quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Lição 4 — Justificação pela fé, por Paulo Penno



Para 21 a 28 de outubro de 2017

Muito antes de o sábado ter mudado do sétimo para o primeiro dia, um poder apóstata procurou corromper a verdadeira ideia de Ágape que é essencial para apreciar a justiça do dia da expiação pela fé.
Talvez o método mais bem sucedido tenha sido inventar a doutrina da imortalidade natural da alma humana. Esté impregna em muitas religiões. A ideia veio do paganismo e foi adotada no início do cristianismo apóstata. Isso teve um efeito devastador sobre a verdadeira ideia do evangelho, pois o paralisou. A Igreja Adventista do Sétimo dia não acredita naquela falsa doutrina, mas a mornidão atual que permeia a igreja mundial vem da importação de ideias populares do evangelho que estão relacionadas a ela.
Por exemplo, se a alma é naturalmente imortal, Cristo não poderia ter morrido o equivalente  "à segunda morte". Para aqueles que aceitam a imortalidade natural, o sacrifício dEle é automaticamente reduzido a poucas horas de sofrimento físico e mental, enquanto Ele foi por todo o tempo sustido pela esperança. Assim, a doutrina pagã-papal anula "a largura, comprimento e profundidade e altura" (*Efé. 3:18) do amor de Cristo. Reduz o seu Ágape às dimensões de um amor humano motivado pela autoconfiança e esperança de recompensa.
O resultado é uma diluição da ideia de fé. Torna-se uma busca egocêntrica de segurança. A maior motivação possível permanece centrada no ego. Todas as religiões pagãs são egocêntricas em seu apelo e, como quase todas as igrejas cristãs aceitam esta doutrina pagã-papal, elas ficam presas ao que é basicamente uma mentalidade egocêntrica. Apesar de sua grande sinceridade, desde que as mentes humanas estejam cegas, não podem apreciar as dimensões do amor revelado na cruz, e consequentemente são impedidas de entender a justiça pela fé, a ideia que se relaciona com a purificação da verdade do santuário.
O resultado tem que ser uma mornidão generalizada, orgulho espiritual, auto-satisfação, devido à subserviência a uma postura ego-centrada. O medo sempre se esconde sob a sua superfície.
No melhor que pôde em seu tempo, Lutero entendeu essa dinâmica de fé como uma apreciação do coração de Ágape, mas ele ficou aquém de uma compreensão adequada de suas dimensões completas porque ele viveu muito cedo para entender a ideia da purificação do santuário celestial . E depois da sua morte, seus seguidores voltaram ao conceito pagão-papal de imortalidade natural. A maioria das ideias protestantes de justificação por fé são, portanto, condicionadas por essa ideia. Algumas exceções individuais provam o fato:
Nossa mensagem de 1888 começou a cortar os laços que nos cegaram por visões protestantes que, sob a superfície, estavam relacionadas a Roma. Agora, essas ideias estão dando frutos no protestantismo, cada vez mais inclinando-se abertamente para Roma. A mensagem de 1888 foi "o começo" de uma redescoberta do que Paulo e os apóstolos viram.
Quando Jesus morreu na cruz, fez Ele uma mera provisão pela qual algo poderia ser feito por nós, se fizessemos a nossa parte? Ou fez ele realmente algo por "todos os homens"? Em caso afirmativo, o que Ele fez por eles?
Romanos nos assegura que Ele "é a propiciação pelos nossos pecados: e não apenas para os nossos, mas também para os pecados do mundo inteiro" ( João 1: 2, cf. Romanos 3:25). Como "todos pecaram", então todos estão "sendo justificados livremente pela Sua graça" (Romanos 3:23, 24). "Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo, não imputando suas transgressões a eles" (2ª Coríntios 5:19). Uma vez que "o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23), Jesus veio para que "provasse [a] morte por cada homem" (Heb. 2: 9). Através de Seu "ato justo", o dom gratuito veio a todos os homens, resultando em justificação de vida " (Romanos 5:18, NKJV).
