O CALVÁRIO NO SINAI
A LEI
E OS CONCERTOS
NA HISTÓRIA ADVENTISTA
DO 7º DIA
Por Paulo E. Penno Jr.
M. Div.
Andrews University
[pág.91] Capítulo 15, A Lei nos serviu de aio
No
ano de 1896, Ellen White esclareceu o que seria a lei que nos serviu de “aio”
(*"tutor," pedagogo). Ela instruiu Marian Davis, sua secretária, para
enviar ao Pr. Uriah Smith a declaração mais definitiva sobre a lei em Gálatas
até então. Aprovou a posição de E. J. Waggoner sobre a lei moral na Epístola
aos Gálatas. Assim se lê a declaração de Ellen White na sua totalidade:
A lei foi nosso aio (*tutor) para nos levar a Cristo, para que possamos ser justificados pela fé". Neste texto,
o Espírito Santo através do apóstolo está falando especialmente da lei moral.
A lei revela o pecado e nos faz sentir nossa necessidade de Cristo, e correr
para Ele por perdão e paz, exercitando o arrependimento para com Deus e fé em
relação ao nosso Senhor Jesus Cristo.
A indisposição de
ceder opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade, estava à base de
grande parte da oposição manifestada em Mineápolis contra a mensagem do Senhor
através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás
teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito
Santo que Deus anelava comunicar-lhes. O inimigo impediu-os de obter a
eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos
a proclamaram depois do dia de Pentecoste. Sofreu
resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo.1
O
primeiro parágrafo explicava Gálatas 3:24 como Waggoner explicava da Bíblia. A lei condenava o pecador culpado. A lei conduziu o pecador ao único alívio possível. A justiça de Cristo — justificação pela fé — o único
remédio para a lei violada.
Sua
declaração seguinte foi muito mais sóbria. Ela indicou que as opiniões
preconcebidas da lei em Gálatas em Minneapolis excitavam a oposição à mensagem
de Waggoner e Jones que teria sido acompanhada pelo poder do Espírito Santo.
Era a "Mensagem do Senhor" que o Espírito Santo queria usar para
iluminar toda [pág.91]
a Terra com Sua glória (*Apoc. 18:1). A recepção da verdade teria sido
acompanhada pelo derramamento inicial do Espírito Santo como no dia de
Pentecostes. Mas o inimigo impediu que isso acontecesse, agitando os irmãos
contra a verdade que Deus queria que fosse ao mundo.
Sua
referência a Apocalipse 18: 1 era inconfundível:
A luz que deve iluminar toda a terra com a sua glória foi
resistida, e pela ação de nossos próprios irmãos foi em grande medida mantida
afastada do mundo.2
Foi
a mensagem desse poderoso anjo que se uniu aos três anjos de Apocalipse 14 ao
chamar, preparar e amadurecer a colheita do mundo para a vinda do Senhor. O
poder desta mensagem era fortalecer as mensagens dos três primeiros anjos.
Já
em 1856, ela havia visto a mensagem de Apocalipse 18: 1 chegando no futuro
próximo como uma adição à mensagem dos três anjos e a afirmou como sendo o
"alto clamor".
A obra deste anjo é introduzida no momento certo para se
unir à última obra da mensagem do terceiro anjo, enquanto se avoluma em um alto clamor. ...
Esta mensagem parecia ser uma adição à terceira mensagem (*angelica),
juntando-se a ela. ...3
Isso
era exatamente como Deus havia designado que deveria ser.
A mensagem trazida pelos mensageiros de Deus foi
designada por Ele. Eles foram ordenados
pelo Espírito Santo. Deus veio a Seus
amigos, a liderança da igreja adventista do
sétimo dia. Ele lhes deu luz adicional que
era absolutamente essencial para a sua missão. Se a luz tivesse sido aceita, teria
sido acompanhada pelo poder de realizar a obra. No entanto, a "ação de nossos
próprios irmãos" manteve-a "longe
do mundo" "em grande medida".
Concluindo
a pesquisa da lei em Gálatas durante a década de 1890, observa-se que, em 1899,
A. T. Jones resumiu com estas palavras a razão pela qual Gálatas foi escrito:
...O livro de Gálatas foi escrito para estabelecer a lei
cerimonial, a lei moral e o evangelho, nas suas posições verdadeiras e
relativas; e aniquilar o cerimonialismo para sempre.4
Na
visão de Jones, Gálatas trata tanto da lei moral como da lei cerimonial. Os
gálatas estavam sendo enganados para adicionar a circuncisão ao evangelho como
um meio adicional de salvação. Este [pág.93] legalismo ou cerimonialismo substituía a verdadeira
experiência do coração do concerto eterno.
Ellen
White afirmou que o “aio” (*"tutor") era a lei moral e cerimonial. Em algum momento durante o ano 1900, ela disse:
Perguntam-me sobre a lei em Gálatas. "Que lei é o
aio para nos levar a Cristo?" Eu respondo: "Tanto o código cerimonial
quanto o moral dos dez mandamentos."5
Esta
era a posição que Stephen Pierce tomara "na década de 1850, ou seja, ...
que o aio (*tutor) eram todas as formas de lei".6 A lei em Gálatas 3:24 era
moral e cerimonial.7
A
este respeito, tanto A. T. Jones quanto E. G. White estavam construindo sobre a
base estabelecida por E. J. Waggoner, de uma maneira que não negava a posição
que tomara em relação a J. H. Waggoner. E. J. Waggoner inicialmente limitou o
“aio” (*"tutor") principalmente à lei moral de Deus, assim como seu
pai. Sem dúvida, isso foi o que o "guia" de Ellen White tinha em
mente em 1888, quando ordenou que ela escrevesse para o Pr. Butler:
Ele8 estendeu
os braços para o Dr. Waggoner e para ti, irmão Butler, e disse em essência o
seguinte: "Nem tem toda a luz sobre a lei, nenhuma posição alguma é
perfeita"9
Waggoner
estava começando a receber os raios de luz sobre a justiça pela fé e a lei que
Deus planejava se tornaria a mensagem integral que Deus tinha para o Seu povo.
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Notas Finais:
1) E. G. White, carta a Uriah Smith, de 6 de junho de 1896, Cooranbong, Nova Gales do Sul, Austrália, obra citada, pág. 1575.
2) Ibidem;
3) Ellen G. White, Primeiros
Escritos, págs. 277, 278;
4) A. T. Jones, "Editorial", Review and Herald de 15 de agosto de 1899, pág. 524;
5) E. G. White, Manuscrito 87 de 1900 em Mensagens Escolhidas, Livro Um, (Review and Herald, Washington, D. C .: 1958), pág. 233;
6. C. Mervyn Maxwell (27 de fevereiro de 1983) declaração anexada para: Tim Crosby, “Ellen G. White and the Law in Galatians: A Study in the Dynamics of Present Truth,” (Ellen G. White e a Lei em Gálatas: um Estudo sobre na Dinâmica da Verdade Presente", pág. 48;
7) Tim Crosby, “The Law of the Prophet,” (A Lei do Profeta) Review and Herald de 22 de maio de 1986, pág. 549;
8) Este era o guia de Ellen White enquanto estava em visão;
9) E. G. White, carta a G. I. Butler, de 14 de outubro de 1888, Minneapolis, Minnesota. Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 93.
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