CARTA AOS ROMANOS
Por Ellet J. Waggoner
Um dos dois mensageiros
de 1888
Tradução e Edição
César L. Pagani
Capítulo 11
Todo o Israel Será Salvo
O undécimo capítulo conclui a discussão sobre o tema específico
de Israel. Nos três capítulos anteriores, vimos que os gentios, quando crentes,
partilham a mesma sorte dos judeus. E estes perdem todo privilégio como povo de
Deus por causa de sua incredulidade. Nada poderia demonstrar com maior clareza,
como o fazem estes capítulos, que todos os homens são iguais diante de Deus e
que Suas promessas destinam-se a todo aquele que crê, a despeito das
circunstâncias de seu nascimento ou colocação territorial.
1 Pergunto, pois: terá
Deus, porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum! Porque eu também sou
israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
2 Deus não rejeitou o
Seu povo, a quem de antemão conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura refere a
respeito de Elias, como insta perante Deus contra Israel, dizendo:
3 Senhor, mataram os
Teus profetas, arrasaram os Teus altares, e só eu fiquei, e procuram tirar-me a
vida.
4 Que lhe disse, porém,
a resposta divina? Reservei para Mim sete mil homens, que não dobraram os
joelhos diante de Baal.
5 Assim, pois, também
agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça.
6 E, se é pela graça, já
não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.
7 Que diremos, pois? O
que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram
endurecidos,
8 como está escrito:
Deus lhes deu espírito de entorpecimento, olhos para não ver e ouvidos para não
ouvir, até ao dia de hoje.
9 E diz Davi:
Torne-se-lhes a mesa em laço e armadilha, em tropeço e punição;
10 escureçam-se-lhes os
olhos, para que não vejam, e fiquem para sempre encurvadas as suas costas.
11 Pergunto, pois:
porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua
transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes.
12 Ora, se a
transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em
riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!
13 Dirijo-me a vós
outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios,
glorifico o meu ministério,
14 para ver se, de algum
modo, posso incitar à emulação os do meu povo e salvar alguns deles.
15 Porque, se o fato de
terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu
restabelecimento, senão vida dentre os mortos?
16 E, se forem santas as
primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz,
também os ramos o serão.
17 Se, porém, alguns dos
ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio
deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,
18 não te glories contra
os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas
a raiz, a ti.
19 Dirás, pois: Alguns
ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.
20 Bem! Pela sua
incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te
ensoberbeças, mas teme.
21 Porque, se Deus não
poupou os ramos naturais, também não te poupará.
22 Considerai, pois, a
bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para
contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás
cortado.
Não abandonados: –O apóstolo Paulo sabia que Deus não rejeitara Seu povo, os
descendentes literais de Abraão, e a prova disso era que ele próprio havia sido
aceito pelo Senhor. Se Deus houvesse abandonado os judeus, Paulo estaria sem
esperança, visto ser ele “hebreu de hebreus”. Assim, pois, lemos: “Terá Deus,
porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum!” A razão comprobatória dessa
afirmação é que “eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de
Benjamim”.
Quem são os rejeitados?: –Embora Deus não tenha abandonado Seu povo,
esse se encontrava em situação deplorável. O fato de Deus não os ter abandonado
não significava que seriam salvos. Paulo mostrou o perigo da reprovação,
inclusive para ele mesmo, após ter pregado o evangelho (I Coríntios 9:27).
Isso, não obstante, dependia inteiramente dele. O risco não estava, de maneira
alguma, em que Deus
decidisse rejeitá-lo contra sua própria vontade. Temos as palavras do Senhor:
“Aquele que vem a Mim, de maneira alguma o lançarei fora”. (João 6:37) Todos
podem aproximar-se d’Ele; “quem tem sede, venha”. Deus não repudia ninguém,
contudo, se alguém O rejeita completamente, embora Ele a ninguém force, não há
alternativa exceto deixar o indivíduo ao sabor de sua própria escolha.
“Mas, porque clamei, e
vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse; antes,
rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão... comerão
do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão. Os
néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os
leva à perdição”. (Provérbios 1:24-32)
Deus estende Suas mãos a
um povo rebelde e contraditório (Romanos 10:21); cabe-lhes decidir se serão
salvos. Deus aceita a todos. A pergunta-chave é: Será que eles O aceitarão?