A idéia comum é que o sacrifício de Cristo é apenas provisional, isto é, não faz nada por ninguém, a menos que ele primeiro faça algo para ativá-lo e "aceitar Cristo". Por assim dizer, Jesus está de volta com os braços divinos cruzados, não fazendo nada pelo pecador até que ele decida "aceitar". Em outras palavras, a salvação é um processo celestial que permanece inerte até que tomemos a iniciativa. Como uma máquina de lavar roupa, que funciona com moedas,  em uma lavanderia pública, ela foi disponibilizada mas não faz nada para nós até que paguemos o preço para ativá-la.
Em contraste, a mensagem de 1888 entende nossos textos: Cristo provou "a morte [a segunda] por cada homem". Como "todos pecaram", então "todos" são "justificados livremente por Sua graça". Esta é uma justificação legal; Ele não força ninguém a se tornar justo contra sua vontade. Em virtude do sacrifício de Cristo, Deus não está "imputando suas transgressões" ao mundo (2ª Coríntios 5:19). Ele os imputou a Cristo em vez disso. É por isso que nenhuma pessoa perdida pode sofrer a segunda morte até depois do julgamento final, que só pode acontecer após a segunda ressurreição. E é por isso que todos podem viver até agora, crentes e incrédulos. Nossa própria vida é comprada por Ele, mesmo que as multidões não tenham conhecimento dessa verdade. "O mundo inteiro" foi redimido, se alguém pudesse dizer a eles e pudessem acreditar. Consequentemente, ouvir e crer essa verdade transforma o coração.
Ellen White concorda. Toda pessoa deve sua vida física e tudo o que tem Àquele que "morreu por todos". "Mesmo esta vida terrestre devemos à morte de Cristo.... A cruz do Calvário acha-se estampada em cada pão. Reflete-se em toda fonte de água. O pão que comemos, é o preço de Seu corpo quebrantado. A água que bebemos é comprada com Seu derramado sangue. Nunca alguém, seja santo ou pecador, toma seu alimento diário, que não seja nutrido pelo corpo e o sangue de Cristo. A cruz do Calvário acha-se estampada em cada pão. Reflete-se em toda fonte de água.1
Quando o pecador vê essa verdade e seu coração a aprecia, experimenta justificação pela fé. Isso é, portanto, muito mais do que uma declaração legal de absolvição – que foi feita na cruz para "todos os homens". A justificação pela fé inclui uma mudança de coração. É o mesmo que o perdão que realmente tira o pecado do coração. A palavra grega para o perdão significa removê-lo, resgatando dele.
Em outras palavras, o crente que exerce tal fé torna-se interior e externamente obediente a todos os mandamentos de Deus. Essa fé, se não for dificultada e confundida com o erro de Babilônia, crescerá tão madura e poderosamente que preparará um povo para o retorno de Cristo. É por isso que Ellen White escreveu: "[a justificação pela fé] é a mensagem do terceiro anjo em verdade". 2
Nem todos serão salvos. Mas o motivo é mais profundo do que não terem sido inteligentes ou suficientemente rápidos para aproveitar a iniciativa. Há algo além disso. Eles terão realmente resistido e rejeitado a salvação que já "livremente" lhes fora dada em Cristo. Deus tomou a iniciativa de salvar "todos os homens", mas os humanos têm a habilidade, a liberdade de vontade, de frustrar e vetar o que Cristo já realizou por eles e realmente colocou em suas mãos. Eles podem repetir o que Esaú fez ao "desprezar" seu direito de primogenitura e "vendê-lo" por "um bocado de comida" (Heb. 12:16).
Podemos apreciar nossa alienação de Cristo e nosso ódio contra a Sua justiça até que fechemos as portas do céu contra nós mesmos. De acordo com o conceito de 1888, aqueles que são salvos, finalmente, são salvos devido à iniciativa de Deus; Aqueles que estão perdidos finalmente são perdidos por sua própria iniciativa.
--Paul E. Penno
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Motas finais: 
                                                
1) Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 660.                

