segunda-feira, 29 de junho de 2015

Lição 1— A Natureza missionária de Deus, por Paulo Penno



Para 27 de junho a 4 de julho de 2015

A questão importante que temos que resolver não é “Deus existe?”, mas “como Ele é? Qual é o Seu caráter?”
Muitas religiões tradicionais do mundo, e religiões chamadas de “cristãs”, não têm uma ideia clara sobre Deus, exceto que é um pouco visível através da natureza.
Alguns olham para o céu durante uma tempestade, pois pensavam que o trovão é a voz de Deus e que só poderão vê-Lo por acidente. Outros consideram que Deus Se manifesta em lugares perigosos em natureza ou em animais, como leões ou búfalos. A ideia era de que Deus vai lhe prejudicar se você não tiver cuidado. Em seguida, outros veem a presença de Deus no ato sexual entre marido e mulher, promovendo a concepção. Isso chega perto de equiparar Deus com o sexo, o que não é surpreendente, pois o sexo é realmente um mistério. E porque a natureza às vezes apresenta um rosto sorridente, muitos reconhecem que Deus é bondoso, misericordioso e generoso.
Muitos acreditam que, mesmo em sua melhor forma, Deus é um problema, e você nunca pode realmente ter certeza do que Ele sente a seu respeito. Deve-se mantê-Lo feliz de alguma forma por agradá-Lo ou aplacá-Lo. Ele é imprevisível, e Seus humores mudam facilmente. Se Ele é o Doador da vida, também é o único que pode ficar com raiva e afastar as pessoas para longe dEle. Alguns criam que Deus mandou que os primeiros homens fossem a Ele para obter tudo de quanto precisavam, mas depois Se cansou deles e calma e furtivamente Se afastou enquanto dormiam. Muitos acreditavam que Deus Se retirou do homem caído. Além da Bíblia, a humanidade não tem qualquer meio de obter uma ideia clara sobre Deus.
Em contraste com estas muitas incertezas, a Bíblia ensina que Deus revelou-Se abertamente ao homem. Na verdade, Ele não tem nada a esconder. Ele está tentando desvendar-Se a Si mesmo, apelando ao homem para olhar e perceber. “Eu não falei em segredo, nem em lugar escuro da terra; não disse...: Buscai-Me em vão.” ... “Olhai para Mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da Terra; porque Eu Sou Deus, e não há outro” (Isaías 45:19, 22).
A Bíblia ensina que o homem original foi criado perfeito no Jardim, mas pecou e perdeu sua inocência e vida eterna. Muitas tradições repetem esta mesma história, mas a grande diferença entre eles e os ensinamentos da Bíblia é que, em todos esses relatos, “Deus Se retirou dos primeiros homens”.
Mas a Bíblia diz que o Deus “missionário” veio imediatamente procurar o homem perdido que tinha se afastado.
Aqui vemos dois opostos incríveis começando a tomar forma: o pecado faz o homem se sentir culpado e envergonhado de modo a desconfiar e não gostar de Deus; o pecado faz com que o amor de Deus brilhe ainda mais intensamente. Podemos ver isso claramente no relato bíblico. Quando o primeiro homem e mulher pecaram, “e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?” (Gên. 3:8, 9). Mal o homem havia caído, e o Senhor Deus veio procurá-lo!
Desde então, Deus nos tem procurado. Esta é uma das ideias de boas novas da mensagem de 1888. Ele é o “Bom Pastor” que sofre dor infinita e cansaço na busca do homem, sua “ovelha perdida” (Lucas 15:4-7). Ele também é como um noivo que procura a mulher a quem ama (a Igreja) e que é indiferente para com Ele (Apoc. 19:7, 8).
Não há povo em todos os continentes da Terra que já foi capaz de “ver” um Deus como este na pálida revelação da natureza. Esta tremenda ideia do amor buscador de Deus só poderia vir como uma revelação do céu. Na verdade, nenhuma outra religião na história do mundo tem chegado, em qualquer medida, perto dessa ideia de Deus como encontrada na Bíblia.

Outra Ideia de 1888 É a Revelação do Caráter de Deus
Embora a Bíblia nos ensine que Deus Se revelou à humanidade, não é na forma de uma montanha, ou árvore ou pedra, ou deserto, que esta revelação deve ser vista. Não precisamos fazer uma viagem a Meca ou a Roma para encontrá-Lo. Ele Se revelou numa Pessoa. A natureza pode vagamente revelar o Seu poder e Sua majestade; mas somente Jesus Cristo pode revelar o caráter missionário de um Deus que Se sacrifica e busca por amor. Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco” (Mat. 1:23). Jesus disse: “Quem Me vê a Mim vê o Pai . . . Crede-Me que estou no Pai, e o Pai está em Mim” (João 14: 9-11).
Você pode dizer: “Por que não viu até hoje esta Pessoa? Por que Ele não vem para a minha cidade e bate na minha porta e Se mostra a mim pessoalmente?” A resposta é que Ele veio para a sua casa e bateu à sua porta por meio do Espírito Santo. Deus estava em Cristo, e Cristo no Espírito Santo. Os três são um. Quando Jesus subiu ao céu, Ele disse, “e Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito da verdade...  Não vos deixarei órfãos: voltarei para vós”. “Aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas” (João 14: 16-18, 26).
Veja só, se Jesus tivesse permanecido na Terra pessoalmente, Ele teria mantido todas as limitações da nossa humanidade. Imagine milhões de pessoas tentando entrar no Seu gabinete para ter uma conversa com Ele. Se quisesse falar com Ele, teria que fazer uma consulta com o Seu “secretário” e talvez esperar por anos só para ficar cinco minutos em Sua presença, mas através do Espírito Santo, Ele vem para todos na Terra que estiverem dispostos a recebê-Lo. Você não tem que esperar um minuto sequer.
Mas você pode dizer: “Se isto é assim, por que nem todo mundo sabe sobre isso? O que tem impedido que esta revelação de Deus seja dada a todo o mundo?” A resposta é que Deus, graciosamente, partilhou conosco a emoção de dar a “Boa Nova”.

A Nação Que Foi Chamada Para Dizer (*isto) a Todo o Mundo
A disposição de Deus de nos deixar compartilhar a divulgação da boa nova é vista na escolha de Israel. Depois que o pecado tinha levado o homem a fugir de Deus, Ele chamou um homem que estava disposto a ouvir a Sua voz, Abraão: “Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” (Gên. 12:1, 2). O concerto eterno de Deus é uma ideia da mensagem focada em missões da mensagem de 1888. O total propósito desse convite especial foi fazer com que Abraão e sua “nação” fossem uma bênção para todo o mundo: “E em ti serão benditas todas as famílias da terra” (vs. 3).
Este foi o início de Israel, a nação que devia ter sido o missionário original para o mundo inteiro, levando a boa notícia a toda parte. Mas em seu orgulho eles não conseguiram fazer o que Deus os chamou para fazer. É por isso que as religiões tradicionais da Europa, Ásia, África e Américas têm faltado em tantas verdades. Somente uma luz muito débil tem-se revelado através de um pálido reflexo, em alguns casos, das verdades concedidas a Israel. A plena luz, no entanto, tem sido demonstrada em Cristo, “a luz verdadeira, que ilumina a todo homem que vem ao mundo” (João 1:9).
Agora Sua igreja deve cumprir o trabalho que Israel não realizou.Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2ª Cor. 4: 6). Antes que a obra de Deus seja cumprida “a terra [será] iluminada com a Sua glória” (Apoc. 18: 1).

--Paul E. Penno
    


Nota: A lição da Escola Sabatina é sempre ministrada pelo Pastor Paulo Penno no sábado anterior e o vídeo da mesma você o encontra na Internet no site: 1888mpm.org ou no youtube, acessível digitando-se simplesmente: 88denver99, entretanto, devido a viagem não haverá vídeo da classe da escola sabatina desta semana do pastor Paulo Penno.



Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 40 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Ele foi o principal orador do seminário “Elias, convertendo corações”, nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, realizado na igreja adventista Valley  Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919  Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99
Atenção, asteriscos (*…) indicam acréscimos do tradutor.

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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Lição 13 – Crucificado e ressurreto, por Ty Gibson



