domingo, 1 de outubro de 2017

Carta aos Romanos, Ellet J. Waggoner, Capítulo 11



CARTA AOS ROMANOS

Por Ellet J. Waggoner
Um dos dois mensageiros de 1888
Tradução e Edição
César L. Pagani

Capítulo 11


Todo o Israel Será Salvo
O undécimo capítulo conclui a discussão sobre o tema específico de Israel. Nos três capítulos anteriores, vimos que os gentios, quando crentes, partilham a mesma sorte dos judeus. E estes perdem todo privilégio como povo de Deus por causa de sua incredulidade. Nada poderia demonstrar com maior clareza, como o fazem estes capítulos, que todos os homens são iguais diante de Deus e que Suas promessas destinam-se a todo aquele que crê, a despeito das circunstâncias de seu nascimento ou colocação territorial.
1 Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum! Porque eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim.
2 Deus não rejeitou o Seu povo, a quem de antemão conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura refere a respeito de Elias, como insta perante Deus contra Israel, dizendo:
3 Senhor, mataram os Teus profetas, arrasaram os Teus altares, e só eu fiquei, e procuram tirar-me a vida.
4 Que lhe disse, porém, a resposta divina? Reservei para Mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal.
5 Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça.
6 E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.
7 Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; mas a eleição o alcançou; e os mais foram endurecidos,
8 como está escrito: Deus lhes deu espírito de entorpecimento, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até ao dia de hoje.
9 E diz Davi: Torne-se-lhes a mesa em laço e armadilha, em tropeço e punição;
10 escureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e fiquem para sempre encurvadas as suas costas.
11 Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes.
12 Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!
13 Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério,
14 para ver se, de algum modo, posso incitar à emulação os do meu povo e salvar alguns deles.
15 Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?
16 E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.
17 Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,
18 não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti.
19 Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.
20 Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme.
21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará.
22 Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.
Não abandonados: –O apóstolo Paulo sabia que Deus não rejeitara Seu povo, os descendentes literais de Abraão, e a prova disso era que ele próprio havia sido aceito pelo Senhor. Se Deus houvesse abandonado os judeus, Paulo estaria sem esperança, visto ser ele “hebreu de hebreus”. Assim, pois, lemos: “Terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum!” A razão comprobatória dessa afirmação é que “eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim”.