2) Esta foi a frase da Irmã White para descrever a mensagem de 1888. Vide Review and Herald, de 1º de abril de 1890
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Notas:   
                                                          
Veja, em inglês, o vídeo desta lição exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet  em: https://youtu.be/tm9WPscFa-I

Esta lição está na internet, em inglês, em: 1888message.org/sst.htm
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Lição 4 — Justificação pela Fé, por Bob Hunsaker



Para 21 a 28 de outubro de 2017

"A justificação pela fé" tem sido uma das, se não a idéia mais discutida na teologia cristã há milênios. Como somos salvos? De que exatamente estamos sendo salvos? O que todos esses termos em latim, como justificação e santificação, significam? O que exatamente é a fé? É a justiça uma "cobertura" ou uma efetiva experiência real? Será que (*estes temas) realmente precisam ser aparentemente tão complicados, técnicos, e "teológicos"? Tenho que aprender grego?
Ao eu ter a oportunidade de ler, estudar, dialogar e ouvir dezenas de pessoas honestas, pensativas, e tementes a Deus, irmãos e irmãs cristãos, tanto dentro do adventismo bem como do cristianismo em geral, eu cheguei à conclusão que há duas formas fundamentais de ver a salvação e religião. Para colocá-la de forma sucinta, em um sistema religioso, ou processo de pensamento, a salvação é uma mudança que ocorre em Deus, a fim de sermos aceitos por Ele ("salvos"). Enquanto no outro sistema religioso, ou processo de pensamento, a salvação é uma mudança que ocorre em nós, a fim de crer e amar a Deus.
Agora, alguns falsos sistemas religiosos são bastante óbvios para nós, e os chamamos de paganismo. Por exemplo, alguém diz: “—eu tenho um ídolo na minha casa ou templo, e ofereço ofertas para este ídolo a fim de que os deuses se relacionem comigo de forma mais favorável.” As ofertas podem ser de alimentos, dinheiro, sacrifícios pessoais, como viagens, ou em casos extremos, podem ser até mesmo sacrifício humano. Mas a base é que os deuses se postam diante de nós em uma atitude de hostilidade, raiva, indiferença, ou de rejeição, até que algo seja feito por uma pessoa, fora de deus, para alterar a sua atitude ou sentimentos em relação a nós.             
Em círculos cristãos, isto pode ser um pouco mais sutil. Podemos ter a idéia, consciente ou inconsciente, de que as coisas como a fé, o arrependimento, a confissão, o discipulado, etc, causará a Deus mudar Sua atitude ou sentimentos em relação a nós, a partir de uma condenação, ou falta de aceitação, por uma de aceitação. Mas, novamente, a idéia básica é a de que, algo que fazemos modifica ou altera a atitude ou postura de Deus para conosco.
Na sua forma mais sutil, a idéia não é de que tudo o que fazemos mude a aceitação de Deus ou a Sua atitude em relação a nós, mas que o que Jesus fez ou está fazendo, muda a atitude de Deus o Pai ou sentimentos em relação a nós. A idéia é expressa mais ou menos assim:
Nós somos pecadores e por isso Deus o Pai não pode aceitar-nos. Mas Jesus morreu em nosso lugar, e agora Deus o Pai pode nos aceitar por causa de Jesus, que está entre nós e Deus, o Pai.
 Às vezes isto é expresso como a justiça de Cristo cobrindo-nos para que Deus possa nos aceitar.             
A raiz do problema (*na mente destas pessoas) é a mesma: Deus Se relacionando conosco de maneira um tanto hostil ou "Inaceitável" ou condenatória — talvez só um pouco — e Ele precisa ser mudado por algo, e neste caso Jesus faz com que a mudança ocorra em Deus, o Pai. Deus, o Pai muda de uma atitude de condenação para conosco, para uma atitude de aceitação em relação a nós.
Embora geralmente sejamos espiritualmente mais experientes, o suficiente para não usar palavras como apaziguamento ou aplacamento, para descrever o que está acontecendo neste sistema de pensamento religioso, parece bastante próximo à conciliação. Teríamos que ser muito cautelosos para que outras palavras como expiação ou propiciação não estejam comunicando o princípio de conciliação.
Vamos agora olhar para o segundo sistema de pensamento religioso. A idéia de que a salvação é Deus trabalhando para mudar nossa atitude para com Ele. Frequentemente nas Escrituras, somos descritos como se relacionando com Deus como inimigos. "A mente carnal é inimizade contra Deus" (Romanos 8:7, KJV). Somos por "natureza filhos da ira" (Efésios 2:4). Nós, “sendo inimigos..." (Romanos 5:10). Eramos "estranhos, e inimigos em nossas mentes" (Colossenses 1:21, KJV, *em “nosso entendimento”, Almeida). Etc. Em cada um desses versos, e muitos outros, a questão é que temos nos relacionado com Deus como nosso inimigo. Temos tido hostilidade e ira para com Ele. Deus, pelo contrário, tem Se relacionado para conosco como ovelhas perdidas e filhos pródigos, trabalhando para atrair e conquistar-nos de volta para Si mesmo. Deus não tem sido o nosso inimigo, mas nós temos sido Seu inimigo.
Quando vemos a salvação através deste paradigma percebemos que Deus realmente nos ama com um “amor eterno” (Jeremias 31:3). O problema tem sido que o pecado e Satanás introduziram em nossa mente e psique, pensamentos sombrios sobre quem é Deus e como Ele Se relaciona conosco. Nós O vemos como necessitando de apaziguamento, a fim de relacionar-nos com a aceitação e reconciliação. Em algumas religiões esta conciliação é cumprida pelo pecador, no cristianismo, é frequentemente visto como Jesus fornecendo a mudança de atitude e postura de Deus para conosco.
Ao longo de toda a Escritura, não há versos sobre Deus ser reconciliado conosco, mas eles são todos sobre nós sermos reconciliados com Ele. Deus nos reconciliou consigo mesmo (2ª Coríntios 5:18). “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2ª Coríntios 5:19). “Vos reconcilieis com Deus” (2ª Coríntios 5:20). “Cristo padeceu uma vez pelos pecados ... para levar-nos a Deus” (1 Pedro 3:18). “Com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). “Fomos reconciliados com Deus” (Romanos 5:10). Reconciliá-los a Deus, Efésios 2:16. Repetidamente nas Escrituras a mensagem é sobre Deus, trabalho, Se esforçando, indo em busca de nós, para nos ajudar a ver que Ele sempre Se relaciona conosco com a atitude do pai do filho pródigo (*ou do pastor em busca da ovelha perdida) — esperando que nós vejamos Seu imutável amor e aceitação — a despeito dos nossos abusos e hostilidades contra ele.  
A justificação pela fé, então torna-se simplesmente, mas, oh, tão significativamente, uma mudança em nossa atitude para com Deus, ao nos conscientizarmos da graça e da bondade e da benevolência com que Ele sempre tem Se relacionado conosco. Somos "justificados", o que significa que somos mudados em nossos pensamentos e sentimentos em relação a Ele, pela "fé," que é uma apreciação de coração do amor que Ele sempre manifestou em relação a nós, e, especialmente, revelado na cruz.
Eu quero ter os meus mal-entendimentos ainda existentes removidos. Eles são sutis e às vezes subconscientes, a respeito de Deus. Eu quero ser transformado (justificado) por uma apreciação sempre crescente, e confiar (ter fé) na bondade e graça de Deus, especialmente porque são mais claramente revelados na morte do Filho de Deus. Deus Filho, manifestando e revelando a Deus Pai, para aqueles que têm se relacionado com Ele como um inimigo. Que eu não O trate como um inimigo ou O veja como precisando ser acalmado.

