quarta-feira, 29 de julho de 2015

Lição 5 — Exilados que se tornaram missionários, por Paulo E. Penno



Para 25 de julho a 1º de agosto de 2015

Nesta lição sobre o livro profético de Daniel damos enfoque à mensagem especial da justiça de Cristo, que o Senhor nos enviou na época de 1888. Demonstramos que a “mui preciosa mensagem” que “o Senhor, em Sua grande misericórdia, enviou”1 para nós é realmente digna do nome que Ellen G. White lhe atribuiu—“a mensagem do terceiro anjo, em verdade”,2 piedade prática derradeira.
Uma vez que a mensagem foi designada pelo seu Divino Autor para preparar essa geração para defrontar as questões finais da marca da besta, do selo de Deus, e do fim da provação humana, é claro que ela abrange toda a vida daqueles que recebem a Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador.
A contribuição que a mensagem de 1888 concede a nossa lição é ver que tornar a Jesus Cristo nosso Senhor no serviço missionário não é apenas um dever imposto sobre nós, mas é muito mais do que isso — uma alegria, um compromisso que nos é compelido pela motivação do amor (o Ágape de Cristo). Em outras palavras, neste dia especial da Expiação, quando o Sumo Sacerdote celestial está encerrando a Sua obra como Sumo Sacerdote da nossa alma, Cristo como nosso Senhor é também o nosso amigo.
Reconhecer a Jesus como o Senhor da nossa vida missionária é submeter a nossa vontade, as nossas escolhas, a Ele, e quanto a isso é que nós, cristãos de Laodiceia nos contorcemos. Sim, vamos observar o sábado como o nosso dia de descanso, e vamos pagar o dízimo, e vamos dedicar um ano ou algo assim da nossa vida em atividade missionária em algum lugar no estrangeiro, e vamos dar ofertas; e, tendo cumprido o nosso dever, Ele não vai Se importar se gastarmos tudo o que nos resta de meios ou tempo em desfrutar da nossa maravilhosa herança econômica. Cumprimos o nosso dever, não é? Então, sim, reconhecemos a Jesus não só como nosso Salvador, mas como nosso Senhor no serviço missionário. (*Será que) podemos fazer melhor do que isso?

(*Sim! Veja:)

