terça-feira, 1 de agosto de 2017

O CALVÁRIO NO SINAI - Capítulo 15, por Paulo E. Penno Jr., M. Div. Andrews University



O  CALVÁRIO  NO  SINAI


A  LEI  E  OS  CONCERTOS  NA  HISTÓRIA  ADVENTISTA  DO    DIA

Por Paulo E. Penno Jr.

M. Div.
Andrews University



[pág.91] Capítulo 15, A Lei nos serviu de aio

No ano de 1896, Ellen White esclareceu o que seria a lei que nos serviu de “aio” (*"tutor," pedagogo). Ela instruiu Marian Davis, sua secretária, para enviar ao Pr. Uriah Smith a declaração mais definitiva sobre a lei em Gálatas até então. Aprovou a posição de E. J. Waggoner sobre a lei moral na Epístola aos Gálatas. Assim se lê a declaração de Ellen White na sua totalidade:
A lei foi nosso aio (*tutor) para nos levar a Cristo, para que possamos ser justificados pela fé". Neste texto, o Espírito Santo através do apóstolo está falando especialmente da lei moral. A lei revela o pecado e nos faz sentir nossa necessidade de Cristo, e correr para Ele por perdão e paz, exercitando o arrependimento para com Deus e fé em relação ao nosso Senhor Jesus Cristo.
A indisposição de ceder opiniões preconcebidas, e de aceitar esta verdade, estava à base de grande parte da oposição manifestada em Mineápolis contra a mensagem do Senhor através dos irmãos [E. J.] Waggoner e [A. T.] Jones. Promovendo aquela oposição, Satanás teve êxito em afastar do povo, em grande medida, o poder especial do Espírito Santo que Deus anelava comunicar-lhes. O inimigo impediu-os de obter a eficiência que poderiam ter tido em levar a verdade ao mundo, como os apóstolos a proclamaram depois do dia de Pentecoste. Sofreu resistência a luz que deve iluminar toda a Terra com a sua glória, e pela ação de nossos próprios irmãos tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo.1
O primeiro parágrafo explicava Gálatas 3:24 como Waggoner explicava da Bíblia. A lei condenava o pecador culpado. A lei conduziu o pecador ao único alívio possível. A justiça de Cristo justificação pela fé o único remédio para a lei violada.
Sua declaração seguinte foi muito mais sóbria. Ela indicou que as opiniões preconcebidas da lei em Gálatas em Minneapolis excitavam a oposição à mensagem de Waggoner e Jones que teria sido acompanhada pelo poder do Espírito Santo. Era a "Mensagem do Senhor" que o Espírito Santo queria usar para iluminar toda [pág.91] a Terra com Sua glória (*Apoc. 18:1). A recepção da verdade teria sido acompanhada pelo derramamento inicial do Espírito Santo como no dia de Pentecostes. Mas o inimigo impediu que isso acontecesse, agitando os irmãos contra a verdade que Deus queria que fosse ao mundo.
Sua referência a Apocalipse 18: 1 era inconfundível:
A luz que deve iluminar toda a terra com a sua glória foi resistida, e pela ação de nossos próprios irmãos foi em grande medida mantida afastada do mundo.2
Foi a mensagem desse poderoso anjo que se uniu aos três anjos de Apocalipse 14 ao chamar, preparar e amadurecer a colheita do mundo para a vinda do Senhor. O poder desta mensagem era fortalecer as mensagens dos três primeiros anjos.
Já em 1856, ela havia visto a mensagem de Apocalipse 18: 1 chegando no futuro próximo como uma adição à mensagem dos três anjos e a afirmou como sendo o "alto clamor".
A obra deste anjo é introduzida no momento certo para se unir à última obra da mensagem do terceiro anjo, enquanto se avoluma em um alto clamor. ... Esta mensagem parecia ser uma adição à terceira mensagem (*angelica), juntando-se a ela. ...3
Isso era exatamente como Deus havia designado que deveria ser.
A mensagem trazida pelos mensageiros de Deus foi designada por Ele. Eles foram ordenados pelo Espírito Santo. Deus veio a Seus amigos, a liderança da igreja adventista do sétimo dia. Ele lhes deu luz adicional que era absolutamente essencial para a sua missão. Se a luz tivesse sido aceita, teria sido acompanhada pelo poder de realizar a obra. No entanto, a "ação de nossos próprios irmãos" manteve-a "longe do mundo" "em grande medida".
Concluindo a pesquisa da lei em Gálatas durante a década de 1890, observa-se que, em 1899, A. T. Jones resumiu com estas palavras a razão pela qual Gálatas foi escrito:
...O livro de Gálatas foi escrito para estabelecer a lei cerimonial, a lei moral e o evangelho, nas suas posições verdadeiras e relativas; e aniquilar o cerimonialismo para sempre.4
Na visão de Jones, Gálatas trata tanto da lei moral como da lei cerimonial. Os gálatas estavam sendo enganados para adicionar a circuncisão ao evangelho como um meio adicional de salvação. Este [pág.93] legalismo ou cerimonialismo substituía a verdadeira experiência do coração do concerto eterno.
Ellen White afirmou que o “aio” (*"tutor") era a lei moral e cerimonial. Em algum momento durante o ano 1900, ela disse:
Perguntam-me sobre a lei em Gálatas. "Que lei é o aio para nos levar a Cristo?" Eu respondo: "Tanto o código cerimonial quanto o moral dos dez mandamentos."5
Esta era a posição que Stephen Pierce tomara "na década de 1850, ou seja, ... que o aio (*tutor) eram todas as formas de lei".6 A lei em Gálatas 3:24 era moral e cerimonial.7
A este respeito, tanto A. T. Jones quanto E. G. White estavam construindo sobre a base estabelecida por E. J. Waggoner, de uma maneira que não negava a posição que tomara em relação a J. H. Waggoner. E. J. Waggoner inicialmente limitou o “aio” (*"tutor") principalmente à lei moral de Deus, assim como seu pai. Sem dúvida, isso foi o que o "guia" de Ellen White tinha em mente em 1888, quando ordenou que ela escrevesse para o Pr. Butler:
Ele8 estendeu os braços para o Dr. Waggoner e para ti, irmão Butler, e disse em essência o seguinte: "Nem tem toda a luz sobre a lei, nenhuma posição alguma é perfeita"9
Waggoner estava começando a receber os raios de luz sobre a justiça pela fé e a lei que Deus planejava se tornaria a mensagem integral que Deus tinha para o Seu povo.

