terça-feira, 29 de agosto de 2017

Lição 10 — As duas alianças, por Paulo E. Penno



Para 26 de agosto a 2 de setembro de 2017



Você já tomou um desvio, um atalho que levou mais tempo do que se tivesse seguido pelo caminho longo em volta da montanha, pela rota estabelecida? Essa foi a escolha da antiga igreja de Israel, fazendo sua promessa do velho concerto (Êx. 19:8; 24:7). O Israel moderno está repetindo esta história. É hora de entender a Bíblia e nossa própria história moderna e amadurecer em nosso glorioso "dia-da-expiação" da verdade do concerto eterno de Deus.
Além de Jesus, Paulo foi o primeiro judeu a entender o longo pesadelo nacional de altos e baixos da igreja judaica de avivamento e da reforma, as falhas que terminaram na rejeição e crucificação de Cristo. Paulo contou a história dos dois concertos (*alianças) na história de Israel para os Gálatas. Eles tinham caído na antiga armadilha do velho concerto das "obras da lei" (Gálatas 4:21).
A questão urgente dos gálatas era: quem são os filhos legítimos de Abraão? O partido da circuncisão de Jerusalém afirmava que eles eram filhos de Abraão por causa de suas "obras da lei" (4:21). Paulo diz que os descendentes legítimos de Abraão são os “filhos da promessa" (4:28).
O galacianismo é uma antiga aliança com Deus "sob a lei". É inteiramente obra humana. Este conceito dos gálatas está sempre repetindo: "—devemos ser mais fiéis, devemos ler nossa Bíblia mais, devemos orar mais, devemos fazer mais trabalho missionário, devemos testemunhar mais, devemos assistir menos TV e passar menos tempo em esportes, devemos ser mais rigorosos quanto ao nosso regime alimentar, etc., etc." Mas é a esses egoistas autocentrados que tomam o nome do Senhor em seus lábios no juízo final, dizendo: "Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu nome?" que Cristo declara a chocante notícia, "nunca vos conheci" (Mateus 7: 21-23).
Como a história de dois concertos relata, “Abraão teve dois filhos: um da escrava e outro pela mulher livre” (*Gálatas 4:22) “O que era da escrava nasceu segundo a carne" (vs.23) com Agar, a serva, era Ismael. O outro filho nascido de Sara, a mulher livre, "por promessa," foi Isaque.
O nascimento de Ismael foi totalmente um esquema feito pelo homem. Através da incredulidade, Sara e Abraão repudiaram a promessa de Deus de um filho. Permitiram que uma terceira pessoa entrasse em seu casamento e Abraão declarou a Deus que Ismael, o fruto dessa união "nascido segundo a carne [incredulidade]", era o legítimo filho da promessa (Gên. 17:18). Mas Deus disse: Não! "Eu estabelecerei Meu concerto (*aliança) com Isaque” (vs. 19).
Finalmente, Sara e Abraão se arrependeram, optaram por acreditar na nova promessa do concerto de Deus, e Isaque, "filho da promessa" nasceu (Gál. 4:28; Heb. 11:11). O caráter de Ismael era o de "um burro selvagem, e a sua mão será contra todos" (Gên. 16:12, tradução literal de Young). O caráter de Isaque era semelhante ao de Cristo (Gên. 26: 13-22). "Essas" duas mulheres e seus dois filhos "são os dois concertos" (Gál. 4:24).
Os dois concertos não são dois planos de salvação: velho concerto "obedeça e viva" antes da cruz, novo concerto creia e viva após a cruz. Os dois concertos não são questões de duas dispensações, uma antes e outra após a cruz. Os dois concertos são dois entendimentos do povo de Deus ao longo dos tempos, duas percepções opostas do plano de salvação de Deus, e não duas "dispensações" que Ele usou como experiências para salvar os pecadores.