A boa nova de 1888 é a de Cristo capturando nossos corações em nosso serviço para outros. Ele está cutucando os Seus discípulos para acordarem no “Getsêmani”. É o Ágape de Cristo como uma espécie de amor totalmente diferente do que imaginamos como “amor”, pois motiva aqueles que acreditam nEle para uma vida totalmente altruísta de serviço a Ele como Senhor. Nem medo nem esperança de recompensa entram em cena. É uma medida de devoção a Cristo, paralela à experiência única de viver no Dia da Expiação celestial, o tempo da purificação final do santuário (Dan. 8:14).
Essa não é apenas uma peculiaridade teológica que nossos pioneiros tinham para o seu dia; é verdade vital em viver para Cristo como Senhor nestes últimos dias. Há provas que não afligem o povo de Deus antes do fim da provação e do derramamento das sete últimas pragas; seríamos tolos em negar a sua realidade no contexto do adventismo histórico. Ellen White diz que não vai ser possível para qualquer um enfrentar esses testes finais que virão à raça humana, sobre a qual o profeta Daniel escreveu, à parte desse conhecimento de Cristo como Sumo Sacerdote em Seu ministério de santuário no Lugar Santíssimo. É em Seu trabalho lá que o ministério sacerdotal finalmente coincide totalmente com o Seu Senhorio para aqueles que nEle acreditam.
Torna-se óbvio que esta “experiência cristã” é singular. Se a nossa atenção está fixada agora em Cristo como nosso Senhor em serviço, isto requer a revelação de que as profecias de Daniel e Apocalipse definem o que “o tempo do fim” significa (Dan. 12: 4). A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem sido levantada por Deus para proclamar ao mundo a Sua mensagem final da reconciliação, isto é, da expiação. Finalmente, no final da história humana, um povo deve estar preparado, estando verdadeiramente em sintonia perfeita com Deus, tão próximo em relação a Cristo como uma noiva está em relação com o seu noivo. Não é um programa de novas obras, é um programa de nova fé. O papel de Cristo como Senhor é realmente bem acolhido como uma noiva antecipa o dia do casamento—não como no famoso filme “Noiva Fugitiva” de fama recente. (A verdade é que a Igreja em seu papel como “noiva” tem sido uma fugitiva por mais de um século!)
Familiarizar-se com Jesus como nosso Senhor no serviço é uma preparação para encontrá-Lo quando Ele voltar pela segunda vez. É, portanto, uma ideia adventista original; por toda a história, os verdadeiros cristãos reconheceram a Cristo como seu Senhor, mas, neste momento particular do Dia da Expiação do juízo final temos o privilégio de conhecê-Lo como nosso Salvador, o nosso Sumo Sacerdote purificador do coração, o Senhor de nossa obediência, nosso amigo e nosso Amado de todos os tempos.
Nós exploramos o nosso relacionamento com Ele como súditos de Seu Senhorio no serviço missionário. Esta é uma experiência espiritual renovadora, apropriada para a crise da vida do mundo de hoje. A serva do Senhor nos assegura que todo o Céu está profundamente preocupado com a condição espiritual da Igreja dos laodiceanos hoje. Esta contribuição da mensagem de 1888, a ideia adventista singular da purificação do santuário celeste de que Daniel escreveu, é a grande verdade que leva o serviço missionário de Cristo a se tornar tão totalmente assimilado que a Sua igreja vai glorificá-Lo como nunca antes. A Igreja possibilitará ser Ele coroado Rei dos reis e Senhor dos senhores. Esqueça sobre a obtenção de sua própria coroa; ore para ter um papel na Sua coroação.