Quem são os rejeitados?: –Embora Deus não tenha abandonado Seu povo, esse se encontrava em situação deplorável. O fato de Deus não os ter abandonado não significava que seriam salvos. Paulo mostrou o perigo da reprovação, inclusive para ele mesmo, após ter pregado o evangelho (I Coríntios 9:27). Isso, não obstante, dependia inteiramente dele. O risco não estava, de maneira alguma, em que Deus decidisse rejeitá-lo contra sua própria vontade. Temos as palavras do Senhor: “Aquele que vem a Mim, de maneira alguma o lançarei fora”. (João 6:37) Todos podem aproximar-se d’Ele; “quem tem sede, venha”. Deus não repudia ninguém, contudo, se alguém O rejeita completamente, embora Ele a ninguém force, não há alternativa exceto deixar o indivíduo ao sabor de sua própria escolha.
“Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a mão, e não houve quem atendesse; antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão... comerão do fruto do seu procedimento e dos seus próprios conselhos se fartarão. Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição”. (Provérbios 1:24-32)
Deus estende Suas mãos a um povo rebelde e contraditório (Romanos 10:21); cabe-lhes decidir se serão salvos. Deus aceita a todos. A pergunta-chave é: Será que eles O aceitarão?
O remanescente: –A partir da ilustração de Elias, podemos aprender mais sobre a aceitação e a rejeição. Aparentemente todo o Israel se havia apostatado, porém, havia sete mil homens que não haviam dobrado seus joelhos a Baal, “assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”. A graça de Deus é manifestada a todos os homens; estende-se a todos. Os que a aceitam são escolhidos, pouco importando a nação ou povo a que pertençam. A despeito de o plano da salvação abarcar todo o mundo, é triste porém certo que apenas uns poucos de cada povo ou geração o aceitam. “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo”.
A oliveira: –Embora contendo expressões especiais de difícil compreensão, em seu conjunto, o capítulo undécimo de Romanos é simples. O povo de Deus é apresentado sob a figura de uma oliveira, e a relação de todo homem com Deus ilustrada pela figura do enxerto. Antes de entrar nos detalhes dessa imagem, é bom que nos detenhamos para considerar a nação de Israel.
No segundo capítulo de Efésios, podemos ver que, sendo gentios, os efésios estavam “excluídos de Israel”, sem esperança e sem Deus no mundo. Isto é, os excluídos de Israel estão sem Deus; ou melhor, os que se encontram sem Deus estão excluídos de Israel.
Cristo é a única manifestação de Deus ao homem. Ele veio para os que eram Seus, e os Seus não O receberam (João 1:11). Assim a nação israelita, como povo, estava sem Deus tanto quando os pagãos, sendo, portanto, excluídos da comunidade de Israel. Nesse mesmo capítulo de Efésios, lemos como Cristo veio para reconciliar tanto judeus como gentios com Deus, o que evidencia com clareza que ambos estavam separados d’Ele. Mais adiante nesse texto, vemos que a cidadania de Israel consiste em ser membros da família de Deus, parentela essa composta de santos – aqueles que estão reconciliados com Deus. Apenas desses é possível dizer que não são estrangeiros, nem estão separados de Israel.
A origem de Israel: –O nome vem desde aquela noite em que Jacó lutou com Deus, e por sua fé obteve finalmente a bênção que buscava. Nada lhe fora possível conseguir confiando em sua própria força física. Um simples toque do Senhor bastou para deixá-lo completamente indefeso. Foi então que, em seu estado de total impotência, entregou-se ao Senhor com fé simples e prevaleceu, recebendo o nome de Israel –príncipe de Deus. Esse título foi aplicado a todos os seus descendentes, embora de modo estrito pertença apenas àqueles que exercitam viva fé em Deus. É algo como o nome “cristãos”, que genericamente conferimos a todos os que fazem parte da igreja visível, sem nos determos a analisar se conhecem ou não ao Senhor. 
Todos precisam ser enxertados: – Romanos 11:23-26
23 Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo.
24 Pois, se foste cortado da que, por natureza, era oliveira brava e, contra a natureza, enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aqueles que são ramos naturais!
25 Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.
26 E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades.
Uma nação justa: –Foi dita muita coisa sobre a incredulidade dos filhos de Israel. Não obstante, houve épocas em que,  como nação, eles exerceram notável fé. Um exemplo: “Pela fé, ruíram as muralhas de Jericó, depois de rodeadas por sete dias”. (Hebreus 11:30) Todo o exército rodeou por três vezes a cidade, sem proferir um único som, e aparentemente sem qualquer propósito definido. Essa fé demonstra que eram então uma nação justa, em estreita ligação com Deus, já que “justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Romanos 5:1). Na ocasião, seu nome realmente fazia justiça ao caráter que possuíam; eram autênticos israelitas. Estavam caminhando “nos passos da fé do pai Abraão”.
Ramos cortados: –Lamentavelmente, eles não guardaram a fé. “Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos”. (Hebreus 3:14) Eles não fizeram isso e ficaram “sem Cristo”, “separados da comunidade de Israel” (Efésios 2:12). Em Romanos 11:17, o apóstolo fala de alguns ramos que foram quebrados. Isso não significa que não houve galhos intactos, porque no verso 20 lemos que por sua incredulidade se romperam, e Deus “a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos”. (verso 32). Assim, todos os ramos foram arrebentados. Encontramo-nos, pois, com o povo dos que eram “amados por causa dos patriarcas” (verso 28), e que em certo momento da história haviam sido “filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus”. (Gálatas 3:26), depois reduzidos, por causa da incredulidade, ao mesmo nível de quem nunca havia conhecido a Deus.
Ramos enxertados: –Todos os ramos da oliveira (Israel) foram cortados por causa de sua incredulidade. Deus enxertou ramos procedentes da oliveira silvestre (os gentios) em lugar dos primeiros. Essa enxertia era contra a natureza (verso 24), posto que uma obra inteiramente procedente da graça. De acordo com as leis naturais, os ramos enxertados deveriam produzir frutos silvestres, próprios à sua natureza, e o enxerto, então, não seria proveitoso (Gálatas 5:19-21; Efésios 2:1 e 2). Porém, a graça operou um milagre e os ramos enxertados participaram da mesma natureza da raiz. Seu fruto já não é natural, mas o fruto do Espírito (Gálatas 5:22 e 23).
A reunião: –Lembremo-nos de que Deus não rejeitou a Seu povo. Esse descaiu por causa da incredulidade, porém, “se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os enxertar novamente”. Isto é, o judeu tem uma oportunidade tão favorável quanto o gentio, “porque não há diferença entre o judeu e o grego”. (Rom. 10:12). Cristo veio para reconciliar “ambos em um só corpo com Deus”, e “por Ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito”. (Efésios 2:16 e 18).
Um plano sem mudanças: –Não nos esqueçamos de que o enxerto dos gentios para ocupar o lugar do rebelde Israel, não implica em mudança alguma no plano de Deus. Essa inserção estava perfeitamente incluída na promessa original feita a Abraão. “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos”. (Gálatas 3:7 e 8).
No princípio, Deus criou Adão, o pai da raça humana. Adão era filho de Deus (Lucas 3:38); assim, todos os seus descendentes são povo de Deus por direito. Deus não os abandonou por haverem pecado. Seu amor abarca o mundo inteiro (João 3:16), e por certo isso não foi diferente nos dias de Abraão, Isaque e Jacó. A única vantagem de Israel era que eles tinham o privilégio de portar o glorioso evangelho aos gentios, para quem havia sido provido, e também para si mesmos.
A visitação dos gentios: –Desde o início fora estabelecido que os gentios, assim como os descendentes de Jacó, se tornassem Israel. O concílio de Jerusalém demonstra muito bem esse conceito. Pedro expôs como lhe havia sido divinamente designada a pregação do evangelho, de modo que nenhuma diferença fosse feito entre judeus e gentios. Disse, então Tiago: “Expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome. Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito:  Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei. Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos.” (Atos 15:14-18; ver também Amós 9:11-15).
Isto posto, podemos concluir que a “habitação de Davi”, ou a casa do rei Davi, seria restaurada mediante a pregação do evangelho aos gentios, segundo os desígnios do Senhor desde o princípio do mundo. Não há necessidade de comentários a esse respeito. Trata-se simplesmente de crer nessa Escritura.
“A plenitude dos gentios”: –“... Veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios”. “Haja entrado”? Onde? É claro que em Israel, já que é com a entrada da plenitude dos gentios que “todo Israel será salvo”. Quando entrará a plenitude dos gentios? O próprio Senhor nos responde: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”. (Mateus 24:14) Deus está visitando os gentios “para tomar deles um povo para o Seu nome”. Mediante eles Israel alcançará sua plenitude. Tão logo a obra de pregar o evangelho aos gentios seja concluída, virá o fim. Então nada mais será pregado a ninguém: nem aos gentios, visto que já terão feito sua decisão final, e tampouco aos judeus, porque todo o Israel será salvo. Não haverá mais necessidade do evangelho. Ele terá cumprido sua obra.
Afluxo massivo de judeus: – Romanos 11:27-36
27 Esta é a Minha aliança com eles, quando Eu tirar os seus pecados.
28 Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas;
29 porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.
30 Porque assim como vós também, outrora, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia, à vista da desobediência deles,
31 assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida.
32 Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos.
33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis, os Seus caminhos!
34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o Seu conselheiro?
35 Ou quem primeiro deu a Ele para que Lhe venha a ser restituído?
36 Porque d’Ele, e por meio dEle, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Tudo mediante Cristo: –Dê especial atenção aos versos 25 a 27. Quando entrar a plenitude dos gentios, “todo o Israel será salvo”. É somente com essa entrada que Israel será salvo. Isso se constituirá no cumprimento da Escritura, que diz: “Virá de Sião o Libertador e Ele apartará de Jacó as impiedades”. Somente através de Cristo é possível que Israel seja reunido e salvo. Israel são todos aqueles que pertencem a Cristo, porque “se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”. (Gálatas 3:29).

