sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Lição 13 — A Batalha Pelo Poder

Ao revisar a lição desta semana alguns pensamentos relacionados com a mensagem de 1888 imediatamente se sobressaem. Primeiro, o autor de lição aponta-nos ao amor que João expressou a um dos seus companheiro crentes, aquele a quem a carta foi endereçada, Gaio.

João escreveu: "O presbítero ao amado Gaio, a quem em verdade eu amo. Amado, desejo que te vá bem, em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como vai bem a vossa alma" (3ª João 1:1-2). Os termos que João usou no original para amor eram agapao e agapatos. É fácil de discernir que ambas estas palavras vêm da raiz da palavra Ágape. Ao usar esta terminologia, João indica que seu afeto para Gaio não era mero sentimentalismo humano. Ele o amou com o amor que vem só de Deus.

Os seres humanos foram criados originalmente com os corações cheios de Ágape. Amor altruísta, similar ao de Cristo era natural a nossos primeiros pais. No entanto, quando Adão pecou, é-nos dito "... os poderes do homem foram pervertidos, e o egoísmo substituiu o amor" (E. G. White, Conselhos aos Professores Pais e Estudantes, pág. 33. Assim, em consequência da queda, a humanidade não tem nenhuma concepção natural do verdadeiro amor. Tendemos a confundi-lo com amor humano que é tudo menos altruísta. Mas Ágape, o termo mais usado frequentemente para denotar o amor de Deus, é completamente sem ligação com o amor humano, e completamente altruísta.

É descrito para nós no 13º capítulo da primeira epístola de Paulo aos Coríntios. Nos primeiros três versos nós somos esclarecidos da importância de Ágape. É mais essencial que eloquência. É mais necessário do que profecia. É mesmo mais importante que a fé. Estas são qualificações assustadoras. A eloquência pode parecer um luxo, mas profecia e fé são elementos importantes de fato. Entretanto, sem amor, eles são praticamente ineficazes, quase inúteis.

A descrição continua e outra vez nós somos chocados pela revelação de Ágape. "Ainda que eu distribuísse toda a minha fortuna, ainda que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria" (1ª Cor. 13:3). Generosidade extravagante e mesmo martírio sacrifical são vãos e vazios sem o essencial qualificativo que motiva, chamado Ágape.

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá” (1ª Cor. 13:4-8). O amor humano, que consiste em amor próprio, personifica exatamente o contrário de todas estas qualidades. Mas há esperança em Cristo "porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (ROM. 5:5).

Ao considerarmos o amor de Deus e a graça que este amor incitou-O a estendê-lo à humanidade, nós achamos a coragem de encarar os ecos de outro tema relacionado com 1888 que salta das páginas de nossa lição de Escola de Sabatina desta semana. Na lição da sexta-feira nós achamos uma declaração que nos chama a atenção para declarações semelhantes de nossa história na conferência de 1888 e seus resultados.

"Os que são inclinados a considerar como supremo seu juízo individual, acham-se em grave perigo. É o estudado esforço do Satanás separar esses dos que são condutos de luz, e por cujo intermédio Deus tem operado para edificar e estender Sua obra na terra. Negligenciar ou desprezar aqueles que Deus designou para suportar as responsabilidades da liderança ligadas ao progresso da verdade, é rejeitar o meio ordenado por Ele para auxílio, animação, e fortalecimento de Seu povo (E. G. White, Obreiros Evangélicos, pág. 444).

Como esta declaração concernente a "condutos de luz" e "verdade" e sua rejeição é lida, não se pode senão lembrar-se de muitas declarações semelhantes de advertência da pena inspirada.

"Incitado pelo orgulho, preconceito, e ódio, os fariseus, sacerdotes, e governadores rejeitaram o Senhor de glória. Suas obras poderosas não tiveram nenhuma influência suavizante sobre suas mentes; porque eles endureceram os seus corações para que não fossem convertidos. Quando evidência é dada de que um homem é um mensageiro do Senhor dos exércitos, que ele fala em lugar do Deus, é perigoso à alma rejeitar e desprezar a mensagem. Desviar-se da luz do céu e recusar o portador da luz, é tomar um caminho semelhante ao que Satanás tomou nas cortes do céu quando criou rebelião nas fileiras dos anjos (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 1062).

"Não tenho uma mensagem suave a dar aos que por tanto tempo têm sido como que falsos sinalizadores, apontando na direção errada. Se rejeitardes os mensageiros delegados por Cristo, rejeitais a Cristo. Negligenciai essa grande salvação conservada diante de vós durante anos, desprezai essa gloriosa oferta de justificação pelo sangue de Cristo, e a santificação pelo poder purificador do Espírito Santo, e não restará mais sacrifício para pecados, mas uma certa expectativa horrível de juízo e ardente indignação. Suplico-vos, agora, que vos humilheis e deixeis a vossa obstinada resistência à luz e evidência" (ibidem, pág. 1342). (*também encontrado em Testemunhos para Ministros, págs. 97 e 98).

"Meu irmão, por que você nutre tal amargura contra os irmãos A. T. Jones e E. J. Waggoner? É pela mesma razão que Cain odiou Abel. Cain recusou atender à instrução de Deus, e porque Abel procurou a Deus, e seguiu a Sua vontade, Cain o matou. Deus deu aos irmãos Jones e Waggoner uma mensagem para o povo. Você não crê que Deus os sustentou, mas Ele lhes deu luz preciosa, e sua mensagem alimentou o povo de Deus. Quando você rejeita a mensagem dada por estes homens, você rejeita a Cristo, o Doador da mensagem. Por que você encoraja os atributos de Satanás"? (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 1353).

Por que nós devemos ser lembrados deste período escuro de nossa história? Um sábio filósofo uma vez observou, "Os que não podem lembrar-se do passado são condenados a repeti-lo" (George Santayana). Nossa história é de tal caráter que nós não ousamos repeti-la. É perigoso resistir os avanços de Alguém que nos ama com tal extravagante "Ágape". Mas isto é o que nós somos todos tão inclinados a fazer, ao invés de inteligente e consciente arrependimento corporativo, dirigido pelo Espírito. Devemos lembra-nos de nossa história e aprender de suas lições, porque " nada temos a temer quanto ao futuro, exceto se nos esquecermos da maneira como o Senhor nos dirigiu, e Seu ensino em nossa história passada" (E. G. White, Life Sketches, pág. 196).

--Kelvin (Mark) Duncan

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Lição 12 — A Epístola de João para a Senhora Eleita

Há controvérsia sobre se esta breve carta (2ª João) foi escrita a uma líder, mulher numa igreja, ou à igreja personificada como a noiva de Cristo. Parece que a segunda carta de João é dirigida a uma mulher e a uma igreja local em que ela serviu. Uma razão é por causa do uso do pronome "você". A carta começa e se encerra com "você" ao dirigir-se no singular à mulher. Este pronome é usado em forma plural entre os dois usos singulares. No entanto, o ponto da carta não é a quem João escreveu, mas, antes, é o conteúdo que é importante. Hoje, assim como quando a carta foi escrita, fala a nós individualmente e corporativamente sobre aproximadamente dois princípios por que nós devemos viver.