O remanescente: –A partir da ilustração de Elias, podemos aprender mais sobre a
aceitação e a rejeição. Aparentemente todo o Israel se havia apostatado, porém,
havia sete mil homens que não haviam dobrado seus joelhos a Baal, “assim, pois,
também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da
graça”. A graça de Deus é manifestada a todos os homens; estende-se a todos. Os
que a aceitam são escolhidos, pouco importando a nação ou povo a que pertençam.
A despeito de o plano da salvação abarcar todo o mundo, é triste porém certo
que apenas uns poucos de cada povo ou geração o aceitam. “Ainda que o número
dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será
salvo”.
A oliveira: –Embora contendo expressões especiais de difícil compreensão, em
seu conjunto, o capítulo undécimo de Romanos é simples. O povo de Deus é
apresentado sob a figura de uma oliveira, e a relação de todo homem com Deus
ilustrada pela figura do enxerto. Antes de entrar nos detalhes dessa imagem, é
bom que nos detenhamos para considerar a nação de Israel.
No segundo capítulo de
Efésios, podemos ver que, sendo gentios, os efésios estavam “excluídos de
Israel”, sem esperança e sem Deus no mundo. Isto é, os excluídos de Israel
estão sem Deus; ou melhor, os que se encontram sem Deus estão excluídos de
Israel.
Cristo é a única
manifestação de Deus ao homem. Ele veio para os que eram Seus, e os Seus não O
receberam (João 1:11). Assim a nação israelita, como povo, estava sem Deus
tanto quando os pagãos, sendo, portanto, excluídos da comunidade de Israel.
Nesse mesmo capítulo de Efésios, lemos como Cristo veio para reconciliar tanto
judeus como gentios com Deus, o que evidencia com clareza que ambos estavam
separados d’Ele. Mais adiante nesse texto, vemos que a cidadania de Israel
consiste em ser membros da família de Deus, parentela essa composta de santos –
aqueles que estão reconciliados com Deus. Apenas desses é possível dizer que
não são estrangeiros, nem estão separados de Israel.
A origem
de Israel: –O nome vem desde aquela noite em que Jacó lutou com Deus,
e por sua fé obteve finalmente a bênção que buscava. Nada lhe fora possível
conseguir confiando em sua própria força física. Um simples toque do Senhor
bastou para deixá-lo completamente indefeso. Foi então que, em seu estado de
total impotência, entregou-se ao Senhor com fé simples e prevaleceu, recebendo
o nome de Israel –príncipe de Deus. Esse título foi aplicado a todos os seus
descendentes, embora de modo estrito pertença apenas àqueles que exercitam viva
fé em Deus. É algo como o nome “cristãos”, que genericamente conferimos a todos
os que fazem parte da igreja visível, sem nos determos a analisar se conhecem
ou não ao Senhor.
Todos precisam ser
enxertados:
– Romanos 11:23-26
23 Eles também, se não
permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os
enxertar de novo.
24 Pois, se foste
cortado da que, por natureza, era oliveira brava e, contra a natureza,
enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria
oliveira aqueles que são ramos naturais!
25 Porque não quero,
irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós
mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a
plenitude dos gentios.
26 E, assim, todo o
Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará
de Jacó as impiedades.
Uma nação justa: –Foi dita muita coisa sobre a incredulidade dos filhos de Israel.
Não obstante, houve épocas em que, como
nação, eles exerceram notável fé. Um exemplo: “Pela fé, ruíram as muralhas de
Jericó, depois de rodeadas por sete dias”. (Hebreus 11:30) Todo o exército
rodeou por três vezes a cidade, sem proferir um único som, e aparentemente sem
qualquer propósito definido. Essa fé demonstra que eram então uma nação justa,
em estreita ligação com Deus, já que “justificados, pois, mediante a fé, temos
paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Romanos 5:1). Na ocasião,
seu nome realmente fazia justiça ao caráter que possuíam; eram autênticos
israelitas. Estavam caminhando “nos passos da fé do pai Abraão”.
Ramos cortados: –Lamentavelmente, eles não guardaram a fé. “Porque nos temos
tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a
confiança que, desde o princípio, tivemos”. (Hebreus 3:14) Eles não fizeram
isso e ficaram “sem Cristo”, “separados da comunidade de Israel” (Efésios
2:12). Em Romanos 11:17, o apóstolo fala de alguns ramos que foram quebrados.
