quarta-feira, 10 de junho de 2015

Lição 11 – O Reino de Deus, por Roberto Wieland, e outros.

Para 6 a 13 de junho de 2015

“O reino de Deus começa no coração” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 506.) Esta declaração simples encarna a plenitude da mensagem de 1888, que é a mensagem que nos foi dada por Deus para transformar corações duros por se concentrarem no eu em corações cheios de apreço por aquilo que Cristo fez na cruz e está fazendo por nós. É uma mensagem para nos preparar para a trasladação ao Seu reino, não para a morte.
Uma motivação maior do que tem prevalecido na Igreja em eras passadas se realiza no fim do tempo — a preocupação com Cristo, para que Ele receba Sua recompensa e encontre o Seu “descanso” na erradicação final do pecado. Toda motivação egocêntrica baseada apenas em medo do inferno ou esperança de recompensa (*da vida eterna) não é mais eficaz. A maior motivação é simbolizada no clímax da Escritura — a Noiva de Cristo tornando-se “pronta”. (*Apoc 19:7).
Ellet J. Waggoner, um dos (*dois) “mensageiros” de 1888, escreveu: “Houve, desde o princípio, um trono da graça e o reino da graça, da qual o homem caído se torna um súdito pela conversão. Deste reino o Salvador falou quando disse: “O reino de Deus não vem com aparência exterior; . . . Porque, na verdade, o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17: 20-21). Este reino tem estado se reunindo em seus súditos durante todas as eras em que os governos terrestres existiram; mas esse trabalho não deve prosseguir para sempre”.1
Algum dia nós estaremos no reino eterno de Deus da glória, graças ao nosso Salvador. Vamos considerar nossa peregrinação terrena pregressa e nos perguntar por que nos foi requerido tanto tempo para superar nosso mundanismo, nosso egoísmo, nossos vícios pecaminosos, sim, a nossa tibieza de Laodiceia? Veremos aquele puro “rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro” (Apoc. 22:1).
O que nos fez distintamente “adventistas” tem sido uma firme crença no breve retorno de Jesus, uma crença de mudança de vida pelo ministério de Cristo no compartimento do Santíssimo do santuário celestial neste (*grande) Dia da Expiação, e confiança no dom profético de Ellen G. White. Deus é o verdadeiro Cabeça da Igreja, e nada pode deter o que Ele Se propõe fazer. Seu objetivo será realizado através de uma mensagem especial: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14).
Esta mensagem a ser pregada é um presente especial para preparar o povo de Deus para a trasladação para a vinda de Jesus. Ela “amadurece o grão para a colheita”, isto é, atrai o Seu povo para distanciar-se de seu amor do mundo a fim de que queira que o Reino de Deus venha. Ela desperta um zelo como aquele que tinham os que esperaram por Cristo no outono de 1844.2 Não é algo nebuloso como no emocionalismo; é verdade bíblica que nunca havia sido tão claramente compreendida. Agora é definido como verdade clara. É uma mudança na experiência cristã do velho concerto para o pensamento do Novo Concerto. Esse foi o principal problema que afetou o recebimento (*da mensagem de justificação pela fé) de “1888”. Demonstrou que há “luz” no evangelho que é maior do que as Igrejas populares são capazes de ver.
Ellen White escreveu, “em meio aos gritos confusos, ‘Eis aqui o Cristo! Eis ali o Cristo!’ será dado um testemunho especial, uma mensagem especial de verdade apropriada para este tempo, mensagem esta que deve ser recebida, crida, e posta em prática”.3 Tão certo como o dia se segue à noite, tal mensagem virá. O arrependimento pela rejeição de tal mensagem na época de 18884 vai trazer uma aceitação incondicional da sua renovação.
Aprendemos a pensar na chuva serôdia como “uma mensagem da justiça de Cristo”, uma compreensão mais clara da piedade prática — tudo pela fé. Quando a chuva serôdia for acolhida, e não mais resistida, o povo de Deus terá dado o passo que conclui a mensagem da verdadeira Testemunha — ”vencerá assim como Ele venceu” (Apo. 3:21). A sua fé amadureceu sob os “chuveiros da chuva serôdia” de refrigério recebida, não rejeitada. De acordo com o testemunho de Ellen White, tudo isso deveria ter vindo bem mais de um século atrás, sim, dentro do tempo de vida das pessoas que viviam em 1856. Quando a chuva serôdia é recebida, ela prepara para uma grande “colheita” de almas humanas que irão responder a um final “soerguimento” de Cristo, e Este crucificado. Vai ser uma revelação da cruz que o mundo nunca viu tão claramente. A “mui preciosa mensagem” (*TM 91) irá penetrar em cada coração honesto da Terra.
Jesus diz: “Não temas, pequeno rebanho; pois é do agrado do Pai dar-vos o Reino” (Lucas 12:32). Paulo diz que Ele “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1ª Tim. 2:3,4). Por que alguém, então, se perde se não é Sua vontade que isso venha a se dar? A Bíblia deixa claro que é pela descrença que um homem ou uma mulher “anula a graça de Deus”.
Esaú tornou-se o grande protótipo de todos os perdidos que estarão diante do Grande Trono Branco. O irmão mais velho de Jacó tinha todo o direito de primogenitura; isso não poderia ser tirado dele. Mas quando Esaú estava com fome, cheirou o ensopado que Jacó estava preparando e fez a escolha solene e juramentada de “desprezar” o seu direito de primogenitura em favor dele. Ele o “vendeu” num momento de autogratificação, e nunca o conseguiu de volta, ”ainda que diligentemente o tenha buscado com lágrimas” (ver Heb. 2:16, 17).
O que precisamos fazer? Recuperar o que perdemos, é a resposta simples. O Senhor nos ama demais para querer nos humilhar; o arrependimento nunca fará isso. Vamos nos humilhar, sim; mas nosso Salvador nunca colocou os braços ao redor de nós tão calorosamente. Resolver nosso dilema é fácil; apenas dar à Igreja a nível mundial a mensagem que “nós” “em grande medida” rejeitamos, de acordo com a mensageira do Senhor. O problema é simples: o mundo precisa dessa especial Boa Nova que Deus queria dar-lhe. Como podemos ousar recusá-la, século após século? Que seja dada ao mundo!
Como sugerido por nosso Salvador, podemos orar algo como isto: “Que os obstáculos para a vinda de Seu reino sejam superados; em outras palavras, não deixem nada atrasar, ainda mais a segunda vinda de Jesus! Ensina-me como eu (embora tão indigno) posso ‘apressar’, e não retardar, aquele dia (2ª Pedro 3:12).

—From the writings of Robert J. Wieland, et al.

Endnotes:
1)        Ellet J. Waggoner, “The Coming Kingdom” (O Reino Vindouro) The Present Truth, 18 de outubro de 1894.
2)     Por favor, leia o relato em O Grande Conflito, págs. 372-374.
3)     Review and Herald, de 13 de outubro de 1904.
4)     Veja a introspecção da lição 10 (da semana passada), notadamente a nota de nº 5
O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.
Asteriscos (*) indicam acréscimos do tradutor.
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