O Concerto do Sinai era fruto da carne, da desconfiança e da incredulidade em Deus, assim como o plano que introduziu Agar e gerou Ismael (Gál. 4:24). Destarte, como Agar e Ismael, a escrava e o filho dela, tiveram de ser expulsos, e todo o esquema que os trouxe teve que ser completamente repudiado, assim o concerto do Monte Sinai teve que ser lançado fora, e tudo o que o trouxe teve que ser completamente repudiado (4:30).
O concerto (*aliança) do Sinai foi defeituoso devido às suas promessas (Heb 8: 7). O povo prometeu "tudo o que o Senhor tem falado, faremos" (Êxo. 19: 8). A "culpa [estava] com eles" e suas promessas (Heb 8: 8). Aquele que promete justiça deve produzir justiça. Para os pecadores, motivados por preocupações egocêntricas, a justiça é impossível.
Por que devemos prender nos pescoços de nossos filhos todo o antigo esquema do concerto de fazer promessas a Deus "gerando filhos para a servidão" (Gál. 4:24)?1 Isso lhes ensina a dependência a si mesmos. É diretamente responsável pelas numerosas apostasias que ocorrem na igreja, a perda de jovens, a confusão espiritual que produz a "miserável" mornidão de Laodicéia (Apoc. 3: 14-21). Ensine-os a preferir crer nas promessas de Deus.
Paulo diz que todo o esquema da salvação pelas obras vindas da antiga Jerusalém é uma aliança em que as pessoas, conhecendo apenas o homem natural e o nascimento da carne, buscam, por suas próprias invenções e seus próprios esforços, alcançar a justiça de Deus. Só pode produzir "escravidão com os filhos" (Gál. 4:25). Isso porque a antiga Jerusalém é casada com o "velho" marido, o homem carnal (Romanos 7: 3; 6: 6).
Existem pessoas boas e sinceras que acreditam nos velhos princípios da aliança de reavivamento e reforma na igreja de Deus. Citam as reformas dos reis Josafá, Ezequias e Josias como um bom ideal, sem parar para perceber que todos eles falharam em última instância. A verdadeira "igreja" de Deus, a igreja dos tempos do Antigo Testamento, a igreja dos bons reis, imersos como foram no velho concerto (*aliança), acabou crucificando o Senhor da glória.
A confiança motivada por preocupações egocêntricas se apresenta como a adoração de Cristo. A confiança egocêntrica manifesta o seu verdadeiro caráter, assim como Ismael "perseguia o que nasceu segundo o Espírito, assim é também agora" (Gál. 4:29). O antigo espírito da aliança da autosuficiência odeia o amor-ágape de alguém que se identifica com o Crucificado.
A mensagem de 1888 nos ensina a fazer uma escolher e "lançar fora" o velho concerto (Gál. 4:30). A repudiá-lo completamente. Ao escolher a glória na cruz, o "velho homem" com quem nos casamos "está crucificado para mim" (Romanos 6: 6, Gálatas 6:14). Nós nos tornamos parte da "Jerusalém que é de cima", "a mãe de todos nós" (Gálatas 4:26). Esta é a "esposa [que] se aprontou" para o casamento com o Cordeiro (Apoc. 19: 7).
A boa nova é que a igreja antiga (e moderna) que estava atolada em seu casamento com a velha incredulidade do concerto por tanto tempo; e aparentemente gerou tantos filhos para a escravidão; finalmente amadureceu, de suas formas infantis de fazer promessas para fazer tudo corretamente. Ela finalmente aprendeu a crer nas promessas do amor de Deus. Junto a seu novo Marido, Cristo, ela "tem muitos mais filhos" do que nunca teve com seu antigo "marido" da "carne" (Gálatas 4:27, 23).
Paul E. Penno

