde a própria queda. A "promessa da sua vinda" é a mesma promessa de um novo céu e uma nova terra. Esta foi a promessa feita aos 'pais'" (Ellet J. Waggoner, O Concerto Eterno, págs. 34 e 35)1
A mensagem enviada à nossa igreja durante o final dos anos da década de 1800, incluindo a Sessão da Conferência Geral de 1888, nos diz que qualquer vida humana, ou não, existe em razão da redenção de Cristo na cruz. Nossa responsabilidade é para com aqueles por quem Cristo morreu, e aliviar o sofrimento é parte disso.
Quando a terra é devastada por más práticas ambientais, o resultado é a miséria humana, animal (*e vegetal). Como podemos esperar que as pessoas ouçam o Evangelho da cruz de Cristo, quando muitos da população mundial estão preocupados com a ocupação pela subsistência. Na medida em que estiver ao nosso alcance, devemos ter a responsabilidade de "cuidar" da terra para que as pessoas não fiquem tão preocupadas com a sobrevivência a ponto de não poderem ouvir o Evangelho? Devemos aliviar o sofrimento daqueles que estão aflitos. Devemos ser bons mordomos da terra que Deus nos confiou. É a pura verdade do evangelho, no entanto, que traz o "repouso" final do pecado, que as almas humanas tão desesperadamente necessitam.
O mundo acredita na sobrevivência dos mais aptos de modo que se o ambiente de um animal é destruído, isto é prejudicial para ele. É verdade que os seres humanos são mais importantes, mas os cristãos devem mostrar ao mundo um padrão diferente. O exemplo que Cristo deu enquanto estava na terra é útil. Ele sempre focou em trazer as pessoas a uma compreensão do Evangelho. Ele nunca se envolveu em causas humanas, mas viveu uma vida simples. Nos tempos modernos diríamos que Ele deixou uma pequena "pegada de carbono". Seu foco permaneceu sobre as pessoas que Ele veio salvar, e Ele andava aliviando o sofrimento. O fato de que a Terra será destruída e refeita não pode ser uma desculpa para aumentar o sofrimento por práticas descuidadas.
Cuidar da criação de Deus inclui tudo, das lagostas até plantas e animais raros que estão em risco de extinção, a própria terra e, sim, até mesmo as pessoas. Todos fazem parte da criação de Deus que sofre com a maldição do pecado. Precisamos dizer ao mundo que por causa da cruz, "nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro" (Apoc. 22:3).
- Arlene Hill


A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.


Nota do tradutor:
1) O livro O Concerto Eterno, você encontra todo traduzido, no nosso blog http://agape-edicoes.blogspot.com, O texto acima foi tirado do cap. 2. Em agosto de 2010 postamos até o capítulo 43, e o restante do livro (caps. 44 a 47) em setembro de 2010.
_________________________________

Lição 8, Cuidado com a Criação, por Patti Guthrie

Para 18 a 25 de fevereiro de 2012
"Cuidado com a criação," ou, consciência ambiental — o tema da lição desta semana da Escola Sabatina — originado no Jardim do Éden durante a semana da criação. Cuidar da criação foi a descrição do primeiro trabalho dado ao homem por Deus, Gênesis 1:26, 28. Mesmo no mundo recém-criado, animais, pássaros e peixes deviam ser subjugados e treinados, e a terra com a sua abundante produção de plantas e árvores requeria sábia gestão e supervisão.
Mas com a entrada do pecado veio uma mudança de foco. Em vez de usar as coisas que Deus havia criado para abençoar os outros, o homem perverteu os nobres usos das plantas, seres humanos e vida animal para fins egoístas. Tragicamente, ao violência e corrupção rapidamente se espalharem na terra, Deus viu apenas uma maneira de salvar o mundo — e que era destruí-la com um dilúvio. Criaturas que nunca pecaram sofreram por conta do egoísmo do homem. Quase toda a criação pereceu no dilúvio.
Depois do dilúvio, Deus prometeu: "Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e sega, frio e calor, verão e inverno, e dia e noite, não cessarão" Gênesis 8:21, 22.
Devido a esta promessa, ainda estamos vivos na terra hoje, apesar do fato de que a imaginação do coração do homem cresce mais maldosamente a cada dia que passa. Não até que o Senhor retorne pela segunda vez nas nuvens do céu, a terra será destruída, mas ela continuará a envelhecer como uma roupa por causa do pecado do homem. Implícito no movimento secular ambiental de hoje é o reconhecimento que nós mesmos, através de nossas próprias práticas egoístas, temos feito muito para estragar o nosso mundo.
É fascinante notar a observação de Ellen White, de que em lugares onde o pecado era mais grave antes do dilúvio, vê-se que os efeitos sobre a Terra, foram mais fortemente sentidos, enquanto os locais mais intocados do planeta hoje, marcam onde o pecado não era tão grande. Subjacente aos problemas ambientais que enfrentamos hoje é um problema espiritual que não pode ser resolvido apenas através da reciclagem de garrafas de plástico ou utilizando sacos de pano nas compras, conquanto boas sejam estas coisas.
Ser ambientalmente consciente ou "verde" já alcançou o status de "excelente" em nossa sociedade com mania de consumo, e refeições rápidas. Mas mesmo ser "verde" tem seus limites politicamente corretos. Você já ouviu um ambientalista montando uma campanha nacional para incentivar o vegetarianismo em nossa sociedade? Nunca aconteceu. Além de eliminar o consumo de carne iria liberar milhões de acres de terra, seria muito mais eficiente utilizá-los para plantar alimentos para as pessoas do que os animais.1 Deus nos chamou para ter domínio sobre a criação animal, mas temos explorado, e continuamos a explorar, essas pobres criaturas para fins egoístas.
Na citação para a lição de sexta-feira, Ellen White explica: "Não há nada, a não ser o coração egoísta do homem, que viva para si. . . . Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem utilidade" (O Desejado de Todas as Nações, págs. 20 e 21). Fundamentalmente, a questão ambiental é espiritual.
A razão pela qual nosso planeta está em perigo hoje é porque a humanidade tem vivido contra a lei do Ágape, ou amor abnegado. Todas as criaturas, plantas, flores e árvores vivem para dar. Só o homem vive para receber sem dar nada em retorno. Estamos colhendo as consequências de um experimento de 6.000 anos de vida auto-centralizada. Até mesmo descrentes reconhecem que esse modo de vida é insustentável.
Em sua breve estada de 33 anos neste mundo, Jesus exemplificou o princípio do amor abnegado em tudo que Ele fez. Isso significa que Jesus nunca viveu para Si mesmo. Ao rastrear através das páginas da história sagrada, encontramos os princípios que nos orientam como mordomos da Terra e de todas as Suas bênçãos para nós.
Depois de alimentar as multidões de 4.000 e 5.000 (*pessoas) na encosta da montanha, Jesus," disse aos seus discípulos: "Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca" (João 6:12).
Esse princípio sozinho — fielmente praticado na vida cotidiana — incentiva um senso de responsabilidade para compartilhar as bênçãos que recebemos de Deus com os outros. Reunir os pedaços significa não desperdiçar recursos enviados dos céus.
Em termos práticos, isso significa que não vamos permitir acumulo de lixo em nossas garagens. Vamos repassar as coisas de que não precisamos aos necessitados. Vamos viver dentro de nossas possibilidades. Não joguemos lixo pela janela do nosso carro. Vamos reciclar o que pudermos, porque isso é parte da vida para abençoar outras pessoas. Vamos manter os nossos quintais e jardins bonitos como uma parte do domínio que Deus nos tem dado. Faremos tudo que pudermos para tratar da criação animal com amor e bondade. Seremos conhecidos no mundo como um povo que valoriza os preciosos recursos do céu. E vamos apontar as pessoas para Jesus que está voltando, o único que pode mudar os nossos corações frios, egoístas, em amantes quentes, mais atentos, e que vivem para dar.
Algumas semanas atrás tivemos uma aula de culinária em nossa igreja. Após a aula, serviu-se alimentos em patos descartáveis ​​e utilizou-se talheres de plástico. Uma conhecida minha, que é uma ativista em nossa cidade para todos os tipos de causas, questionou-me depois da aula: "—Eu realmente aprecio a ênfase adventista sobre cozinha vegetariana e uma vida saudável, mas eu não entendo por que vocês usam pratos e talheres descartáveis . Como é isto coerente com sua fé?"
A pergunta dela foi honesta. Eu expliquei que estamos em transição na nossa cozinha da igreja com planos de comprar mais pratos, mas no momento não tínhamos o suficiente para servir um grupo grande como esse.
No entanto, no próximo evento, tenho a certeza que pegaremos emprestado pratos suficientes de amigos para que todos possam comer em um prato de vidro com talheres normais. Minha amiga sorriu com aprovação. No grande esquema das coisas, pratos descartáveis ​​ podem não ser o grande problema, mas é preocupante perceber que os outros estão observando para ver se estamos vivendo uma vida coerente com a mensagem que pregamos.
- Patti Guthrie


Nota do tradutor:
1) E tem mais. Por volta de 80% dos grãos produzidos no planeta são destinados a alimentar o gado e aves para consumo de carne. O vegetarianismo seria, assim, a solução para acabar com a fome no planeta, além de poder-se reduzir, consideravelmente, a produção de grãos. Ademais, a carne, como alimento, tem trazido doenças as mais variadas e em quantidade inimaginável, sobrecarregando os hospitais e os sistemas de saúde.


Patti Guthrie é uma adventista de berço. É esposa, mãe e professora dos próprios filhos. Ela é estudante da Bíblia, escritora e musicista. Faz parte do comitê de música para leigos adventistas. A família de Guthrie aparece no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental. O marido de Patti, Todd Guthrie, é médico e membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele também é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países.
___________________________

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Lição 7, Senhor do sábado, por Ellet J. Waggoner

Para 10 a 17 fevereiro de 2012
Cristo é o Senhor do sábado, o Criador de todas as coisas, e o Instituidor, com Seu Pai, do dia de descanso. Ele o guardou, portanto, aqueles que têm Sua vida neles irão guardá-lo também. E eles não vão ter medo das consequências, quer se trate de perda de cargo, perda de riqueza ou influência, ou a perseguição daqueles que não conhecem a Deus.
O dia do Senhor, segundo a Bíblia, que é o nosso único guia, é o sétimo dia da semana. E, no entanto, muitas pessoas não o consideram assim, porque pensam que, de uma forma ou de outra, a crucificação de Cristo fez uma mudança no dia. Deve ser suficiente dizer que o Senhor com a Sua voz do Sinai chamou o sétimo dia de o Seu dia. O Senhor Jesus Cristo declarou-Se Senhor do dia, Ele nunca deu sequer um indício de que qualquer outro dia era o Seu dia especial. Nenhum outro dia, nunca foi chamado Seu dia, mas todos os outros dias da semana são classificados sob o título geral de "os seis dias de trabalho."
Mas, vamos ver exatamente que relação existe entre a cruz de Cristo e o sábado. Em primeiro lugar, descobrimos que o sábado foi dado ao homem no final da criação da terra, antes da queda. É uma instituição do Éden (veja o segundo capítulo do Gênesis). Portanto, a manutenção dele, como foi dado, deve trazer algo do Éden para este mundo iníquo.
O sábado foi dado para comemorar a criação concluída. "Abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que Deus criara e fizera" (Gên. 2:3). "Em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: porquanto abençoou o Senhor o dia de sábado, e o santificou" (Êxodo 20:11). E assim, quando o salmista diz que a obra do Senhor é gloriosa e majestosa, ele acrescenta: "Ele fez com que Suas maravilhas fossem lembradas" (Salmo 111:3, 4). Como? Ao dar o sábado. Aquilo que faz com que uma coisa seja lembrada é um memorial, e assim temos a mais clara e literal tradução do texto anterior: "Ele fez um memorial para as suas obras maravilhosas."
Há outra coisa que remonta pelo menos até o sábado, e que é a crucificação de Cristo. Lemos de Cristo, que Ele é "o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apoc. 13:8). Portanto, o sábado e a cruz correm paralelos através da história do mundo, e é certo que Cristo levantado sobre a cruz de madeira, à vista dos homens, não poderia fazer diferença com o sábado. Qualquer efeito que a cruz era para ter no sábado deve ter sido visto no início, mas é certo que, desde a crucificação de Cristo foi apenas a continuação de uma coisa que tinha acontecido pelo menos quatro mil anos antes, não poderia fazer nenhuma mudança no sábado que existia todo esse tempo, em conexão com ela.
O sábado, como vimos, é o memorial das obras maravilhosas de Deus, e o poder de Deus é visto claramente nas coisas que Ele fez. Agora, o Evangelho é "o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rom. 1:16). Portanto, uma vez que o poder de Deus é visto nas coisas que Ele fez, e o sábado é o memorial de Suas obras, é evidente que o sábado é o grande memorial do Evangelho. Em, e através dele, aprendemos o poder de Cristo para salvar.
A cruz de Cristo é também o poder de Deus. "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus" (1ª Coríntios 1:18). Portanto, desde que o sábado e a cruz de Cristo demonstram o mesmo poder de Deus, é evidente que não só eles são paralelos, mas que eles são mui intimamente ligados. Leia Colossenses 1:12-17 e veja como este texto mostra tal conexão. Cristo, que é “a imagem do Deus invisível,” é Aquele “em quem temos a redenção pelo Seu sangue,” “porque nEle foram criadas todas as coisas,”e todas as coisas subsistem nEle”.
O sábado, que é o memorial das obras de Deus, mostra exatamente a mesma coisa que a cruz de Cristo apresenta para nós. Isso mostra o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Porque resgate é criação. "Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efé 2:8, 9).
A Criação e a redenção são idênticas, e o sábado e a cruz estão tão intimamente ligados, porque ambos são manifestações do poder da vida de Cristo. Ele é o primogênito de toda criatura, ou de toda a criação. NEle todas as coisas foram criadas. Ele é a cabeça ou a fonte, “o princípio da criação de Deus” (Apoc. 3:14). Ou seja, nEle todas as coisas foram criadas. Em Cristo todas as coisas existem desde os dias da eternidade, da mesma forma como elas existiram depois que Ele, por Sua palavra, as fez aparecer. "E todas as coisas subsistem por Ele" (Colossenses 1:17). "NEle vivemos, e nos movemos, e existimos” (Atos 17:28).
É pela vida de Cristo que somos salvos (Rom. 5:10). O sangue é a vida, e temos a redenção pelo Seu sangue. Na cruz, Cristo derramou Seu sangue, derramou a Sua vida pelo homem. A pregação da cruz é o poder de Deus, porque é a pregação da entrega da vida de Cristo para nossa salvação. Mas aquela vida que foi dada por nós na cruz é a vida a partir do qual toda a criação surgiu. Portanto, a cruz de Cristo nos traz o poder criativo, que é comemorado pelo sábado. "É a lei contrária às promessas de Deus? De modo algum" (Gál. 3:21). Assim, o sábado do Senhor, em vez de ser oposição ao Evangelho de Cristo, é exatamente o coração do Evangelho.
O sábado é um grande memorial das obras maravilhosas de Deus, que são a medida da Sua graça. Ele o deu para que possamos saber que Ele é o Senhor que nos santifica. Assim como a cruz de Cristo traz alegria e celebração, também a cruz do sábado não é uma cruz difícil de ser suportada, mas uma cruz que eleva e salva. Em vez de luto sobre as dificuldades envolvidas em guardar o sábado, dizemos com o salmista: "Pois tu, Senhor, me alegraste pelos Teus feitos; exultarei nas obras das Tuas mãos" (Salmo 92:4).

-
Ellet J. Waggoner
[Extraído dos: "O Sábado e a Cruz,"
Publicado pela revista adventista The Present Truth
[A Verdade Presente], em 20 de julho de 1893; e,
"Guardando o dia de descanso,"
Idem, em 1º de março de 1894]

Ellet J. Waggoner é um dos dois pastores que nos apresentaram a mensagem da Justiça de Cristo em 1888 em Mineápolis. Devido à resistência da liderança em abraçar esta mensagem, Ellen G. White e os dois saíram pelas igrejas pregando-a diretamente aos membros, e, diz ela, obtiveram grande aceitação e muitas consagrações. Depois disto, por voto da Conferência Geral, os três foram separados: Ellen G. White foi enviada para a Austrália, Waggoner para a Europa. E Jones permaneceu nos Estados Unidos. Ele tinha formação acadêmica como médico, mas foi tocado pelo chamado para o ministério, e preferiu exercê-lo ao invés de desfrutar dos grandes rendimentos da sua profissão. Os dois mensageiros, até o ano de 1896, em centenas de sermões, campais, igrejas, publicações e nas Assembléias da Associação Geral eram oradores e escritores constantes. Ellen G. White endossou a pessoa e a mensagem dos dois mensageiros da Justiça de Cristo centenas de vezes. Temos a relação, em inglês, destes endossos para enviar a você, gratuitamente, se no-la solicitar, bastando nos remeter um envelope subscritado para você mesmo, com selo para o peso de 2 folhas A4.
_______________________________

Lição 7, Senhor do Sábado, por Robert J. Wieland

Para 10 a 17 fevereiro de 2012
Milhões nessa semana estão estudando sobre o "Senhor do sábado", e não importa quem você é ou onde você esteja, o sábado é uma bênção que Deus não limita a oferecer-lhe, mas lho dá. Você pode estar doente no hospital, ou condenado como um prisioneiro no corredor da morte, mas ninguém pode privá-lo das horas sagradas do verdadeiro dia do Senhor, o sábado.
Você não tem que ser convertido, ou ser uma pessoa boa, para receber esse "dom" do sábado. É como o "dom" de justificação em Romanos 5 que diz cinco vezes Deus a ter dado ao mundo "em Cristo"; não é uma simples oferta. Você pode ter passado toda a sua vida desprezando este dom do sábado, nesse caso, você se privou de bênçãos que poderia ter apreciado imensamente. Aquele que ignora o dia do santo sábado é como Esaú, o homem a quem Deus deu a bênção inestimável do direito de primogenitura, mas a "desprezou" e "vendeu" por um pouquinho de prazer mundano (Gên. 25:34; Heb. 12: 16, 17).
Quando o sábado começa ao pôr do sol, dê boas-vindas às suas horas sagradas. Ajoelhe-se e agradeça ao seu Doador por ele. Desligue as vozes do mundo para que você possa ouvir a voz mansa e delicada do Espírito Santo. Não reduplique Esaú em si mesmo — não "venda," nem mesmo alguns momentos deste tempo santo, por uma indulgência mundana de diversão sem Deus; seja TV, CDs, DVDs, romances, jornais, ou o que for. Demonstre que você o estima e entesoure o dom de Deus, o santo sábado. —De que outra forma você pode demonstrar que estima e valoriza o sacrifício do Filho de Deus, que a observância do sábado "significa"? (*Deus nos diz: “Lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu Sou o Senhor que os santifica” (Ezequiel 20:12). É assim que o sábado é um "sinal" de santificação.1
Claro, você e eu não somos nem um pouco dignos desse dom do sábado. Nossos corações são, por natureza, carnais; as horas sagradas do sétimo dia nos encontram contaminados com pensamentos e desejos mundanos. Assim, uma sincera, honesta e solícita oração ao próprio "Senhor do sábado," que criou esse dom, pode santificar nossos corações sujos, nos purificar, e conceder-nos nestas horas sagradas ser um aluno na "escola de Cristo."
Você vai ficar triste ao ver o sábado "terminar", (*e sentirá saudade), e quando novamente o sol se por, imediatamente olhará à frente (*ansiando) pelo outro sábado vindouro. Vivemos os seis dias para esse tête-à-tête (*conversa coloquial) com o nosso Salvador. Isto é o que significa "lembrar do dia desábado para santificá-lo."
--Robert J. Wieland
Arquivo do devocional diário na internet
Postado em 24 de janeiro de 2003
Copyright © 2012 by "Dial Daily Bread."

