sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Lição 9 – Metáforas da Salvação

Nos lampejos desta semana vamos inverter a ordem dos tópicos diários. Este método segue uma série de passos numa ordem definida, indo do amor motivador de Deus (lição de quinta-feira) até o resultado final que é a reconciliação (lição de segunda-feira). A redenção (lição de domingo) finalizará com uma ilustração das duas fases da emancipação.

Lição de quinta-feira—A Demonstração do Amor de Deus: Há um significado especial com respeito à declaração do amor de Deus nas primeiras três palavras do primeiro capítulo de Patriarcas e Profetas, e as três últimas palavras do último capítulo de O Grande Conflito. As três palavras são “Deus é amor”. Este é o principal tema no conflito dos séculos entre Cristo e Satanás. Pelo fim do conflito, como declarado nas últimas (*tres) palavras de O Grande Conflito, um coro de vozes vindo de “todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor”. (GC 678).

A cruz do Calvário é a eterna declaração do céu do imutável e incondicional amor de Deus. Paulo claramente apresenta o amor de Deus como revelado na morte de Cristo: "Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores". Isto foi enquanto éramos "fracos,... ímpios,... inimigos” (Rom. 5: 8, 6, 11. O centro de atração não só da Terra, mas também do céu, é a cruz onde Cristo crucificado é revelado no meio do trono como um “Cordeiro que havia sido morto” (Apo. 5:6).

Por meio da cruz aprendemos sobre a iniciativa e amor motivador de Deus. “Considerai a cruz do Calvário. É uma fiança que se ergue assinalando o ilimitado amor, a imensurável misericórdia do Pai celestial” (MS 154, 1897; Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 156). Esse amor é fundamental na dádiva de Cristo como o sacrifício expiatório para a nossa salvação.

Quarta-feira—Sacrifício Expiatório: O termo expiatório está envolvido no ato de Cristo de fazer expiação pelo sacrifício de Sua morte. Um sacrifício expiatório significa o ponto em que termina. Por Sua morte no Calvário, Jesus suspendeu legalmente a condenação e culpa em que incorreu Adão e a raça caída pelo pecado. O último respirar de Cristo (“nas Tuas mãos entrego o Meu espírito1”) foi um testemunho de Sua fé em Deus de que uma fase da expiação se tinha completado.

A morte de Jesus propiciou a base legal para a salvação. Em Romanos três ocorre o mais concentrado pensamento nas Escrituras tratando da obra de Deus de libertação do poder e efeitos do pecado. Consideremos três metáforas da salvação como alistadas nesse capítulo. Essas três—propiciação, redenção e justificação—procedem do santuário, do mercado e do tribunal.

A propiciação é o “enfoque sobre os meios pelos quais os pecados são perdoados, tendo poder expiatório, operando a reconciliação”. Esta figura de linguagem é também o enfoque “sobre o lugar onde os pecados são perdoados por meio do sangue de um sacrifício expiatório colocado ali (o) local do perdão, lugar onde Deus perdoa os pecados, geralmente (*em português) traduzido como propiciatório2 (Hebreus 9:5). Friberg, T., Friberg, B., & Miller, N. F. (2000). Vol. 4: Analytical Lexicon of the Greek New Testament (destaques do original).

O propiciatório2 era a peça mais importante do mobiliário dentro do lugar santíssimo do tabernáculo e, mais tarde, do Templo. Era uma cobertura de ouro colocada sobre a arca da aliança. Ali ficava no local onde a expiação coletiva (corporativa) era feita por Israel no Dia do Juízo, ou Dia da Expiação. Era por meio do sangue do sacrifício expiatório que a expiação era cumprida. Aqueles dois tipos vinham juntos no santuário—o sangue do sacrifício e o propiciatório simbolizavam ambos a Cristo. Jesus é tanto nosso Sacrifício como nossa Propiciação, nossa cobertura expiatória. Foram necessários os dois símbolos para ilustrar a obra expiatória de Cristo. Essa obra consiste de justificação e purificação. Em Romanos 3:25 a palavra original para reconciliação é empregada com relação aos meios da justificação expiatória, enquanto em Hebreus 9:5 o termo é empregado como o lugar da expiação. Esses dois versos assumem o escopo da expiação como o serviço típico ilustrava.

Terça-feira—Justificação, Segunda-feira—Reconciliação: A justificação é um termo legal. Em Romanos 3:24 Paulo apresenta a justificação divina pela graça como um dom a todos. A atividade justificadora de Deus é universal em escopo, como apresentada ali em relação ao “todo” do verso anterior, ou seja, todos quantos “pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Essa é uma justificação legal e coletiva em natureza nestes versos. Aqueles que são justificados no vs. 24 são “todos” que pecaram no vs. 23.

No plano de salvação há somente uma justificação, mas com duas fases. A primeira foi a obra de Deus em Cristo sobre a cruz pela qual Ele legalmente suspendeu a merecida condenação da raça caída (Rom. 5: 9,18). (Compare isto com o pensamento de que Cristo é o “Salvador do mundo”, João 4:42; 1 João 4:14. Contudo, isso não significa que todos serão salvos incondicionalmente. O Salvador do mundo deve ter permissão de morar dentro de uma pessoa que então experimenta pessoalmente a salvação). A segunda fase da justificação é cumprida quando as condições de fé e arrependimento são exercidas pelos indivíduos que ouvem as boas novas do evangelho juntamente com as reivindicações da lei que sonda o coração (Rom. 5:1; 2:4; 10:16,17)

A genuína fé e arrependimento sempre conduzem à obediência a todos os mandamentos de Deus (1 João 5:3; 2 João 6). É verdade que a lei não pode justificar (Rom 8:2). Ela convence do pecado e aponta a Cristo como nossa justiça justificadora. A lei testifica da justiça de Deus (Rom 3:21). Essa justiça, em Cristo, nos vem de Deus por meio da fé em Cristo—“a fé de Jesus” (Rom. 3:22). Mediante a fé do Representante da raça humana, a justiça de Deus alcança a todos do primeiro “todos” de Rom. 3:23, bem como o do segundo “todos”. (O manuscrito empregado pela Versão King James está correto aqui ao designar duas categorias de pessoas pelo duplo emprego de “todos”). É em razão de que a justiça justificadora de Deus alcança a cada um que “todos” vivem. Sem ela ninguém poderia possivelmente existir. Mas há muito mais. Deus não deseja que a Sua justiça se limite a propiciar mera proteção e vida temporárias. Ele deseja que todos sejam não meramente protegidos por Sua justiça justificadora. Assim, Ele a coloca dentro do “todos” quantos crêem. A justiça de Deus é uma justiça objetiva que deve ser experimentada subjetivamente por aqueles que crêem.

Como na justificação, há dois aspectos de reconciliação. O primeiro ocorreu na morte de Cristo, o segundo envolve o receber essa reconciliação. A primeira parte da fórmula é “Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo”, ou seja, “quando éramos inimigos”. A segunda é receber essa reconciliação, como Paulo escreveu, “ser reconciliados com Deus” (2ª Cor. 5:19; Rom. 5:9; 2ª Cor. 5:20).

Justificação e reconciliação são a mesma coisa. Ambas ocorreram quando Cristo morreu (Rom. 5:9, 10; 2ª Cor. 5:19-21), mas em nosso pensamento, a justificação precede a reconciliação. A razão é: a condenação legal, por causa de nossa culpa a condenação legal tinha que ser suspensa antes que pudesse ocorrer reconciliação. O pecado que separou Deus do homem primeiro teve que ser confrontado antes que a reconciliação tivesse lugar. O fato de que Deus “não enviou o Seu filho ao mundo” para o condenar (João 3:17), é revelado por Paulo em suas palavras derradeiras de Romanos 5:18: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida”. (ou, como em outra versão, “... justificação que concede vida”, ou ainda “... que transmite vida”).

Domingo-Redenção: Em conclusão, como a justificação e a reconciliação, a redenção tem dois aspectos. O primeiro é o ato legal de redimir ou adquirir (1ª Cor. 6:20; 1ª Pedro 1:18, 19); o segundo é a resposta de crer no primeiro aspecto. Assim como o Presidente Lincoln inicialmente fez vigorar a Proclamação de Emancipação, destarte colocando legalmente os escravos em liberdade, o escravo tinha que crer nas boas novas da determinação legal e devia agir em conformidade com o fato, a fim de experimentar liberdade pessoalmente3.

Gerald L. Finneman

Tradução de Azenilto Guimarães Brito.

Edição e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do editor:

Notas do editor:

1) Lucas 23: 46, é também a profecia de Salmo 31: 5 cumprida;

2) Propiciatório, (“mercy seat” em inglês, literalmente, assento, ou, lugar de misericórdia), “em heb. kapporeth; em Gr hilastérion, ‘um meio (ou lugar) de reconciliação, a tampa, ou cobertura da arca do concerto, embaixo da qual estavam depositadas as taboas da lei, Exodo 25:17, e Deut. 10:2. A lei e o evangelho— justiça e misericórdia—eram assim intimamente associados no antigo serviço do santuário” (Dicionário Bíblico, Vol. 8 da série SDABC, pág. 729, 2ª coluna. Grifos do original).

3) Igualmente no Brasil, a princesa Isabel assinou, em 13 de maio de 1888, a lei que pôs em liberdade todos os escravos, mas tanto nos EUA bem como no Brasil, os escravos tinham que crer nesta boa nova e caminhar para fora das fazendas destemidamente para que efetivamente desfrutassem a liberdade.

A seguir um resumo do artigo Redenção em Cristo, do pr. Geraldo Finneman, publicado na Newsletter de julho-agosto de 1996,

"REDENÇÃO EM CRISTO"

O principal tema de Paulo é, sempre, "Cristo e Este crucificado" (1ª Cor. 2:2).