Jesus especialmente chamou-nos a atenção para Daniel: “Quem lê, entenda” (Mat. 24:15). Estas palavras englobam uma promessa: se você “ler” o livro, ou seja, dedicar-lhe honesta atenção, o “entendimento” dele com certeza lhe será concedido. O seu objetivo, claro, é não só o seu enriquecimento pessoal, mas você aprenderá como “deixar” alguém mais “entender”, para o bem dele.
Muitas vezes temos uma ideia restrita de como “dar estudos bíblicos”. Precisamos de lições impressas que contenham todos os detalhes históricos que não somos suficientemente diligentes para lembrar; preparados “eruditos” terão elaborado o material, e transmitimos fielmente a alguém em segunda mão essa massa de informações (isto é, logicamente, até que a pessoa fique por demais aborrecida para prosseguir).
Nosso objetivo é diferente: queremos fazer exatamente o que Jesus disse—“ler” e “entender” Daniel para que possamos nós mesmos, pessoalmente, conduzir outra pessoa através do livro, versículo por versículo. Você não quer impressionar alguém com sua riqueza de conhecimento histórico adquirido (que Deus nos livre disto!); o que quer é apreender (*compreender) o “evangelho”, as Boas Novas, incorporado em Daniel e deixar que domine o coração de alguém. Em seguida, aquela recompensa de emocionar o coração vem no capítulo 12: mesmo agora, antes do “para todo o sempre”, sua felicidade vai “brilhar como as estrelas do firmamento”, e você vai “ensinar [a alguém] a justiça” (Daniel 12:3). O Espírito Santo vai preencher as lacunas e quando “ler” a outra pessoa, se surpreenderá como vai “trazer todas as coisas à sua lembrança”. Você estará consciente do que foi o Seu alerta (João 14:26; esta é uma emoção que nada pode superar).
Daniel é um livro que contém uma lição de arrependimento corporativo. Note como ele e seus jovens amigos que não se rebelaram contra Deus (como fizeram os reis e o povo de Israel) têm de sofrer inocentemente pelo pecado corporativo da nação. Deus é forçado a recuar e permitir que Babilônia os domine (Daniel e seus amigos sendo castrados em uma terra estrangeira, ver Isa. 39:7, *“eunucos”). Mas não há nenhuma amargura. Finalmente Daniel escreve um capítulo explicando totalmente o arrependimento corporativo (capítulo 9).
O mesmo princípio cabe à Igreja Adventista do Sétimo Dia apreciar: os “pecados” de nossos pais”, de resistir ao Espírito Santo são corporativamente “nossos pecados”, também (Dan. 9:3-19; comparar o que Ellen White diz sobre o nossa própria história de “1888” e seu efeito sobre nós hoje).
Daniel é um livro precioso de lição sobre a reforma de saúde do Dia da Expiação. Podemos facilmente esquecer por que Deus nos deu a reforma da saúde: ela veio precisamente em conjunto com a compreensão incipiente da vida do Dia da Expiação dos nossos pioneiros. Cristo, como nosso grande Sumo Sacerdote em 1844, tinha entrado em Seu ministério no segundo compartimento, o “Santo dos Santos”, do santuário celestial. Enquanto Ele está ocupado em “purificar” o pecado de Seu povo, eles na Terra estarão permitindo a Ele que “purifique” os seus corações. De modo algum os “livros” celestiais terão nossos pecados “apagados” lá até primeiro de tudo serem apagados dos nossos corações aqui em baixo. A reforma da saúde é uma parte vital deste ministério especial — nunca antes realizado tão completamente para o corpo corporativo do povo de Deus.
Paul E. Penno

