sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Lição 13 — A Batalha Pelo Poder

Ao revisar a lição desta semana alguns pensamentos relacionados com a mensagem de 1888 imediatamente se sobressaem. Primeiro, o autor de lição aponta-nos ao amor que João expressou a um dos seus companheiro crentes, aquele a quem a carta foi endereçada, Gaio.

João escreveu: "O presbítero ao amado Gaio, a quem em verdade eu amo. Amado, desejo que te vá bem, em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como vai bem a vossa alma" (3ª João 1:1-2). Os termos que João usou no original para amor eram agapao e agapatos. É fácil de discernir que ambas estas palavras vêm da raiz da palavra Ágape. Ao usar esta terminologia, João indica que seu afeto para Gaio não era mero sentimentalismo humano. Ele o amou com o amor que vem só de Deus.

Os seres humanos foram criados originalmente com os corações cheios de Ágape. Amor altruísta, similar ao de Cristo era natural a nossos primeiros pais. No entanto, quando Adão pecou, é-nos dito "... os poderes do homem foram pervertidos, e o egoísmo substituiu o amor" (E. G. White, Conselhos aos Professores Pais e Estudantes, pág. 33. Assim, em consequência da queda, a humanidade não tem nenhuma concepção natural do verdadeiro amor. Tendemos a confundi-lo com amor humano que é tudo menos altruísta. Mas Ágape, o termo mais usado frequentemente para denotar o amor de Deus, é completamente sem ligação com o amor humano, e completamente altruísta.

É descrito para nós no 13º capítulo da primeira epístola de Paulo aos Coríntios. Nos primeiros três versos nós somos esclarecidos da importância de Ágape. É mais essencial que eloquência. É mais necessário do que profecia. É mesmo mais importante que a fé. Estas são qualificações assustadoras. A eloquência pode parecer um luxo, mas profecia e fé são elementos importantes de fato. Entretanto, sem amor, eles são praticamente ineficazes, quase inúteis.

A descrição continua e outra vez nós somos chocados pela revelação de Ágape. "Ainda que eu distribuísse toda a minha fortuna, ainda que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria" (1ª Cor. 13:3). Generosidade extravagante e mesmo martírio sacrifical são vãos e vazios sem o essencial qualificativo que motiva, chamado Ágape.

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá” (1ª Cor. 13:4-8). O amor humano, que consiste em amor próprio, personifica exatamente o contrário de todas estas qualidades. Mas há esperança em Cristo "porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (ROM. 5:5).

Ao considerarmos o amor de Deus e a graça que este amor incitou-O a estendê-lo à humanidade, nós achamos a coragem de encarar os ecos de outro tema relacionado com 1888 que salta das páginas de nossa lição de Escola de Sabatina desta semana. Na lição da sexta-feira nós achamos uma declaração que nos chama a atenção para declarações semelhantes de nossa história na conferência de 1888 e seus resultados.

"Os que são inclinados a considerar como supremo seu juízo individual, acham-se em grave perigo. É o estudado esforço do Satanás separar esses dos que são condutos de luz, e por cujo intermédio Deus tem operado para edificar e estender Sua obra na terra. Negligenciar ou desprezar aqueles que Deus designou para suportar as responsabilidades da liderança ligadas ao progresso da verdade, é rejeitar o meio ordenado por Ele para auxílio, animação, e fortalecimento de Seu povo (E. G. White, Obreiros Evangélicos, pág. 444).

Como esta declaração concernente a "condutos de luz" e "verdade" e sua rejeição é lida, não se pode senão lembrar-se de muitas declarações semelhantes de advertência da pena inspirada.

"Incitado pelo orgulho, preconceito, e ódio, os fariseus, sacerdotes, e governadores rejeitaram o Senhor de glória. Suas obras poderosas não tiveram nenhuma influência suavizante sobre suas mentes; porque eles endureceram os seus corações para que não fossem convertidos. Quando evidência é dada de que um homem é um mensageiro do Senhor dos exércitos, que ele fala em lugar do Deus, é perigoso à alma rejeitar e desprezar a mensagem. Desviar-se da luz do céu e recusar o portador da luz, é tomar um caminho semelhante ao que Satanás tomou nas cortes do céu quando criou rebelião nas fileiras dos anjos (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 1062).

"Não tenho uma mensagem suave a dar aos que por tanto tempo têm sido como que falsos sinalizadores, apontando na direção errada. Se rejeitardes os mensageiros delegados por Cristo, rejeitais a Cristo. Negligenciai essa grande salvação conservada diante de vós durante anos, desprezai essa gloriosa oferta de justificação pelo sangue de Cristo, e a santificação pelo poder purificador do Espírito Santo, e não restará mais sacrifício para pecados, mas uma certa expectativa horrível de juízo e ardente indignação. Suplico-vos, agora, que vos humilheis e deixeis a vossa obstinada resistência à luz e evidência" (ibidem, pág. 1342). (*também encontrado em Testemunhos para Ministros, págs. 97 e 98).

"Meu irmão, por que você nutre tal amargura contra os irmãos A. T. Jones e E. J. Waggoner? É pela mesma razão que Cain odiou Abel. Cain recusou atender à instrução de Deus, e porque Abel procurou a Deus, e seguiu a Sua vontade, Cain o matou. Deus deu aos irmãos Jones e Waggoner uma mensagem para o povo. Você não crê que Deus os sustentou, mas Ele lhes deu luz preciosa, e sua mensagem alimentou o povo de Deus. Quando você rejeita a mensagem dada por estes homens, você rejeita a Cristo, o Doador da mensagem. Por que você encoraja os atributos de Satanás"? (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 1353).

Por que nós devemos ser lembrados deste período escuro de nossa história? Um sábio filósofo uma vez observou, "Os que não podem lembrar-se do passado são condenados a repeti-lo" (George Santayana). Nossa história é de tal caráter que nós não ousamos repeti-la. É perigoso resistir os avanços de Alguém que nos ama com tal extravagante "Ágape". Mas isto é o que nós somos todos tão inclinados a fazer, ao invés de inteligente e consciente arrependimento corporativo, dirigido pelo Espírito. Devemos lembra-nos de nossa história e aprender de suas lições, porque " nada temos a temer quanto ao futuro, exceto se nos esquecermos da maneira como o Senhor nos dirigiu, e Seu ensino em nossa história passada" (E. G. White, Life Sketches, pág. 196).

--Kelvin (Mark) Duncan

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira