quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lição 11 — Temas Importantes em 1ª João

1ª João não é um Livro longo, só quatro ou cinco páginas na maioria das Bíblias, mas está cheio de "temas importantes.” Gostaríamos de explorar alguns dos que formam a base, ou "coração," da mensagem de 1888.

O perdão: Nosso texto favorito para perdão é 1ª João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados, e nos purificar de toda injustiça". Esse texto frequentemente é mal entendido como sendo uma licença virtual para pecar. (*Os que assim entendem dizem:) “—Simplesmente continue pecando, confessando os seus pecados, e você continuará sendo perdoado.” Mas o que é perdão na Bíblia? É meramente perdão que justifica o pecado? Não, a palavra grega neste verso para "perdoar" significa tirar o pecado, aqui e agora. “Jesus Cristo” efetuou o "lavar" "em Seu sangue" (Apoc. 1:5). Há algo mais precioso que tal purificação?
João introduz Cristo dizendo, "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Não "possivelmente," "talvez," nem "Ele gostaria de fazê-lo," nem "tira o pecado de alguns". Por que este sacrifício universal de expiação? "Ele é a propiciação pelos nossos pecados; e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo" (1ª João 2:2).

O Amor de Deus (Ágape): Lemos em 1ª João 4:8 isso "Deus é Ágape". E o que é Ágape? O verso 9 nos diz que é a motivação que levou o Pai a dar Seu Filho unigênito para morrer por nós "para que por Ele vivamos ". É um tipo especial de amor que está disposto a morrer a segunda morte de modo que nós (*não tenhamos que passar por ela) e possamos ter vida eterna. É um amor que está disposto a ir para o inferno, de modo que nós possamos ir para o céu. É um amor que escolhe morrer numa cruz antes que satisfazer os próprios desejos. Se "Deus é Ágape," e se Jesus é o Filho de Deus, então na Sua encarnação Jesus é Ágape em carne humana. Quando Ele veio à terra Ele depôs todas as prerrogativas de Divindade, mas Ele não podia Se esvaziar de Ágape. E essa é a razão pela qual Ele escolheu não pecar — em vez disso escolheu uma cruz.

Mas há falsificações! Como podemos ver a diferença? Por que tantos estão pregando sermões sobre "amor, amor, amor," mas os ouvintes não sentem nenhuma necessidade de vencer o próprio pecado? Não há nada de errado com amor se conhecessem a idéia correta dele quando a Bíblia diz "Deus é amor". Eles supõem ser nossa egocêntrica natural idéia humana. É impossível para um coração honesto ouvir, entender, contemplar, "pesquisar" esse Ágape exibido na " maravilhosa cruz," e então continuar no cativeiro do pecado.

O Perfeito Amor (Ágape) Lança Fora o Temor: 1ª João 4:18 diz que "o perfeito amor lança fora o temor," mas como "o perfeito Ágape" lança para fora sua raiz? Nós tememos que a economia possa cair, mas isso não é a raiz do temor. Nós tememos o câncer ou outras possíveis doenças fatais (ou a gripe H1N1), mas, novamente, não é isso. No fundo a raiz é o temor do inferno eterno, eterna separação da luz, do amor, e de Deus. Uma pessoa pode não saber como pronunciá-lo claramente, mas todos os outros temores derivam daquele. A Bíblia chama seu horror de a "segunda morte".[1] Inexprimível, inigualável por terrorismo terreno. Se alguém pudesse passar por ele somente uma vez e sair do outro lado, ele poderia livrar-se dessa raiz de temor eternamente. Ele poderia dizer ao demônio, "eu já passei por isso; nada me pode perturbar agora; sou imune ao medo porque eu já sofri o auge (*o mais alto grau, a quintessência) do temor, e sobrevivi. Nenhum temor menor pode tocar aquela (*pessoa)"! Mas o problema é que você não pode fazer isso e sobreviver. Não tema! Mantenha-se perto de Jesus nas Suas horas finais (*no Getsemani e no Calvário); deixe-se "ser crucificado com Ele," e então "o perfeito amor [Ágape irá] lançar fora [seu] temor". A Bíblia é clara, Cristo morreu o equivalente à "segunda morte," suportou 100 por cento da tortura e horror do próprio inferno, e sorveu o cálice (*da miséria humana) completamente.