Os dois princípios primordiais são amor e verdade, são eternos e estendem-se desde o tempo de João até ao nosso, e vai ainda além. Amar e andar na verdade são relacionados à guarda dos mandamentos. A essência do amor é obediência à lei, e é pela fé, feita no espírito de liberdade, puramente por amor a Deus. A obediência pode ser prestada somente pelos que são justificados pela fé. Amor e verdade são unidos especificamente "à doutrina de Cristo" na qual o crente habita (vs. 9-10). É a respeito dAquele que veio em carne humana como o Salvador do mundo (1ª João 4:14, 1-3). Sua doutrina é também o que Ele ensinou. Ele ensinou a verdade porque Ele é a verdade (João 14:6).

No verso 7 da segunda carta de João, ele dá a razão para seu rogo urgente para que os santos conduzam-se na esfera de mandamento do Deus, para amarem-se uns aos outros — a presença de heresia na Igreja. A verdade deve ser proclamada e mantida assim como vivida. Essa heresia nega o pilar fundamental da salvação: "A doutrina de Cristo". Esta doutrina em que nós devemos crer é "Jesus Cristo é vindo na carne". Esta forma verbal, "é vindo" é um particípio presente, e é traduzido como vindo, descreve Cristo como ainda sendo manifestado na nossa carne. Mais cedo, em 1ª João 4:2, aprendemos que a Encarnação foi apresentada como um fato histórico definido pelo uso do tempo perfeito: "Jesus cristo veio na carne" (*"Has come", SDABC, Vol. 7, pág. 660). Na sua segunda carta João escreve de Cristo vindo à nossa carne como um fato continuado (*"A frase,literalmente diz: 'os que não confessam Jesus Cristo vindo na carne', A forma do verbo no grego enfatiza a verdade da encarnação desvinculada do tempo, em contraste co 1ª João 4:2, onde o fato histórico é enfatizado" (*SDABC, vol. 7 págs. 687 e 688). Ambos fatos os enganadores categoricamente negam. No entanto, se Cristo não pôde, nem assim entrou na nossa carne caída há 2.000 anos, como pode Ele, pelo Seu Espírito, morar em nossa carne caída hoje? Só se Ele veio na nossa mesma carne quando encarnou-Se pode Ele fazer o mesmo agora.

Em 2ª João 7 nós temos o emprego da Encarnação aplicada aos crentes. Eles revelam em sua vida o efeito de crer na doutrina do fato histórico da Encarnação. Isto indica mais que confirmação de recepção verbal. Creem que Cristo veio em carne humana para revelar uma vida cristã de verdade e amor.

É interessante anotar-se que a palavra "amor" é usada nesta carta tanto como um substantivo (vs. 3 e 6) bem como um verbo (vs. 1 e 5). O substantivo define o que é amor, enquanto o verbo descreve o que uma pessoa faz. Por exemplo, em 1ª João nós aprendemos que "Deus é amor" (substantivo) e que "ama" (verbo) (veja 1ª João 4:8, 16, 7, 11, 19). Como consequência pretendida do amor de Deus, crentes respondem a Ele em amor e a outros porque Ele primeiramente nos amou (4:19-21). A palavra usada para amor nas duas cartas é Ágape. Não devemos ser enganados por ninguém que misture Ágape com o amor de eros, que se exalta a si mesmo.

Foi com assombro que eu li a primeira encíclica pontifical do papa Bento XVI, de 25 de dezembro de 2005. Era intitulada DEUS CARITAS EST ("Deus é Amor" ou "Caridade"). Ele expressou sua doutrina de amor (caritas) a seus seguidores e ao mundo. Ele misturou o amor de Deus, Ágape, com eros. Veja o que ele escreveu: "Deus ama, e seu amor certamente pode ser chamado de eros, mas é também totalmente Ágape". Para apoio desta amalgamação de Ágape e eros ele refere-se, na nota ao pé da página 7, a Dionisio o Areopagita (*Atos 17;31), que "chama Deus tanto eros como Ágape” (*Isto deve ser da tradição católica, segundo escreveu Eusébio, SDABC, vol. 6, pág. 356). Isto está errado. O Deus da Bíblia é Ágape. Nunca eros. Nunca!

Eros é auto glorificador. Leva alguém a pensar que ele é um deus acima do Deus de céu (2ª Tess. 2:4). Mas o Deus do céu é Ágape, que Se oculta. Seu amor não é um de superioridade condescendente. Seu modo de agir foi descer a fim de nos salvar. O Soberano e Infinito Santo Deus manifestou-Se em carne humana. Cristo que tomou a nossa carne sobre Si, e que continua voltando na carne, é a verdade de Deus. Esta é a suprema demonstração do amor de Deus. Os enganadores e anticristos dos dias de João não concordavam que Cristo entrou na esfera de carne humana.

Isto nos traz mais diretamente à prova da "doutrina de Cristo". A grande pergunta é: "Deus realmente tornou-Se homem na Pessoa de Jesus Cristo"? Neste ponto, a discussão de João muda para o perigo dos falsos mestres. Os crentes não devem simplesmente amar (vs. 5, 6); eles também devem manter a verdade (vs. 7-11). Portanto, devem estar cientes de preceitos heréticos. João previamente descreveu o(s) "anticristo(s)" como pessoa(s) com um inadequado entendimento de Jesus Cristo, tanto na Sua divindade como na Sua humanidade (1ª João 2:18, 22; 4:2-3).

Não somente Roma mistura eros com Ágape, mas nega que Cristo tomou sobre Si nossa natureza caída. Em vez da "doutrina de Cristo" o papado apresenta a doutrina da " Imaculada Concepção" de Maria de modo que Cristo pudesse tomar dela uma natureza humana sem pecado, supostamente para exaltá-Lo, mas não realmente. Roma ensina que Maria era como nós no sentir fome, sede, cansaço, mas era isenta de natureza humana caída e assim era única na vida e natureza humana sem pecado. Isto, por outro lado, diretamente guia o sistema doutrinal de Roma, especialmente concernente à cristologia e consequentemente à soteriologia, a doutrina da salvação. Uma das pedras de tropeço dos cristãos são os muitos enganadores que sutilmente turvam a verdade sobre o tipo de natureza humana que Jesus tomou sobre Si na encarnação.

O cardial Gibbons1 escreveu que Cristo tomou Sua natureza, supostamente humana, de Maria: "... por nascer da virgem, assim tomando sobre Si, de seu ventre materno, uma natureza humana da mesma substância que a sua" (A Fé de Nossos Pais, págs. 198, 199; ênfase acrescida).