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Notas Finais:
 


1) E. G. White, carta a Uriah Smith, de 6 de junho de 1896, Cooranbong, Nova Gales do Sul, Austrália, obra citada, pág. 1575.
2) Ibidem;                                                                                             
3) Ellen G. White, Primeiros Escritos, págs. 277, 278;
4) A. T. Jones, "Editorial", Review and Herald  de 15 de agosto de 1899, pág. 524;
5) E. G. White, Manuscrito  87 de 1900 em Mensagens Escolhidas, Livro Um, (Review and Herald, Washington, D. C .: 1958), pág. 233;
6. C. Mervyn Maxwell (27 de fevereiro de 1983) declaração anexada para: Tim Crosby, “Ellen G. White and the Law in Galatians: A Study in the Dynamics of Present Truth,” (Ellen G. White e a Lei em Gálatas: um Estudo sobre na Dinâmica da Verdade Presente", pág. 48;
7) Tim Crosby, “The Law of the Prophet,” (A Lei do Profeta) Review and Herald  de 22 de maio de 1986, pág. 549;
8) Este era o guia de Ellen White enquanto estava em visão;
9) E. G. White, carta a G. I. Butler, de 14 de outubro de 1888, Minneapolis, Minnesota. Materiais de Ellen G. White sobre 1888, pág. 93.

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