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.
Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:
1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e
2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.
38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido confiamos que um dia será igualmente atendido.

Nota do tradutor:
1) Certa vez um irmão, procurando minimizar o sábado, nos questionou a idéia de que sinal e selo fossem sinônimos. Ele nos desafiou a consultarmos os melhores dicionários que pudéssemos encontrar. Na verdade citou o nome de um importante léxico. Lhe replicamos que a Bíblia muitas vezes nos dá a definição de seus termos e símbolos, e procurá-los em outras fontes é um pretexto contra o que Deus quer nos dar a entender. No presente caso, dissemos, temos a definição de Paulo, falando de Abraão, dizendo que ele “recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé, ...” (Romanos 4:11).
____________________________

Lição 7, Senhor do sábado, por Jerry Finneman

Para 10 a 17 fevereiro de 2012

Em nosso verso para memorizar ouvimos Jesus dizer que Ele é Senhor do sábado. Isto é porque Ele o criou. O sábado foi feito para o homem. Pouco antes de Jesus pronunciar estas palavras, os fariseus acusaram os discípulos de Cristo de realizar uma prática tradicionalmente ilegal no sábado. O que eles fizeram? Eles caminharam por um campo de cereais, colheram espigas e comeram dos grãos (Marcos 2:23,24). Então, imediatamente temos a declaração de Jesus de ser Senhor do sábado. E no sábado seguinte, Jesus curou um homem (3:1-6).

Quanto ao sábado, há dois princípios apresentados aqui. O primeiro é que o sábado foi instituído por Deus para benefício e estímulo da humanidade. A segunda é que Jesus é o Mestre do sábado — Ele tem autoridade soberana sobre a sua utilização, como o próximo incidente demonstrou na cura do homem com a mão atrofiada no sábado (3:1-5). O problema desse homem não era um risco de vida e a cura poderia ter esperado até o dia seguinte. Mas Jesus curou o homem no sábado, demonstrando os dois princípios — que Ele é Senhor do sábado e que Ele beneficiou o homem coxo ao curá-lo no sábado.

Não utilizar o sábado para atender esta necessidade do homem, como declarou em 2:27, seria uma omissão nociva de sua finalidade. A questão moral de "fazer o bem" no sábado estava em jogo, mas os fariseus se recusaram a debater esta questão. Sua questão era legalista e, consequentemente, planejaram matar Jesus por ter ignorado o que eles acreditavam ser a questão legal da transgressão. Mas Jesus separou o sábado de comprometimentos legalistas, e pela graça livrou este homem de sua angústia.

Isto leva-nos ao propósito do sábado, tanto na criação como na redenção. No começo Deus criou o sábado, no sétimo dia da semana, como a conclusão da Sua criação. Deus, então, descansou; assim como Adão. O primeiro dia de Adão foi um completo repouso, o descanso do sábado, dia santo do Senhor. No dia seguinte, o primeiro dia da semana, Adão começou o seu trabalho. A palavra "Adão" tem duplo significado. Adão foi o primeiro ser humano criado. Também é um termo corporativo.1

O termo "Adão" é usado mais de 500 vezes no Antigo Testamento em um sentido corporativo. O homem, Adão, representava a raça humana. Em Adão a humanidade descansou na criação do sábado. E, além disso, houve uma segunda vez quando toda a raça humana descansou no sábado. Foi quando Jesus, o último Adão, o Representante final da raça, morreu e descansou no túmulo após Sua obra de redenção na terra ter sido concluída. Assim, toda a raça humana descansou no sábado duas vezes, quando os seus representantes — os dois Adões descansaram.

Quando Deus criou o homem, Ele o criou à Sua semelhança (Gên. 1:26,27). Mas quando o homem pecou, ​​ele perdeu, em grande medida, a imagem de Deus. No entanto, Deus não foi pego de surpresa. “Logo que houve pecado, houve um Salvador” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 210). O plano de resgate foi imediatamente posto em prática. A sua finalidade é a mesma que a da criação — que o homem deve estar na imagem de Deus. Redenção é simplesmente a realização do propósito da criação em que Deus nos predestinou para sermos "conformes à imagem de Seu Filho" (Rom. 8:29).