O arcebispo Fulton Sheen2 separou tanto Maria como Jesus, excluíndo-os da natureza humana caída: "Maria foi separada e posta à parte da humanidade carregada de pecado... (*Diz ele que) se não tivesse ocorrido a Concepção Imaculada, então Cristo teria sido dito ser menos belo, pois Ele teria tomado o Seu Corpo de alguém que não era humanamente perfeito ! ... Como poderia [Cristo] ser sem pecado se nasceu da humanidade carregada de pecado? Se um pincel é mergulhado em (*tinta) preta torna-se preto, e se um pano aceita a cor da tintura, não iria Ele, aos olhos do mundo, também partilhar da culpa em que toda humanidade compartilhou? Se viesse a esta terra pelo campo da fraqueza moral, Ele certamente teria alguma mancha no manto da Sua natureza humana" The World's First Love (O Primeiro Amor do Mundo), págs. 15, 16, 48; ênfase acrescida.

Estes dois homens falam de uma humanidade fantasma, uma alucinação. Se Deus pudesse entrar na vida humana mortal só com uma natureza humana fantasma, o corpo ficaria eternamente desprezado; então não poderia haver nenhuma comunhão real entre o divino e o humano; nenhuma salvação real. Mas pelo contrário, Jesus tornou-Se o que nós somos para fazer-nos à Sua imagem.

Nestes últimos dias, Deus enviou uma mensagem do evangelho em amor e verdade para ser proclamada ao mundo (*a mensagem de 1888 da justiça de Cristo, que Ellen G. White chama de “a mui preciosa mensagem”, Testemunhos para Ministros, págs. 91’ e 92 no original em inglês). Envolve Cristo como Conquistador das tendências de natureza humana caída assim como o Cordeiro de Deus que carrega nossos pecados cometidos. Disto A. T. Jones (*um dos dois mensageiros de 1888) escreveu: "Oh!, Ele é um Salvador completo. É um Salvador dos pecados cometidos, e o conquistador das tendências para cometer pecados” ("A Terceira Mensagem Angélica", Boletim da Conferência Geral de 1895, sermão de nº 14). Concernente a importância da "doutrina de Cristo," isso é, a natureza humana, caída, que Cristo tomou, Jones ensinou que "... a salvação de Deus para os seres humanas repousa somente nisto" (obra citada, sermão nº 13).

E. J. Waggoner (*o outro mensageiro de 1888) antes disto fez a conexão entre nossa justificação e a natureza humana de Cristo: "Deus enviou Seu Filho na semelhança3 de carne pecaminosa, para condenar o pecado na carne, para que Ele pudesse justificar-nos" ("Estudo Bíblico do livro de Romanos” nº 12, Boletim da Conferência Geral de 1891).

Como o Apóstolo João salientou, não só devemos praticar a verdade em amor, nós somos chamados a defendê-lo nesse mesmo amor. Nunca irá um crente começar a dar apoio a mentiras em nome do amor (Fil. 1:9-11). Praticar a verdade, andar na verdade e amor, requer um coração que creia na verdade da mensagem de Cristo encarnado e num estilo de vida consequente que revele a mensagem da encarnação, mostrando amor a outros (2ª João 5-6). Isto só pode ser realizado por Cristo vivendo em nós — na nossa carne caída — hoje como a esperança da glória (Col. 1:27). A fé e ação vão mão-em-mão (veja 1ª João 3:23). A verdade como é em Jesus, "a doutrina de Cristo," é algo a se crer, amar, e viver.

Para se resumir e concluir: Na primeira parte de segunda carta de João, ele escreveu sobre a verdade e amor; no restante da sua carta ele realçou a necessidade da verdade em contraste com o erro. As duas seções da sua carta se entrelaçam. O afastamento da verdade resulta no fracasso do amor. Então João apresenta uma escura descrição de secessão (*separação) herética e suas consequências nos versos 7 a 11. Isto forma a base do ardoroso apelo de João por amor e unidade nos versos 4 a 6. Que isto se dê conosco.

Da verdade encorajadora, João passou para a erro oposto advogado pelos enganadores. A palavra enganador implica muito mais do que ensinar doutrina falsa. Também inclui induzir pessoas a viver de modo errado. João deixou claro que verdade e vida caminham juntas. O que nós acreditamos determina como comportarmo-nos. Doutrina errada e vida errada sempre vão juntas. Por outro lado, correta doutrina e vida correta também caminharão juntas, se o amor à verdade, como está em Jesus, estiver presente.

Gerald L. Finneman

Gerald L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele atualmente é também o presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888.


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Notas do tradutor:

1) Tiago Gibbons, Arcebispo de Baltimore, foi o segundo cardeal proclamado na Igreja Católica Apostólica Romana, nos Estados Unidos da América, em 7 de junho de 1886 pelo papa Leão XIII como o Cardeal-presbítero de Santa Maria de Trastevere. Foi um dos precursores da moderna Doutrina Social da Igreja.

2) Fulton J. Sheen, bispo da diocese de Rochester, N.York, USA, viveu de 1895 – 1979, foi um atuante líder da Igreja Católica nos Estados Unidos da América. Era excelente comunicador, seu programa “A Vida Compensa Ser Vivida” tinha grande audiência. Para ele a “Prerrogativa de Maria a separava do resto de nós,” isto é, o status dela como sendo santa, não tendo o nosso DNA, a tornava diferente de nós, a fim de gerar um Ente Santo.


3) Se, pela palavra "semelhança" aqui Paulo quisesse significar dessemelhança, então ele teria finalizado o verso dizendo "par condenar o pecado na semelhança da carne pecaminosa", e, aí, então, não poderia dizer "para que pudesse justificar-nos".


4) Para a lição de terça feira, 15/09/09 veja o artigo que se segue, Cuidado com os Anticristos.


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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cuidado com os Anticristos, Liç. de 15.09.09

Na lição de 15 de setembro de 2009, na 5ª pergunta o texto usado são os vs. 7 a 9 da 2ª epístola que é uma repetição, com outras palavras, do que João já havia dito na primeira epistola, no capítulo 4: 1-3. Agora ele diz, “muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.”

A nota então comenta: "Os ensinos dos anticristos a respeito de Jesus eram diferentes dos ensinos dos apóstolos."
Os lideres da Associação do estado de Indina, nos EUA, em 1900, promoveram o movimento da carne santa, pretendendo que Cristo possuia carne santa como Adão antes da queda., ensinamento contrário ao que nos foi revelado por EGW . A serva do Senhor foi incisiva e veemente ao combater esta idéia, e a liderança daquela associação foi toda trocada. Veja o livro Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 31. Você pode também ver neste blog o artigo postado com o título "A Doutrina da Carne Santa", em 13/07/09, a propósito do estudo deste trimestre.

Também em 1957, em decorrência de "diálogos" com pastores evangélicos, três influentes líderes de nossa igreja promoveram a publicação do Livro Questions on Doctrines, (Questões sobre Doutrina) no qual a cristologia, recebida por revelação divina à serva do Senhor, foi alterada 180º (cento e oitenta graus), partindo-se da mesma base que usou Santo agostinho — que Cristo não podia ter a nossa natureza caída. Veja o nosso artigo “O Pecado Original”, postado em 05/05/2009 neste glog.