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Notas finais                                                   

1) “O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar...” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, pág. 47).

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Notas:                                                            

Veja, em inglês, o vídeo desta 10ª lição do 3º trimestre de 2017, exposta pelo Pr. Paulo Penno, na internet, que está no sitio:

Esta lição está na internet, em inglês, no sitio: 1888message.org/sst.htm

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Biografia do autor, Pastor Paulo Penno:

Paulo Penno foi pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Foi ordenado ao ministério há 42 anos e jubilado em junho de 2016, Após o curso de teologia fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente preparou uma Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de justificação pela fé segundo a serva do Senhor nos apresenta em livros como Caminho a Cristo, DTN, etc. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.

  

    Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.



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Lição 10 — As Duas Alianças, por Mark Duncan,



Para 26 de agosto a 2 de setembro de 2017


                Esta semana temos uma bela apresentação da visão de 1888 dos dois concertos1 em nosso guia trimestral das lições da Escola Sabatina sobre Gálatas. Varre a confusão de anos de mal-entendido e explica os concertos de maneira simples. Ao estudar esta lição, "cada fibra do meu coração disse: 'amém'".2 Esta lição dez é realmente uma bênção.
O estudo de sábado à tarde nos diz: "As duas alianças não são questões de tempo, em lugar disso, elas são um reflexo de atitudes humanas." Durante anos, o entendimento popular tem sido de que a principal questão para resolver as preocupações com os concertos era se a pessoa vive antes ou após a cruz. Este foi o entendimento de alguns dos nossos pioneiros. Jones e Waggoner apresentaram uma compreensão mais acurada. “Os dois concertos existem hoje. Os dois concertos não são questões de tempo, mas de condição. Que ninguém se envaideça de que não possa estar debaixo do velho concerto, pensando que o tempo deste concerto passou." (Ellet J. Waggoner, As Boas Novas, pág. 100).
A lição de domingo explica os princípios fundamenteis de um concerto. Waggoner diz isto assim:
“O concerto e a promessa de Deus são uma e a mesma coisa...  “Os concertos de Deus com os homens não podem ser nada mais do que promessas a eles. ...
“Depois do Dilúvio, Deus fez um “concerto” com todos os animais da terra, e com cada ave, mas os animais e as aves não prometeram nada em troca, Gênesis 9:9-16. Eles simplesmente receberam a favor da mão de Deus. Isso é tudo que podemos fazer — receber. Deus nos promete tudo o de que precisamos, e mais do que podemos pedir ou pensar, como um presente. Nós Lhe damos a nós mesmos, e isto nada é. E Ele nos dá a Si mesmo, e isto é tudo. O que causa todo o problema é que mesmo quando os homens estão dispostos a reconhecer o Senhor em tudo, querem fazer barganha com Ele. Eles querem que ela seja uma situação de igual para igual, um negócio "mútuo," uma transação em que eles possam se considerar em pé de igualdade com Deus ...
“O evangelho era tão pleno e completo nos dias de Abraão, como sempre havia sido e sempre será. Nenhuma adição a ele ou mudança de suas disposições ou condições poderia ser feita após o juramento de Deus a Abraão. Nada pode ser tirado dele, como então existia, e coisa alguma pode jamais ser exigida de qualquer homem mais do que o que era exigido de Abraão. (Ellet J. Waggoner, As Boas Novas, pág. 71 e 73).
A lição de segunda-feira nos leva ao "concerto abraâmico" e reforça a mensagem de Waggoner citados acima. Deus prometeu a Abraão tudo. No entanto, a Abraão não foi requerido prometer nada. A palavra de Deus diz: "E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça" (Gênesis 15:6). Este é o segredo de entrar no novo concerto — crendo em Deus como Abraão o fez. Você notará que a narrativa apresentada em Gênesis revela que esta era uma fé ativa. A fé de Abraão em Deus o levou a finalmente oferecer-Lhe o filho prometido. “Considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar” (Heb.11:18, ú.p.). Esta era fé verdadeira!
A lição de segunda-feira também menciona a forma notável pela qual Deus confirmou o concerto com Abraão. "Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por Si mesmo, Dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei, e multiplicando te multiplicarei. E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa. Porque os homens certamente juram por alguem superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda. Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do Seu conselho aos herdeiros da promessa, Se interpôs com juramento: Para que, por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refugio em reter a esperança proposta" (Heb. 6:13-18).
Deus hipotecou a Sua própria existência como a garantia do concerto. Isto era o significado dos símbolos da Sua presença que passou entre os corpos dos animais que Ele instruiu Abraão para preparar, Gênesis 15. Assim, temos a certeza de que Deus é suficientemente capaz de realizar tudo o que Ele prometeu.
A lição de terça-feira se concentra em um momento em que a fé de Abrão vacilou. O envolvimento com Agar, e o fruto dessa união, é uma antiga lição para nós, dos resultados terríveis da incredulidade. "Assim Abraão foi levado a depender e confiar simplesmente na promessa de Deus somente, por tudo que a promessa continha. E se Abraão tivesse ficado firme desde o princípio e se recusado a seguir a sugestão de Sara em relação a Agar, não teria havido nenhum problema familiar, como ocorreu entre Sara e Agar; Ismael nunca teria nascido, e Abraão nunca teria sido chamado a oferecer Isaque (*porque havia passado no primeiro teste de fé). Se ele não tivesse desde o princípio “duvidado da promessa de Deus por incredulidade" (Rom. 4:20), mas tivesse sido forte na fé, dando glória a Deus, plenamente convencido de que o que Ele tinha prometido era poderoso também para realizar, a justiça poderia ter sido imputada a ele por todo o tempo" (Alonzo T. Jones, Review and Herald, de 3 de julho de 1900).
Na quarta-feira fomos informados, "Em vez de responder às promessas de Deus com humildade e fé, os israelitas responderam com autoconfiança." Assim Waggoner diz: "Em suma, a lei foi dada para mostrar-lhes que não tinham fé, e que por isso não eram verdadeiros filhos de Abraão, e, portanto, estavam em claro caminho para perder a herança. Deus teria colocado a Sua lei em seus corações, se tivessem crido, assim como Ele a colocou no coração de Abrahão. Mas quando eles não creram, e ainda professaram ser herdeiros da promessa, foi necessário mostrar-lhes de maneira marcante que sua descrença era pecado. A lei foi falada por causa da transgressão, ou (o que é a mesma coisa) por causa da incredulidade do povo" (Ellet J. Waggoner, As Boas Novas, pág. 74). 
A igreja de hoje é composta por aqueles representados por Isaque, assim como os representados por Ismael. Portanto, a lição de quinta-feira adverte: "Como descendentes espirituais de Isaque, não devemos ficar surpresos quando sofremos dificuldades e oposição, mesmo dentro da própria família da igreja."
O “Resumo” de sexta-feira é excelente. Declara: "As histórias de Agar, Ismael e os filhos de Israel no Sinai ilustram a loucura de tentar confiar em nossos próprios esforços para realizar o que Deus prometeu." Que possamos honestamente crer nisto.