--Bob Hunsaker

O irmão Roberto Hunsaker é um médico. Adventista por muitos anos.  Diretor do ministério pessoal de sua Igreja local, na área de Boston, MA., U.S.A., e também professor de sua unidade evangelizadora. Ele tem, também, um programa semanal na rádio (AM  WEZE 590) aos domingos à noite, às 19:30 horas, em parceria com o Pr. Bill Brace, intitulado Portraits of God (Quadros de Deus).


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Lição 4 — Justificação pela fé é a mensagem do Terceiro anjo em verdade.



Para 21 a 28 de outubro de 2017


Ellen White ficou radiante quando ouviu a mensagem do concerto eterno e a justificação pela fé dos lábios de A. T. Jones e E. J. Waggoner. Para ela, esse claro ensino era consoante com a mensagem dos três anjos. "Chegada é a hora de seu juízo" e nosso Sacerdote está purificando o santuário celestial. Para ela, a mensagem do santuário era o caminho a ser preparado para a segunda vinda de Jesus. A purificação do povo de seus pecados, e a consequente purificação do pecado do santuário celeste, foi o cumprimento do concerto eterno de Deus para perdoar seus pecados e escrever suas leis em seus corações e mentes. A mensagem do concerto era uma mensagem de trasladação.
No Seminário para ministros, realizado no Instituto Teológico de Battle Creek em 1890, a Sra. White escreveu, repetidamente, ao longo das semanas, nas colunas da Review and Herald, sobre o seu entusiasmo pela mensagem (*dos pastores Waggoner e Jones) do concerto eterno, que ela estava ouvindo deles.
Observe suas declarações (*começando em 21/1/1890):
“Estamos no dia da expiação, e devemos trabalhar em harmonia com a obra de Cristo de purificação do santuário dos pecados do povo. Que nenhum homem, que deseje ser encontrado com a veste nupcial, resista nosso Senhor em Seu ofício. Como Ele é, assim serão seus seguidores neste mundo. Nós devemos agora apresentar ao povo a obra que, pela fé, vemos o nosso Sumo Sacerdote desenvolver no santuário celestial” (Ellen G. White, “A Necessidade de Completa Consagração,” Review and Herald 67,3,  de 21 de janeiro de 1890, pág. 33.
 “A importante e aterradora questão é este casamento, o casamento do Cordeiro, que foi adiado por tanto tempo. O tempo chegou para o povo de Cristo despertar e sentir o tempo em que vive. O tempo chegou quando a noiva deve aprontar-se (*Apoc. 19:7)  para o casamento recebendo o presente de Seu vestido de casamento. Este vestuário foi a mensagem de justiça do Sumo Sacerdote” (Ibidem)
Uma semana depois, enquanto o assunto dos concertos predominava no Seminário, Ellen White dirigiu novamente a atenção do povo para o santuário na primeira página da revista.
 “Cristo está no santuário celestial, e Ele está lá para fazer expiação por Seu povo. . . . Ele está purificando o santuário dos pecados do povo. Qual é o nosso trabalho? —. É nosso trabalho estar em harmonia com a obra de Cristo. Pela fé, nós devemos trabalhar com Ele, para estar em união com Ele.  . . . Um povo deve estar preparado para o grande dia de Deus” (Ellen G. White, O Senhor Deve Ser Nossa Luz, Review and Herald, 67,4, de 28 de janeiro de 1890, pág. 49).
 “Cristo está no céu purificando o templo dos pecados do povo, e devemos trabalhar em harmonia com Ele sobre a terra, limpando o templo da alma de sua corrupção moral” (Ellen G. White, O Perigo de Falar de Dúvida, Review and Herald, 67,6, de 11 de fevereiro de 1890, pág. 81).