A lição indaga:

“Quais são as consequências de seguir falsas doutrinas?”

Naquele mesmo artigo, “O Pecado Original”, você pode vislumbrar a série de distorções, erros doutrinários, que decorreram do afastamento da verdade, cometido por Santo Agostinho. Esta cascata de erros foi decorência lógica, cada erro levando a outro por simples sequência de causa e efeito.

Veja as consequências:

1ª) A doutrina da imaculada concepção da virgem Maria;
2º) A rejeição de Cristo como nosso Mediador;
3º) Jesus deixou de ser verdadeiramente o nosso exemplo;
4º) Foram criados novos mediadores, homens e mulheres, pecadores que cederam às tentações, como nós;
5º) O entendimento de que o ato do batismo, em si, removia a culpa;
6º) Para os não batizados foi criado o limbo;
7º) Depois o batismo infantil foi introduzido no dogma católico;
8º) A unção do abdômen de mães grávidas, moribundas, com garantias de que elas e os nascituros iriam para o céu;
etc..., etc...; examinem cuidadosamente aquele artigo neste blog.

Quanto à declaração de que Cristo “veio em carne,” tanto em 1ª João 4: 2 como na 2ª epístola, verso 7, O Comentário Bíblico, vol. 5, pág. 912, nos diz que os gnósticos ensinavam “o docetismo, que negava que Cristo tenha tido um corpo, ele era só um espectro, um fantasma”, e à página 913 diz que “Paulo advertiu os colossences contra o erro docetista em Col. 2:4, 8, 9, e 18. E Pedro com maior veemência em 2ª Pedro 2: 1-3 e Judas vs. 4 se refere à heresia docetista. João ainda com mais veemência na 1ª epístola, cap. 2: 18-26; 4:1-3, 9, 14; e 2ª João vs. 7 e 10.

No nosso guia de estudos da lição dos professores, desta semana, 12 a 19/09/09, pág. 155, sob o item III, com o título Protegendo a Verdade, lemos: “Muitos estudiosos crêem que João estava se referindo à doutrina falsa do docetismo, que afirmava que Cristo não era verdadeiramente humano. Docetismo vem da palavra grega dokeo, que significa ‘parecer’. De acordo com essa doutrina, Cristo só parecia ser humano.”

O Comentário Bíblico, no vol. 7, pág. 661, diz: “Que os gnósticos negavam não somente a divindade, mas a humanidade do Salvador. Eles estavam preparados para crer que os deuses se manifestavam aos homens em diversas maneiras, mas negavam que ‘o Verbo Se fez carne”. Assim a ênfase de João quanto à encarnação tinha especial significação para os dias nos quais os apóstolos viveram.

E o Comentário continua: “Mas a verdade [de 1ª João 4: 2 e 3], precisa ser enfatizada em todos os tempos, e muito mais em nossos próprios dias. ... Nós precisamos estar pessoalmente cônscios da encarnarão, para lembrar-nos de que Deus, que tornou este milagre possível, é também apto para realizar qualquer milagre que seja necessário para a nossa salvação,” inclusive viver em cada um de nós hoje, em nossa carne pecaminosa. Ele está desejoso de o fazer, mas não violará nosso livre arbítrio. Só habitará em nós se O permitirmos. Quando Cristo leu de Isaias 61: 1, “O Espírito do Senhor ... Me enviou para apregoar liberdade aos cativos” (Lucas 4:18), Ele quis significar: viver em nós para que sejamos livres do pecado do qual somos escravos.

“Cristo, a Palavra, é Deus, e é inseparável da Palavra escrita. Se cremos nas Escrituras, Cristo mora no nosso coração pela fé. O mistério de Deus feito carne deve ser reproduzido em nós. "Cristo em vós, a esperança de glória" (Colossenses 1:27), é o mistério do Evangelho" (E. J. Waggoner, no artigo "O Verbo Feito Carne," publicado no periódico The Present Truth, A Verdade Presente, de 19 de dezembro de 1895. Neste blog você o encontra postado em 6 de agosto de 2008).

E em 1ª Coríntios 3:16 lemos: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” O Espírito de Deus traz tudo de Cristo na Sua plenitude a cada crente, e Cristo então mora no templo da alma pelo Espírito Santo. Isto foi declarado ser "O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos Seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” (Col. 1:26, 27).

Esta glória sabemos ser o caráter de Cristo (veja João 17:17-24). "Ser um cristão é ser seguidor de Cristo. O cristão é uma pessoa em quem a vida e caráter de Cristo são reproduzidos". (E. J. Waggoner, em The Present Truth, A Verdade Presente: de 5 de Setembro de 1895).

Ellen White é também clara: "É o Espírito Santo, o Confortador, que Jesus disse que enviaria ao mundo, que muda nosso caráter na imagem de Cristo; e quando isto é realizado, nós refletimos, como num espelho, a glória do Senhor. Isso é, o caráter dos que assim contemplam a Cristo é tão semelhante ao dEle, que alguém olhando ao próprio caráter deles vê o de Cristo brilhando como em um espelho" (Review and Herald, de 28 abril de 1891).

A mensagem de 1888 era para concluir a obra do evangelho preparando um povo para estar pronto para regozijar-se em Seu retorno!

Falando do mistério em que Cristo, nosso Sumo Sacerdote, purifica nosso santuário, o templo da nossa alma, João, o revelador, escreve, "Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.” (Apoc. 10:7). Os corações do povo de Deus serão purificados ANTES da 2ª vinda de Cristo, em outras palavras, na obra de purificação do santuário.

Deus terá um povo preparado para ficar em pé sem um Mediador, mas terão um Salvador, antes do fechamento da porta da graça. Um mediador só é necessário onde pecado é encontrado. Este povo está pronto porque andou de acordo com a luz revelada—permitindo o eu ser crucificado com Cristo e por permitir que Ele os purificasse, por parar o pecado em sua fonte, os seus corações. Apoc 19:7 diz que, quando da volta do Cordeiro, “já a Sua esposa se aprontou.”

A mensagem de 1888 nos diz que quando estamos "em Cristo", Sua vitória é nossa vitória. Não é que nos é dada força suficiente para superar a tentação, mas nós somos instados: "deixe esta mente estar em você, que também esteve em Cristo Jesus” (Fil. 2:5, KJV). Isto é, permita que Ele realize isto em você. Sua vitória na nossa carne torna-se nossa vitória pela fé. Não se trata de ação sua e sim de Deus em você.

