quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Lição 6 – Bons Pensamentos, por Jerry Finneman

Para a semana 29 de janeiro a 5 de fevereiro de 2011

Pensar é a maior atividade mental existente no homem. Todas as realizações e progressos humanos são produtos do pensamento. Cultura, arte, literatura, ciência e tecnologia são todos resultados de pensar.

Pensamento e ação são inseparáveis — eles são duas faces da mesma moeda. Toda a ação deliberada começa com pensamento determinado. A fim de fazer alguma coisa, as pessoas devem primeiro vê-lo na mente — imaginá-lo, pensar a respeito dele primeiro, e, depois, fazê-lo. Todas as criações artísticas e científicas ocorrem primeiras na mente, antes de ser dada à existência no mundo tangível. Há necessidade de um bom raciocínio e, correspondentemente, uma boa saúde mental.

Ao me ser pedido para montar uma classe universitária sobre a saúde mental, pensei um pouco sobre o que é o estudo da mente humana. A mente não convertida é "inimizade contra Deus" (Romanos 8:7). Estudar essa mente é estudar inimizade e pensamento mal. Passando da psicologia que lida principalmente com transtornos mentais, emocionais e comportamentais da mente carnal, decidi montar um curso destinado aos estudantes universitários a partir do estudo científico do sistema nervoso, especialmente no que diz respeito à sua estrutura e função no cérebro.

O que é, então, uma boa saúde mental? Esta questão me levou a um estudo da mente de Cristo. Ele é o nosso Exemplo em todas as coisas. Ele demonstrou a melhor saúde mental que se segue ao bom pensamento.

O estudo da mente de Cristo é o estudo, não apenas de elementos intelectuais, mas também das dimensões espirituais. Ao estudarmos Sua mente devemos "deixar que haja em nós” aquela mente, que houve nEle (Filipenses 2:5 na KJV1). O contexto de Filipenses 2:5-8 revela o que a mente de Cristo é.

O 2º § da introdução da nossa lição — parte de sábado — diz: "A Bíblia nos ensina sobre a conexão entre pensamentos e ações." E o título da lição de domingo é — “Pensamentos: a raiz do comportamento." Isto é visto ser verdade sobre Cristo. Seus processos de pensamento O levaram a entrar em conferência com o Pai sobre as necessidades da humanidade caída. Depois de considerar nossa situação, os pensamentos de compaixão de Cristo sobre nós se transformaram em ação definida. Ele escolheu descer de Sua exaltada posição, pondo de lado Sua forma como Deus (*esvaziando-Se a Si mesmo, v. 7) e trocando-a pela forma, natureza, e posição do homem caído. Sua trajetória declinante não parou com Sua encarnação. Desde o nascimento Ele continuou a descer, até a morte de cruz. Ele assumiu a nossa natureza, a fim de morrer.2

No versículo seis Paulo escreveu que Jesus "não teve por usurpação ser igual a Deus." Jesus colocou de lado o uso independente de seus atributos próprios como Deus. Permanecer em igualdade com Deus não era algo a que Ele Se agarrasse como a um "direito". Ele voluntariamente desistiu da igualdade com Deus e entrou na raça humana, a fim de nos salvar. Este foi um agudo contraste com outra mente que se agarra à igualdade com Deus. Lúcifer se exaltou em seus pensamentos e consequente comportamento. Ele rejeitou a idéia de que ele era um mero portador de luz e não a Luz do universo.

Ao contrário de Lúcifer, que disse em sua mente "serei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14:14), Jesus, sendo Deus, renunciou à Sua posição como tal. Em Isaías 53:12 Jesus é retratado como sendo "derramado". Mais tarde, Paulo escreveu que Ele "esvaziou-Se a Si mesmo” (Filipenses 2:7).

Jesus é o Homem-Deus. Ele é eternamente Deus, mas aliou-Se à (*assumiu a) humanidade.3 Ele definitivamente Se tornou humano, e tomou a natureza humana até à vergonhosa morte de cruz. Devemos sempre lembrar que a crucificação era a forma mais degradante de execução. Era reservada para criminosos não-romanos, que eram escravos; ou homens livres, do mais baixo status. A jornada do Filho de Deus, do céu até à cruz, é uma demonstração de Sua auto-sacrifícicante mente.

Cristo voluntariamente desceu à semelhança do homem, a fim de ser o Representante e Salvador da humanidade caída. Milhares de anos antes da Encarnação a mente rebelde de Lúcifer começou uma guerra no céu. Essas duas mentes se enfrentaram, em primeiro lugar no céu, e então na terra.