A grande mensagem adventista é a de que Cristo morreu por toda a humanidade. Muitos universalizam o pecado, enquanto querem particularizar a justificação realizada por Cristo. Mas, ao contrário, a morte de Cristo causou um maior impacto à raça humana do que o pecado de Adão.

As bênçãos espirituais "em Cristo", (Ef. 1:3-14) advieram a toda a humanidade, crentes e incrédulos, por um só ato de justiça na cruz do Calvário, passiva e independentemente, isto é, toda a humanidade foi beneficiada, sem opção pessoal de qualquer um de seus elementos.

O pronome pessoal "nós", e as formas verbais na 3ª pessoa do plural, que aparecem, num total de cerca de 10 vezes neste texto, referem-se a toda a humanidade.

Cristo por Sua morte, não poderia justificar um único indivíduo, legalmente, sem também incluir toda a raça humana numa única justificação forênsica (legal) universal.

Se Ele, legalmente, não justificou a todos, teria que ter morrido individual e separadamente por cada um. Mas não, Ele morreu "uma única vez" (1ª Pedro 3:18) e por todos, sem qualquer ato volitivo (o exercício do livre-arbítrio) deles, isto é, não tivemos escolha, como também não decidimos mergulharmo-nos no lamaçal da natureza humana pecaminosa pelo ato de Adão.

Mas, porque "... todos pecaram...", isto é, porque cada um de nós escolheu repetir o ato de desobediência, a exemplo dele, todos estamos "...destituídos da glória de Deus" (Rom 3:23), e somos culpados perante o grande Doador da lei.

A lei moral de Deus, é universal, e igualmente o pecado se generalizou entre nós. Entretanto não há justificação pela lei, "ninguém será justificado diante dEle pelas obras da lei" (Rom 3:20).

Na Almeida este termo "ninguém", ou ("nenhuma carne", "no flesh" na KJV) é, igualmente, universal, e, como em Efésios, refere-se a toda a humanidade.

A justificação legal, histórica, "uma vez por todas", é fundamental para a mensagem da justificação pela fé. É objetiva, real, e teve existência independente de qualquer experiência subjetiva na mente do crente.

Quando o crente: a) entende o sacrifício feito pela majestade do céu, em dar-Se (João 3:16); b)contempla Sua vida de renúncia e sofrimento, especialmente no Getsêmani e Calvário, e, c) crê, pela fé "em Cristo", na eficácia de Sua morte, em expiação pela culpa de cada pecado que cometeu, a sincera resposta de seu coração será de gratidão e apreciação a Deus por Sua bondade para com ele (crente) em dar Seu Filho como o representante da raça humana, o 2º Adão, o Salvador da raça caída, para expiar, totalmente, a sua penalidade, ao morrer a 2ª morte por ela.

Assim, o ato objetivo, universal, legal, histórico, de Cristo torna-se subjetivo, individual, expiatório e fato presente na vida de cada um de nós em particular, ao, dia-a-dia, sermos santificados para Sua honra e glória.

A justificação legal (forênsica) levada a efeito no Calvário, não nos vem pela lei, nem pela fé, mas tão somente pela graça, e nos é dada gratuitamente. É "em Cristo" (Rom 3:24). Não pode ser separada dEle. Ele foi dado à raça humana. É uma justificação unilateral e universal. Todos: 1º) "pecaram" (Rom. 3:23); 2º) "estão destituídos da glória de Deus” (idem), e, 3º) são justificados gratuitamente (vs. 24).

A mudança de caráter, "em Cristo", vem quando alguém crê. Isto é chamado de "justificação pela fé". Tanto a justificação e a fé, ambas, são dadas a todos, exatamente como Cristo foi dado a todos.

Então, por que nem todos se salvarão? Porque recusam crer. Se todos acreditassem na eficácia do que Deus fez por eles, "em Cristo", todos seriam salvos, porque, então, não haveria coração algum que não se derreteria em gratidão e apreciação pelo Seu grande e "misterioso" ato.

A maioria despreza tal presente de Deus. Um dia será revelado que Deus, em Cristo, deu justificação e fé a todos os homens, em todos os lugares, mas a raça humana, em geral, rejeitou a Deus e Seu dom "em Cristo".

O perdão de Deus é gratuito, mas não é o ensinamento da "graça barata".

É de graça, mas foi terrivelmente custoso. Seu preço é infinito.

Uma vez seja apreciado no coração do receptor, será extremamente difícil desviar-se de Deus.

"A palavra "gratuitamente", em Romanos 3:24 é um termo legal. Significa grátis, livremente, não reservadamente, é "sem causa". É usada por Jesus em João 15:25: "Odiaram-Me sem motivo", "sem causa". Igualmente justificação legal, universal, é gratuitamente dada "sem causa". Isto também é odiado "sem causa" por aqueles que a recusam. Não há outra causa porque a justificação legal do Calvário seja odiada além de que é pelo fato de que Jesus é odiado.


OS TRÊS PASSOS BÁSICOS (rodapé da parte de 5ª feita, 13 de outubro de 05) isto também é do pastor Finneman

"No Calvário Jesus assinou, com Seu próprio sangue, a emancipação da raça Humana" ("A Ciência do Bom Viver", pág. 90). Quando a serva do Senhor escreveu esta frase, era grande o uso da palavra "emancipação" nos Estados Unidos da América do Norte, devido à libertação dos escravos naquele país, decretada pelo presidente Abraão Lincoln em 1º de Janeiro de 1863.

Tivemos, no Brasil, similar ocorrência quando, em 13/05/1888, a Princesa Isabel assinou a lei de emancipação dos escravos no Brasil, e ordenou a libertação deles. Como lá, também aqui no Brasil, por aquele simples ato cada escravo foi legalmente declarado livre.

Mas, de fato eles não foram libertados, continuaram trabalhando "o látego fogoso nos dorsos a estralar" (Castilho). O ato legal levou um só momento, mas antes que o aspecto experiencial fosse colocado em moção diversos fatos tinham que ocorrer:

1º) Cada escravo teria que ouvir as boas novas.

O conhecimento do ato legal de sua libertação era essencial, não os seus sentimentos.

2º) O escravo tinha que crer nas boas novas, caso contrário não teria sequer ânimo de enfrentar seu senhor.

Efésios 1:13 mostra estes dois primeiros passos na primeira parte do verso: 1º) "ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação...", e , 2º) "...tendo nele crido..." A última parte do verso conclui: "fostes selados com o Espírito Santo da promessa".

Este é o 3º evento para efetivação da libertação: tendo ouvido a boa nova de sua libertação, e crido nela, o escravo, possuído "de Cristo", pelo poder de Deus, caminha audaciosamente para fora dos domínios do implacável senhor.

Na mensagem de 1888 você encontra uma magistral afirmação:

"As portas da prisão estão abertas, saiam!!!"

Assim, o crente, "em Cristo", impulsionado pelo Espírito Santo, conscientizado de que a boa nova é efetiva e verdadeira, trazendo consigo mesma poder para realizar nele aquilo que afirma, pois é a própria "palavra de Deus"; recusa permanecer sujeito à escravidão, ousadamente afirma sua liberdade do antigo senhor, confiado no "selo" do ato emancipatório Divino (do Poder Judiciário do Império do Brasil, na pessoa da Princesa Isabel, no exemplo acima), não confia em seus próprios sentimentos, e marcha destemidamente para a liberdade.

Nós temos que confiar na autoridade e poder de Deus como nosso "selo" e "garantia", à nossa retaguarda, e em frente de nós, por baixo, por cima, e conosco, ao recusarmos, pela fé, e "em Cristo", à subseqüente escravidão ao inimigo da liberdade.

Ser emancipado segue-se ao ato emancipatório. Esta é a raiz, aquele o fruto. Um inicia, o outro participa. A ordem seqüencial é vital. Não é a emancipação que vem primeiro, assim como não nasce o fruto e depois cresce a raiz.

A obra de Cristo por nós é infinitamente maior do que o ato de Adão. Enquanto afirmando e proclamando a universalidade do pecado, sua volição (o aspecto da mente envolvida na decisão de cometê-lo ou não), sua subjetividade, seu fato momentâneo, presente; não devemos negligenciar ou negar a universalidade também do ato forênsico de Deus da Justificação na Cruz. Aqui houve uma decisão da Divindade, tomada "antes da fundação do mundo", de dar-Se pela raça caída, um ato objetivo e histórico.

Normalmente pensamos da Justiça de Deus como ato que proíbe nossa justificação.

Não é assim. Deus demonstrou Sua justiça "no tempo presente" em que é "Justo e Justificador" (Rom.3:26) daquele que tem fé em Jesus.

Assim o homem é deixado sem escusa para gloriar-se em si mesmo. Vanglória é lançada fora pela vinda da justificação pela fé. Jactância é a evidência da descrença em um coração pecaminoso.

Enquanto a descrença desarraiga a lei do coração, a fé a estabelece. Nós não somos justificados pela obediência, mas para obedecer.

—João Soares da Silveira.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Lição 8 – Nascido de mulher – Expiação e Encarnação.

O Gnosticismo1 é fundado no princípio grego de uma existência dualista que separa a matéria do espírito, o primeiro sendo inerentemente mal, e o último divino. Supõe que todas coisas materiais vieram à existência por um semi-deus caído (demiurge), que regia o mundo imperfeito, que, por sua própria existência, é antagônica ao espírito divino. No entanto, de acordo com esta crença, ocasionalmente entra na constituição de alguns homens uma centelha divina que pode ser desenvolvida por gnosis e prática de ritos especiais. Por gnosis, este indivíduo especial podia escapar do mundo material e torna-se inteiramente "espiritual".