O Evangelho em Uma Palavra: Assim quero propor que o evangelho pode ser resumido no verbo “DEIXAR”. Deus é um eterno caçador sempre em safári tentando nos capturar, nos conquistar. Mas nas versões em português não temos o verbo “DEIXAR”. Infelizmente, em português, nas versões Almeida lemos: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento (mente) que houve em Cristo Jesus”, o que denota ação do indivíduo. Mas a KJV trás a idéia essencial do evangelho:"deixe esta mente estar em você...”. Ele não o fará sem o seu consentimento. “O livre arbítrio é um templo sagrado que Deus jamais violará” (Autor desconhecido). Vemos o mesmo princípio exarado no “sermão da montanha”: Deixe sua luz brilhar”, Mat. 5:16 (KJV), ao invés da redação da Almeida: “resplandeça a vossa luz”. Em Col. 3:15, Deixe a paz de Deus ... dominar em vossos corações”. E o vs. 16, Deixe a palavra de Cristo habitar em vós abundantemente, em toda a sabedoria ...”. O Evangelho é—Deus desejoso de agir no ser humano; e Ele o fará simplesmente se não for resistido.

Cristo assumiu nossa natureza com 4.000 anos de degenerescência, sem isenção alguma, (DTN, p. 49), nem sequer moral (DTN, 117), para ser “Deus Conosco”. Desceu ao fundo do poço do pecado para dele nos resgatar, estando sujeito às mesmas tentações que nós, “com risco de fracasso e ruína eterna” (DTN, 49). E, a despeito de portar esse “equipamento” defeituoso e falho, “não pecou”, muito embora tenha sido em tudo tentado como nós. Se nós pregarmos a Cristo sem confessar que Ele veio em carne pecaminosa (o conceito de carne no Novo Testamento), não estaremos sendo Mensageiros da Esperança, mas apresentando um cristo falso, manifestando “o espírito do anticristo”. Este é o mesmo espírito de Babilônia, que não cria em um Deus Conosco, mas “nos deuses cuja morada não é com os homens” (Dan. 2:11).

1ª João 4: 2 e 3 diz: “Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus." Preste atenção no verbo “confessar”, no tempo presente, confessa”. Não é suficiente confessar que Jesus Cristo veio na carne; isso não trará nenhuma salvação a qualquer pessoa. Devemos confessar, com conhecimento indiscutível, que Jesus vem agora em carne, para habitar em nós pecadores, e então nós somos de Deus. Cristo encarnou-Se há 2.000 anos atrás para demonstrar tal possibilidade.

Só há uma maneira de eu crer que Cristo vem para habitar no coração pecaminoso do João Soares pecador, é crendo que Ele já fez isto uma vez. Ele já veio a este mundo e habitou em carne humana pecaminosa, caída, deteriorada. E o que Ele fez uma vez, Ele pode fazer outra vez. Aquele que nega a possibilidade de Sua vinda na carne dos homens agora, nega assim o fato de ter Ele jamais assumido a carne humana caída.

No Novo Testamento o termo “carne”, (“SARX”, do grego), é a natureza humana caída, deteriorada, pecaminosa. Karl Barth, (1886/1968), considerado o maior teólogo do século XX, em Church Dogmatic, vol. I, parte 2, pág. 151, diz: “Carne é a natureza humana marcada pelo pecado de Adão.” O dicionário Revised Bauer-Arndt-Gingrich Greek Lexicon, diz que a palavra “sarx” (Gr.), “carne”, é a tendência dentro do homem caído para desobedecer a Deus em todas as áreas da vida; o instrumento desejoso do pecado (particularmente nos escritos de Paulo).

Negar que Cristo veio na nossa carne para nos dar Sua vitória sobre o pecado, é partilhar do espírito do anticristo. Não podemos ver como Deus pode mudar nossas mentes para dar-nos vitória, e, insistir em ver como Ele o fará, é querer andar por visão, não por fé.

É verdade que há um mistério sobre como isto pode ser. Como Deus pode fazer manifesto o conhecimento de Si por tais pessoas como você e eu somos, em qualquer lugar, e em cada lugar? Mas embora seja um mistério, é a própria verdade. Mas não cremos nós no mistério de Deus? Seguramente que sim. Então nunca esqueça que o mistério de Deus é Deus manifesto na carne. E você e eu somos carne. Então o mistério de Deus é Deus manifesto em você e em mim que cremos.

Não esqueça também, que o mistério de Deus não é a manifestação de Deus em carne sem pecado, mas Deus manifesto em carne pecaminosa. Nunca poderia haver qualquer mistério em Deus manifestar-Se em carne santa—em alguém que não teve nenhuma conexão com o pecado. Isso seria suficientemente simples. Não há mistério algum em um Ser Santo manisfestar-Se em carne santa, como, por exemplo, Deus Se manifestou em Cristo; nem em seres inocentes como adão e Eva antes do pecado e nos anjos no céu e em seres não caídos de outros mundos que possam ser habitados, onde o pecado não entrou. Só pode haver mistério no caso contrário, como pode se dar com você e comigo: Um Deus Santo manifestar-Se em carne caída, pecaminosa. Isto certamente é um mistério; Que um ser santo possa se manifestar em carne carregada com pecado e com todas as tendências para pecar, tal como a nossa é—isto é um mistério. “Grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne” (1ª Tim. 3:16, E lembre-se, carne no Novo Testamento é só pecaminosidade). Sim, isto é o mistério de Deus. E é um fato glorioso, graças ao Senhor! E perante todo o mundo, e para a alegria de cada pessoa no mundo, em Jesus Cristo, Ele demonstrou que este grande mistério é, sem dúvida, um fato na experiência humana. Pois "visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas” (Heb. 2:14). "Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos.” (vs. 17). E, portanto Deus "o fez ser pecado por nós” (2ª Cor. 5:21). Deus “fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos” (Isa. 53:6). Assim, na nossa carne, tendo nossa natureza carregada com iniquidade, e Ele mesmo feito para ser pecado, Cristo Jesus viveu neste mundo, tentado em todos pontos como nós somos, Heb 4:15, mas Deus sempre O fez triunfar nEle e fez manifesta a fragrância do Seu conhecimento por Ele em cada lugar. Assim Deus era manifestado na carne—na nossa carne, em carne humana carregada com pecado—e feito para ser pecado na carne, fraca e tentada como a nossa carne é. E assim o mistério de Deus foi feito conhecido a todas as nações para a obediência da fé.
(Estes pensamentos são de um dos dois mensageiros de 1888)

E este é o mistério de Deus hoje e eternamente—Deus manifesto na carne, em carne humana, em carne carregada com pecado, tentada e testada. Nesta carne Deus fará manifesto o conhecimento de Si em cada lugar onde o crente é achado.

Este é o mistério que hoje, na terceira mensagem angélica (Apoc. 14), deve outra vez ser feita conhecida a todas as nações para a obediência da fé. Este é o mistério de Deus, que neste tempo deve "ser concluído,”—não só concluído no sentido de acabar de ser transmitida ao mundo, mas concluído no sentido de trazer o encerramento deste grandioso trabalho no crente.

Este é o tempo quando o mistério de Deus deve ser acabado no sentido de que Deus é para ser manifesto na carne em cada crente verdadeiro, A finalidade de Cristo assumir nossa natureza com 4.000 anos de degenerescência, DTN, p. 49, sem isenção alguma, nem sequer moral (DTN, 117), foi para ser “Deus Conosco”, descendo ao fundo do poço do pecado onde a humanidade estava, para nos resgatar. O Verbo foi feito carne e habitou entre nós (João 1: 14), literalmente "acampou em nós".