Isso não significa que não houve galhos intactos, porque no verso 20 lemos que
por sua incredulidade se romperam, e Deus “a todos encerrou na desobediência, a
fim de usar de misericórdia para com todos”. (verso 32). Assim, todos os ramos
foram arrebentados. Encontramo-nos, pois, com o povo dos que eram “amados por
causa dos patriarcas” (verso 28), e que em certo momento da história haviam
sido “filhos de Deus pela fé em
Cristo Jesus”. (Gálatas 3:26), depois reduzidos, por causa da
incredulidade, ao mesmo nível de quem nunca havia conhecido a Deus.
Ramos enxertados: –Todos os ramos da oliveira (Israel) foram cortados por causa de
sua incredulidade. Deus enxertou ramos procedentes da oliveira silvestre (os
gentios) em lugar dos primeiros. Essa enxertia era contra a natureza (verso
24), posto que uma obra inteiramente procedente da graça. De acordo com as leis
naturais, os ramos enxertados deveriam produzir frutos silvestres, próprios à
sua natureza, e o enxerto, então, não seria proveitoso (Gálatas 5:19-21;
Efésios 2:1 e 2). Porém, a graça operou um milagre e os ramos enxertados
participaram da mesma natureza da raiz. Seu fruto já não é natural, mas o fruto
do Espírito (Gálatas 5:22 e 23).
A reunião: –Lembremo-nos de que Deus não rejeitou a Seu povo. Esse descaiu
por causa da incredulidade, porém, “se não permanecerem na incredulidade, serão
enxertados; porque poderoso é Deus para os enxertar novamente”. Isto é, o judeu
tem uma oportunidade tão favorável quanto o gentio, “porque não há diferença
entre o judeu e o grego”. (Rom. 10:12). Cristo veio para reconciliar “ambos em
um só corpo com Deus”, e “por Ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito”. (Efésios
2:16 e 18).
Um plano sem mudanças: –Não nos esqueçamos de que o enxerto dos
gentios para ocupar o lugar do rebelde Israel, não implica em mudança alguma no
plano de Deus. Essa inserção estava perfeitamente incluída na promessa original
feita a Abraão. “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora,
tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios,
preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos”.
(Gálatas 3:7 e 8).
No princípio, Deus criou
Adão, o pai da raça humana. Adão era filho de Deus (Lucas 3:38); assim, todos
os seus descendentes são povo de Deus por direito. Deus não os abandonou por
haverem pecado. Seu amor abarca o mundo inteiro (João 3:16), e por certo isso
não foi diferente nos dias de Abraão, Isaque e Jacó. A única vantagem de Israel
era que eles tinham o privilégio de portar o glorioso evangelho aos gentios,
para quem havia sido provido, e também para si mesmos.
A visitação dos gentios: –Desde o início fora estabelecido que os
gentios, assim como os descendentes de Jacó, se tornassem Israel. O concílio de
Jerusalém demonstra muito bem esse conceito. Pedro expôs como lhe havia sido
divinamente designada a pregação do evangelho, de modo que nenhuma diferença
fosse feito entre judeus e gentios. Disse, então Tiago: “Expôs Simão como Deus,
primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para
o seu nome. Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e
reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas,
restaurá-lo-ei. Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os
gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz
estas coisas conhecidas desde séculos.” (Atos 15:14-18; ver também Amós
9:11-15).
Isto posto, podemos
concluir que a “habitação de Davi”, ou a casa do rei Davi, seria restaurada
mediante a pregação do evangelho aos gentios, segundo os desígnios do Senhor
desde o princípio do mundo. Não há necessidade de comentários a esse respeito.
Trata-se simplesmente de crer nessa Escritura.
“A
plenitude dos gentios”: –“... Veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado
a plenitude dos gentios”. “Haja entrado”? Onde? É claro que em Israel, já que é
com a entrada da plenitude dos gentios que “todo Israel será salvo”. Quando
entrará a plenitude dos gentios? O próprio Senhor nos responde: “E será pregado
este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações.
Então, virá o fim”. (Mateus 24:14) Deus está visitando os gentios “para tomar
deles um povo para o Seu nome”. Mediante eles Israel alcançará sua plenitude.
Tão logo a obra de pregar o evangelho aos gentios seja concluída, virá o fim.
Então nada mais será pregado a ninguém: nem aos gentios, visto que já terão
feito sua decisão final, e tampouco aos judeus, porque todo o Israel será
salvo. Não haverá mais necessidade do evangelho. Ele terá cumprido sua obra.