Para 20 a 27 de junho de 2015

A ressurreição de Jesus não foi um ato arbitrário de Deus. Ao contrário, foi a conquista definitiva do amor centrado no objeto de Seu amor — nós.
De acordo com Paulo, “a lei do Espírito e vida” pesaram seu decisivo conflito na pessoa de Jesus Cristo (Rom. 8:3). Tendo tomado sobre Si mesmo nossa “carne pecaminosa,” Jesus viveu uma vida incorrupta e sem egoísmo, na própria natureza humana na qual o princípio do pecado sempre reinou. O Pecado nunca O possuiu. Por virtude de Seu insistente amor pelos pecadores e Sua inabalável confiança no Pai, Cristo neutralizou o poder do pecado na própria natureza que temos. A Sua ressurreição é prova desta vitória.
 “Deus O ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (Atos 2:24). Precisamente porque o pecado, o qual é a causa da morte, nunca o possuiu!
Por que era impossível à morte retê-Lo? Porque Ele viveu uma vida sem pecado, não corrompida pelo egoísmo, exatamente na natureza humana na qual o princípio do pecado sempre reinou. O pecado nunca o possuiu.
Precisamente porque o pecado, que é o poder causador da morte, nunca se apossou dEle! O Pai não ressuscitou a Cristo furtivamente ou por decreto, mas por conquista legal. A ressurreição  de Jesus não foi um ato arbitrário de Deus. Ao contrário, era a revelação do fato de que a vida eterna é herdada em amor sem egoísmo. Era impossível à morte segurá-Lo porque Ele não se agarrou egoisticamente à própria vida em resistência à morte. Movido pelo poder do amor sem egoísmo, Ele depôs Sua vida pela salvação do mundo. Sua morte foi um ato livre da amor.
 “Eu dou a Minha vida,” Jesus explicou, “para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou; tenho poder para dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de Meu Pai” (João 10:17 e 18).
O FATO DE QUE NINGUÉM TOMOU SUA VIDA CONTRA A SUA VONTADE PROVA QUE ELA FOI DADA VOLUNTARIAMENTE EM AMOR.
Tendo abandonado o eu pelo bem de outros, Ele triunfou sobre o princípio do pecado, assim anulando o seu poder de destruí-Lo. O fato de que ninguém tomou a Sua vida contra a Sua vontade prova que ela foi dada em amor. Se os homens tivessem tomado Sua vida contra Sua vontade, a própria resistência de Sua vontade teria provado Sua incapacidade de amar a outros a qualquer custo para Ele mesmo. O pecado teria prevalecido sobre o amor. Mas porque Ele Se submeteu à completa perda do Eu, o amor permaneceu a força dominante em Seu coração. As palavras “Eu dou a minha vida para tornar a tomá-la,” estabelece uma vital conexão entre o sacrifício de Sua vontade e Sua ressurreição vitoriosa. Pois se o pecado é o poder da morte, e se a essência do pecado é o egoísmo, então se segue que o amor altruísta de Cristo, manteve-se até ao ponto da morte, é o poder pelo qual Ele venceu “a lei do pecado e da morte.”
Foi o diabólico propósito de Satanás frustrar o amor de Cristo pela humanidade e quebrar Sua confiança no Pai. A condenação do nosso pecado Sobre Ele, e o correspondente sentido de separação do Pai, o abuso e crueldade colocados sobre Ele por aqueles que Ele veio salvar — tudo foi calculado para deturpar o amor do Seu coração e forçá-Lo a concentra-Se em Si mesmo.
Os lideres religiosos zombavam dEle  dizendo, “Aos outros salvou, salve-Se a Si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus” (Lucas 23:35).
E também os soldados se uniram em zombaria, “Se Tu és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo” (Lucas 23:37)..
Um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dEle, dizendo: “Se Tu és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo, e a nós” (Lucas 23:39).
Salve! Salve! Salve!
A ironia é, Ele poderia ter Se salvado e nos abandonar ao nosso próprio egoísmo e ódio. Mas Ele simplesmente escolhe não fazê-lo.
Tudo sobre o evento da Cruz foi determinado para pressionar Jesus a preservar o Eu. O âmago da essência do caráter de Deus estava sob cerco. A questão central dos séculos estava pendente ante os homens e anjos, Quem é o Regente do universo? Do que é feito o Seu coração? Irá Seu próprio coração provar ser uma fraude sob pressão, ou irá Ele mergulhar nas profundezas do total sacrifício próprio por outros?
Quando escarnecido pela feiúra do nosso odioso egoísmo, continuará Cristo a amar-nos com renúncia altruísta, ou entrará Ele em colapso? Quando confrontado com a completa separação do Pai por causa das trevas, continuará Ele a pôr-nos em primeiro lugar, ou irá o impulso por preservar o eu às nossas custas chegar com Ele?  
Toda adoração inteligente e toda verdadeira lealdade são para sempre suas por virtude da Cruz.
Ao o Salvador pendurado sobre a cruz ser torturado no corpo e na alma, desprezado dos homens e aparentemente esquecido de Deus, completamente sozinho na profunda escuridão de nossa vergonha, amor e egoísmo permaneceram face a face em raivoso combate. Em Cristo, a lei do pecado e da morte mediam força contra a lei da vida, e a vida, por amor, ganhou a vitória. Na respiração final de Jesus, o Calvário foi colocado por lembrança por toda a eternidade o fato de que Deus é infinitamente altruísta. Toda adoração inteligente e toda lealdade são, para sempre Suas em virtude da cruz. E toda rebelião contra tal Deus como este é manifestamente injustificável.
A tumba vazia prova o triunfo do amor sobre o egoísmo. Este é o empreendimento monumental em evidência no Cristo ressurreto.


Ty Gibson


Ty Gibson é co-diretor do Ministério Light Bearers [Portadores da Luz] e pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia da cidade de Storyline em Eugene, Oregon. Ele é um comunicador apaixonado por Jesus mais do que por tudo que este mundo tem para oferecer, e pregava a  mensagem de Justificação pela fé, que abre, move e transforma mentes e corações, Ty Gibson prega sobre uma variedade de tópicos, enfatizando o amor infalível e inesgotável de Deus como o tema central da Bíblia. Ele é autor de muitos livros. É´casado com Sue Gibson,  têm três filhos adultos: Amber; Jason e Leah, e dois netos.