O tal conceito circulava entre as primeiras congregações na Ásia, desafiando a verdade da natureza que Cristo assumiu na Sua encarnação. Para o cristão gnostico, a função de Cristo não era vir como Salvador para fazer uma expiação pela humanidade caída, e a redimir do pecado, mas era entrar neste mundo de mal e trazer gnosis à humanidade. Por aprender este "conhecimento" místico e seguindo Seu exemplo, uma "unidade" com Deus podia ser obtida. A idéia inteira estava no "relacionamento" ao invés do problema do pecado e sua repugnância a um Deus santo.

Na sua primeira carta, João falou às congregações, "ouvistes que vem o anticristo" e este "ouvir" veio pela segunda carta de Paulo aos Tess. (2:1-12), que largamente circulava entre as primeiras congregações. Depois da libertação do João de Patmos, ele viajou entre as igrejas de Ásia, sem dúvida testemunhando pessoalmente da introdução de filosofias gnósticas nas verdades pregadas pelos apóstolos. Uma das verdades que foi desafiada por ensino gnóstico, foi a natureza que Cristo assumiu na Sua encarnação. Negar a realidade da encarnação gerou um libertinismo entre os primeiros crentes que discutiam a verdade de vencer o pecado nesta vida, o que resultou em perda comum de religiosidade. Assim a verdade da santificação e vitória sobre o pecado caía em descrédito. Por tal ensino, a expiação de Cristo foi tornada de nenhum efeito.

João explicitamente abordou este problema nas suas cartas quando declarou que os enganadores circulando entre as igrejas negavam que Jesus veio "na carne" (sarx no grego). Ele escreveu: "Amados, não creiais a todo espírito [isto é, pessoa, ou "alma vivente"], mas provai se os espíritos são de Deus: porque muitos falsos profetas têm se levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne [sarx] é de Deus: e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne [sarx] não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes [pelo ensino de Paulo] que deve vir e eis que já está no mundo" (I João 4:1-3). Qualquer um que ensinou que Jesus não assumiu a real natureza caída do Seu antepassado Adão era "anticristo," (*isto é assim) claro e simples.

Antes da pregação de Cristo e Sua justiça numa mais plena medida, como A. T. Jones e E. J. Waggoner apresentaram na sessão (*da assembléia) da conferência geral de 1888, em Minneapolis, a natureza que Cristo assumiu era somente um assunto teológico secundário. Entretanto, desde que o ponto central do Evangelho é trazer à humanidade a verdade do poder de Deus sobre Satanás e o pecado, a natureza que Cristo assumiu tomou uma nova dimensão importante na pregação do Evangelho. Na edição de 1888 de The Bible Readings for the Home Circle, Leituras Bíblicas para o Lar (*o antigo Estudos Bíblicos em inglês) não havia nenhuma menção da natureza de Cristo, mas, na edição 1914 E. J. Waggoner deu uma contribuição significativa ao assunto no novo capítulo "Uma Vida Sem Pecado”:

"A idéia de que Cristo nasceu de uma mãe imaculada ou sem pecado, não herdando nenhuma tendência para pecar, e por esta razão não pecou, O retira da esfera de um mundo caído, e do exato lugar onde ajuda é necessária. No Seu lado humano, Cristo herdou exatamente o que cada filho de Adão herda—uma natureza pecaminosa. No lado divino, desde Sua exata concepção, Ele foi gerado e nascido do Espírito. E tudo isto foi feito para colocar a humanidade em um terreno vantajoso, e demonstrar que, da mesma maneira, cada um que é 'nascido do Espírito' pode ganhar iguais vitórias sobre o pecado em sua própria carne. ... Deus, em Cristo, condenou o pecado, não meramente sentenciando contra ele, como um juiz sentado no tribunal, mas por vir e viver na carne, em carne pecaminosa, entretanto sem pecar. Em Cristo, Ele demonstrou que é possível, por Sua graça e poder, resistir à tentação, vencer o pecado, e viver uma vida sem pecado em carne pecaminosa" (pagina 174; ênfase no original)2.

A. T. Jones, no seu livro O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, concordou (*com a idéia acima de Waggoner) dizendo: "Somente por submete-Se à lei de hereditariedade3 podia Ele vencer o pecado na plena e verdadeira medida como o pecado verdadeiramente é. ... Assim defrontou o pecado na carne que Ele tomou, e triunfou sobre ele, como está escrito: 'Deus enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado, condenou o pecado na carne'" (*Romanos 8:3). Abordando o ponto inteiro da expiação, Jones declara: "Se Ele não fosse da mesma carne como são os que Ele veio redimir, então não haveria nenhuma utilidade de Ele ter sido feito carne de modo algum" (págs. 48, 41, e veja também a pág. 42; ênfase em original).

O Guia de Estudos deste Trimestre, (*edição do) Professor (*pág. 101) faz uma pergunta bem pertinente: "Quais são as implicações de ser Cristo o segundo Adão"? Esta pergunta nos traz à mente a verdade da natureza que Cristo assumiu pelos pecadores atolados no lamaçal de pecado e rebelião. Porque Cristo tomou sobre Ele a natureza caída de Adão e "em tudo foi tentado, mas sem pecado" temos a garantia de vencer "assim como Ele venceu". Este é o ponto crucial das boas-novas do Evangelho! Nós não temos um "salvador" que mora em algum lugar alto e grandioso, longe, fora do problema de pecado, mas antes temos um sumo sacerdote que “pode compadecer-Se de nossas fraquezas” (*na KJV se lê:"tocado com o sentimento de nossas enfermidades") que sabe como "socorrer aos que são tentados". Assim quando tentados, não importa por quê, nós podemos “vir com confiança ao trono de graça" e "em tempo oportuno” (*ou “em tempo de necessidade”, KJV) podemos achar graça, misericórdia, e poder sobre o pecado (Heb. 4:15-16; Apoc. 3:21; Heb. 2:18) (*e Heb. 4: 15 e 16).

Porque Jesus tomou sobre Si a natureza do Adão depois da queda, e nessa natureza "condenou o pecado na carne" (Rom. 8:3), Ele provou que as reivindicações de Satanás contra a lei de Deus são falsas. Então, em conformidade com o concerto que Ele tinha feito com Seu Pai “antes da fundação do mundo” (Apoc. 13:8), Cristo, como a humanidade corporativa, levou aquela natureza caída à cruz e pagou o preço final pela redenção do pecado, crucificando “o nosso velho homem" de pecado, e pondo a humanidade livre de condenação (Rom. 8:1-4; 6:5-17; Gal. 2:20).

Como poderiam as "boas-novas" ser melhor que isto?

Ann Walper

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do Tradutor:

1) O nome “gnosticismo” é dado a todas as diferentes teorias que professam ser cristãs mas incorporaram também elementos helenísticos (tradições filosóficas gregas), e ensinavam uma cosmovisão dualista. A alma humana é parte da divindade que caiu na escuridão e mundo mal da matéria. Cada seita gnóstica diz ter um “conhecimento” (gnosis) especial para comunicar, pelo qual a alma pode obter libertação da matéria e ganhar sua volta ao mundo superior. A maioria dos gnósticos eram fortemente anti-judeus e apresentavam o Deus do Velho Testamento como um Ser inferior, demiurgo (artesão em grego) que criou o mundo material “mau”, hostil ao Deus Supremo do Novo Testamento. Este “conhecimento” capacita a alma a escapar. O gnosticismo está na base filosófica e religiosa de muitos movimentos e seitas como a Nova Era, o espiritismo, o hinduísmo, etc.

2) Como a autora salientou acima, a edição de The Bible Readings for the Home Circle da qual ela colheu o texto apresentado por Ellet José Waggoner, é de 1914, sendo que na edição de 1888 não havia nenhuma menção à natureza que Cristo assumiu na encarnação.

Assim, analise a evolução desta doutrina na Igreja Adventista:

A mensagem da Justiça de Cristo nos veio em 1888 (Testemunho para Ministros, pág. 91 em diante) ano em que a primeira edição já havia aparecido.

Na edição de 1914, um dos dois mensageiros de 1888, E. J. Waggoner, deu a contribuição acima transcrita.

As edições de 1916 da Pacific Press, e a de 1944 da Soutthern Publishing House, mantiveram-se inalteradas neste capítulo. A que tenho é da Review and Herald, Washington D,C, de 1951, revisada em 1949. (Ver nestas edições em inglês as págs. 120 e 121).

À pág. 121 temos a pergunta, “Em Sua humanidade, de que natureza Cristo participou?

Resposta: “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hebreus 2:14).

Pergunta: Quão completamente Cristo partilhou de nossa comum humanidade?

Resposta: “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (verso 17).

Na versão para o português, levou o título de “Estudos Bíblicos”. Das edições da CPB, na 3ª edição, pág. 151, e nas duas que temos, uma de 1972 e outra de diversas décadas antes (sem data), às págs. 140 e 141, temos a mesma Pergunta: Até que ponto partilhou Jesus de nossa humanidade comum?

A resposta é a mesma acima, Hebreus 2:17. e a nota diz:

“Em Sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída. Senão, não seria então ‘em tudo semelhante aos irmãos,’ não seria como nós em tudo ... tentado, não venceria como nós temos de vencer, e não seria, portanto, o completo e perfeito Salvador que o homem necessita e deve ter para ser salvo. A idéia de que Cristo nasceu de uma mãe imaculada ou isenta de pecado, sem herdar tendências para pecar, e por isso não pecou, põe-nO à parte do domínio de um mundo caído, e do próprio lugar onde é necessário o auxílio. De Sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo filho de Adão—uma natureza pecaminosa. Do lado divino, desde a própria concepção, foi gerado e nascido do Espírito. E tudo isso foi feito para colocar a humanidade num plano vantajoso, e demonstrar que, da mesma maneira todo que é ‘nascido do Espírito’ pode obter idênticas vitórias sobre o pecado, mesmo em sua pecaminosa carne. Assim cada um tem de vencer como Cristo venceu. Apoc. 3:21. Sem este nascimento, não pode haver vitória sobre a tentação, nem salvação do pecado. João 3: 3-7.”