Outra vez, me desculpem repetir, como posso eu crer que Cristo se manifestará na minha carne, pecador que sou, para que Ele possa me levar à obediência? A resposta é — o Ele fez uma vez poderá fazê-lo quantas vezes for necessário. Ele já veio a este mundo e assumiu a nossa carne caída, para ser Deus Conosco, e está desejoso de habitar em nós, e devemos confessar isto a todo momento, que Ele está desejoso de atuar em nós, em cada lugar onde estivermos. E isto é, de fato, e em verdade, o guardar dos mandamentos de Deus e a fé de Jesus.

Romanos 10:6-8, nos diz que o Verbo, isto é, Cristo, está junto de nós, na nossa boca, e no nosso coração, e o verso 9 diz, "se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Confessar a Cristo, portanto, é reconhecer que Ele está em nós com poder, a saber, o poder da ressurreição, e que Ele tem o direito de aí estar, tendo-nos comprado pela Sua morte; e isso significa render-nos a Ele plenamente (porque Ele não usará de qualquer força), para que Sua vida possa ser manifestada em nós em sua perfeição, e não simples e intermitentemente nos intervalos quando não O resistimos. "Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:6). Então podemos dizer, "estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gálatas 2:20).

No Colégio Adventista da cidade de South Lancaster, estado de Massachusetts, EUA, em Janeiro de 1889, em reuniões de reavivamento, com vários oradores, incluindo Ellen White e A. T. Jones, como registrado na Review and Herald, de 5 de março de 1889, a irmã White observou: "Tanto estudantes como professores compartilharam grandemente as bênçãos de Deus. As profundas influências do Espírito de Deus foram sentidas sobre quase todos os corações. Os que assistiram às reuniões deram um testemunho de que eles tinham obtido uma experiência superior a tudo que tinham sentido antes. Testificaram sua alegria de que Cristo tinha perdoado seus pecados. Os seus corações foram cheios de ação de graças e louvor a Deus (ênfase acrescida).

O que ocasionou tal reação de alegria e louvor entre esses que atenderam àquelas reuniões há quase cento e onze anos, pouco depois das reuniões de Minneapolis? Aqui está o que a serva do Senhor observou em seu artigo:

"Sentimos a necessidade de apresentar Cristo como um Salvador que não está longe, mas perto, à mão."

Esta é uma referência à natureza humana que Cristo assumiu na encarnação, igual à nossa em todos os sentidos, inclusive moralmente (DTN, 117), sem exceção ou isenção alguma, exceto que não pecou. Para estar perto de nós Ele quis ser “Deus Conosco”, e, assim, Se postou ao nosso lado, veio ao fundo do poço do pecado para dele nos resgatar, assumiu a nossa natureza caida, estando sujeito às mesmas tentações que nós, “com risco de fracasso e ruína eterna” (DTN, 49). E, a despeito de portar esse “equipamento” defeituoso e falho, “não pecou”, muito embora tenha sido em tudo tentado como nós. Se nós apresentarmos a Cristo sem confessar que Ele veio em carne pecaminosa (único conceito de carne no Novo Testamento) estaremos apresentando o cristo falso, manifestando “o espírito do anticristo”.

Isto está explicitamente claro em 1ª João 4: 2 e 3. Considere O Desejado de Todas as Nações, págs. 311 e 312, onde a serva do Senhor nos diz:
“Cristo é a escada que Jacó viu, tendo a base na Terra, e o topo chegando à porta do Céu, ao próprio limiar da glória. Se aquela escada houvesse deixado de chegar à Terra, por um único degrau que fosse, teríamos ficado perdidos. Mas Cristo vem ter conosco onde nos achamos. Tomou nossa natureza e venceu, para que, revestindo-nos de Sua natureza, nós pudéssemos vencer. Feito ‘em semelhança da carne do pecado’ (Rom. 8:3), viveu uma vida isenta de pecado. Por Sua divindade, firma-Se ao trono do Céu, ao passo que, pela Sua humanidade, Se liga a nós. Manda-nos que, pela fé nEle, atinjamos a glória do caráter de Deus. Portanto, sede perfeitos, como "é perfeito vosso Pai que está nos Céus". Mat. 5:48. (DTN, págs. 311 e 312). “Cristo, com Seus próprios méritos construiu uma ponte através do abismo que o pecado causou. Ele liga o homem em sua fraqueza e desamparo, à fonte do poder infinito.” Patriarcas e Profetas., pág. 184.

Apresentar a Cristo como “isento” de nossa natureza no aspecto moral, é apresentar um deus egoísta que não se deu completamente à humanidade, mas que teria vindo ao nosso planeta como um embaixador, com isenções e prerrogativas protecionistas, aqui cumprindo sua missão e voltando, 3 anos e meio depois, para o seu pais de origem. Isto faria dos sofrimentos de Cristo no Getsêmani e no Calvário um a peça teatral, fingimento. Este não é o Homem-Jesus apresentado na Bíblia e no Esp. de Profecia.

Temos que entender corretamente este tema da cristologia, porque “a humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; deu prova de Sua humildade, tornando-Se homem. Entretanto, era Ele Deus na carne. Quando abordamos este assunto, bem faremos em levar a sério as palavras dirigidas por Cristo a Moisés, junto à sarça ardente: ‘Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.’ Êxo. 3:5. Devemos aproximar-nos deste estudo com a humildade de um discípulo, de coração contrito. E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244

Uma das bênçãos da mensagem de 1888 é o fato de que o nosso Salvador entende muito bem nosso sofrimento porque, na encarnação, Ele veio totalmente perto de nós. Ele veio a ser a própria humanidade. Sem um verdadeiro entendimento da natureza que Cristo assumiu na encarnação, nós sempre duvidaremos que Deus possa simpatizar-Se com as lutas da vida em carne pecaminosa. Sabemos que Ele foi tentado "em todos os pontos como somos," na mesma carne pecaminosa (mas nunca pecou), Ele está intimamente ciente de nossas necessidades. Portanto podemos acreditar que Ele fornecerá a ajuda de que nós necessitamos para sermos vitoriosos.
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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lição 11 — Temas Importantes em 1ª João

1ª João não é um Livro longo, só quatro ou cinco páginas na maioria das Bíblias, mas está cheio de "temas importantes.” Gostaríamos de explorar alguns dos que formam a base, ou "coração," da mensagem de 1888.

O perdão: Nosso texto favorito para perdão é 1ª João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados, e nos purificar de toda injustiça". Esse texto frequentemente é mal entendido como sendo uma licença virtual para pecar. (*Os que assim entendem dizem:) “—Simplesmente continue pecando, confessando os seus pecados, e você continuará sendo perdoado.” Mas o que é perdão na Bíblia? É meramente perdão que justifica o pecado? Não, a palavra grega neste verso para "perdoar" significa tirar o pecado, aqui e agora. “Jesus Cristo” efetuou o "lavar" "em Seu sangue" (Apoc. 1:5). Há algo mais precioso que tal purificação?
João introduz Cristo dizendo, "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Não "possivelmente," "talvez," nem "Ele gostaria de fazê-lo," nem "tira o pecado de alguns". Por que este sacrifício universal de expiação? "Ele é a propiciação pelos nossos pecados; e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo" (1ª João 2:2).