"O povo não entrou no lugar Santíssimo, onde Jesus foi para fazer expiação por Seus filhos. Precisamos do Espírito Santo, a fim de compreender as verdades para este tempo, mas há seca espiritual nas igrejas" (Ellen G. White, É Necessário Seriedade na Causa de Deus, Review and Herald, 67,8, de 25 de fev. de 1890, pág. 113).
Note que entrar no santuário com Jesus, pela fé, no dia de expiação, significa avançar com a luz que Jesus estava dando na terra ao Seu povo (*em 1888 e anos que se seguiram). A verdade do concerto eterno e justificação pela fé, que Jones e Waggoner estavam trazendo ao povo de Deus era para ser entendida em conexão com o dia do Ministério da expiação de Jesus no santuário.
Em 4 de março de 1890, Ellen G. White enfatizou novamente o tema da trasladação:
“Luz está cintilando do trono de Deus, e para quê? — É que um povo deve ser preparado para ficar de pé no dia de Deus. (Ellen G. White, Aproxime-se de Deus, Review and Herald, 67,9, de 4 de março de 1890, pág. 129.
 (*No dia 18:) “Se os nossos irmãos todos trabalhassem, juntamente com Deus, não teriam dúvida de que a mensagem que Ele enviou para nós durante estes últimos dois anos, é do céu. . . . Suponha que você apagasse os testemunhos que vêm sendo dados durante estes últimos dois anos (*de Mineápolis, em 1888, até 1890) proclamando a justiça de Cristo, quem você pode nos apontar como trazendo luz especial para o povo? (Ellen G. White, A Mensagem Presente, Review and Herald, 67,11, de 18 de março de 1890, pág. 161).
A presente mensagem de justificação pela fé foi a mensagem do terceiro anjo em verdade, dando poder e força para a purificação do santuário. Muitos falaram da lei, da lei, e ficaram preocupados que se estava dando muita ênfase sobre a justificação pela fé.
"É verdade que os homens vão dizer: ‘você está excitado e gastando muito tempo falando muito sobre este assunto (*de justificação pela fé) e você não prega o suficiente sobre a lei, agora, você deve pensar mais na lei, não esteja o tempo todo abordando sobre esta justiça de Cristo, mas fale sobre a lei.’
              Deixe a lei cuidar de si mesma.
Temos estado a falar sobre a lei até chegarmos a estar secos, como as colinas de Gilboa, sem orvalho ou chuva" (Manuscrito nº 10, pág. 9, apud Materiais sobre 1888 de Ellen G. White, volume 2, pág. 557)
Muitos ridicularizaram a mensagem de justificação pela fé que nos foi trazida por Waggoner e Jones e a denunciaram como fanatismo. Eles inquiriram da irmã White  “...se a mensagem de justificação pela fé era a mensagens dos três anjos,” (*e veja o que ela respondeu:)  “eu respondi ‘é a tríplice mensagem angélica em verdade.’ O profeta declara, ‘E depois destas coisas eu vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória’ (Apoc. 18:1)” (E. G. White, Arrependimento, o Dom de Deus,” Review and Herald, 67, de 13 de abril de 1890, págs. 193 e 194).
"A mensagem do terceiro anjo, em verdade" foi claramente identificada com o Anjo do Apocalipse 18:01 e que é "a mensagem do terceiro anjo, em verdade.“ O que ela queria dizer com a afirmação “em verdade”?
Justificação pela fé em conexão com a purificação do santuário, era a tríplice mensagem agélica em verdade. Prepararia o povo para estar de pé na hora de crise, e para ser trasladado sem ver a morte na segunda vinda de Jesus. Era, e ainda é, a mensagem de sacudidura da igreja de Laodicéia. Trazia consigo todo o panorama do alto clamor e da chuva serôdia do Espírito Santo.