Até a década dos anos 1950 nossa igreja cria desta maneira, como os pioneiros receberam nossas doutrinas por inspirada outorga divina, isto é, Cristo, na encarnação, assumiu a nossa natureza caída. Confira isto em diversas citações do Esp. de Profecia, como O Desejado de Todas as Nações, pág. 49, e em outras publicações antigas.

No Brasil nossas edições desta obra aderiram a este erro mais de 3 décadas depois, somente na edição de 1995 o parágrafo acima, em vermelho, (nota da pergunta 6) foi omitido. Entretanto veja a pergunta 7 (pág. 152 da edição de 1995, 141 da edição de 1972:

Pergunta 7: “Onde, em Cristo, condenou Deus o pecado, e nos ganhou a vitória sobre a tentação e o pecado?

Resposta: “Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne(Rom. 8:3). E o revisor que omitiu a nota acima, em vermelho, tanvez esqueceu-se de omitir esta nota que diz:

“Deus, em Cristo, condenou o pecado, ... vindo e vivendo na carne, na pecaminosa carne, sem todavia pecar. Em Cristo Ele demonstrou que é possível, por Sua Graça e poder, resistir à tentação, vencer o pecado e viver uma vida sem pecado na pecaminosa carne.”

Temos, traduzido e gravado em CD e fita K7, e imprimido, um sermão feito pela Sra. White com o título “Cristo Tentado Como Nós”, publicado por ela. Se desejar possuir este “kit”, entre em contato conosco. Este sermão nunca foi impresso pela nossa organização. Quem me afirmou isto, foi o maior teólogo adventista em Cristologia, segundo me recomendou um dos lideres da Divisão Sul Americana ao telefone, anos atrás. Por coincidência este teólogo, que me foi recomendado para me ensinar sobre cristologia foi meu colega de sala no velho IAE, hoje UNASP I. Quando ele aqui esteve em Belo Horizonte almoçamos juntos em minha casa. Na ocasião eu exibi a ele o original impresso do sermão em inglês, e lhe fiz esta indagação e ele me respondeu com um categórico “—NÃO”, isto é, tal folheto não havia sido publicado pela organização. E ele completou: “—Mas isto é fácil de se confirmar, vou pesquisar no ‘Centro White’, e lhe informarei”. Nenhuma depreciação ou afirmação de falsidade da publicação foi expressa por ele, embora não o tenha folheado. Entendi, deste incidente, que ele o conhecia detalhadamente, pela clara e incisiva resposta ante o simples olhar que lançou ao exemplar do original sem mesmo folheá-lo; (mas posso estar enganado quanto a esta minha percepção). Até hoje estou aguardando a pesquisa prometida.
À pág. 212, de “Estudos Bíblicos”, em português, no capítulo “A Queda da Moderna Babilônia” lemos: “Pelo dogma da imaculada conceição da virgem Maria (*a igreja de Roma) nega haver Deus em Cristo assumido a mesma carne do homem caído, exatamente como o fazia Babilônia antiga” (O nosso Salvador é “Deus Conosco. Os deuses de Babilônia não habitam com os homens, Daniel 2:11).

3) a Lei da Hereditariedade é encontrada estabelecida para os seres vivos na criação pelo próprio Criador, em Gênesis 1 na expressão “... conforme a sua espécie ...”, vs. 12, 21, 24, 25, etc. “Esta expressão ocorre 10 vezes no primeiro capítulo de Gênesis, e num total de 30 vezes nos livros de Moisés, especialmente em Gênesis 1, 6 e 7; Lev.11, e Deut. 14. A referência é a tipos de animais e plantas, não a seus comportamentos reprodutivos. É, entretanto, um fato da natureza que os seres vivos reproduzem outros seres que se assemelham a seus pais. Variações com certos limites são possíveis, mas estes limites estão longe de criar novos tipos de animais e plantas. Veja Gen. 6:20; 7:14; Lev. 11:14-16, 29; Deut. 14:13-15.” Comentário Bíblico, vol. 1 da série SDABC, pág. 212, 2ª Coluna.

À pág. 214, 1ª Coluna, é repetida a primeira parte do que acima transcrevemos e então acrescenta: “ aqui a expressão ‘conforme a sua espécie’ explicitamente indica que os distintos tipos de animais que vemos vieram à existência na criação e não através de um processo de desenvolvimento como os evolucionistas afirmam.”

Na pág. 215, 1ª coluna, sobre a expressão ‘conforme a sua espécie’ lemos: “A declaração se refere a todas as três classes de seres vivos, cada qual tendo seus distintos tipos. Estas palavras inspiradas refutam a teoria da evolução que declara que formas superiores de vida se desenvolvem de inferiores, o que sugere que é possível produzir seres vivos de elementos terrestres inanimados. ...” [mas] “os cientistas nunca foram capazes de produzir, a partir de matéria sem vida, uma única célula que fosse capaz de viver e reproduzir sua espécie.”

À pág. 754, 2ª coluna, a expressão de Lev. 11:14, “‘segundo a sua espécie’ indica todos os membros dos tipos básicos, tendo asas pontudas e calda bifurcada.(veja vs. 15 e 16).”

À pág. 1001, 1ª coluna, a expressão de Deut. 14:14, falando sobre o corvo, ao dizer “segundo a sua espécie” diz que vem da raiz que significa “que é de cor preta”, como é a cor do corvo. Não poderia ser diferente. É a lei da hereditariedade.

Enfim, a “lei da hereditariedade” que Cristo assumiu foi assim analisada por Ellen G. White em O Desejado de Todas as Nações, pág. 49: Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de Seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável.”

O que vê você na “história de Seus ancestrais terrestres”? somente erros e pecados os mais variados.

“Por conseguinte, tanto pela herança, como pela imputação, foi Ele ‘carregado com os pecados do mundo’, e, apesar de estar carregado com esta imensa desvantagem, passou triunfantemente sobre a terra, onde, não havendo qualquer sombra de desvantagem, o primeiro par caiu” (O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, pág. 40 e 41).

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lição 7 – Expiação em Símbolos - II

Deus preferiu antes morrer por nós que viver sem nós.

O Dia da Expiação é evidência de que Deus não instituiu o sistema sacrifical para ser um ciclo perpétuo, interminável de pecado, confissão, e perdão sem qualquer conclusão.1

Os serviços executados diariamente para o corpo coletivo de Israel provia a transferência dos pecados ao templo, que, por suas muitas facetas, representa Cristo. Os israelitas não tinham que estar presentes para os sacrifícios diários da manhã e da tarde que os sacerdotes sacrificavam pelo acampamento inteiro. Durante o ano, a única participação ativa era quando o indivíduo trazia um animal para ser sacrificado por perdão específico. Em ambos exemplos, o significado era a transferência de pecado para o templo, que assim, tornava-se contaminado no curso do ano.

Semelhante ao ministério diário, na cruz quase o mundo inteiro ignorava a existência do acontecimento, e poucos dos que estavam cientes entendiam sua importância. Entretanto, “o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de nós todos” (Isa. 53:6), sem ter em conta nossa presença ou identificação com sua importância. Maria Madalena pode ter entendido, mas suas declarações no jardim, no domingo de manhã, revelam que ela não estava ciente que também haveria uma ressurreição.

O Dia da Expiação era diferente do ministério diário em que Israel devia afligir suas almas2, humilhar-se e não fazer nenhum trabalho (Lev. 16:29-31). Este processo começava quando a Festa das Trombetas se iniciava dez dias antes do Dia da Expiação.3 Por que a diferença? Envolvia o limpar do pecado o templo individual da alma, algo que Deus nunca forçará. Haverá uma participação consciente e informada onde o arrependido reconhecerá sua boa vontade para que o Espírito Santo faça Seu trabalho de convencer do pecado. O arrependido reconhecerá seu pecado e condescenderá com a remoção e transferência desses pecados para o templo.

O acampamento era assim dividido em dois grupos, os que participavam por afligir suas almas, e os que não se afligiam. Logicamente, os que pertenciam a cada grupo deviam ser identificados por um julgamento, porque o acusador dos irmãos continuamente reivindica todos habitantes da terra como seus. Foi este conceito de julgamento que alertou os pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo-Dia à explicação adequada da profecia dos 2300 dias de Daniel 8:14. É depois deste processo no antitípico dia cósmico da expiação que Cristo declara: "E, eis que cedo venho, venho rapidamente, e o Meu galardão está comigo..." (Apoc. 22:12). Todas as suas decisões foram feitas, e Cristo selou Sua Noiva. Os que recusam participar no processo de purificação receberão os resultados de sua escolha, serem “extirpados.”

A esses que aceitam a expiação (*unidade atonement, em inglês, at-one-ment) com Cristo (*a finalmente realizada unidade com Cristo) e permitem que Ele lave suas vestes, será dado o direito à árvore da vida, e poderão entrar na Cidade pelas portas (Apoc. 22:14). São vitoriosos sobre a besta, sua imagem, e seu número por submeterem-se ao fogo do refinador e são habilitados a ficar de pé no mar de vidro misturado com fogo cercando o trono de Deus (Apoc. 15:2).

O Salmista declara, "O Teu caminho, ó Deus, está no santuário" (Salmo 77:13 ARC). O Dia da Expiação demonstra o novo e vivo caminho, que Cristo, pela Sua carne, consagrou para nós. “Ele, vindo na carne, identificando-Se com a humanidade na carne, consagrou-nos, a nós que estamos nesta carne, um caminho daqui onde estamos para lá onde Ele está atualmente, ou seja, à mão direita do trono da Majestade nos céus no lugar santíssimo” (De Alonzo T. Jones, em O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, pág 82)4.