Remover os pecado: –De Sião virá o Libertador que tirará a impiedade de Israel. Cristo é “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. (João 1:29). “E Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”. (I João 2:2) Caifás, o sumo sacerdote, falando pelo Espírito, “profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos”. (João 11:51 e 52).
Assim Pedro, falando no templo de Jerusalém, disse: “Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência, serão abençoadas todas as nações da terra. Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vós outros para vos abençoar, no sentido de que cada um se aparte das suas perversidades”. (Atos 3:25 e 26)  A bênção de Abraão consiste no perdão dos pecados mediante Cristo, e os habitantes de todas as nações tornam-se verdadeiros israelitas mediante a remoção da iniqüidade.
Tudo pela fé: –Foi pela fé que Jacó tornou-se Israel. Foi pela incredulidade que seus descendentes foram cortados do tronco de Israel. É pela fé que os gentios são enxertados e somente por meio dela podem manter-se. É pela fé que os judeus podem ser reimplantados no tronco original. 
A fé em Cristo é a único meio de converter alguém num israelita, e apenas a incredulidade exclui alguém de Israel. Assim revelou Cristo quando Se admirou da fé do centurião: “Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes”. (Mateus 8:10-12)

Todos encerrados: –“Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos”. “Em prisões foram encerrados”. Lemos em Gálatas 3:22: “Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa concedida aos que crêem”. E o verso 23 explica que todos estávamos guardados sob a lei, reservados para a fé que iria ser revelada. Segundo Romanos 3:9, tanto judeus como gentios “estão debaixo do pecado”.
Todos, igualmente, são prisioneiros, sem nenhuma esperança de escape a não ser Cristo, o Libertador, Aquele que proclama “libertação aos cativos e... liberdade aos algemados”. (Isaías 61:1). Vem desde Sião como Libertador, trazendo liberdade da “Jerusalém lá de cima”. (Gálatas 4:26). Portanto, todos os que aceitam a liberdade de Cristo, são filhos da Jerusalém de cima, herdeiros da Canaã celestial, cidadãos do verdadeiro Israel.
Maravilhoso conhecimento: –“...Com o Seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre Si”. (Isa. 53:11). E assim reedificará os muros de Jerusalém e libertará seus filhos cativos mediante o perdão dos pecados (Salmo 51:18). “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”
Ninguém pretenda, portanto, questionar o plano de Deus ou rejeitá-lo por não o haver compreendido, porque “quem foi o Seu conselheiro?”  “Porque dEle, e por meio dEle, e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Amém!”