O Amor de Deus (Ágape): Lemos em 1ª João 4:8 isso "Deus é Ágape". E o que é Ágape? O verso 9 nos diz que é a motivação que levou o Pai a dar Seu Filho unigênito para morrer por nós "para que por Ele vivamos ". É um tipo especial de amor que está disposto a morrer a segunda morte de modo que nós (*não tenhamos que passar por ela) e possamos ter vida eterna. É um amor que está disposto a ir para o inferno, de modo que nós possamos ir para o céu. É um amor que escolhe morrer numa cruz antes que satisfazer os próprios desejos. Se "Deus é Ágape," e se Jesus é o Filho de Deus, então na Sua encarnação Jesus é Ágape em carne humana. Quando Ele veio à terra Ele depôs todas as prerrogativas de Divindade, mas Ele não podia Se esvaziar de Ágape. E essa é a razão pela qual Ele escolheu não pecar — em vez disso escolheu uma cruz.

Mas há falsificações! Como podemos ver a diferença? Por que tantos estão pregando sermões sobre "amor, amor, amor," mas os ouvintes não sentem nenhuma necessidade de vencer o próprio pecado? Não há nada de errado com amor se conhecessem a idéia correta dele quando a Bíblia diz "Deus é amor". Eles supõem ser nossa egocêntrica natural idéia humana. É impossível para um coração honesto ouvir, entender, contemplar, "pesquisar" esse Ágape exibido na " maravilhosa cruz," e então continuar no cativeiro do pecado.

O Perfeito Amor (Ágape) Lança Fora o Temor: 1ª João 4:18 diz que "o perfeito amor lança fora o temor," mas como "o perfeito Ágape" lança para fora sua raiz? Nós tememos que a economia possa cair, mas isso não é a raiz do temor. Nós tememos o câncer ou outras possíveis doenças fatais (ou a gripe H1N1), mas, novamente, não é isso. No fundo a raiz é o temor do inferno eterno, eterna separação da luz, do amor, e de Deus. Uma pessoa pode não saber como pronunciá-lo claramente, mas todos os outros temores derivam daquele. A Bíblia chama seu horror de a "segunda morte".[1] Inexprimível, inigualável por terrorismo terreno. Se alguém pudesse passar por ele somente uma vez e sair do outro lado, ele poderia livrar-se dessa raiz de temor eternamente. Ele poderia dizer ao demônio, "eu já passei por isso; nada me pode perturbar agora; sou imune ao medo porque eu já sofri o auge (*o mais alto grau, a quintessência) do temor, e sobrevivi. Nenhum temor menor pode tocar aquela (*pessoa)"! Mas o problema é que você não pode fazer isso e sobreviver. Não tema! Mantenha-se perto de Jesus nas Suas horas finais (*no Getsemani e no Calvário); deixe-se "ser crucificado com Ele," e então "o perfeito amor [Ágape irá] lançar fora [seu] temor". A Bíblia é clara, Cristo morreu o equivalente à "segunda morte," suportou 100 por cento da tortura e horror do próprio inferno, e sorveu o cálice (*da miséria humana) completamente.

Justificação pela Fé: Muitos frequentadores da igreja dizem que eles foram à igreja durante décadas e ouviram legalismo sendo pregado; agora alegram-se que o evangelho de "justificação pela fé" é proclamado. Mas há espécies diferentes de "justificação pela fé"? Apocalipse 14 apresenta um "evangelho eterno,” (v. 6) que se valida erguendo pessoas que verdadeiramente "guardam os mandamentos de Deus, e a fé em Jesus" (vs.12). Se preparam para a segunda vinda literal de Cristo (vs. 6-15). João também escreve uma série de advertências contra falsas reivindicações de "justicação pela fé" em que "mentimos, e não praticamos a verdade" (1ª João 1:6); "enganamo-nos a nós mesmos e não há verdade em nós" (vs. 8); "fazemo-Lo mentiroso, e Sua palavra não está em nós" (vs. 10). "Aquele que diz, eu O conheço, e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está à verdade" (cap. 2 vs. 4), etc... Aparentemente o apóstolo João quer que discirnamos qualquer "evangelho" que não produz obediência a todos os mandamentos de Deus (todos os dez!). O "evangelho eterno" de Apocalipse 14 não é nenhum legalismo; é um mais claro entendimento da cruz de Cristo que tem jamais "iluminado a terra com glória". A crise final será de dois entendimentos opostos de "justicação pela fé". Multidões tecerão o Novo Manto do Imperador, alegrando-se na "justiça imputada" mas não notando que não é comunicada. "Cobertos" com o que eles supõem ser uma apólice de seguro espiritual, eles caminharão para "a marca da besta," que será a mais sofisticada falsificação.

Boas Novas para a Igreja de Adventista do Sétimo-Dia: Mais que um século e meio se foi desde o "grande desapontamento" de 1844, e ainda Jesus não retornou como prometeu em João 14:1-3, "Virei outra vez". Mas a fé que motivou aquelas pessoas na década de 1840 agora motiva milhões ao redor do mundo que ainda creem que Ele cumprirá Sua promessa e retornará uma segunda vez. Eles não marcam nenhuma data; só procuram que o amor de Cristo possa neles "ser feito perfeito" (1ª João 4:16-18). Mas sua motivação torna-se purificada: não é mais baseada meramente num temor do inferno nem esperança de recompensa no céu. Uma nova motivação emerge — um interesse por Cristo mesmo, para que Ele receba a recompensa por Seu grande sacrifício, como Isaias diz, "verá o fruto do trabalho da Sua alma, e ficará satisfeito" (53:11). Isso produz o milagre do amor por outros. O último Livro da Bíblia O vê como um Noivo recebendo Sua Noiva, que por fim "já se aprontou" (Apoc. 19:6-8). Nada no mundo é melhor Boa Nova do que isso.2


—Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira


Notas do tradutor:

1) Apocalipse diz que “O que vencer não receberá o dano da segunda morte” (2:11); “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição, sobre estes não tem poder a segunda morte” (20:6); “A morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte” (20:14); “quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (21:8);