Os sacrifícios e o serviço do santuário terreno não podiam tirar os pecados dos homens, e, portanto, não os podia trazer a esta perfeição. Mas o sacrifício e o ministério do verdadeiro Sumo Sacerdote no santuário e no verdadeiro santuário realizam isto. Isto tira totalmente cada pecado. E o adorador é tão verdadeiramente perdoado que “não tem mais consciência dos pecados” (Heb. 10:2).

Isaias experimentou um Dia pessoal de Expiação (Isaias 6). Na sua visão, ele contemplou a Deus sentado no Seu trono (o propiciatório) com Serafins com seis asas (a arca). Depois de reconhecer seu pecado ele o confessou, temendo que estivesse "perdido". Outra expressão para "estou perdido" é "sou extirpado” (* Almeida Fiel, ou, em outras versões, “cortado”, ou “eliminado”), que é o castigo para os que se recusaram a participar no Dia. Isaias se submeteu ao processo de purificação quando uma brasa ardente tocou seus lábios. Isto foi declarado ter tirado sua iniqüidade e expiado o seu pecado.

Esses que têm vencido o sistema de auto-adoração da besta são qualificados a ficar em pé no mar de vidro (Apoc. 15:2-4). Eles exercitaram fé para seguir a Cristo pelo caminho que Ele consagrou no Seu ministério no segundo compartimento (*o lugar santíssimo do santuário). Quando o juízo for encerrado, não haverá nenhuma necessidade de um mediador porque em Cristo eles já ficam de pé na presença de Deus. Eles agora são selados "em um" com Cristo, e nEle eles são habilitados a cantar o cântico de Moisés e do Cordeiro. É meu desejo que todos nós, avidamente, apreciemos o processo de purificação que resulta em expiação (*a unidade com Cristo)

Arlene Hill


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

1) Gen 3:15 já apontava para um único ato remidor—a ferida mortal na cabeça da serpente. O sistema sacrifical apontava para o Messias, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), que haveria de morreruma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus;” (I Pedro 3;18).

Como um dos atos de Deus no Dia da Expiação seria uma obra de julgamento, Ele teve que respeitar o livre arbítrio que havia concedido a Adão e Eva. Assim Ele não criou uma cerca em volta da árvore do conhecimento do bem e do mal, entretanto os advertiu das conseqüências da desobediência.

Também Deus já havia colocado nos seres humanos, quando os criara, o senso de vergonha pela nudez, não somente em relação aos semelhantes, mas também para que fossem “irrepreensíveis em santidade” (I Tess. 3:13) diante dEle. A multifacetada tentativa do homem, através da moda, de adornar-se, cobrindo a sua nudez, começando com “as folhas de figueira” (Gen 3:7), são obras da carne, e não trazem a justiça eterna. Só um único ato poderia realizar isto, e, imediatamente, “fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu” (Gen 3:21). Os que não forem cobertos pelo único manto de justiça capaz de os tornarem aptos a comparecerem na presença de Deus, o manto da justiça de Cristo, se esconderão “nas cavernas e nas rochas das montanhas” e dirão “aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro” (Apoc. 6: 15 e 16). Quando Cristo voltar os reais cristãos não terão vergonha, porque não estarão nus, mas cobertos com a única veste que os podia restaurar.

2) No dia da Expiação “cada homem deveria afligir a sua alma, enquanto prosseguia a obra da expiação. Toda ocupação era posta de lado, e toda a congregação de Israel passava o dia em humilhação solene perante Deus, com jejum e profundo exame de coração” (Patriarcas e Profetas pág. 355).

3) Até o presente os judeus ortodoxos em todas as partes do mundo chamam estes dez dias, que antecedem o Dia da Expiação, do primeiro dia do sétimo mês até o décimo dia deste mesmo mês, “os dez dias de arrependimento.” Estes são dias preparatórios para o solene Dia da Expiação. Durante muitos séculos da era cristã, o povo judeu chamava este dia de Rosh Hoshanah, o Ano Novo Judeu, hoje chamado de Yom Kippur. É considerado pelos filhos de Abraão como o mais sagrado e solene dia do ano.

A Enciclopédia Judaica, Vol. II, pág. 288, publicada por Funk and Wagnalls Company, New York, faz o seguinte comentário em relação a este dia: “O sério caráter impresso sobre este dia, desde o tempo de sua instituição, tem sido preservado até o presente. ... Nenhum judeu, em comunhão com a sinagoga, deixará de observar o Dia da Expiação, descansando de todos os seus labores e atendendo ao serviço na sinagoga.”

Neste dia todas as pendências entre o povo deviam ser endireitadas. À hora do serviço da tarde todos os votos, promessas, juramentos, e outras formas de acordos e contratos que possam não ter sido concluídos têm que ser absolvidos. Eles têm que ser expiados, eles deve ser perdoados. É uma solene e santa convocação.

No serviço a lei e os profetas eram lidos, especialmente as partes que se referiam ao jejum e aflição da alma. O penitente é relembrado de que ele deve ser selado antes que o dia termine. Durante as últimas horas do dia ele ora: “Pai nosso, nosso Rei, sele nosso nome no livro da vida; ... “

A Enciclopédia Judaica, Vol. II, pág. 281, diz: “Assim os dez primeiros dias de Tishri (o sétimo mês bíblico) eram, enfaticamente, os Dias Penitenciais do ano, separados para trazer uma prefeita mudança de coração e tornar Israel como criaturas nascidas de novo. ... culminando com o Dia da Expiação, o dia anual do perdão divino dos pecados, quando Satanás, o acusador, não conseguia achar pecado entre o povo.”

No encerramento dos serviços deste dia cada homem e mulher cumprimentava seus amigos e vizinhos. Apertavam as mãos e ofereciam uns aos outros a alegre expressão, “—Que você tenha recebido um bom selamento.”

“O Dia da Expiação significava tudo para o sumo sacerdote bem como para o povo. Este representante de Deus e do homem era colocado numa singular posição durante as horas deste dia sagrado. Com relação ao povo em favor de quem ele oficiava, ele mediava em seu favor pela última vez se ainda existisse algum pecado não confessado. Ele deve estar limpo, Sua família também deve estar separada de toda impureza” (A Enciclopédia Judaica, Vol. II, pág. 284).

Todas as informações desta nota 3 acima foram colhidas da obra O Messias no Seu Santuário, do pastor Frederick Carnes Gilbert (1867 – 1946). Ele foi a maior autoridade que tivemos em assuntos hebraicos especialmente o santuário. Ele era judeu e profundo conhecedor das línguas bíblicas. Foi um incessante obreiro junto aos judeus, e secretário do Departamento Judeu da Conferência Geral. (Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, págs. 515 e 516)

4) Veja, em seqüência, o que mais tem Alonzo T. Jones para nos dizer nos §§ que seguem:

"Na Sua vinda na carne—tendo sido feito em todas coisas como nós, e tendo sido tentado em todos pontos como somos—Ele identificou-Se com cada alma humana, exatamente onde essa alma está. E do lugar onde cada alma humana está, Ele consagrou para essa alma um novo e vivo caminho através de todas as vicissitudes e experiências de uma vida inteira, e mesmo através da morte e da sepultura, no Santíssimo na mão direita de Deus para sempre.

"Oh! aquele caminho consagrado! Consagrado pela Suas tentações e sofrimentos, pela Suas orações e lágrimas, pela Sua vida santa e morte sacrifical, pela Sua triunfante ressurreição e ascensão gloriosa, e pela Sua entrada triunfal no Santíssimo, à mão direita do trono da Majestade nos céus!

"E este "caminho" Ele consagrou para nós. Como Ele Se tornou um de nós, fez deste caminho nosso caminho; ele pertence a nós. Ele dotou cada alma com o divino direito de trilhar neste consagrado caminho; e por Ele ter feito isto, tendo-o feito na carne—na nossa carne—tornou possível, sim, Ele deu garantia real, que cada alma humana pode andar nesse caminho, em tudo que esse caminho significa; e através dele entrar plena e livremente no lugar Santíssimo.

“Ele, como um de nós, na nossa natureza humana, fraco como nós, carregado com os pecados do mundo, na nossa carne pecaminosa, neste mundo, viveu uma vida inteira, “santa”, inocente, pura, separado dos pecadores, e foi “feito mais sublime do que os céus”. E foi assim que Ele fez e consagrou um caminho, pelo qual nEle cada crente pode, neste mundo, e durante uma vida inteira viver uma vida santa, inocente, pura, separada dos pecadores. A conseqüência desta vida é que ele será feito, com Ele, mais sublime do que os céus.

“A perfeição, perfeição de caráter, é o alvo do cristão.—perfeição obtida na carne humana neste mundo. Cristo atingiu-a em carne humana neste mundo e assim fez e consagrou um caminho pelo qual, nEle, cada crente pode obter a mesma. Ele, a tendo alcançado, tornou-Se nosso grande Sumo Sacerdote, pelo Seu ministério sacerdotal, no verdadeiro santuário, para habilitar-nos a obtê-la.

"Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é O que prometeu (Hebreus 10: 19-23). (O Caminho Consagrado para a Perfeição Cristã, págs. 82-84).

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A Mensagem do Santuário Faz Sentido?

A Mensagem do Santuário Faz Sentido?1

*“Ela nos revela o desfecho triunfante da controvérsia entre a justiça e o pecado”. Evangelismo, página 222, e O Grande Conflito, pág. 488).

A mensagem de 1888 explica este mistério do Santuário?

Uma questão tem constantemente surgido: “O que aconteceu em 1844 tem algum outro significado além de ser um quebra cabeça?”

A menos que se encontre uma resposta (*para esta pergunta), a devoção pela nossa “Mensagem do Santuário” perde o seu valor.

E, se isso acontecer, diga adeus a qualquer mensagem significativa (*da denominação Adventista de Sétimo Dia) além do que têm, por exemplo, os “Batistas do Sétimo Dia”.