O sábado é o memorial da redenção, bem como da criação. O que observamos no sábado também vemos no Redentor. O sábado aponta para o que encontramos em Jesus. O sábado não pode ser separado dEle. Rejeitar o sábado significa rejeitar Jesus. O gráfico a seguir ilustra a relação que o sábado tem com a redenção em Cristo.

O sábado aponta para

Jesus

Deus abençoou (Gên. 2:3)

A bem-aventurança do perdão (At. 3:26)

Santificou (Gên. 2:3)

Santificação (João 17:19; 1ª Cor. 1:30)

Descansou (Gên. 2:3)

Descanso (Mt. 11:28,29)

Santificou (Êxodo 20:11)

Santificação (1ª Pedro 1:16)

A lição de domingo, afirma a verdade de que "Deus se referiu a essa bênção do sábado no quarto mandamento do Decálogo, ligando para sempre o sábado da criação com o sábado semanal" (*última frase das notas da pergunta n º 1). Do mesmo modo, o sábado da redenção é para sempre ligado a Jesus, nosso Senhor e Redentor.

Waggoner escreveu "a cruz de Cristo ... é o poder de Deus’ (1ª Coríntios. 1: 17 e 18). O Evangelho é ‘o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê’ (Rom. 1:16). Mas desde a criação deste mundo, o eterno poder de Deus manifestou-se nas coisas que Ele fez, Rom. 1:20. Portanto, a cruz de Cristo — o Evangelho — é o mesmo poder que é visto na criação. O mesmo poder de Deus pelo qual o homem foi criado no começo, agora é manifestado por meio do Evangelho para recriá-lo — para trazê-lo de volta à perfeição que ele tinha no início" (artigo de Ellet J. Waggoner, publicado na revista The Signs of the Times" [Os Sinais dos Tempos], em 4 de fevereiro de 1897.

O sábado está para sempre ligado com o poder da criação, que é o poder do evangelho de Deus para a salvação e, assim, para sempre ligado à cruz, que é "o poder de Deus" (1ª Coríntios 1:18). O sábado é o memorial da cruz. Ele aponta para o poder redentor da cruz (Êxo. 20:11; Deut. 5:15; Rom. 1:16; 1ª Coríntios 1:18). Justificação de vida que tem vindo a todos os homens veio através de ato judicial de Deus, em Cristo, no Calvário, que resultou na sentença de justificação de vida (Rom. 5:18).

Jesus é Senhor do sábado, porque Ele o fez. Ele é o Senhor da humanidade, porque Ele nos criou. Ele é "o Senhor justiça nossa", porque Ele foi feito pecado por nós a fim de que "nEle fossemos feitos justiça de Deus" (2ª Coríntios 5:21). E o sábado aponta a, e é, o memorial de justiça "pela fé" que é o evangelho.

Jerry Finneman

O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele, mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos (*) de João Soares da Silveira

Nota do tradutor:

1) Corporativo aqui, não tem o sentido das grandes empresas, chamadas de “Corporações,” mas, refere-se à humanidade, como no caso da igreja, que é considerada o “copo” de Cristo, onde todos estão unidos com um mesmo propósito, e ninguém é mais importante que o outro, exceto Cristo, que é a cabeça do corpo.

_________________________________

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Lição 6, Deus, O Legislador, por Robert J. Wieland

Para 4 a 11 de fevereiro de 2012

Eruditos cuidadosos que pesquisam a Bíblia com profundidade de visão, fizeram uma descoberta fantástica. Os famosos Dez Mandamentos ("Não faça isso!" ou "Não faça aquilo!"), os quais as pessoas têm há muito pensado estragar a nossa diversão, tornaram-se dez categorias de Boas Novas, se entendermos por que Deus no-los deu. Esta descoberta tem estado a levantar cargas pesadas de corações cansados em todo o mundo.

Por exemplo, quando o mandamento diz: "Não furtarás!" O que realmente está dizendo é que Deus vai te guardar de nunca roubar, mesmo um cadarço de sapato! Você nunca terá um problema, mesmo se você estiver sozinho no escritório do tesoureiro, com um milhão de reais sobre a mesa. Deus vai te guardar de roubar.

E quando se lê, "Não cometerás adultério!" O que realmente diz é que Deus vai te guardar de nunca cair nesse abismo enganoso, não importa o quão atraente uma tentação sexual possa ser. A miséria da qual você vai escapar é enorme! Os Dez Mandamentos se tornarão o que a maioria das pessoas nunca sonhou: dez mensagens de alegres Boas Novas.

Esta descoberta inesperada de Boas Novas é comentada em alguns dos mais altos círculos de estudiosos da Bíblia. Como a Internet é uma descoberta que revolucionou as comunicações modernas, assim esta descoberta da verdade bíblica revoluciona a pregação do evangelho no mundo inteiro. As pessoas estão acordando como que de um sonho; os Dez Mandamentos tornaram-se Boas Novas!