Mark Duncan.


O irmão Marcos Duncan é um engenheiro, que vive na cidade de Fort Wayne. Na igreja adventista que frequenta, localizada no endereço: 228 W. Lexington Ave,  Fort Wayne, Indiana, 46.807, USA. ele é ancião, pianista, e professor da escola sabatina, mas também faz parte da mesa administrativa da igreja, na comissão audiovisual e tecnológica.


  Nota do tradutor:

1) Diferentes palavras têm sido usadas para “alianças” que Deus fez com os homens: testamentos; concertos; convênios; contratos, pactos; etc... Preferimos a palavra “concerto” pelo amplo uso que dela fez a serva do Senhor e os mensageiros de 1888. Após dois mil anos de escrita a palavra de Deus, hoje “concerto” é uma palavra que melhor retrata o que a ideia quer expressar. Entretanto nenhuma destas palavras diz explicitamente que o novo concerto é — um ajuste unilateral que Deus fez com o homem.

2) Foi Ellen G. White quem disse: “Eu tenho apresentado por 45 anos os inigualáveis encantamentos de Cristo ... Deus tem apresentado este assunto para mim em visão de modo que o vejo tão claramente, e quando outros (referindo-se aqui a Waggoner e Jones) o apresentaram, cada fibra do meu ser disse amém!” (Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 1, págs. 348 e 349).

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