Um desafio é constantemente lançado contra nós: Podem vocês adventistas provar a “mensagem do Santuário”, inclusive 1844 e o “Juízo Investigativo” com a Bíblia somente, sem usar Ellen White como muleta?

Bem, batizado em Cristo nesta igreja, e por muitas décadas pregando a mensagem do Santuário, eu tenho ponderado sobre este problema. Sem nenhuma confusão ou dúvida interna. Eu tenho usado somente a Bíblia para apresentar a doutrina do Santuário para os não-adventistas, quando tenho preparado pessoas para o batismo.

Eu a vejo ensinada na bíblia, sem precisar buscar ajuda de Ellen G. White, tão claramente quanto vejo a verdade do sábado. Ela disse:

“A compreensão correta do ministério do Santuário Celestial constitui o alicerce de nossa fé.” Evangelismo, página 221.

(*Você há de encontrar outras denominações que observam o Sábado. Você achará outros movimentos que pregam a reforma de saúde. Existem mesmo grupos que crêem na mortalidade da alma. Mas, a doutrina do Santuário é) o único ensinamento dos adventistas do Sétimo Dia que nos fazem diferentes de todas as demais denominações. “Essa doutrina é a coluna que sustenta a estrutura de nossa posição.” Carta 126, de 1897.

Ela estava certa, “O Santuário no Céu é o próprio centro da obra de Cristo em favor dos homens.” Evangelismo, pág. 222. O que Cristo está ministrando lá, para aqueles que a receberão, é a experiência da justificação pela fé. Essa é a atividade na qual Ele se ocupa em Seu “ofício” Sumo-Sacerdotal.

A mensagem do Santuário se relaciona intimamente com essa verdade especial (*da obra intercessora de Cristo em nosso favor).

Muitos dizem: “—vocês adventistas são ingênuos, passaram por uma lavagem cerebral.” Bem, pelo menos eu gosto de ensinar esta, e todas as demais verdades da Bíblia. E tenho feito isto a pessoas de todos os níveis sociais e culturais, pessoas pensantes, que não se deixam enganar por fábulas; batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, e que permanecem a vida toda comprometidos com os adventistas do Sétimo Dia, (*ensinando estas verdades a outros mais, e estes a ainda outros, e a todos fazendo o mais inteiro e completo sentido)

“A Doutrina do Santuário é um conjunto completo de verdades, ligadas harmoniosamente entre si, mostrando que a mão de Deus dirige o grande movimento do advento.” O Grande Conflito, pág. 423.

Então surge a pergunta: Por que há tantos adventistas relegando a doutrina do Santuário? Por que, por exemplo, nosso atual editor associado do Comentário Bíblico Adventista repudia (*esta doutrina) totalmente?2

Ele diz que é questão de responsabilidade. É algo que funciona como uma desvantagem para o obreiro, e ele afirma que há muitos de nossos pastores e líderes que intimamente duvidam (*da verdade desta doutrina), embora permaneçam na igreja como empregados. Ele insinua que eles gostam de salários e ajudas de custo que os obreiros recebem (“perks”).

O que eles têm entendido como a mensagem do Santuário tem sempre sido somente uma fria doutrina teológica. Nunca se tornou uma verdade que prende e ardentemente toca o coração. Nunca aprenderam a amar a verdade.

Esta mensagem os deixou frios, e, possivelmente, em muitos casos, pior do que isto, os deixou dominados por temeroso pesadelo. Eles vêem o ministério de Cristo no (*segundo) compartimento do santuário, chamado Santíssimo, ou Santo dos Santos, como um julgamento de tribunal, onde nossa própria existência é posta em risco. Uma escorregadela em rejeição no juízo investigativo seria ou é um despacho para o inferno.

Assim esta visão distorcida da doutrina do santuário, não é mero conhecimento teológico irrelevante; seu efeito colateral para eles é um terror espiritual.

É importante entender esta questão. Uma declaração de Ellen White faz simples e bom sentido. Ë uma breve passagem onde ela diz que se nós rejeitamos a passagem de Cristo de um compartimento para outro no Seu ministério no Santuário em 1844, nos colocamos em aberto para uma decepção do falso cristo, se postando no lugar do Verdadeiro, estabelecendo uma exibição repleta de milagres. Atualmente a contrafação se tornou extremamente sofisticada.

Entretanto nós defrontamos a influência de um ex-proeminente e influente líder adventista do Sétimo Dia que repudiou estas introspecções sobre uma diferença nas duas fases do ministério sumo-sacerdotal de Cristo. Pode não ser falta dele se sentir deste modo, afinal de contas ministros e líderes em nosso passado geralmente ensinaram a mensagem do Santuário divorciada da iluminação especial da mensagem de 1888 deste modo a “mui preciosa mensagem” foi seqüestrada.

Ellen White nos disse em 1896 que “O inimigo os impediu de obter a eficiência que poderiam ter tido em proclamar esta verdade e pela ação de nossos próprios irmãos a luz tem sido, em grande medida, conservada afastada do mundo”. Mensagens Escolhidas, volume 1, página 235.

Assim, sejamos clementes para com estes que hoje rejeitam a mensagem do Santuário, e “olhando para ti mesmo para que não sejas também tentado”, Gálatas 6:1. Estas pessoas que entre nós atualmente estão rejeitado a mensagem do Santuário, provavelmente nunca captaram a mensagem de 1888. Possivelmente eles cresceram e passaram pela escola adventista e seminário teológico universitário, sem ninguém os ensinar esta mensagem nem sua história.

Até hoje nenhum de nossos seminários teológicos oferece um curso sobre a mensagem de 1888. Qualquer que a aprende o faz por acidente.

Esta mensagem eleva a particular mensagem adventista do Sétimo Dia do Santuário fora da confusão e perplexidade, e a reveste do brilhante manto da justiça de Cristo, isto é, o evangelho visto como mui Boas-Novas.

O amante Senhor, em sua providência colocou em minhas mãos, aparentemente por acidente, dois livros que aqueceram meu coração, através da particular idéia do Santuário, na mensagem de 1888:

1º) “Glad Tidings”, “As Boas Novas”, ou “As Alegres Novas” do Pr. Ellet J. Waggoner, um dos mensageiros de 1888, do qual eu aprendi a diferença entre o Velho e o Novo Concertos. Descobri que o Evangelho é mui Boas Novas, muito melhores do que em meus 9 anos, que então eu tinha de adventismo, e que dele havia até então ouvido apresentado. Prendeu minha atenção, cativou meu coração, e ainda o faz até hoje. Eu vejo justificação pela fé para muito além do que uma fria fórmula teológica. São Boas-Novas, muito além do que pastores e lideres de diversas denominações, que não vêem a verdade do sábado, nem a doutrina do Santuário, nem a verdade a respeito dos santos dormindo esperando a ressurreição “em Cristo”.

Deus tem muitos nas igrejas que observam o domingo, vivendo de acordo com a luz quem têm. Eu vim de uma delas. Eles simplesmente não vêem a idéia da justiça pela fé como nos foi outorgada em 1888, porque eles não vêem que no que nós chamamos morte, o homem dorme até a ressurreição, e eles não sabem seguir a Cristo em Sua obra de expiação no Santíssimo compartimento do Santuário.

O segundo livro que me veio à mão, era um exemplar velho e surrado, com as pontas das folhas todas dobradas e enroladas, do livro “O Caminho Consagrado para a perfeição Cristã”, de autoria de Alonzo T. Jones, o outro mensageiro de 1888. Ali eu descobri uma nova perspectiva.

Era eu estúpido e ingênuo? Talvez sim:

O Santuário Celestial não pode nunca ser “purificado”3 até que, primeiro que tudo, o coração do povo de Deus seja purificado. É assim simples. E é muito mais do que um truque de registro legalístico, pelo qual Deus olha no sentido oposto, enquanto nós continuamos a pecar. O fator omitido é suprido por um novo e claro entendimento de Justificação pela fé. Ellen White disse que “A mensagem de 1888 é a terceira mensagem Angélica em verdade”. Review and Herald, 1 de abril de 1890.

“Fé”crê quando algumas mulheres falam a você no domingo de manhã em que Jesus ressuscitou dos mortos, e você não O viu. A fé não espera para por os seus dedos nas feridas da Sua mão e no seu lado, como Tomé insistiu.

De acordo com 1ª João 4: 16, a verdade requer um grande comprometimento, mais do que mera convicção intelectual: “Nós temos sabido e acreditado”. É assim que nós seguimos ao verdadeiro Cristo em Seu ministério no lugar Santíssimo, convincente evidência objetiva, uma apreciação do coração dele.

Como a Mensagem de 1888 nos levou a nos apaixonarmos com a mensagem adventista do Sétimo Dia do Santuário?

Vejamos nove pontos fundamentais:

1º) Veja o hino 107 do Hinário Adventista, iáfkmçlkkçldkfHHHHIntrrrr/090009oooinário AdventistaHiiiHHHHhHhHHHHHwjgllk“Alegrias Vem Trazendo”4 de João e Carlos Weslley, onde se vê que (*estes dois irmãos) sentiam, em 1747, a necessidade por algo que ainda não entendiam claramente; a quarta estrofe, que diz:

Termina, então a Tua nova criação,

Puros e sem mancha,5 nos fazes ser

Permita-nos ver a Tua grande salvação,

Perfeitamente restaurada em Ti,

É como o Santuário deve ser “purificado.”

(*Esta salvação que os irmãos Wesley viam no santuário é chamada, no Novo Testamento, de “o caminho”, e, mesmo no Velho Testamento, João e Carlos Wesley devem ter se deparado com aquele majestoso verso que diz: “O Teu caminho ó Deus, está no Santuário”, Salmo 77:13, na Almeida Revista e Corrigida). Os irmãos Wesley estavam tentando colocar o dedo na especial verdade que instruiu a mensagem de 1888, a mensagem da Justiça de Cristo, que iluminaria, em 1888 e anos seguintes, e, por não ter isto ocorrido, ainda há de iluminará toda a terra com glória, Apocalipse 18:1. Os irmãos Wesley poderiam ter realizado aquilo por que estavam procurando, mas eles viveram antes do tempo (*marcado no calendário divino através do profeta Daniel).

2) A purificação do santuário celestial faz diferença em um viver prático no dia-a-dia. Se é impossível para o Santuário no céu ser “purificado”3 até que o coração do povo de Deus na terra seja puro, então isto tem uma importante conclusão: Cristo, como nosso Sumo-Sacerdote está se especializando agora em convencer Seu povo de prévios desconhecidos pecados. À medida que cada pecado do dia-a-dia é visto e (*abandonado) esquecido por sua graça, a especial obra de purificação se desenvolve. O Sumo-Sacerdote planeja que seja completa. E Ele quer que seja logo. Ele a fará se o Seu povo não se opuser a Ele.

3) Isto não é, meramente, uma presunção legal da parte de Deus, algo que Ele sabe muito bem que não é ainda realidade. Quando Apocalipse 14:12 declarar: “—Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus...”—há de ser verdade. Este povo terá então vencido, “assim como Cristo venceu”, Apocalipse 3:21. Eles não terão, simplesmente, sido legalmente considerados justos, como tal contrário à realidade. O evangelho objetivo terá, finalmente, se tornado demonstrado completamente subjetivo.

Não ridicularize esta solene verdade, como muitos fazem, pois, se você o fizer, você será como aquele capitão, “em cuja mão o rei se encostava”, e que ridicularizou a profecia de Eliseu de que um milagre de abundância de víveres ocorreria “no dia seguinte”, II Reis 7:2 e 17. Ele o viu, mas não participou da benção. Lucas 20: 35.6

Quando Ellen White fala dos “1800 anos” do ministério de Cristo no Primeiro Compartimento do Santuário Celestial, nenhuma vez Ele teve um grupo corporativo de crentes na terra cuja fé assim amadureceu. Ninguém foi trasladado durante aqueles longos séculos.

Mas, agora, vem uma mudança em Seu ministério;

Ele está no Segundo compartimento. É o Dia cósmico da Expiação.

O santuário celestial está, afinal, “purificado”, (*no sentido de que) Ele agora, tem um grupo de pessoas cujos corações foram curados de cada raiz de alienação de Deus . A “expiação” se tornou uma reconciliação com Ele mesmo, completa no Dia antitípico da Expiação.

Quando João e Carlos Wesley estavam tentando captar isto, eles estavam amargamente contra, até mesmo por (*influência de) Augusto Toplady, autor do amoroso hino “Rocha Eterna”, nº 195, no nosso “Hinário Adventista”, “Rock of Ages”, hino de nº 300 no hinário adventista americano.

Exatamente a idéia de vencer completamente “assim como Cristo venceu”, era considerada fanática, e rotulada como “perfeccionismo”.

Mesmo hoje há pessoas devotas, assim como Augusto Toplady, que vêem a idéia de purificação do santuário, (*da mensagem de 1888) como um “perfeccionismo” impossível, desencorajador de se pensar. A razão é que está faltando uma ligação no entendimento deles (* e isto veremos no tópico que se segueJ

4) A idéia de 1888 da purificação do santuário não é a de que o povo de Deus vá realizar esta obra. O Sumo-Sacerdote é que o faz; e Seu povo para de resistí-Lo “no trabalho de Sua função”, (para emprestar a expressão de Ellen White em “Caminho A Cristo”, pág. 27, mas ATENÇÃO, esta expressão só está na edição de 1892,7

O povo de Deus, agora, permite que Ele os purifique. Eles removem os obstáculos que O impedem de atingir seus corações. A Bíblia nunca disse que o antigo Israel tinha que limpar o santuário. Sempre foi o Sumo-Sacerdote que o fez..

Proeminente na mensagem de 1888 é a idéia de cessar de lutar contra o Senhor. Somente na conferencia Geral de 1888 Ellen G. White declarou isto tão claramente:

“Poderá o pecador resistir a esse amor, poderá recusar-se a ser atraído para Cristo. Se, porém, não se opuser, será levado para Ele... em arrependimento de seus pecados”. Caminho a Cristo, Pág. 27, edição, em inglês , de 1892.

Parar de resistir a Jesus, é a essência desta idéia da purificação do santuário.

Ao que parece Ellen White pegou esta idéia de Jones e Waggoner.

As Boas-Novas são melhores do que muitos adventistas sempre pensaram ser.

No começo do ano de 1890 Ellen White foi levada a escrever uma série de artigos na nossa Revista Adventista americana, Review and Herald, entre 21 de janeiro e 28 de março, que ligava esta idéia com a obra de Cristo no Santíssimo do Santuário. E ela conectou isto tudo, diretamente com a mensagem de 1888:

“Estamos no dia da expiação, e temos que proceder em harmonia com a obra de Cristo, de purificação do santuário dos pecados do povo. Que nenhum homem, que deseje achar-se trajado com as vestes núpciais, resista ao Senhor na Sua função.” Review and Herald, 21/01/1890.

“Cristo ... está purificando o santuário dos pecados do povo. O que devemos fazer? Para estar em harmonia com a Sua obra ... um povo deve estar preparado para o grande dia de Deus”, Idem, 28/01/1890.

“A obra mediadora de Cristo, os grandes e sagrados mistérios da redenção, não são estudados ou compreendidos pelo povo que reivindica ter luz que nenhum outro povo na face da terra tem”, Idem, 4/02/1890.

“Cristo está purificando o templo no céu, dos pecados do povo, e nós devemos trabalhar em harmonia com Ele aqui da terra, limpando o templo da alma de sua corrupção moral”, Idem, 11/02/1890.

“Muitos há entre nós que têm preconceito contra a doutrina do santuário que estamos estudando nestas reuniões, e não virão para ouvi-las.” Idem , 18/02/1890.

“A dormitante igreja deve ser despertada ... O povo não entrou no lugar santíssimo ... Há aridez espiritual nas igrejas ... Eles se opõe sem saber ao que.” Idem, 25/02/1890.

“Devemos defrontar incredulidade em cada forma no mundo, mas é quando encontramos descrença naqueles que devem ser líderes do povo, que nossas almas são feridas.” Idem, 04/03/1890.

“Por aproximadamente dois anos temos insistido com o povo para vir e aceitar a luz e a verdade, referente à justiça de Cristo, e eles não sabem se devem vir e se apossar desta verdade ou não.” Idem, 11/03/1890.

“Vocês têm tido luz do céu pelo último ano e meio ... Estes que têm recusado a receber a verdade, se interpõe entre o povo e a luz ... Por quanto tempo irão aqueles que estão no comando da obra, manter-se indiferentes à mensagem de Deus? Idem, 18/03/1890.

E, finalmente, “Nossas igrejas estão morrendo por falta de serem instruídas quanto à justiça de Cristo,” idem, 28/03/1890.

Parece que ninguém em Batle Creek8 captou o que ela estava falando. Advinha qual foi a recompensa por estes artigos na nossa revista Review and Herald?

“Exílio!!!” para a Austrália no ano que se seguiu. Waggoner pouco depois foi enviado para a Inglaterra9

5) A resposta à nossa indagação inicial, em termos simples, é: a diferença entre o ministério de Cristo no Primeiro Compartimento do Santuário e no Segundo, é o que Ele faz em Seus crentes?

Até 1844 foi preparar os fiéis para morrerem, a fim de que pudessem ser “tidos por merecedores” de serem ressuscitados na primeira ressurreição. E esta é uma grande obra para nosso Somo Sacerdote fazer. Se qualquer de nós for chamado para morrer, que estejamos preparados!

Mas, quando olhado no contexto, Seu ministério, no lugar Santíssimo, o segundo compartimento do Santuário celestial, tem como objetivo, especialmente, preparar um povo para ser trasladado sem experimentar a morte.

Enquanto eles ainda estão na carne, eles devem ver a Jesus, devem encontra-Lo, face-a-face, o que somente “os puros de coração” podem suportar. Estes devem estar “vivos e permanecer até a vinda do Senhor ... e serão arrebatados juntamente com [os santos ressuscitados de todas a eras] para o encontro do Senhor nos ares”, I Tess. 4: 15 – 18.

A mensagem adventista do Santuário faz especial sentido à luz do sermão de Cristo em Mat. 24.

Tinha sido o propósito do Céu que a segunda vinda fosse com a “geração”daqueles que vissem os “sinais”da Sua breve volta—a queda das estrelas (*o escurecimento do Sol... etc., Mat. 24:29). Foi assim que nossos pioneiros a entenderam, e é isto exatamente o que as palavras de Jesus dizem. (*No vs. 30 nos é dito: “... e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu ...”, e no vs. 34, Jesus disse: “...não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. Grifamos.

O inexplicável atraso (*na volta de Cristo) é o resultado de “resistir ao Senhor no trabalho de Sua função Sumo-Sacerdotal.

A comissão evangélica, à luz de Apoc. 18:1-4, poderia ter sido completada cinco anos após 1888, de acordo com o Boletim da Conferência Geral de 1893, pág. 419.

E, do livro Manuscript Release, nº 1180, pág. 12, que você poderá encontrar no terceiro volume dos materiais de Ellen G. White relativo a 188810, pág. 1130, isto:

“Se cada soldado de Cristo tivesse cumprido seu dever, se cada sentinela nos muros de Sião tivesse dado à trombeta o sonido certo, o mundo teria ouvido a mensagem de advertência, mas, a obra está com anos de atraso.”11

O atraso em terminar a purificação do santuário celestial não foi devido a alguma pane nos computadores celestiais, ou por qualquer ineficiência angelical.