Agora, finalmente podemos experimentar a liberdade que a Bíblia está nos dizendo, mas que parecia tão difícil de se entender: "Oh, como amo a Tua lei! [Não muitos de nós já se sentiu assim!] É a minha meditação o dia todo [chato, nós pensamos!].Tu, pelos Teus mandamentos, me fazes mais sábio do que meus inimigos; ... Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, ... Entendo mais do que os antigos, ... Oh! Quão doces são as Tuas palavras ao meu paladar, mais doces que o mel à minha boca! [Este será um milagre!]. Pelos Teus mandamentos alcancei entendimento; por isso odeio todo falso caminho" (Salmo 119:97-104). A maioria das pessoas nunca teria começado a descobrir esta alegria.

Mesmo fiéis membros tiveram uma relação amor / ódio com os Dez Mandamentos. A lei já parecia um fardo pesado, dez preceitos esculpidos na pedra fria, proibições pesadas que esmagam toda a alegria da vida. Tudo o que era divertido parecia ser, "Não... não!" Os Dez Mandamentos pareciam bloqueios na estrada da felicidade.

No entanto, no fundo de nossos corações humanos percebemos que é errado quebrá-los; sofrimento deve ser o resultado, seja nesta vida ou na próxima. No entanto, não podemos saber como obedecer-lhos, muito menos amá-los. Eles pareciam muito duros.

Agora vem essa revelação fantástica: Os Dez Mandamentos são realmente dez garantias de vitória1. E o que temos a fazer é diferente das regras de como "fazer isso ou aquilo!" que pensávamos que fossem: nossa obra é crer na Boa Nova que Deus embutiu nelas. Então a fé vai trabalhar para produzir uma obediência amorosa.

Primeiro vem uma revelação surpreendente: provavelmente temos citado erroneamente os Dez Mandamentos, sem perceber o que fizemos. Quem quer que no-los tenham ensinado, desde que éramos crianças, geralmente deixou de fora um verso que Deus colocou bem no início, antes de qualquer das proibições. Deixe-o de fora, e os dez mandamentos de fato se tornarão Péssimas Novas, um "jugo de escravidão." Muitos, mesmo pregadores e professores, não viram a importância daquele verso Preâmbulo. Até mesmo alguns que se dizem especialistas em pregar "os mandamentos de Deus e a fé de Jesus" não o têm visto.

Eis aqui — os versos que têm sido omitidos, mas que pertencem, ao início de qualquer verdadeira versão dos Dez Mandamentos: "Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: 'Eu sou o Senhor teu Deus, que te ditei da terra do Egito, da casa da servidão" (Êxodo 20:1, 2).

Existem algumas verdades, semelhantes à dinamite, implícitos aqui que podem abalar a terra.

Em primeiro lugar, Deus nos diz que o Seu verdadeiro nome é: "O Senhor." Em hebraico é Jeová, ou Yahweh, um nome que tem algo muito especial embutido nele. Ele denota Deus em Sua relação única com a humanidade caída. O nome de Jesus em hebraico significa "Jeová salva". Assim, Deus está nos dizendo que Ele é o “Salvador do mundo" (João 4:42). Em outras palavras, antes mesmo de ouvir a própria Lei, Ele nos impressiona com o Evangelho das Boas Novas. Ele não está dizendo, "Eu sou o seu juiz;! Seu implacável capataz, o Legislador que vai castigá-lo por qualquer infração que cometer." Mil vezes, não! Mas Ele nos diz: "Eu sou o seu Salvador. Eu sou seu amigo. Eu estou do seu lado. Aqui está algo de bom para você!"

Em segundo lugar, este verso negligenciado nos diz que Ele é Deus de todos, "Eu sou o Senhor Teu Deus." Ele está Se referindo a você, exatamente onde você está. Você pode dizer: "Desculpe-me, eu nunca O adorei. Eu sou um ateu ou um pagão, ou um pecador vil. Eu não mereço que Ele seja o Senhor meu Deus, ou tê-Lo me dizendo alguma boa nova, mais do que se Ele me dissesse que tenho um milhão de dólares no banco." Bem, Ele lhe diz: "Eu sou ... seu Deus. Eu pertenço a você, mesmo que você nunca Me conheça, e apesar de ter agido como meu inimigo. Eu sou 'o Deus de toda a carne', e quando as pessoas Me crucificaram, Eu orei: 'Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Essa oração incluiu você. Ele lhe perdoou antes mesmo de você Lhe pedir.

Mesmo antes de Deus pronunciar o primeiro mandamento de Sua lei, Ele pregou o evangelho nestas palavras Preâmbulo: "Eu te tirei da casa da servidão." Quando Jesus nos ensinou a orar: "Pai nosso que estás nos céus", Ele quis dizer para todos nós pensarmos de seu Pai, como nosso Pai. Aqui há Boa Nova especial: Ore para que a oração do seu coração e sua vida sejam mudadas.

Em terceiro lugar, em seu Preâmbulo Deus nos diz que não pertencemos ao Egito espiritual. Isso é verdade, apesar de todos nós termos "nascido" ali. A terra das trevas não é o nosso verdadeiro lar. Ele fala no tempo passado: "Eu lhes tirei da terra do Egito. Eu já vos livrei; vocês são como prisioneiros amontoados em sua cela sem saber as portas foram abertas." A mensagem diz: "Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltastes as minhas ataduras" (Salmo 116:16). Conscientize-se disso, e creia nisso, antes de começar a se preocupar com as expressões da lei de “fazer” e “não fazer.”

Em quarto lugar, Deus já te livrou "da casa da servidão." Assim como Ele escolheu Israel para ser seu "filho", assim em Cristo Ele já escolheu você. (Israel nunca, verdadeiramente, foi "escravo" no Egito. Os egípcios os fizeram pensar que eles eram escravos, e eles acreditaram nisso, e, portanto, serviram erroneamente como escravos, mas durante todo aquele tempo eram um povo livre, à espera de Moisés para lhes dizer a verdade, "Saia, corra para a liberdade na sua própria terra").

O que o mundo está esperando para ouvir é a verdade completa da mensagem de Deus de liberdade efetuada no passado. O Pai enviou o seu Filho com uma missão expressa: salvar o mundo! Pouco antes de ser crucificado, Ele orou ao Pai: "Tenho consumado a obra que Me deste a fazer" (João 17:4). Como poderia Ele dizer isto, se Ele não conseguiu salvar o mundo?

Os samaritanos foram os primeiros a crerem na verdade, porque confessaram que Ele é "o Salvador do mundo" (João 4:42). João disse que Seu sacrifício é a propiciação pelos pecados do "mundo inteiro" (1ª João 2:2). Paulo disse que Ele já é "o Salvador de todos os homens" (1ª Tim. 4:10), e que Ele já trouxe a salvação "a todos os homens" (Tito 2:11). Ele morreu a morte final, "a segunda morte", "por todos" (Apoc. 2:11;. Heb. 2:9). Tudo isso inclui você!

Em quinto lugar, essa Boa Nova é verdade porque o Filho de Deus se encarnou. É muito simples. Assim como nosso primeiro pai, Adão, o cabeça da raça humana, trouxe a "condenação" sobre "todos os homens", assim agora nosso segundo Adão, Cristo, trouxe um judicial "... veredicto de absolvição" a todos os homens (Rom. 5:15-18, NEB = Nova Versão Inglesa da Bíblia); todas as traduções sérias dizem praticamente o mesmo). Isso não significa que "todos os homens" automaticamente vão para o céu, mas significa simplesmente que quando Cristo morreu na cruz, Ele morreu por "todos os homens", e a menos que descreiam e joguem fora a salvação que Deus já lhes deu "em Cristo", eles serão salvos eternamente. A vida que já desfrutam é um dom de Deus, e Ele sempre teve a intenção de que ela deva ser o início também da vida eterna.

Quando Deus deu o nome de Adão ao nosso primeiro pai, Ele deu o mesmo nome a toda a raça humana2. Nem uma alma sobre a terra nasceu no planeta Marte. Estamos todos, por natureza, "em Adão". Mas o Pai enviou o Seu Filho ao mundo para tornar-Se nosso novo Adão, para demitir o primeiro Adão (*de sua original posição de pai da raça) e tomar o seu lugar. Deus não pode rejeitar o Seu próprio Filho! Portanto, conclui-se que Ele adotou toda a raça humana "em Cristo".

É como se Jesus nos trouxesse para casa com Ele para jantar, e o Pai dissesse: "Tudo bem, traga-os todos para dentro, Eu adoto a todos." Nós vemos isso com a história do batismo de Jesus. Quando Ele foi batizado no rio Jordão, ouviu uma voz dizendo: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo" (Mt 3:17). Essa mesma voz abraçou a você ao mesmo tempo! Tudo isto está incluído no Preâmbulo dos Dez Mandamentos de Deus. É tempo verbal passado! Eu te tirei da casa da servidão. Talvez você tenha estado no "Egito" toda a sua vida e não conhecia a sua verdadeira liberdade em Cristo!


-Robert J. Wieland

Extraído do livro

“A New Look at God’s Law: How the Ten Commandments Become Good News”

(“Uma Nova Visão da Lei; Como os Dez Mandamentos se Tornaram Boas Novas.”)

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho último, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local.

Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral:

1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e

2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones.

38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido, muito embora haja inúmeras recomendações da serva do senhor à mensagem e às pessoas deles.

Notas do tradutor:

1) A serva do Senhor disse isto numa profunda pequena frase: Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras” (Parábolas de Jesus, pág. 333);

2) De acordo com o “Novo Dicionário Webster,” editado pela “The Publishers Guild, inc”, Nova York, 1957, “Adão, em hebraico, caldeu, siríaco, etíope e árabe, [significa] primariamente homem, o nome da espécie humana, humanidade; especialmente na Bíblia, o primeiro homem, o progenitor da raça humana.”

_____________________________