No céu, Lúcifer se exaltou, em sua mente carnal, à semelhança de Deus, vangloriando-se no seu pensamento: "Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte; Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14: 13-14). Ele tinha problemas com o “eu".

Em algum tempo ao longo da vida, eu aprendi que os pronomes pessoais, tais como "eu", "meu" e "me" (*e as declinações verbais da 1ª pessoa do singular, como em português) usados uma vez em 26 palavras é normal. Se for usado uma vez em 12 palavras, a mente é anormal. O Senhor, através de Isaías, revela que Lúcifer fez referência a si mesmo uma vez em cada 5 ou 6 palavras, revelando que ele tem problemas mentais graves. Essa é a mente carnal.

Esta é a mente que Satanás passou para Eva, e ela, através de sua influência a passou a Adão. Este casal, criado originalmente à imagem de Deus, foi dotado de certa “faculdade própria do Criador — a individualidade — faculdade esta de pensar e agir" (Ellen White, Educação, página 17). Esta capacidade foi corrompida pela instrumentalidade de Satanás. O designo de Satanás era, e é, transformar os homens e mulheres, de pensadores, em refletores do pensamento de outra pessoa.

O plano de Deus para a redenção do homem é, simplesmente, a restauração do plano original que Ele teve em nossa criação – para que devêssemos ser à imagem de Deus, com individualidade e exclusividade mas, à semelhança de Cristo, pensar e agir. Esta nova criação é realizada através do poder da palavra de Deus, que produz um bom raciocínio. A palavra é, simplesmente, um pensamento tornado audível. Ao estudar, receber (*e repetir, especialmente na hora da tentação) a Palavra de Deus, a mente renovada irá refletir Sua mente tanto intelectual como espiritualmente. Como a mente do homem é posta em contato e conexão com os pensamentos de Deus, como revelada em Sua Palavra, a mente humana será reforçada e expandida. Isso produz pensamentos de verdade, nobreza, justiça, pureza, amor Ágape e excelência, tal como descrito em Filipenses 4:8. Este é um bom raciocínio.

E então, qual das duas mentes devemos escolher "deixar estar" em nós — a de Cristo ou a de Satanás? Uma só tem bons pensamentos, a outra pensamentos maus. Uma delas é vida eterna, a outra é morte eterna (Romanos 8:6). "Escolhei hoje", que mente estará em você! 4


- Jerry Finneman

O irmão Geraldo L. Finneman é um pastor adventista, já tendo atuado nos estados de Michigan, Pensilvânia e Califórnia nos EUA. Ele prepara materiais para encontros evangelísticos, incorporados com os conceitos das Boas-Novas da Mensagem de 1888 de Justificação pela fé. Além de pastor da IASD ele também já foi presidente do Comitê de Estudos da Mensagem de 1888. Já há alguns anos não me encontro com ele, mas me parece que, devido à idade, está para, ou, já se aposentou, mas ouvi dizer que continua trabalhando por boa parte do dia, atualmente na área de Battle Creek, a cidade que abrigava a antiga sede da igreja. Há um excelente livro escrito por ele, "Christ in the Psalms” [Cristo nos Salmos], infelizmente não está traduzido para o português.

Notas do tradutor:

1) A palavra “deixar,” temos dito intermitentemente, encerra em si mesma o evangelho. E a versão King James (KJV), é a que, em diversos textos, retrata o evangelho com este verbo “deixar.” No texto acima Paulo está dizendo: “deixe” que Deus faça estar em você a mente que houve na pessoa de Seu Filho Jesus. É Ele que quer realizar isto em você. Não lute para consegui-lo, será fracasso certo.

2) Cristo não teria como morrer se não assumisse nossa natureza caída, eis que esta é a condição que leva à morte (à segunda morte, assim como Adão, antes da queda, não morreria, enquanto leal à determinação divina);

3) De acordo com o dicionário Webster, o nome “Adão” significa “humanidade,” em 5 línguas: — hebraica, caldeia, siriaca, etíope e árabe —Eis aí porque Ele se chama o segundo Adão. A “humanidade” morreu na cruz. Por isto é que Ele é o salvador de toda a humanidade.

4) Se voltarmos a ponderar sobre a palavra “deixar” veremos que Satanás também luta para que você deixe a sua mente estar na mente dele. Através da influência que ele exerceu sobre Eva, e esta sobre Adão, e ambos sobre seus descendentes, ele quer chegar a nós através de falsos profetas, falsos pastores, falsos teólogos, falsos cientistas, etc. ..., enfim, pensadores, ao longo dos séculos.