O problema está “conosco”.

6) A mensagem de 1888 também livra as mentes da perplexidade a respeito do que Cristo está fazendo agora. Está Ele tirando umas férias? Ou absorvido em algum canto do Seu grande universo?

O que Ele faz, é, obviamente, Sua “obra”. Pois o grande conflito com Satanás continua, e o arquiinimigo está trabalhando intensamente. Não há tempo para Jesus tirar férias. Batalhas mais reais do que qualquer lutada com armamentos bélicos físicos está acontecendo.

A única coisa certa para o povo de Deus fazer é solidarizar-se com Cristo neste conflito. Isto é o que Ellen G. White quis dizer quando falou que devemos seguir a Cristo até dentro do Santo dos Santos, ou, o Santíssimo do Santuário, conforme vimos a pouco da Revista Adventista, Review and Herald, de 25 Fevereiro de 1890:

“A dormitante igreja deve ser despertada ... O povo não entrou no lugar santíssimo ... Há aridez espiritual nas igrejas ... Eles se opõe sem saber ao que.”

7) A idéia da purificação do santuário, que nos foi revelada em 1888, também concede, para aqueles que a entendem, uma nova motivação para seguir a Cristo.

Medo do Juízo Investigativo é “laçado fora”. Isto, outra vez, é parte do cósmico “Dia da Expiação”—um tempo para a finalmente realizada unidade com Cristo.

Livra do medo tanto quanto Ele mesmo foi libertado do temor em Sua vida na terra. Nossa natural egoística preocupação por salvação é sublimada por um maior interesse pelo triunfo de Cristo. Isto, outra vez, é o resultado da unidade do Dia da Expiação com Ele.

8) A verdade do Santuário conduz, diretamente, à Noiva de Cristo se preparando. Esta singularidade é algo que nunca aconteceu em toda a história passada “—pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já Sua noiva se aprontou”, Apoc. 19:7.14

Algo especial está preparado para aqueles que são convidados para as bodas do Cordeiro, Apocalipse 19: 6-9. Como indivíduos, todos (incluído aqueles dos últimos dias), são convidados para as núpcias. Mas, como um corpo, a igreja do grande Dia da Expiação torna-se a Noiva de Cristo.

Nossa primeira reação natural é: “—Ó isto é muito bom para ser verdade!!!”

Antecipando nossa tentação de duvidar, o anjo disse a João: “Escreve, pois estas palavras são verdadeiras e fiéis”, Apoc. 21:5, ú.p.

9) A mensagem da Testemunha Verdadeira ao “anjo da igreja de Laodicéia, vem a ser a própria verdade do Santuário.

Esta mensagem não se tornou uma peça de museu no porão da nossa denominação; ela prende corações no mundo inteiro hoje, onde quer que seja apresentada. O Espírito Santo impressiona as almas que procuram seguir a Cristo em Sua muito mais abundante graça para vencer.

Esta mensagem do Santuário é aquela a que a serva do Senhor se referiu ao dizer “Em Sua grande misericórdia enviou o Senhor mui preciosa mensagem através dos irmãos Waggoner e Jones, .....[*mostrando]13 ... ... .... Seu imutável amor pela família humana.”, Testemunhos para Ministros, págs. 91 e 92. Esta bendita mensagem deve ainda “iluminar a terra com Sua glória”, Apoc. 18:1.

Graças a Deus que isto assim será. E há de ser em breve.

Pr. Roberto J. Wieland.

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Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

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Notas do tradutor:

1) Este estudo foi apresentado pelo Pr. Roberto Wieland na Conferência Nacional Americana do comitê de estudos da Mensagem de 1888, realizada em uma escola Adventista, da cidade de Mont Vernon, no estado de Ohio, no ano de 2002. O Pr. Roberto Wieland é um incansável servo do Senhor. Serviu à nossa igreja por toda sua vida.

2) Conforme lhes falamos na nota anterior, o Pr. Roberto Wieland escreveu isto em 2002, assim tal obreiro mencionado talvez possa não mais estar ocupando hoje a posição de editor associado do Comentário Bíblico Adventista.

3) A palavra “purificado”, ou “justificado”, ou “tornado justo” são diferentes sentidos válidos do verbo hebraico “purificado”, em Daniel 8: 14.

4) O hino 107, “Alegrias Vem Trazendo” de autoria dos irmãos João e Carlos Weslley, (em inglês é o hino 191, ao qual deram o título “Divino Amor, Que a Todo Amor Excede.” Reconhecemos que a versão com rima seria quase impossível, mas retratamos no texto acima a tradução literal das palavras.

5) Ou, santos, como em português.

6) O capitão, “em cuja mão o rei se encostava”, é um impressionante relato da conseqüência de se descrer das promessas divinas, II Reis 7: 2 e 17. Aos olhos humanos parecia impossível haver abundância de víveres “no dia seguinte”, naquele cerco militar que Samaria se encontrava, versos 1 e 18. Leia a história toda em II Reis 6: 32 a 7: 20, e, então, medite em Lucas 20: 35.

7) Ellen White diz, em “Caminho A Cristo”, pág. 27, edição de 1892, que é o Sumo-Sacerdote que realiza a obra de purificação do santuário dos corações do povo de Deus, a fim de parar de resistir a Cristo “no trabalho de Sua função”. Mas, ATENÇÃO, posteriores edições em Inglês, as em português, na quinta página do capítulo “Arrependimento”, ou “Mudança de Rumo”, não mais trazem esta expressão, somente a edição em inglês de 1892. Ela foi omitida desde então

8) Batle Creek era, na época, o centro da administração da obra adventista.

9) Também pode ter tido influência naquela decisão da Conferência Geral o fato de que com a rejeição da “mui preciosa mensagem” de 1888 pela liderança da igreja, a irmã White, Waggoner e Jones passaram a percorrer juntos, e por conta própria, as igrejas, em mini-séries de conferência sobre Justificação pela Fé, que tiveram ampla aceitação entre os leigos. Isto causou um acirrado ciúme entre a liderança. Este trio foi assim desmontado, sendo a irmã White enviada para a Austrália, Waggoner para a Inglaterra e Jones permaneceu nos EUA.

10) Esta citação do livro Manuscript Release, nº 1180, pág. 12, você poderá encontrar no volume dos Matérias de Ellen G. White sobre a mensagem de 1888, pág. 1130. Em 1950 dois zelosos obreiros, os pastores Donald Short e Roberto Wieland, fizeram dois pedidos à Conferência Geral; 1º) que fosse publicado tudo que ela havia escrito a respeito de 1888, e, 2º) que fosse publicada uma antologia de toda a mensagem de 1888, tal como pregaram os dois mensageiros que a apresentaram, E.J.Waggoner e A.T.Jones, a fim de que cada membro da igreja pudesse avaliar por si mesmo esta mensagem.

Somente o primeiro pedido foi atendido, e assim mesmo 38 anos depois, isto é, no centenário da assembléia de Mineápolis, 1988. Quanto ao segundo pedido tem havido resistência até hoje, a despeito do fato de a serva do Senhor ter endossado a estes dois obreiros e seus sermões e escritos por volta de 350 vezes nos 4 volumes da obra citada..

11) Ao dizermos isto, aqui e acolá, muitos têm nos interpelado: “—Estou feliz que Cristo não tenha vindo naquela época, porque então eu não estaria em cena.” Entretanto esta é uma consideração puramente egoística. Nosso grande interesse deve ser vindicar o caráter de Deus. E agora que existimos Ele espera de nós que vivamos, pelo Seu poder testemunhando com nossa vida da Sua Justiça e do Seu amor.

12) Lembre-se, isto foi escrito 5 anos após 1888, em 1893, e, segundo ouvimos, a obra de Mateus 24:14 já estaria então concluída e Cristo já teria vindo a esta terra para levar Seu povo.

13) Eu deveria transcrever aqui todo o texto, incluindo o que foi acima omitido com as reticências, mas leia o texto original por você mesmo. Aliás uma lida até quase o final do capítulo vai talvez lhe surpreender, como aconteceu comigo e mina esposa quando o lemos pelas primeiras vezes. Naquela época nem sabíamos, como ocorre com a maioria do povo de Deus hoje, que a mensagem tinha sido rejeitada. Sempre fomos informados que foi aceita.

14) No livro "Os Movimentos do Êxodo e do Advento, em Tipo e Antítipo.” Escrito pelo pastor Taylo G. Bunch em 1937, à pág. 149 (pág. 225 na edição de 1997), no capítulo 30, no subtítulo “Uma Divina Visitação”, analisando Isaias 52:1-10, ele diz. "Aqui é retratada a divina visitação e fim do cativeiro do moderno Israel. 'Quando Jeová retorna a Sião' (Standard Version, verso 8). 'Quando o Senhor converter a Sião' (Bíblia Douai). 'Todas as vossas sentinelas estão clamado num cântico de triunfo, pois veem o Eterno face a face ao Ele retornar a Sião' (versão de James Moffatt). (*'Quando o Senhor fizer Sião voltar', Almeida Fiel). Esta é uma descrição da mensagem laodiceana e os benditos resultados de sua aceitação. Sião está adormecida e sem as vestes da justiça de Cristo. Deus a chama para despertar e levantar-se do pó e 'assenta-te em meu trono' (Standard Version, verso 2). A Igreja está inconvertida e despreparada para a vinda do Noivo. A glória do Senhor a abandonou por causa da condição laodiceana, mas agora o Senhor 'retorna' com poder pentecostal e a chuva serôdia é derramada e a obra terminada. Essa gloriosa visitação do poder divino e da obra de reavivamento e reforma é também descrita em Miquéias 7:15-20 e Joel 2:1, 12-32. Quando o povo do Advento volver-se ao Senhor de todo o coração, 'Ele voltará e se arrependerá, e deixará após Si uma bênção'” (*Joel 2:14).

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