Notas do tradutor:
1)      Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, pág. 91 em diante;
2)      Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1 pág. 372;


Nota: A apresentação da lição pelo pastor Paulo Penno ocorre no site 1888mpm.org com uma semana de antecedência

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.
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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Lição 4— A Saga de Jonas, por Mary Chun



[Ou, “Fora com a Saga de Jonas, e, Viva o Arrependimento das Eras — A Lição de Jonas”]

Para 18 a 25 de julho de 2015

Saudamos Mary Chun de volta como redatora de introspecções às lições da Escola Sabatina. Mary realizou um grande esforço de investigação em seu (*neste?) tópico, por isso gostaríamos de compartilhar sua pesquisa com vocês, embora esta dissertação fique um pouco mais longa do que o habitual.
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Jonas é um livro singular por causa de sua mensagem e mensageiro. Ao contrário de outros livros do Antigo Testamento, gira exclusivamente em torno uma nação gentia. Deus se preocupa com os gentios, como também com o povo do concerto, Israel. Vemos o mensageiro de Deus, Jonas, como um profeta relutante que não quer proclamar Sua mensagem por medo de que os assírios fossem reagir e ser poupados pelo Deus compassivo de Israel. Há pontos importantes nesse livro — a tempestade, o lançamento de sortes, os marinheiros, o peixe enorme, os ninivitas, a planta, o verme, e o vento leste. Somente o profeta Jonas não consegue ouvir o chamado de Deus. Todos estes foram usados ​​para ensinar a Jonas uma lição de compaixão e obediência. Vemos expressa a mensagem de 1888 do amor eterno de Deus mais e mais neste livro. Há infinita misericórdia de Deus para todos os povos; e nossa relutância humana em compartilhar Sua misericórdia.
Pensem no fato de Jonas ter sido contemporâneo de Jeroboão II de Israel que ministrou depois da época de Eliseu e pouco antes do tempo de Amós e Oséias. Israel sob Jeroboão II estava desfrutando de um período de ressurgimento e prosperidade. Durante estes anos, a Assíria estava num período de certo declínio. Governantes fracos tinham subido ao trono, mas a Assíria continuava a ser uma ameaça. Na época de Jonas, a crueldade assíria tornara-se lendária. Descrições realistas do tratamento cruel de prisioneiros por eles foram encontradas em registros assírios antigos, durante o nono e sétimo séculos AC.
Deus estava chamando Jonas para ir a Nínive. Vejamos onde está localizada Nínive — a nordeste de onde Jonas estava. A cidade de Nínive foi durante muitos anos a capital do poderoso império assírio. Era considerada uma "grande cidade", uma das cidades mais antigas do antigo Oriente Próximo. Reis assírios eram cruéis e implacáveis. Essa nação pagã tinha invadido e saqueado a pátria dos israelitas em diversas ocasiões antes de Jonas visitar Nínive. O profeta queria que a cidade fosse destruída, e não salva, por causa de sua maldade. Mas as pessoas se arrependeram e foram poupadas por um Deus compassivo, como visto no capítulo 3, versículo 10. O amor de Deus para com o mundo pagão era mais profundo do que Seu mensageiro podia entender ou aceitar.
O amor de Deus pelos gentios não é só revelado no Novo Testamento, o é também no Antigo Testamento. Deus comissionou o profeta hebreu Jonas para proclamar uma mensagem de arrependimento aos assírios. O nacionalismo egoísta de Jonas cegou-lhe o seu propósito como instrumento do plano de salvação de Deus. O livro de Jonas é uma das manifestações mais claras em toda a Escritura do amor e da misericórdia de Deus para com toda a humanidade.
Jonas é parte da coleção dos doze Profetas Menores. Todos os outros livros desta coleção transmitem profecias por profetas genuínos, históricos. Ao colocar Jonas nesta coleção, o compilador dos Profetas Menores considerou o livro de Jonas um relato histórico. Então Jonas é considerado uma figura histórica real, mencionado como um profeta durante o reinado de Jeroboão II de Israel em 2º Reis 14:25, sendo ele apresentado como o filho de Amitai. Yonah (Jonas) é palavra hebraica que significa “Pombo, filho de Minha Verdade". Os pombos sugerem duas coisas para os escritores bíblicos: são facilmente assustados (Sal. 55: 6; Eze. 7:16; Oséias 11:11) e choram (Isa. 38:14; 59:11) (*Na Almeida o verbo empregado é “gemer”).
