sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Lição 9 — Autoestima X respeito próprio, por Arlene Hill

Para a semana de 20-26 fevereiro de 2011

"Toda a carne é erva, e toda a sua beleza é como a flor do campo. Seca-se a erva, e cai a flor, soprando nela o Espírito do Senhor; na verdade o povo é erva. Seca-se a erva, porém a palavra de nosso Deus subsiste eternamente" (Isa. 40:6-8, cf. 1ª Pedro 1:24).

"E respondeu Abraão dizendo: 'Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza" (Gen. 18:27).

"Pois Ele conhece a nossa estrutura; lembra-Se de que somos apenas pó" (Salmo 103:14).

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Autoestima é definida pelo mundo como aprender a amar a si mesmo, isto é um falso evangelho de Babilônia, que é movido por interesse próprio. Pelos padrões do mundo nossa autoestima deve ser baseada em algum valor intrínseco que encontramos em nós mesmos, que supostamente nos distingue dos outros e nos torna especiais. Por isso, (*dizem,) podemos nos valorizar a nós mesmos. Mas o verdadeiro evangelho, baseado no amor de Deus por nós, ensina auto-respeito.

A Bíblia ensina que Deus "tem respeito pelo humilde" (Sal. 138:6, KJV). Os versos inspirados introdutórios (*acima,) não são um insulto. Nós somos pó! Ele formou o homem do pó da terra (Gên. 2:7). Seria fácil culpar a inutilidade inerente da humanidade com a entrada do pecado, mas nós fomos criados antes do pecado. Deus deu à humanidade, mesmo antes da queda, o sábado para nos lembrarmos de como o pó do qual Ele (*nos) formou tornou-se mais valioso do que pó. Portanto, mesmo antes do pecado, o valor intrínseco da humanidade era o valor do pó da terra. Embora sem pecado, os seres humanos (*antes da queda) não tinham o poder de criar ou até mesmo transformar a matéria inerte em vida. Deus pode fazer as duas coisas.

O amor especial de Deus, Ágape, não é criado pelo valor de seu objeto. Uma vez que Deus é amor, Ele amou a Sua criação, e em amor criou valor nela. Os seres humanos perverteram o amor de Deus porque nascemos egoístas. Em geral, temos dificuldade em amar as pessoas feias ou detestáveis. Nós as chamamos de "desagradáveis". Eu tenho uma amiga que tem apenas duas ou três fotos de quando era um bebê. A mãe dela disse que ela era tão feia, que não queria perder o filme. Nossos corações se compadecem de uma pessoa que foi tão abusada. Nós somos rápidos para assegurar-lhe o respeito de Deus. No entanto, isso não muda o fato de que a minha amiga, e eu, só temos o valor intrínseco do pó. O que nos dá todo o respeito não é algo de dentro de nós, mas o amor e o poder sustentador de Deus.

Satanás apelou para o ego de Eva quando ele sugeriu que, ao comer o fruto, ela poderia melhorar o seu valor intrínseco para se tornar como Deus. Mesmo que ela e Adão tenham sido criados à imagem de Deus, isso não lhes dava valor, sem o poder sustentável da vida dEle. Se o escultor mais talentosos do mundo conseguisse esculpir em um pedaço de mármore a forma exata de Deus, ainda assim seria um pedaço de mármore. O escultor não pode transferir qualquer valor para o mármore além da forma que ele dá. Ainda será, simplesmente mármore. O escultor não pode dar aquilo que não possui em si mesmo — a vida. O que criou importância no pó que Deus formou à Sua imagem, foi o sopro de vida que Ele soprou nele.

O "evangelho" da autoestima, que tornou-se tão popular no final do século XX e no início deste século, é um sutil engano de Satanás. Ele aperfeiçoou a arte do sofisma em convencer os cristãos de que, antes de poderem amar os outros devem primeiro amar-se a si mesmos. Esta é uma capciosa torção das palavras encontradas no grande mandamento: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 19:19 e *Lev. 19:18).1

Se Satanás pode fazer os cristãos pensarem que o amor-próprio, autoestima, é uma parte essencial do evangelho, então ele derrotou o princípio da cruz. A cruz é a revelação para os nossos desinteressados sentidos de que Deus é altruísta. Satanás sempre acusou Deus de auto-exaltação — que Ele pede de nós mais do que Ele exige de Si mesmo. A cruz atestou, uma vez por todas a questão do amor abnegado de Deus — o princípio da auto-negação.

Agora esta questão se desenrolará na crise final que está bem à nossa frente. Se Satanás pode nos fazer comprar a idéia do movimento da autoestima, então ele sabe que nós vamos cair ante a crise da "marca da besta". No grande conflito o amor de si mesmo será o valor dominante sobre o amor a Deus e ao próximo,.

Na verdade o “evangelho” da autoestima "é uma das evidências de que "caiu, caiu a grande Babilônia" (Apoc 18:2). —Não houve restauração do verdadeiro Ágape no cristianismo popular. Há um equívoco lamentável da cruz de Cristo. Esta tendência popular tornou-se um parasita em nossos círculos na medida em que nós nos vendemos ao movimento da autoestima.

Alguns crêem que a admoestação de Cristo, "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" prova que devemos desenvolver o "amor" por nós mesmos. Mas foi Deus que pronunciou as palavras de Rom. 8:32 com o bom sentido altruísta de que Ele "nem mesmo a Seu próprio Filho poupou, antes O entregou por todos nós."

Nós nascemos amantes de nós mesmos, assim é uma incoerência dizer que, por natureza, somos capazes de amar os outros como a nós mesmos. Uma pessoa egoísta é incapaz de amar os outros se ele ama a si mesmo. Então, a única maneira que este mandamento pode ser entendido de forma adequada é através do prisma do amor Ágape de Deus. O amor de Deus é auto-doador. Levou Cristo à abnegação. Isso O levou ao ponto de dar Sua vida por Seus inimigos.

Foi Jesus quem pronunciou as palavras "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Se alguém quiser falar sobre amar a si mesmo antes que possa amar o próximo, no contexto da doação Ágape, então isso significa que prefere prejudicar a si mesmo mais do que causar dano a outrem. Isso significa o derramar de sua própria vida a fim de preservar a vida do outro, mesmo a do seu inimigo, e estimar a vida de outra pessoa como mais valiosa do que sua própria vida. Jesus não Se valorizou mais do que Ele valorizou você.

Quer o mandamento de Cristo dizer que devemos, de alguma forma, evocar uma agradável sensação de nós mesmos para que possamos transferir isso para os outros? Nós não temos essa capacidade, não podemos criar amor genuíno. (*E Jesus sabe disto, sabe que somos pó). É difícil admitir isso, mas a verdade é que somos completamente impotentes para gerar amor altruísta. Somente podemos escolher permitir Jesus crucificar nosso ego. Todas as idéias de que podemos inserir suficiente valor em nós mesmos para merecer a salvação são vãs. A menos que optemos por nos identificar com Cristo seremos sempre ofendidos pela cruz de Cristo.

"A cruz é e sempre foi um símbolo de desgraça. Ser crucificado era ser submetido à morte mais ignominiosa de todas as que se conhecia. O apóstolo (*Paulo) afirmou que se ele pregasse a circuncisão (ou seja, justiça pelas obras), ‘o escândalo da cruz' cessaria, Gal. 5:11). O escândalo da cruz consiste em que a cruz é uma confissão da fraqueza e pecado do homem e de sua absoluta incapacidade para obrar o bem. Tomar a cruz de Cristo, depender somente dEle para todas as coisas, é o que leva ao abatimento de todo o orgulho humano. Os homens gostam de sentir-se independentes e autônomos. Mas pregado-se a cruz, fica manifesto que no homem não habita bem algum, e que tudo deve ser recebido como um dom, e, imediatamente, haverá alguém que se sinta ofendido" (Ellet J. Waggoner, The Glad Tidings, Boas Novas, pág. 113).

Significará isto que devemos desenvolver baixa autoestima, constantemente falando sobre como nós somos inúteis? (*Não!!!) A morte de Cristo estabelece o nosso valor aos Seus olhos, mas também reforça a nossa total impotência para criar valor em nós mesmos. Essa é a dinâmica da mensagem de 1888 de auto-respeito. Nós escolhemos nos identificar com O Crucificado. Nós escolhemos crer que Ele (não nós) é digno de receber honra, glória, poder e bênção.

O "evangelho da autoestima" é o oposto do "evangelho eterno do respeito próprio." Este é de origem Divina; a “autoestima” é uma cilada (*sutil e sofisticada de Satanás, com a qual ele intenta enganar-nos). A Bíblia não incentiva a autoestima, mas ensina o genuíno do respeito próprio.

O verdadeiro respeito próprio, um verdadeiro sentido do valor de alguém, está enraizado na cruz — o Filho de Deus Se entregou por você; isto lhe torna igual em valor com Ele. É verdade, não temos valor em nós mesmos, mas Ágape cria valor em nós, objetos de Seu amor. Deixe a verdade te envolver: a sua segurança, o seu valor, está somente "em Cristo".

- Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone 001 XX (775) 327-4545.

Nota do tradutor:

1ª) Temos que entender este verso coerentemente, segundo o altruísmo Divino. Cristo está dizendo: vocês devem amar o próximo como, nesta vossa natureza pecaminosa, amam a si mesmos.” Veja, os discípulos, momentos antes, disputavam quem seria o maior no reino de Deus. Cristo viu isto. Também este é o sentido desta mesma declaração no velho testamento.

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Lição 9 — Autoestima X auto respeito por Helene Thomas

Para a semana de 20-26 fevereiro de 2011

Em nossa sociedade, o tema da autoestima é tão carregado de intensa emoção que cabe-nos examinar a Palavra de Deus com oração, para saber como visualizá-lo. Nossa identidade, nosso ministério, e os resultados da nossa caminhada espiritual são intrinsecamente ligados à nossa compreensão deste tema. Nós não devemos ficar surpresos ao (*descobrirmos que) a visão de Deus sobre o assunto é diferente das opiniões prevalecentes;

Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim são os Meus caminhos mais altos que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos” (Isaías 55:8, 9).

Há dois versículos da Bíblia que falam de amor para com qualquer ser humano. Curiosamente, nenhum destes versos sugere que deveríamos estimar-nos melhor do que, ou mesmo igual aos outros. O primeiro diz respeito àqueles que lideram a igreja:

“E rogamos-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós” (1ª Tess. 5:12, 13).

O segundo texto age em direção oposta a todos que são politicamente corretos no nosso mundo.

Portanto, se há alguma consolação em Cristo, se algum conforto no amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, contemplai o meu gozo, para que penseis o mesmo, tendo o mesmo amor, sendo acordes, de uma mesma mente. Não deixe que nada seja feito por contenda ou por vanglória; mas por humildade de mente, deixe que cada um estime os outros melhor do que a si próprios. ... Deixe esta mente estar em você, que houve também em Cristo Jesus: Que, sendo na forma de Deus, não julgou como usurpação ser igual a Deus. Mas fez-Se de nenhuma reputação, e tomou sobre Si a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens: E, sendo encontrado em forma de homem, humilhou-Se, e tornou-Se obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que, também Deus O exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome” (Filipenses 2:1 a 9, KJV, grifamos1)

Nossa natureza humana luta desordenadamente para suavizar o óbvio significado destas passagens. Nós nos asseguramos mutuamente que a ordem para "amar o próximo como a ti mesmo" na verdade significa que precisamos ter certeza de que, na verdade, amamos a nós mesmos. Isso, no entanto, não é a construção gramatical das nove passagens envolvidas.2 Para garantir que entendemos seu significado, Deus nos dá mais luz sobre o assunto: "Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta" (Efésios 5:29)

. Deus vê um quadro mais amplo. Ele sempre tem em mente a nossa felicidade. A boa nova do evangelho é estabelecida para que a Sua alegria esteja em nós, e a nossa alegria seja completa, João 15:11.

A Bíblia claramente assume que, se os seres humanos terão um problema com "autoestima", será porque (*a nossa natureza humana pecaminosa) nós leva a ter muito amor por nós mesmos.

Ellen White tem uma mensagem semelhante:

A ceifa da vida é o caráter, e é este que determina o destino, tanto para esta como para a vida futura. A ceifa é uma reprodução das sementes lançadas ao solo. Cada semente produz fruto segundo a sua espécie. Assim é com os traços de caráter que acariciamos. Egoísmo, amor próprio, presunção, condescendência própria, reproduzem-se e o fim é miséria e ruína” (Ellen White, Orientação da Criança, página 162 e 163, *grifamos).

O que é justificação pela fé? É a obra de Deus abatendo até ao pó a glória do homem, e fazendo por ele aquilo que não está em sua capacidade fazer por si mesmo. Quando os homens percebem a sua completa desvalia, estão preparados para ser vestidos com a justiça de Cristo. Aqueles a quem o céu considera santos, são os últimos a alardear a sua própria bondade. O apóstolo Pedro ... em si mesmo nada achava de que se gloriar” (Ellen White, A Fé pela qual eu Vivo, MM. de 1959, pág. 111)

"Que essa mente esteja em vós que houve também em Cristo Jesus. Ele morreu para fazer uma expiação, e para ser um Modelo para todo aquele que seria seu discípulo. Entrará o egoísmo em vossos corações? E deverão aqueles que não colocam diante deles o Padrão, Jesus, exaltarem seus méritos? Você não tem nenhum, exceto se vierem através de Jesus Cristo. Deverá o orgulho abrigar-se (*em você) depois de ter visto a Divindade Se humilhar, e depois ao o homem rebaixar-se, até que não mais tenha abismos aos quais ele possa descer? Espante-se, ó céus, e se surpreendam, ó moradores da terra, que tais atitudes devam ser rendidas ao seu Senhor.

“Que desprezo, que maldade, que formalidade, que orgulho, que esforço feito para elevar o homem e glorificar-se a si mesmo, quando o Senhor da glória humilhou-Se, agonizou e morreu a morte vergonhosa na cruz por nós.

"Quem está a aprender a mansidão e humildade do Padrão? Quem está se esforçando para dominar sinceramente o eu? Quem está levantando a cruz e seguindo Jesus? Quem está lutando contra o conceito próprio? ... Será que estas palavras podem ter essa impressão na mente de todos os que as lêem para cultivar a graça da humildade, para serem abnegados, mais dispostos a estimarem aos outros mais do que eles mesmos, tendo a mente e o espírito de Cristo para suportar as cargas uns dos outros? Ó, que possamos escrever profundamente em nossos corações, ao contemplarmos a grande condescendência e humilhação a que o Filho de Deus desceu, para que possamos ser participantes da natureza divina" (Alonzo T. Jones, General Conference Daily Bulletin, 1895, Boletim Diário da Conferência Geral de 1895, pág. 332. Este sermão Jones pregou em 25 de fevereiro de 1895, perante a congregação ali reunida).

"Quando cada um valoriza os outros melhor que a si mesmo, torna-se um prazer servir ao outro: será mais que um prazer servi-lo, ajudando-o, do que servir-se a si mesmo" (Alonzo T Jones, Adventist Review e Sabbath Herald, Revista Adventista e Arauto do Sábado, de 23 de outubro de 1900, pág. 552).

Helene Thomas

A irmã Helena Thomas é esposa de um obreiro bíblico adventista. Eles vivem no estado de Michigan, nos EUA. Além de exercer as funções do lar, como esposa, mãe e avó, ela é escritora, e produz artigos literários de dentro da própria casa. Desde Janeiro de 2010 ela é a nova editora do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. O endereço eletrônico dela é jhthomasal@gmail.com


Notas do tradutor:

1) Esta nota pode lhe parecer uma digressão do assunto que estamos estudando, mas faz toda diferença na vida cristã. Grifamos diversas vezes, no texto acima, da versão do Rei Tiago (KJV), a palavra deixar, e já temos dito, em ocasiões anteriores neste blog, que ela encerra em si o próprio evangelho. É Deus que quer realizar em nós o que Ele pede ou mesmo nos ordena fazer. Daí o uso do verbo “deixar” ser significativo:


“Colaborando a vontade do homem com a de Deus, ela se torna onipotente. Tudo que deve ser feito a Seu mando pode ser cumprido por Seu poder. Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras” (Parábolas de Jesus, página 333, grifamos)


As Bíblias em português podem dar a idéia de salvação pelas obras; nos dão a impressão de que é algo que temos que cumprir.. Cristo, como nós, dependeu do Pai em tudo. Ele disse: “Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma” (João 5:30), Ele já desceu do céu com o propósito de não fazer a Sua vontade humana mas sim a vontade divina do Pai, João 6:38.Assim, compare a versão da Almeida Fiel, que se segue, e note o tom imperativo dos verbos que também grifamos:

Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões. Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. ... De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus O exaltou soberanamente, e Lhe deu um nome que é sobre todo o nome.” (Fil. 2: 1 a 9, Almeida Fiel, grifamos).

Vê-se, claramente, que os tempos verbais imperativos nos dão a idéia de que os comandos são algo que exige esforço nosso, sendo que o evangelho é Deus desejando realizar tudo em todos. DEIXE que isto aconteça em sua vida. É certo que Ele não incutirá em você autoestima, ou amor próprio, mas sim respeito próprio.


2) veja as nove passagens envolvidas:

Levítico 19:18 “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo: Eu Sou o Senhor.”

Mateus 19:19 “Honra a teu pai e mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Mateus 22:39 “E o segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Marcos 12:31 “E o segundo, semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.”

Marcos 12:33 ”E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.”

Lucas 10:27 “E, respondendo Ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.”

Romanos 13:9 • “Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” E Romanos 13:10, “O amor não faz mal ao seu próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.

Gálatas 5:14 “Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.”

Tiago 2:8, “Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem.”

Quanto à construção gramatical traduzimos abaixo as considerações que nos foram enviadas, mas confessamos que teremos que melhor desenvolver o raciocínio quanta a elas. Mas se você quiser participar, envie-nos sua análise.para agapeed2001@yahoo.com.br

1. uma figura de linguagem em que duas coisas diferentes são comparadas explicitamente, como em "ela é como uma rosa." Compare a metáfora.

2. um exemplo de tal figura de linguagem ou de um uso de palavras exemplificam isso.

Os seres humanos naturalmente vêem o eu como diferente, e mais importante do que o "outro". Deus está tentando ensinar ao povo que o "outro" deve ser tratado, pelo menos, bem como a si mesmo.

Abaixo temos uma passagem com uma construção gramatical semelhante que talvez possa ajudar a demonstrar o ponto:

Daniel 12:3 “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.”

O "resplandecerão" é a primeira parte do sorriso e pertence aos sábios, que são comparados com as estrelas que vão brilhar quer um indivíduo decida ser sábio ou não e obter essa bênção.

Da mesma forma, o "amarás o próximo como a ti mesmo" é um mandamento para amar e assume-se na passagem que o leitor vai entender que todo mundo já faz isto e sempre vão amar a si mesmos. O único comando aqui é o amor ao próximo. Não é um mandamento para amar a si mais do que a passagem acima comanda as estrelas a brilhar..

Esta hipótese é reforçada pela seguinte passagem:

Efésios 5:29 “Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à Igreja.”

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Lição 9 — Autoestima X respeito próprio, por Robert Wieland

Para a semana de 20-26 fevereiro de 2011

O "evangelho da autoestima" é diferente do "evangelho do auto-respeito." O último é do Senhor, o primeiro é uma armadilha.

Ambos são mencionados em Romanos 12:3, onde o inspirado apóstolo (Paulo) apela à gente, "Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós, que não pense de si mesmo além do que convém." Em outras palavras, tenha cuidado: não dê a você mesmo uma overdose de pensamento de "autoestima"! Graças a Deus pela "graça" que foi dado a "nosso amado irmão Paulo" (2ª Pedro 3:15), ele não irá desencorajar ninguém, tudo que ele sabe fazer é encorajar pessoas como você e eu.

Então, por outro lado, ele diz não cave um buraco e se esconda nele: você vale um preço infinito. Paulo continua a pregar-nos o evangelho do auto-respeito, mas "através da graça dada a mim, [eu digo] a todos que estão entre vós, ... pense com moderação, pois Deus repartiu a cada uma medida [metron no grego] da fé ". Um humilde servo passou mais de 90 anos "na escola" procurando aprender a “pensar sobriamente” sobre si mesmo. Ainda buscando aprender, mas grato por qualquer "medida" da sobriedade que o Senhor concede.

Um bom lugar para começar a aprender é o Salmo 139:

(A) Vosso Pai celeste te conhece por dentro e por fora, mas ainda o ama, incrível! (Vs. 1-6).

(B) Ele "formou [suas] partes íntimas ... no ventre da [sua] mãe" (vs. 13-15). Isto significa que Ele projetou os intrincados mecanismos de suas conscientes e inconscientes funções mentais, a interação de suas emoções e sentimentos de apreciação do coração.

(C) Ele pos todas as suas partes juntas em um plano divinamente inventado (vs. 16). Ninguém mais na terra era para ser ou ter sido exatamente como você. Você é algo especial, isso é bom.

(D) Se você fugir dEle hoje, você estará de volta à Sua escola amanhã (vs. 7-10).

(E) os seus momentos de profunda depressão não são escuras, com desespero; o vosso Pai celeste está em você na sua escuridão, onde a fé ainda está operando (vs. 9 - 12).

(F) Faz bem saber que um amigo está sempre pensando em você, lembrando de você, na sua hora de profunda provação pessoal. Imagine seu Pai celestial — cogitando mil pensamentos sobre você, todos eles cheios de graça (vs. 17, 18).

(G) Agora, seja feliz: não tenha medo de deixar que Ele procure o seu coração (vs. 23, 24).

Robert Wielan

Escrito em 16 de Abril de 2007.

O irmão Roberto J. Wieland é um pastor adventista que foi, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Hoje, jubilado, vive na Califórnia, EUA, onde ainda é atuante na sua igreja local.

Lição 9 — Autoestima, por Debbi Puffer

A Bíblia fala de grandes homens e mulheres que pareciam ter muita confiança, e avançaram firmes em face de circunstâncias esmagadoras.

Qual é o segredo deste tipo de garantia? Onde eles conseguiram a confiança que não se preocupa com o que os outros pensam? Como eles poderiam avançar em face da controvérsia, ridículo, e até mesmo ameaças? Será que tinha alguma coisa a ver com autoestima?

Vejamos o que significa "estimar". Significa dar valor, mérito e confiança sobre o objeto. É manter em alta conta. É homenagear o que você mantém em sua mente como um tesouro valioso. Então, "autoestima" é assumir valor, honra e confiança em si mesmo, em suas próprias opiniões e idéias, para se ver como digno em relação aos outros ao seu redor. Isso nos levaria a honrar a nós mesmos.

(*MAS) Para saber onde os "grandes" da Bíblia buscaram a sua confiança e sucesso, temos de compreender a verdade bíblica sobre a "autoestima." Este é um dos paradoxos do evangelho. Um paradoxo é uma afirmação ou proposição que, na superfície, parece contraditória ou absurda. Um paradoxo do evangelho é: "Para verdadeiramente viver, você tem que morrer." Corretamente compreendida, essa verdade é poderosa. Gálatas 2:20 explica que para ter uma vida de felicidade, paz e vida eterna, é preciso primeiro "morrer" para si mesmo, e todo egoísmo. Isso abre espaço para o poder e a paz de Cristo operar em nós.

O paradoxo do evangelho a respeito da autoestima é algo assim: "A fim de compreender o seu valor, você deve reconhecer que é totalmente indigno" Quando vemos que em nós não há nada para nos recomendar a Deus, começamos a encontrar a nossa autoestima verdadeira no valor que Deus coloca em nós. Os grandes homens da Bíblia mantinham-se serenos diante dos governantes da terra, porque eles entenderam que o seu valor não era aquele pelo qual os homens medem. Não estava em qualquer coisa que eles mesmos poderiam fazer. Eles estavam seguros no valor que Deus dá àqueles que confiam nEle. Paulo colocou isto desta forma: "A mim, que sou o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo" (Efésios 3:8).

Elias, um dos maiores dos profetas, ajoelhou-se humildemente diante do Rei do universo. "O servo observava enquanto Elias estava em oração. Seis vezes voltou ele de sua observação, dizendo: Não há nada, nenhuma nuvem, nenhum sinal de chuva. Mas o profeta não desistiu, não desanimou . . . À medida que esquadrinhava o coração, ele parecia ser cada vez menos, tanto em sua própria estima, como aos olhos de Deus. Parecia-lhe que não era nada, e que Deus era tudo, e quando ele chegou ao ponto de renuncia do próprio eu, enquanto se apegava ao Salvador como sua única força e justiça, veio a resposta ... Temos um Deus, cujo ouvido não está cerrado às nossas petições, e se Lhe provamos a palavra, Ele honrará nossa fé" (Ellen White, Nossa Alta Vocação, página 131, meditação de 8/5/62).

Muitas passagens falam à questão de como devemos "estimar" a nós mesmos e aos outros. Romanos 12:10 diz: "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros."

Em Filipenses 2: 2-4, encontramos o seguinte: "Contemplai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo "

Depois, há Romanos 12:3 e 16. "Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós, que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé ... Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes: não sejais sábios em vós mesmos."

Parece que os escritores da Bíblia foram inspirados a se preocupar mais com a arrogância do que acerca de baixa autoestima, como em Gálatas 6:3 que diz: "Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo."

Paulo, que escreveu parte da Bíblia mais do que ninguém, parece ter-se beneficiado de seu próprio conselho porque ele diz em Efésios 3:8, "A mim, que sou o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo.” "Estimar" a nós mesmos e aos outros, de forma adequada, ao que parece, é ter a mente de Cristo!

Qual é, então, a questão por trás daquilo que é chamado de "baixa autoestima?" Conselheiros e pastores têm seus escritórios cheios de pessoas que estão lutando com o que é clinicamente chamado de "baixa autoestima". A depressão está aumentando, e os transtornos alimentares são abundantes. O que realmente está acontecendo nessas situações?

Aqueles que não se vêem em sua indignidade total, não podem apreciar o grande valor que Deus, de Seu coração de amor, tem colocado sobre eles como Seus. Deus não decidiu comprá-las como Suas próprias por terem provado alguma coisa no que diz respeito à sua bondade ou talento. Ele morreu por nós "sendo nós ainda pecadores", para que possamos saber o quanto fomos valorizados, apesar de nossas misérias.

A verdadeira questão é que a natureza humana tenta agarrar-se às coisas que devemos abandonar, a fim de encontrar o que estamos almejando. Todos desejamos amor. Almejamos sentir que somos valiosos para alguém. Uma pessoa com "baixa autoestima" está sempre lutando para valorizar o eu, e encontrar outras pessoas que, em seguida, a valorizarão tanto quanto eles o fazem. Alguns colocam-se em baixo, falam de si próprios como sendo feios, etc., na esperança de que alguém vai responder de uma forma que os valoriza. As escrituras nos dizem que "nunca ninguém odiou a sua própria carne" (Efésios 5:29). O problema real com baixa autoestima é a doença de "amor próprio". É tudo sobre nós. É tudo sobre como a vida é má para nós.

Temos nós necessidades? Claro que sim! Mas a necessidade não é satisfeita por olhar para ter o eu validado. "Eu" é o monstro neste cenário. Esse monstro que vive dentro de cada um de nós nunca está satisfeito, e por causa de seu apetite feroz, quando cada vez mais, não importa o quanto ele é alimentado, sempre anseia mais. Nenhuma quantidade de elogios ou atenção pode preencher o vazio.

Quando nossa atenção se desvia de si para o evangelho — a boa nova que é o coração do amor de Deus, começamos a encontrar as soluções que precisamos tão desesperadamente. Quando percebemos que Deus está Se chegando a nós, tão indignos como somos, e que Ele nos ama, apesar de que Ele sabe tudo sobre nós, começamos a perceber que não temos de provar nada a ninguém, a fim de ter valor. Já somos amados. Temos sido adquiridos como propriedade de Deus, para que possamos ser filhos e filhas do Rei do Universo. Se vamos permitir que esse fato afunde-se em nossos corações, “nós amamos, porque Ele nos amou primeiro" (1ª João 4:19). Então o nosso valor, nossa confiança está no que Deus pensa de nós, o valor que Ele colocou sobre aqueles que são indignos. Quando entendemos o amor com que temos sido amados, nada é demais para dar de volta Àquele que nos amou!

"Quanto menos vermos em nós mesmos algo digno de estima, tanto mais haveremos de ver a infinita pureza e amabilidade do nosso Salvador como digna de estima. A visão de nossa pecaminosidade impele-nos para Ele, que é capaz de perdoar; e quando a alma, reconhecendo o seu desamparo, anseia por Cristo, Ele se revelará em poder. Quanto mais a sensação de nossa necessidade nos impelir para Ele e para a Palavra de Deus, tanto mais exaltada visão teremos de Seu caráter, e mais plenamente refletiremos a Sua imagem" (Ellen White, Caminho a Cristo, página 65).


—Puffer Debbi



A irmã Debbi Puffer é mãe de três filhos adultos, e vive com seu marido na Geórgia, USA.. Ela é terapeuta massagista licenciada, com qualificação em serviços de saúde. Ela é autora do livro "Tasty Vegan Delights" (Agradáveis Delícias Vegan). Ela tem sido adventista já por 35 anos e ama a mensagem de Cristo, que é a nossa justiça.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

L. 8, Aqui Está a Paciência (Resiliência) dos Santos, Apoc. 14:12

Para a semana de 12-19 janeiro de 2011

Qual é a solução para o sofrimento, perseguição e aflição? A versão popularizada protestante do justo pela fé é "o poder do pensamento positivo." No entanto, o Senhor Jesus nos deu melhores boas novas do que alguns "truques" psicológicos de olhar para dentro, a fim de superar a adversidade. Ele nos tem dado "uma graça muito mais abundante" (*Rom 5:20, KJV).

Uma menina judia tinha sido capturada na guerra da Síria e se tornou uma escrava doméstica da esposa de (*um) general (2º Reis 5:1-14). Amargura, ódio e vingança poderiam ter cativado seu coração. Afinal, nenhum israelita deveria ser um escravo tendo sido libertado do Egito. Ela nasceu "livre". A verdadeira razão de ela ser uma vítima da guerra foi por causa dos pecados de rebeldia do povo de Deus. Sua tentação foi odiar seus captores, e questionar seriamente o destino divino da igreja de seus dias.

Mas ela era uma verdadeira israelita e optou por crer na liberdade que Deus lhe dera. Em outras palavras, ela entendia a justificação pela fé. Ela era uma prisioneira política. Os sírios podiam possuí-la fisicamente, mas ela preferiu tornar a sua mente "cativa" de Deus. Ela entendeu o que é fé e, consequentemente, desfrutou libertação do pecado.

Estamos vivendo numa época em que "todo vento de doutrina" (*Efé. 4:14) está varrendo a igreja. Jovens incautos, a própria flor e futuro da igreja, estão desinteressados pela hipocrisia e legalismo que vêem — vítimas da guerra do grande conflito. Eles, silenciosamente, saem pela porta dos fundos para "Babilônia", enquanto o "culto a Baal," o culto de si mesmo, disfarçado como adoração a Cristo, sutilmente infiltra nos púlpitos da igreja. Como podem os "verdadeiros israelitas" vencer em meio à "patética" mornidão da igreja remanescente de Deus?

Em toda a história do povo de Deus o problema mais difícil que o Senhor Jesus tem de resolver com o seu povo é a polêmica que sua própria igreja de Laodicéia tem com Ele. Ela, que acha que sabe tudo, que é rica e aumentada de bens, e que não tem falta de nada " arrogância espiritual, que não tem fome de crescer além de adolescência orgulhosa, convencida de que é a tal (Apocalipse 3:17).

Como Jesus reagiu às adversidades dentro da igreja? Apenas alguns dias antes de sua crucificação Ele enfrentou a tentação de deixar Jerusalém e evitar a cruz. Enquanto Ele saía do templo um dia, alguns gregos pediram aos discípulos: "Queríamos ver a Jesus" (João 12:21). Foi um verdadeiro incentivo para o Salvador, quando a maioria do seu povo O estava rejeitando, que os gregos desejassem "vê-Lo."

Jesus explicou para os gregos o princípio do Seu reino:. "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guarda-la-á para a vida eterna" (João 12:24, 25). Na verdade, Ele estava rejeitando a tentação de deixar a nação israelita apodrecer por abandoná-la, a fim de fazer uma obra gloriosa em Atenas. Ele preferiu a cruz no centro da "obra". Sua morte não foi um sono, mas a coisa real. Auto-sacrifício é a lei do Seu reino.

A resposta de Jesus à adversidade dentro da igreja foi resiliência1 — o princípio da cruz — que, pela morte, vem a vida. Só então é que Ele pode salvar o mundo. Ele dá esse princípio de resiliência a nós, Seus discípulos: "Se alguém Me serve, siga-Me, e onde Eu estiver, ali estará também o Meu servo" (João 12:26).

O que isso significa para nós hoje, que somos confrontados com a adversidade dentro da igreja? Há uma progressão na mensagem dos três anjos que torna-se um "alto clamor" e "a chuva serôdia" amadurece a colheita para enfrentar o exame final da questão da "marca da besta." Em seguida, a colheita estará pronta para o Ceifeiro na Sua vinda, Apoc. 14:16.

O primeiro anjo declara com "uma voz forte" que o Dia cósmico da Expiação é a boa nova da verdade do "evangelho eterno. — "É vinda a hora do Seu juízo" (Apocalipse 14: 6, 7) é a verdade da purificação do santuário

O segundo anjo adverte sobre o falso cristo e falso profeta, de Babilônia — a salvação em seus pecados e não dos seus pecados. É o alicerce da ausência da lei.

A mensagem do terceiro anjo é uma advertência sobre o produto final do falso evangelho ou o culto de si mesmo — a adoração no dia escolhido pelo próprio homem para o culto, o domingo, em oposição ao santo sábado de Deus do sétimo dia. A tentação subjugante será o medo da auto-preservação, versus revelação de Jesus do Ágape — o selo de Deus, como revelado no Seu "descanso" do sábado de todo (*o) "eu". "Aqui está a paciência [resiliência] dos santos" (*Apoc 14:12) no conflito final.

Qual é a força propulsora da mensagem de 1888? O que aquele anjo de Apocalipse 18:01 faz para trazer a mensagem do terceiro anjo que ilumina o caráter de Deus "em verdade"?

Finalmente, a verdade da cruz converge com a purificação do santuário, para que a verdade se torne prática para os "santos", "E eles o venceram [a Satanás] pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do Seu testemunho, e não amaram as suas vidas até à morte" (Apocalipse 12:11). Aqui está a mensagem de resiliência para os santos aflitos.

O final combate, cara a cara para vencer a tentação do pecado terá lugar na mente. "O testemunho deles" vai coincidir com o "Seu testemunho". Ele não amou a Sua vida mais do que Ele amou o mundo como Seu Salvador. Eles não amam a vida mais do que amaram Àquele que deu a Sua vida pelo mundo. Daí o poder restritivo do Cordeiro plenamente reconciliou seus corações com O Crucificado. A expiação está terminada. A colheita está madura. Para mudar a metáfora, a Noiva já se aprontou para o seu Esposo, Apoc. 19:7).


- Paul E. Penno

Nota do tradutor:

1) No dicionário Caldas Aulete resiliência (s. f.) é, a) (em engenharia), significa a capacidade de um material armazenar energia por deformação sem se romper; (em metalurgia) valor característico da resistência ao choque oferecida por um material;

b) número que o representa, exprimindo a energia absorvida pela ruptura de uma barra de seção unitária.

Este dicionário manda comparar com o a palavra inglesa “resilience”

No dicionário inglês Webstert as definições técnicas acima correspondem às acima, apenas com diferença de redação. E mais

c) A habilidade para recuperar rapidamente força, espírito, bom humor, etc.,.

Assim, parece que este é o sentido que levou o autor da lição deste trimestre a usar esta palavra como título desta lição 8.

Este sentido não encontrei no dicionário Caldas Aulete, da língua portuguesa. Este pode ter sido o motivo da escolha da CPB pelo título “Poder de Recuperação.

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.

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Lição 8 — Resiliência, por Mark Duncan

Para a semana de 12 a 19 de fevereiro de 2011.

Resiliência é uma característica que todos nós gostaríamos de ter. Pensamos em personagens resilientes na Bíblia ou na vida moderna e, por vezes, desejamos que nós fôssemos mais como eles. Houve Martin Luther King, que foi ameaçado, espancado e preso. No entanto, ele pareceu saltar de um lado para outro e dizer: "Vamos vencer." A princesa Diana foi desprezada e rejeitada pelos homens (pelo menos um homem, seu marido), e ainda assim ela fazia o bem, com um sorriso alegre e uma mensagem positiva . O presidente Abrahão Lincoln era um caráter inflexível. Ele perdeu muitas campanhas políticas, antes de, finalmente, ganhar o mais alto cargo da nação (*americana). Há muitos que, em circunstâncias difíceis mostram uma robustez de coração e determinação, que desejaríamos que todos tivessemos ao defrontar extrema dificuldade.

Jó suportou dores inimagináveis; a perda de dez filhos em um único dia, seria, sozinha, o suficiente para quebrar o espírito da maioria dos mortais. No entanto, ele seguiu em frente mesmo depois de perder toda a sua riqueza, a saúde dele falhou e até mesmo sua esposa sugeriu que ele deveria amaldiçoar a Deus e morrer. Jó disse: "Ele sabe o meu caminho" (Jó 23:10). E "Ainda que Ele me mate, nEle esperarei" (Jó 13:15). É reconfortante saber que, mesmo quando todo ser humano nos abandonou e nós somos tentados a crer que nosso caso é, verdadeiramente, sem esperança, Deus entende o que estamos passando e Ele está ao nosso lado. Ele chora com os que choram e Se alegra com os que se alegram (*Rom. 12:15).

José enfrentou tempos difíceis. Depois de ter sido vendido pelos seus meio-irmãos e traído pela esposa de seu patrão, José teve suficientes motivos para crer que ser correto não valia a pena. Na prisão, ele poderia ter encontrado muitas razões para se tornar amargo e ingrato. No entanto, ele manteve a cabeça erguida. Ele cuidou daqueles ao redor dele e mostrou preocupação genuína com um outro prisioneiro. Isso o levou à decepção, por ter o prisioneiro se esquecido dele por dois anos, depois ele foi chamado da prisão, e acabou por ser libertado. E não só isto, mas foi exaltado na função de governante ao lado de Faraó. Se José não tivesse resiliência (*a capacidade de resistência) para mostrar preocupação por dois prisioneiros, que eram atormentados por seus sonhos, talvez ele jamais tivesse se tornado o primeiro-ministro do Egito. Talvez nunca teriamos ouvido a história dele.

Noemi é uma personagem encorajadora de se considerar. Ela, aparentemente, perdeu tudo quando morreram o marido e os dois filhos. Finalmente, ela decidiu empreender a longa viagem de volta à sua terra. No entanto, ela descobriu que não tinha perdido tudo a final. Uma das noras tinha visto algo na devoção dela ao seu Deus, que valia a pena arriscar tudo para entender.

Noemi deve ter tido um espírito resiliente (resistente). Ela não deve ter se sentido completamente prostrada. Ela deve ter mantido a paz que excede todo o entendimento (*Fil 4:7) para provocar uma resposta tão bonita de Rute.

“Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus, o meu Deus, onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa, que não seja a morte, me separar de ti.”

Como poderia uma pessoa pedir mais de outra? Essas palavras de devoção são mais do que um simples mortal pode pedir de outro mortal. A devoção de Rute é um voto que cada um de nós deve fazer para com o Senhor. "Não me instes para que te abandone...." Deve ter sido um espírito muito resiliente (resistente) que provocou tal fervorosa devoção. Quisera Deus cada um de nós pudesse mostrar uma resistência tal.

Esta devoção de uma mulher para com a sogra resultou em bênção para o mundo. Rute se tornou um dos avós do Messias. Deus honrou o seu reconhecimento da fé de sua sogra e lhe deu um lugar especial na história. Quando a verdade é modelada com resiliência, é um poderoso testemunho para aqueles que nos rodeiam.

Ester é um dos meus personagens favoritos da Bíblia. Sua decisão de comparecer perante o rei, mesmo que devesse significar a sua morte, é um prenúncio do compromisso de Cristo para ir para a cruz, mesmo que devesse significar a Sua morte eterna. Porém, aquele momento não foi a única decisão admirável de vida de Ester. Ela tinha feito muitas decisões antes daquela que modelaria a característica de resiliência (resistência). Ambos seus pais tinham morrido quando ela ainda era jovem. Ela era órfã. Isso é suficiente para quebrar o espírito de muitas crianças. Mas ela seguiu o conselho de Mardoqueu e entrou em uma ousada proposta de alto risco e se tornou a rainha do reino da Medo-Pércia. Cada um daqueles passos ao longo do caminho requeria uma fé e resiliência (resistência) de caráter que excedeu a de seus contemporâneos.

E cada uma dessas etapas trouxe mais um passo para a decisão final de arriscar tudo por sua nação. Se ela não tivesse feito do Senhor a sua habitação à sombra do Todo-Poderoso, (*Salmo 91:1), ela não saberia o que fazer quando a hora da crise chegasse. Diariamente ela viveu para Deus, até que o momento final da verdade chegou. Assim, é necessário acontecer com cada um de nós.

Resiliência é certamente uma boa palavra para descrever a vida do apóstolo Paulo. Considerando todas as dificuldades que ele enfrentou, questiona-se, como alguém poderia ter continuado a lutar "o bom combate" (*2ª Tim 4:10). Contudo, Paulo nos conta o segredo de como ele foi capaz de manter-se em marcha em uma jornada que estava cheia de tanta dificuldade. Ele estava determinado a ter, nada menos (but one) que uma vitória no final da carreira.

E, na verdade, também tenho por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que eu possa ganhar a Cristo, e seja achado nEle, não tendo a minha própria justiça, que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé” (Filipenses 3:8-9).

Paulo compreendeu que resistir às provações não lhe deu nenhum mérito de modo algum. Foi a fé que o fez lutar. Não importava como o inimigo pudesse tentar desencorajá-lo, ele tinha uma missão, que teve de ser concluída. Seu propósito era ser encontrado em Cristo. Esse deve ser o nosso objetivo. Quando as dificuldades da vida se acumulam ao nosso redor e somos tentados a desistir ou manifestar o nosso desespero e frustração, devemos lembrar que estamos em uma missão. Nossa missão deve ser encontrada em Cristo. E isso não significa apresentar um registro impecável. Significa continuar a combater o bom combate (*da fé) até que o Senhor nos dê alívio. Este é o segredo da resistência (resiliência).

"Nessas horas tremendas, precisamos aprender a confiar, a depender unicamente dos méritos da expiação, e em toda a nossa impotente indignidade, lançarmos sobre os méritos do Salvador crucificado e ressurgido" (Ellen White, A Maravilhosa Graça de Deus, pág. 112, meditação Matinal de 17/04/1974)


- Mark Duncan

O irmão Marcos Duncan é um engenheiro, que vive na cidade de Fort Wayne. Na igreja adventista que frequenta, localizada no endereço: 228 W. Lexington Ave, Fort Wayne, Indiana, 46.807, USA. ele é ancião, pianista, e professor da escola sabatina, mas também faz parte da mesa administrativa da igreja, na comissão audiovisual e tecnológica.