2) No livro "Os Movimentos do Êxodo e do Advento, em Tipo e Antítipo.” Escrito pelo pastor Taylo G. Bunch em 1937, à pág. 149 (pág. 225 na edição de 1997), no capítulo 30, no subtítulo “Uma Divina Visitação”, analisando Isaias 52:1-10, ele diz. "Aqui é retratada a divina visitação e fim do cativeiro do moderno Israel. 'Quando Jeová retorna a Sião' (Standard Version, verso 8). 'Quando o Senhor converter a Sião' (Bíblia Douai). 'Todas as vossas sentinelas estão clamado num cântico de triunfo, pois veem o Eterno face a face ao Ele retornar a Sião' (versão de James Moffatt). (*'Quando o Senhor fizer Sião voltar', Almeida Fiel). Esta é uma descrição da mensagem laodiceana e os benditos resultados de sua aceitação. Sião está adormecida e sem as vestes da justiça de Cristo. Deus a chama para despertar e levantar-se do pó e 'assenta-te em meu trono' (Standard Version, verso 2). A Igreja está inconvertida e despreparada para a vinda do Noivo. A glória do Senhor a abandonou por causa da condição laodiceana, mas agora o Senhor 'retorna' com poder pentecostal e a chuva serôdia é derramada e a obra terminada. Essa gloriosa visitação do poder divino e da obra de reavivamento e reforma é também descrita em Miquéias 7:15-20 e Joel 2:1, 12-32. Quando o povo do Advento volver-se ao Senhor de todo o coração, 'Ele voltará e se arrependerá, e deixará após Si uma bênção'” (*Joel 2:14).

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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Lição 10 – Confiança

"Voltando e descansando sereis salvos; no sossego e na confiança está a vossa força" (Isa. 30:15). Vemos aqui as Escrituras instruindo-nos a, "não ter nenhuma confiança na carne" (Fil. 3:3). Note a simplicidade e clareza deste ensino: "Não tem nenhuma confiança na carne". Não permite exceção alguma! "Não" significa não. A carne mais perigosa para se ter confiança é a nossa própria.

Muitas pessoas hoje se preocupam com suas situações financeiras e ao mesmo tempo afirmam crer na Palavra de Deus. Sua preocupação e ansiedade amarram sua incredulidade e falta de confiança em Deus e eles negam Seu poder lamentando e queixando-se da triste sorte a qual sua vida tomou.

Jesus é tão básico e claro em Mateus 6:24-34 quando Ele, O Criador, nosso Provedor e Redentor diz tranquila e calmamente, "Eu vos digo (*vs. 29), ... não andeis inquietos. Porque estas coisas os Gentios [incrédulos] procuram. Porque vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas buscai primeiro o reino de Deus e Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas [dadas]" (*vs. 31 e 32).

Se você não pode depender de Deus para cuidar de você aqui em baixo por alguns curtos dias, meses, ou anos, espera que Ele acredite que você saberá como confiar nEle para cuidar de você pela eternidade? O que você faz aqui, fará lá; o que você é aqui, será lá. De quem você depende daqui, dependerá lá (Apoc. 22:11). "Abraão tinha tal confiança na vida e poder da palavra do Senhor que cria que esta se cumpriria por si mesma". [1]

Pela falta de confiança e certeza na Palavra de Deus, "muitas pessoas hesitam em começar a servir ao Senhor, porque temem que Deus não as aceitará; e milhares que professaram ser seguidores de Cristo durante anos, ainda duvidam da sua aceitação por (*parte de) Deus". [2] O que lhes falta é fé simples que creia exatamente no que Deus diz, e esperar que Sua palavra cumpra o que diz por si mesma.

Eles perguntam, "Irá o Senhor receber-me"? [3] Eu respondo com outra pergunta: Um comprador receberá as coisas que ele adquiriu? Sim, naturalmente que irá! Se ele não as quisesse, ele não as teria comprado. Agora, deixe-nos aplicar esta simples ilustração natural ao caso da vinda do pecador a Cristo. Para começar, Ele nos comprou. "ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (1ª Cor. 6:19, 20).

Ele não comprou uma certa classe, mas o mundo inteiro de pecadores. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito (*para que TODO AQUELE que bEle crê ...)" (João 3:16). "Este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo" (João 4:42; veja também 1ª Tim. 4:10).

O preço que foi pago por nós foi o Seu próprio sangue—Sua vida. Ele "Se deu a Si mesmo por nós" (Tito 2:14). Ele "Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai" (Gal. 1:4). O preço pago foi infinito; portanto sabemos que Ele muito desejou o que Ele comprou. Ele determinou em Seu coração obtê-lo. Ele não podia estar satisfeito sem isto (*isto é, sem este objeto de Sua aquisição), (veja Heb. 12:2; Isa. 53:11).

Entretanto, alguns (*ainda assim mesmo) murmuram, "Mas eu não sou digno". [4] Isto significa que você realmente não vale o preço pago, e, portanto você teme vir a Cristo e Ele recusar aceitar o que Ele comprou. A transação que Cristo fez por você foi selada, e o preço já foi pago!

Além do mais, você nada tem a ver com a questão de valor. Quando Cristo estava na terra "Ele bem sabia o que havia no homem" (João 2:25). Ele lhe comprou com os Seus olhos bem abertos, e Ele sabia o valor exato do que Ele estava adquirindo. Ele de jeito nenhum está decepcionado quando você vem a Ele e Ele descobre que você não vale nada. Você não deve preocupar-se com a questão de seu valor; se Ele, com Seu perfeito conhecimento do seu caso, estava satisfeito em fazer a barganha; você deve ser o último a queixar-se.

Agora, pela mais maravilhosa verdade de todas: Ele lhe comprou exatamente pela mesma razão de que você não é digno. Ele não lhe comprou pelo que você era, nem pelo seu valor atual, mas pelo que Ele podia fazer de você. Ele diz: "Eu, eu mesmo, Sou o que apago as tuas transgressões por amor de Mim" (Isa. 43:25). Nós não temos nenhuma justiça (*em nós mesmos).

Seguramente toda dúvida quanto à aceitação (*da parte) de Deus deve ser descartada. Mas não é. O coração mau de incredulidade ainda sugere dúvidas. Se cremos num Deus que fez o céu e a terra, e que ainda sustem todas as coisas pela palavra do Seu poder, por que nós não confiamos nEle para cuidar de nós, e nos proteger?

Paulo pediu a Deus três vezes que o "espinho na carne" que ele carregava pudesse ser retirado dele. O Senhor o respondeu dizendo, "Minha graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza" (*2ª Cor. 12:9).

É a graça de Deus suficiente para nós hoje? É a graça dEle suficiente para cuidar de você? Ajoelhe-se ante Ele e peça-Lhe que abata o seu orgulho e auto-suficiência. Sua graça é mais que suficiente.

Quanto a você ser de Cristo, você pode fazer isto por você mesmo. Você viu o que Ele deu por você. Agora a pergunta é, "Você se entregou a Ele"? Ele implora para você entregar-Lhe o que Ele comprou e pagou.

—Daniel Peters

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira
Notas do autor:
1) Ellet J. Waggoner, O Concerto Eterno, Cap. 9, "A Prova de Fé", pág. 79, publicado originalmente na revista The Present Truth (A Verdade Presente), edição de 2 de julho de 1896;
2) Waggoner, "Aceitação com Deus," The Present Truth (A Verdade Presente), 1º de julho de 1897;
3) Ibidem;
4) Ibidem.
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