Sob Jeroboão, as fronteiras de Israel foram expandidas "de acordo com a palavra do Senhor, Deus de Israel, que tinha falado através de Seu servo Jonas, filho de Amitai, o profeta que era de Gate-Hefer" (2º Reis 14:25) . Vamos verificar onde Gate-Hefer está localizada; fica a cinco km ao norte de Nazaré, na Baixa Galileia, tornando Jonas um galileu e profeta do Reino do Norte. Pode-se ver que os milagres no livro de Jonas não são impossíveis para o Deus da Bíblia. E acima de tudo, Jesus, em Mateus 12: 39-41 e Lucas 11: 29-32, falou de Jonas como estando num peixe enorme e pregando em Nínive como se fossem fatos reais. Jesus declarou que "os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a proclamação de Jonas" (Mat. 12:41). Jonas é o único profeta com quem Jesus Se comparou.
Há uma mensagem significativa encontrada no livro de Jonas como indicado no artigo de E. J. Waggoner, "Um livro”, em "The Signs of the Times”, 13 de novembro de 1893: "Tomemos o relato do profeta Jonas. Muitas pessoas sentem-se quase insultadas se lhes fosse dado a entender serem tão simples para nele acreditar. Dizem que isso nunca aconteceu realmente; que o grande peixe não engoliu Jonas, e que teria sido impossível que vivesse três dias em sua barriga. Mas Cristo disse: "Assim como Jonas esteve três dias e três noites na barriga de um grande peixe, assim será com o Filho do Homem: estará três dias e três noites no coração da terra" (Mat. 12:40). Agora, se Jonas nunca esteve no ventre da baleia, e não poderia ter estado, então temos o Salvador comparando a Sua morte e ressurreição a uma impossibilidade. Portanto, negar a história de Jonas é negar o fundamento do evangelho".1
Os quatro capítulos no livro de Jonas são resumidos como segue:
Capítulo 1—A primeira comissão de Jonas, e sua fuga de Deus, resulta em desobediência. Jonas não quer ver Deus poupando os assírios notoriamente cruéis. Pregar uma mensagem de arrependimento para eles seria como ajudar o inimigo de Israel. O "eu" em Jonas, em conjunto com o seu patriotismo, colocava o seu país à frente do seu Deus e recusou-se a representá-Lo em Nínive. Em vez de seguir 800 km a nordeste rumo a Nínive, Jonas tenta ir 3.500 km a oeste para Társis (Espanha), onde paga sua viagem, tomando um navio para a direção oposta. Deus, o criador do mar e da terra, criou uma grande tempestade para perturbar o percurso de Jonas. O seu dormir durante a tempestade provocou o caos para o capitão e marinheiros do navio que temeram por suas vidas, e lançaram sortes para ver quem seria causador da terrível tempestade. A atenção deles voltou-se para Jonas, o indivíduo diferente do grupo, e interrogaram Jonas para descobrir quem ele realmente era e de onde era. Jonas testemunhou-lhes sua identidade como hebreu que estava fugindo do Senhor, e que a tempestade foi causada por seu afastamento da direção de Deus. A tripulação do navio jogou Jonas ao mar, mas eles oraram por misericórdia ao Deus de Jonas ao lançarem-no ao mar para acalmar a tempestade; o que os fez crentes no Senhor. Isso não foi o fim de Jonas, como era esperado; Deus criou um grande peixe para engolir Jonas e impedi-lo de se afogar. Ele esteve no ventre do grande peixe por três dias e três noites. Isto simboliza Cristo em Jonas; antecipa a morte e ressurreição de Cristo, e mostra que a salvação está disponível a todas as pessoas.
Por favor, notem, ao recapitularmos o que é o grande peixe, que, em algumas traduções, é descrito como uma baleia. Agora, uma baleia não é peixe, mas um mamífero. A Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego, não em português. E tanto "baleia" quanto "grande peixe" são traduções para o português das palavras originais. A palavra grega traduzida como "baleia" é ‘ketos’ e significa "um grande peixe" de boca escancarada para a rapina.
Capítulo 2—Deus tem uma série criativa de medidas para alcançar o Seu resultado desejado. Enquanto Jonas está dentro da barriga do grande peixe, aquele se torna o seu lugar de oração para passar tempo com Deus, onde profere a sua oração de lamento e ação de graças ao Senhor dos salmos. O Salmo 130 estava na mente de Jonas: "Das profundezas a Ti clamo, ó Senhor" (vs. 1). Pode-se imaginar Jonas orando ao Senhor quando estava no ventre do grande peixe que o engoliu quando fez uma confusão de sua vida, fugindo ao seu dever para com Nínive: "Do ventre do inferno gritei, e Tu ouviste a minha voz. ... Lançado estou de diante dos teus olhos . . .  mas tu fizeste subir a minha vida da perdição, ó Senhor meu Deus” (Jonas 2:2, 4, 6). Deus ouve suas orações e ordena que o grande peixe vomite Jonas para a terra seca, de volta para o lugar onde Deus queria que ele fosse, Nínive. Então, todo esse tempo no ventre do grande peixe, Deus tinha ordenado que o grande peixe navegasse para Nínive. Na verdade, Jonas recebeu transporte grátis para Nínive, cortesia de Deus.
Capítulo 3—A palavra do Senhor veio pela segunda vez a Jonas para ir a Nínive, o que requeria viagem de três dias para o coração da cidade.2 Deus preparou Jonas para dizer apenas cinco palavras em hebraico, que haveria mais 40 dias, e Nínive seria subvertida! Palavras incríveis, um sermão de uma sentença que levou convicção ao povo de Nínive. Fez com que volvessem de seus maus caminhos, e proclamassem um jejum. O profeta é um exemplo ambulante de lição breve de Deus, sua pele sem dúvida esbranquiçada por sua estadia no peixe, convencendo as pessoas a crer. As palavras de Jonas de juízo vindouro são seguidas por uma proclamação real do soberano da cidade para jejum e arrependimento. Essa mensagem alcançou toda a cidade. É um ato incrível ver que todos se voltaram para Deus com arrependimento e jejum, volvendo dos seus maus caminhos. Examinem os versos seguintes (5 e 6): "E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor. Esta palavra chegou também ao rei de Nínive; e ele levantou-se do seu trono, e tirou de si as suas vestes, e cobriu-se de saco, e sentou-se sobre a cinza”. Por causa de sua grande misericórdia, “Deus se arrependeu do mal que Ele tinha dito que traria sobre eles" (vs. 10). Isso também se reflete em 2º Crôn. 7:14: "Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face e se converter dos seus maus caminhos; então, Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”.
Capítulo 4—O amor e graça eternos de Deus são contrastados com a raiva e a falta de compaixão de Jonas. Ele está descontente com os bons resultados de sua mensagem, e como isso poderia ser tão crível, porque ele sabe que Deus vai poupar Nínive. Deus emprega suas formas criativas através de uma planta: um verme, e um vento para ensinar a Jonas uma lição de compaixão. As emoções de Jonas mudam de ira (vs. 1), para desânimo (vs. 3), em seguida, dominante alegria (vs. 6), e, daí, desespero (vs. 8) após Deus enviar um verme quando amanheceu o dia seguinte para atacar a planta e esta se secar (vs. 7). Num relato bem-humorado, mas significativo, Jonas é forçado a ver que tinha maior preocupação com a morte de uma planta do que com 120.000 pessoas (vs. 11). A falta de uma perspectiva divina de Jonas faz do seu arrependimento um problema maior do que o arrependimento de Nínive. Se Jonas pudesse ter sido compassivo com as pessoas gentias, poderíamos nos beneficiar com uma lição de arrependimento corporativo, e um ato altruísta do perdão.
Quando as coisas em nossas vidas estão mudando, seja murchando ou ganhando força, nada podemos ver como o culpado, ou como a solução para consertar o problema. Precisamos volver nossos olhos aos céus. A mão e os propósitos de Deus muitas vezes podem passar despercebidos e não reconhecidos, se não tivermos cuidado de considerar Sua participação em eventos da vida.
Romanos 11:33 sugere que conhecer a vontade e perspectiva de Deus está além do alcance de meros seres humanos. Conquanto os Seus caminhos sejam insondáveis ​​e Seus métodos estejam além da nossa capacidade de compreender, Ele graciosamente vai levantar os véus que causam cegueira e dar revelação àqueles que vêm em humildade de coração aberto para ouvirem e receberem a Sua Palavra.
Não percam de vista a preocupação, cuidado de Deus, e atenção aos detalhes quando Ele elaborava os métodos específicos para ensinar a Jonas. A planta não era apenas de qualquer tipo; tinha que ser substancial o suficiente para formar um abrigo e proporcionar sombra. Embora muitos animais pudessem ter tornardo a estadia de Jonas desconfortável, Deus escolheu um verme para prejudicar a planta. Por fim, o vento quente veio do leste. De acordo com Jonas 4: 5, o profeta tinha ido para o leste da cidade. Isso significa que ele não poderia ter-se beneficiado de qualquer proteção que a enorme cidade murada poderia ter-lhe oferecido no outro lado. Deus foi estratégico e detalhado com os métodos utilizados para retransmitir os propósitos divinos à Seu amado profeta.
Toda dificuldade não vem de Deus, mas temos de considerar as implicações divinas de nossas dificuldades. Se a gente só vê os aspectos físicos, podemos perder as verdades espirituais mais profundas que nosso Pai está nos ensinando. Deus deseja o mesmo de nós como de Jonas, uma intimidade com Ele que molda os nossos corações à Sua imagem. Mesmo que requeira uma tempestade, um peixe, uma planta, um verme, e um vento leste quente, Ele vai reverter as coisas para obter o cumprimento do que tem de ser feito.

–Mary Chun



Notas do tradutor:
1)        A inspiração Juvenil de 1987, “Começando com Deus,” de Eric B. Hare, CPB, Tatuí, São Paulo, à pág. 228, relata a história publicada na revista Literary Digest (a revista Seleções?), de 4 de abril de 1896, “que mostra a possibilidade de um homem ser engolido por uma baleia comum e ainda viver. Em fevereiro de 1891  o navio pesqueiro de baleias, “Star of the East”, lançou dois pequenos barcos com homens  e arpões à caça de uma grande baleia que estava não muito distante. Os homens foram bem sucedidos em arpoar a baleia e capturá-la, mas em sua luta, um dos barcos foi atingido pela cauda da baleia e feito em pedaços. Os homens foram lançados ao mar. Finalmente, todos, exceto dois homens foram salvos pelos companheiros do outro barco, e mais tarde foi encontrado o corpo de um dos dois homens desaparecidos. Porém o outro, Tiago (James) Bartley, não pôde ser encontrado em lugar nenhum. Levou um dia e meio para eles levarem a enorme baleia para o convés e retalhá-la. Ao abrir o seu grande ventre, lá estava Tiago Bartley, inconsciente, porém, ainda vivo. Por muitos dias ele ficou delirando, e levou três semanas para recobrar a razão e poder contar a respeito de sua terrível experiência.”
Agora, colhido da internet (http://www.sobrenatural.org/materia/detalhar/8036/engolido_por_uma_baleia/):
  James Bartley “lembrava-se de poucas coisas além da abertura de mandíbulas enormes e de ter escorregado para dentro de um tubo comprido em direção ao estômago da baleia, onde permaneceu por quinze horas, conforme atesta declaração assinada pelo médico de bordo e por todos os outros tripulantes. A declaração de Bartley após sua recuperação foram surpreendentes: ‘Me pareceu que a baleia me tragava ... Me rodeava um muro de carne [...] Me encontrei em um saco muito maior que meu corpo, estava completamente às escuras. Apalpei em volta e toquei diversos peixes. Alguns pareciam estar vivos pois escapuliam por entre meus dedos ... Senti uma forte dor de cabeça e minha respiração se havia tornado muito difícil. Ao mesmo tempo sentia um calor que me consumia. Um calor que ia aumentando. Em todo momento eu estive convencido que ia morrer no estômago da baleia. O tormento era irresistível e o silêncio ali era absoluto. tentei virar-me, mover os braços, as pernas, gritar.  Mas era impossível, minhas idéias estavam perfeitamente claras e a compreensão de minha situação era plena. Por fim, graças a Deus, perdi a consciência’. “A visão de Bartley ficou afetada por essa experiência e sua pele perdeu a cor normal. Passou o resto de seus dias em terra, e morreu com a idade de 39 anos. Fonte: tradução das declarações por Charles Berlitz”. Colhido do site Engolido por uma Baleia | Sobrenatural.org.

2)        “A declaração do capítulo 3, verso 3 de que ‘Nínive era uma cidade muito grande, de três dias de caminho’ provavelmente signifique que tomaria a um homem três dias para cobrir todo o seu território caminhando para baixo e para cima pelas suas ruas, se ele quisesse contatar todas as pessoas que viviam dentro de seus muros” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 4, pág. 1001, escrito em 1953, e revisado em 1976 e 1978).

A irmã Maria Chun é uma enfermeira padrão (com as graduações: RN e BSN), graduada pela Universidade Adventista Andrews, e vive na área de Loma Linda. Ela é membro ativa da igreja da Universidade de Loma Linda, e é a diretora do ministério de Saúde da Universidade de Loma Linda — CHIP = Coronary Health Improvement Project   (Projeto de Melhora da Saúde Coronária). Maria cresceu no sul da California, em cultura chinesa de crenças místicas, mas converteu-se ao adventismo do sétimo dia e agora gosta de estudar a "mui preciosa mensagem" da Justiça de Cristo.

Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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