Afluxo massivo de
judeus:
– Romanos 11:27-36
27 Esta é a Minha
aliança com eles, quando Eu tirar os seus pecados.
28 Quanto ao evangelho,
são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa
dos patriarcas;
29 porque os dons e a
vocação de Deus são irrevogáveis.
30 Porque assim como vós
também, outrora, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes
misericórdia, à vista da desobediência deles,
31 assim também estes,
agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à
vista da que vos foi concedida.
32 Porque Deus a todos
encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.
33 Ó profundidade da
riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são
os Seus juízos, e quão inescrutáveis, os Seus caminhos!
34 Quem, pois, conheceu
a mente do Senhor? Ou quem foi o Seu conselheiro?
35 Ou quem primeiro deu
a Ele para que Lhe venha a ser restituído?
36 Porque d’Ele, e por
meio dEle, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente.
Amém!
Tudo mediante Cristo: –Dê especial atenção aos versos 25 a 27. Quando entrar a
plenitude dos gentios, “todo o Israel será salvo”. É somente com essa entrada
que Israel será salvo. Isso se constituirá no cumprimento da Escritura, que
diz: “Virá de Sião o Libertador e Ele apartará de Jacó as impiedades”. Somente
através de Cristo é possível que Israel seja reunido e salvo. Israel são todos
aqueles que pertencem a Cristo, porque “se sois de Cristo, também sois
descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”. (Gálatas 3:29).
Remover os pecado: –De Sião virá o Libertador que tirará a impiedade de Israel.
Cristo é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. (João 1:29). “E Ele é
a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas
ainda pelos do mundo inteiro”. (I João 2:2) Caifás, o sumo sacerdote, falando
pelo Espírito, “profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não
somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus,
que andam dispersos”. (João 11:51 e 52).
Assim Pedro, falando no
templo de Jerusalém, disse: “Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que
Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência, serão
abençoadas todas as nações da terra. Tendo Deus ressuscitado o seu Servo,
enviou-o primeiramente a vós outros para vos abençoar, no sentido de que cada
um se aparte das suas perversidades”. (Atos 3:25 e 26) A bênção de Abraão consiste no perdão dos
pecados mediante Cristo, e os habitantes de todas as nações tornam-se
verdadeiros israelitas mediante a remoção da iniqüidade.
Tudo pela fé: –Foi pela fé que Jacó tornou-se Israel. Foi pela incredulidade
que seus descendentes foram cortados do tronco de Israel. É pela fé que os
gentios são enxertados e somente por meio dela podem manter-se. É pela fé que
os judeus podem ser reimplantados no tronco original.
A fé em Cristo é a único
meio de converter alguém num israelita, e apenas a incredulidade exclui alguém
de Israel. Assim revelou Cristo quando Se admirou da fé do centurião: “Ouvindo
isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem
mesmo em Israel achei fé como esta. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do
Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus.
Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali
haverá choro e ranger de dentes”. (Mateus 8:10-12)
Todos encerrados: –“Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de
misericórdia para com todos”. “Em prisões foram encerrados”. Lemos em Gálatas
3:22: “Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a
promessa concedida aos que crêem”. E o verso 23 explica que todos estávamos
guardados sob a lei, reservados para a fé que iria ser revelada. Segundo
Romanos 3:9, tanto judeus como gentios “estão debaixo do pecado”.
Todos, igualmente, são
prisioneiros, sem nenhuma esperança de escape a não ser Cristo, o Libertador,
Aquele que proclama “libertação aos cativos e... liberdade aos algemados”.
(Isaías 61:1). Vem desde Sião como Libertador, trazendo liberdade da “Jerusalém
lá de cima”. (Gálatas 4:26). Portanto, todos os que aceitam a liberdade de
Cristo, são filhos da Jerusalém de cima, herdeiros da Canaã celestial, cidadãos
do verdadeiro Israel.
Maravilhoso conhecimento: –“...Com o Seu conhecimento, justificará a
muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre Si”. (Isa. 53:11). E assim
reedificará os muros de Jerusalém e libertará seus filhos cativos mediante o
perdão dos pecados (Salmo 51:18). “Ó profundidade da riqueza, tanto da
sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e
quão inescrutáveis, os seus caminhos!”
Ninguém pretenda,
portanto, questionar o plano de Deus ou rejeitá-lo por não o haver
compreendido, porque “quem foi o Seu conselheiro?” “Porque dEle, e por meio dEle, e para Ele são
todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém!”