Justificação pela Fé: Muitos frequentadores da igreja dizem que eles foram à igreja durante décadas e ouviram legalismo sendo pregado; agora alegram-se que o evangelho de "justificação pela fé" é proclamado. Mas há espécies diferentes de "justificação pela fé"? Apocalipse 14 apresenta um "evangelho eterno,” (v. 6) que se valida erguendo pessoas que verdadeiramente "guardam os mandamentos de Deus, e a fé em Jesus" (vs.12). Se preparam para a segunda vinda literal de Cristo (vs. 6-15). João também escreve uma série de advertências contra falsas reivindicações de "justicação pela fé" em que "mentimos, e não praticamos a verdade" (1ª João 1:6); "enganamo-nos a nós mesmos e não há verdade em nós" (vs. 8); "fazemo-Lo mentiroso, e Sua palavra não está em nós" (vs. 10). "Aquele que diz, eu O conheço, e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está à verdade" (cap. 2 vs. 4), etc... Aparentemente o apóstolo João quer que discirnamos qualquer "evangelho" que não produz obediência a todos os mandamentos de Deus (todos os dez!). O "evangelho eterno" de Apocalipse 14 não é nenhum legalismo; é um mais claro entendimento da cruz de Cristo que tem jamais "iluminado a terra com glória". A crise final será de dois entendimentos opostos de "justicação pela fé". Multidões tecerão o Novo Manto do Imperador, alegrando-se na "justiça imputada" mas não notando que não é comunicada. "Cobertos" com o que eles supõem ser uma apólice de seguro espiritual, eles caminharão para "a marca da besta," que será a mais sofisticada falsificação.

Boas Novas para a Igreja de Adventista do Sétimo-Dia: Mais que um século e meio se foi desde o "grande desapontamento" de 1844, e ainda Jesus não retornou como prometeu em João 14:1-3, "Virei outra vez". Mas a fé que motivou aquelas pessoas na década de 1840 agora motiva milhões ao redor do mundo que ainda creem que Ele cumprirá Sua promessa e retornará uma segunda vez. Eles não marcam nenhuma data; só procuram que o amor de Cristo possa neles "ser feito perfeito" (1ª João 4:16-18). Mas sua motivação torna-se purificada: não é mais baseada meramente num temor do inferno nem esperança de recompensa no céu. Uma nova motivação emerge — um interesse por Cristo mesmo, para que Ele receba a recompensa por Seu grande sacrifício, como Isaias diz, "verá o fruto do trabalho da Sua alma, e ficará satisfeito" (53:11). Isso produz o milagre do amor por outros. O último Livro da Bíblia O vê como um Noivo recebendo Sua Noiva, que por fim "já se aprontou" (Apoc. 19:6-8). Nada no mundo é melhor Boa Nova do que isso.2


—Robert J. Wieland

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira


Notas do tradutor:

1) Apocalipse diz que “O que vencer não receberá o dano da segunda morte” (2:11); “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição, sobre estes não tem poder a segunda morte” (20:6); “A morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte” (20:14); “quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (21:8);

2) No livro "Os Movimentos do Êxodo e do Advento, em Tipo e Antítipo.” Escrito pelo pastor Taylo G. Bunch em 1937, à pág. 149 (pág. 225 na edição de 1997), no capítulo 30, no subtítulo “Uma Divina Visitação”, analisando Isaias 52:1-10, ele diz. "Aqui é retratada a divina visitação e fim do cativeiro do moderno Israel. 'Quando Jeová retorna a Sião' (Standard Version, verso 8). 'Quando o Senhor converter a Sião' (Bíblia Douai). 'Todas as vossas sentinelas estão clamado num cântico de triunfo, pois veem o Eterno face a face ao Ele retornar a Sião' (versão de James Moffatt). (*'Quando o Senhor fizer Sião voltar', Almeida Fiel). Esta é uma descrição da mensagem laodiceana e os benditos resultados de sua aceitação. Sião está adormecida e sem as vestes da justiça de Cristo. Deus a chama para despertar e levantar-se do pó e 'assenta-te em meu trono' (Standard Version, verso 2). A Igreja está inconvertida e despreparada para a vinda do Noivo. A glória do Senhor a abandonou por causa da condição laodiceana, mas agora o Senhor 'retorna' com poder pentecostal e a chuva serôdia é derramada e a obra terminada. Essa gloriosa visitação do poder divino e da obra de reavivamento e reforma é também descrita em Miquéias 7:15-20 e Joel 2:1, 12-32. Quando o povo do Advento volver-se ao Senhor de todo o coração, 'Ele voltará e se arrependerá, e deixará após Si uma bênção'” (*Joel 2:14).

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