A Mensagem do Terceiro Anjo
Em 1891 E. J.  Waggoner ligou o concerto eterno com a Tríplice Mensagem Angélica e justificação pela fé desta forma: "Nós devemos. ... pregar ‘Cristo e Este crucificado’ é a soma do ‘evangelho do reino’, ou. . . a tríplice mensagem angélica.  . . . Mostra, do concerto que Deus fez com Abraão, o sacrifício de Cristo, a justificação pela fé ... “ (“Como Devemos Alcançar os Judeus”, de E. J. Waggoner, em The Present Truth, A Verdade Presente, nº 7,26, de 17 de dezembro de 1891, pág. 413).
Este era o meio para alcançar aos judeus, mostrando-lhes o que Deus queria fazer com Israel ao tirá-los do Egito e introduzi-los na terra prometida. Este é o mesmo trabalho que Deus faria em reunir os Seus, fora do mundo, e levando-os para a posse da herança eterna.
Em 1895 Ellen White conectou "a mui preciosa mensagem" de Waggoner e Jones, com a mensagem do terceiro anjo e o concerto eterno. "Em Sua grande misericórdia, enviou o Senhor uma mui preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones. Esta mensagem devia por de maneira mais proeminente diante do mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. Apresentava a  justificação pela  fé no Fiador; convidava o povo para receber o justiça de Cristo, que se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus. . . . É a terceira mensagem angélica, que deve ser proclamada com alto clamor e regada com o derramamento de Seu Espírito Santo em grande medida. O Salvador crucificado deve aparecer em Sua eficaz obra como o Cordeiro sacrificado, sentado no trono, para dispensar as inestimáveis bênçãos do concerto. . . " (E. G. White, Test. à igreja de Battle Creek, Carta 57 de 1º de Maio de  1895, e Testem. P. Minis., págs. 91 e 92).
Esta declaração conecta a mensagem do terceiro anjo, com a justificação pela fé e o concerto eterno.
O pastor William W. Prescott (*Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, pág. 1148) foi o último de uma geração que tinha sido testemunha ocular dos acontecimentos de 1888.  Ele publicou uma série de artigos sobre os concertos na história bíblica. (W. W. Prescott, em O Evangelho do Concerto, Review and Herald, 113, de 20 de agosto a 8 de outubro de 1936). Prescott reconheceu quão importantes foram os concertos para a compreensão das três mensagens angélicas.
Ele escreveu:
Temos sido claramente instruídos que a justificação pela fé  "É a mensagem do terceiro anjo, em verdade", e na medida em que justificação pela fé é a característica essencial do concerto com Abraão, como é ensinado em Gálatas 3:8. . . o concerto com Abraão, é a essência da Mensagem do terceiro anjo. . . . Devemos proclamar a plenitude do significado dessa aliança desenvolvido a partir do tempo de Abraão até agora. Este é "o evangelho eterno", que deve ser pregado a todo o mundo em preparação para a grande consumação. (W. W. Prescott, em O Evangelho do Concerto, IV, A Doutrina da Promessa do Concerto, Review and Herald, 113,47 de 10 de setembro de 1936, pág. 8).
Tudo o que era necessário para preparar o corpo de Cristo, a partir de toda nação, tribo, língua e povo, para a trasladação, e a segunda vinda de Cristo, estava contido na promessa de Deus a Abraão. Ellen White, E. J. Waggoner e W. W. Prescott ligaram a mensagem do terceiro anjo com o concerto eterno de Deus.

por Paulo Penno, Jr
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Nota do tradutor:

1)Na teologia adventista “a mensagem do terceiro anjo” é sinônimo de “a tríplice mensagem angélica,” ou “a mensagem dos três anjos”. Apoc.14, portanto conectada com a doutrina da expiação, tendo, assim, íntima relação com a purificação do santuário.
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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:
Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia.” (Este livro postamos, por inteiro, em Ágape Edições (agape-edicoes.blogspot.com) em 1º de agosto de 2017). Ao longo dos anos o Pr. Paulo Penno, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
  
    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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