sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Lição 13 - Expiação e Harmonia Universal.

A idéia básica que o autor de nossa Lição 13 pretende que obtenhamos está na parte 3 das perguntas para sexta-feira, 26 de dezembro: “Pense no que Deus nos oferece” (ênfase nossa).

(*Entretanto a edição de nosso guia de estudos em português não trouxe esta 3ª parte, ou melhor, a 3ª pergunta para consideração que está no guia de estudos original, em inglês, assim a transcrevemos aqui:)

“3. Pense sobre o que Deus nos oferece. Quão tolo e incrivelmente limitado é desperdiçar essa esperança em qualquer coisa que esta vida nos oferece. Como podemos aprender a afastar-nos das coisas deste mundo que poderiam prejudicar a esperança de uma nova vida no reino eterno de Deus?” (*Grifos em negrito são nossos).


Vamos reformular esta declaração e dizer: “Vamos pensar no que Deus nos . . .”

A lição se demora sobre as maravilhas “cósmicas” da nova vida que Deus provê na ressurreição e no processo de trasladação na segunda vinda de Cristo. A vida eterna será um novo tipo de vida, a vida compartilhada com o Pai e Seu vasto universo.


Essa vida eterna começa mesmo agora, não temos de esperar até a ressurreição para conhecer esta nova qualidade de vida:

(a) Começamos agora mesmo a viver “em Cristo”, o que significa que compartilhamos o Seu pensamento e a Sua amorável preocupação pelos outros.

(b) Vemos pessoas agora com nova visãoas vemos como Ele as vê.

(c) Isso significa que amamos mesmo as pessoas difíceis de se amar1, porque o amor que temos por elas tornou-se ágape.

(d) O medo foi eliminado de nosso pensamento, o que significa que já não mais tememos a ninguém ou o que qualquer um possa nos fazer (esse é um enorme passo à frente!). O temor não é o motivo pelo qual guardamos o sábado ou devolvemos o dízimo, etc. O amor (ágape) de Cristo nos motiva a viver para Ele e não para o eu.

(e) Podemos pensar de forma diferente sobre pessoas que têm nos aborrecido ou revelaram desprezo por nós, em outras palavras, os nossos “inimigos”. Nós as vemos como crianças que foram prejudicadas pela educação errada que receberam, e somos capacitados a poder “vê-las” por aquilo que poderiam ser se a sua “educação” tivesse sido modelada por Cristo.

(f) O mundo inteiro tornou-se “novo” e agora caminhamos “em novidade de vida” (Rom. 6:4). Com o medo tendo sido eliminado “em Cristo”, somos livres para crescer e desenvolver nossos talentos até então enterrados. Ninguém pisará sobre as novas plantinhas que começaram a germinar!

(g) Por favor, lembre-se das sete grandes promessas que o Senhor faz para nós no Novo Concerto, em Gênesis 12:2, 32. O Senhor fez essas promessas a Abraão, mas elas também são feitas cem por cento para você.


(h) Agora creia nelas!


E caminhe em liberdade (Gal. 5:1).

Robert J. Wieland

Tradução de Azenilto Guimarães Brito,

Edição e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Notas do editor,

1). Nota para a letra C, acima (amamos mesmo as pessoas difíceis de se amar):

O amor natural humano baseia-se em um sentido de valor.

Muitos africanos continuam seguindo o antigo sistema de noiva-preço, o qual, sinceramente, reflete as mais sutis bases de todas as nossas outras culturas também. O total do preço da noiva a ser pago é proporcional à despesa de educação que os pais da jovem investiram nela. Umas poucas vacas são suficientes para uma jovem que apenas sabe rabiscar o seu nome; elevadíssimos dotes são exigidos por jovens que freqüentaram Oxford ou Cambridge.

Nós, também avaliamos uns aos outros.

Poucos tratam o lixeiro cortes e atenciosamente, como tratamos uma elevada autoridade. Se, como a água que procura o seu próprio nível, “amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais?” Jesus pergunta. (Mat. 5: 46, 47). “Os homens te louvarão quando fizeres o bem a ti mesmo.” (Salmo 49: 18).

Em contraste, Ágape é agradavelmente diferente. Ao invés de ser dependente do valor do Seu objeto, Ele cria valores no Seu objeto.

Suponhamos que eu tenha uma pedra bruta em minha mão. Eu a peguei num campo. Se eu tentar vendê-la ninguém me daria nem mesmo um centavo por ela. Isto não é porque a pedra é em si mesma ruim, mas porque ela é tão comum que não tem valor.

Mas, suponhamos que enquanto eu seguro esta pedra bruta em meus braços, eu pudesse amá-la como uma mãe ama o seu bebê. E suponha que meu amor pudesse funcionar como alquimia e transformá-la em uma peça de ouro puro. Eu estaria rico.

Isto é uma ilustração do que Ágape faz por nós. De nós mesmos não valemos nada mais do que o duvidoso valor químico dos ingredientes de nosso corpo. Mas o amor de Deus nos transforma em um valor equivalente ao do Seu próprio Filho: “Farei que o homem seja mais precioso do que o ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir” (Isa. 13: 12).

Sem dúvida que você conheceu algum exemplo de trapos humanos que foram transformados em pessoas de infinito valor. João Newton (1725 – 1807) foi um. Ele era um marinheiro que negociava com o tráfico de escravos africanos. Tornou-se um bêbado miserável, que caiu vítima do povo que ele tentou escravizar. Com o tempo Ágape tocou seu coração. Largou seu vil negócio, e transformou-se em um honroso mensageiro de boas novas. Milhões lembram-se dele pelo seu hino que mostra o “fino ouro” em que ele se transformou.


“Oh, graça excelsa de Jesus!

Perdido, me encontrou!

Estando cego, me fez ver;

Da morte me livrou!


A graça libertou-me assim,

E meu temor levou.

Oh! quão preciosa é para mim

A hora em que me achou!

(Hinário Adventista nº 208).


(Esta nota eu extraí do primeiro artigo que apresentamos para este trimestre, INTRODUÇÃO AO TEMA DA EXPIAÇÃO. Você pode localiza-lo ao clicar na coluna da direita deste blog na parte intitulada “Arquivo do Blog”, no mês de outubro)

2). As sete bênçãos que temos em Gênesis 12: 2 e 3 (Para a letra “g”, acima):

2.1) Far-te-ei uma grande nação;

2.2) Abençoar-te-ei;

2.3) Engrandecerei o teu nome

2.4) E tu serás uma bênção;

2.5) Abençoarei os que te abençoarem;

2.6) Amaldiçoarei os que tem amaldiçoarem, e

2.7) Em ti serão benditas todas as famílias da terra.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Lição 12 – Unidos a Cristo

"Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua Semente. Ele não diz: e às sementes, como falando de muitos; mas como de uma só, e à tua Semente, que é Cristo. E digo isto, que o concerto, anteriormente confirmado por Deus em Cristo, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a tornar a promessa de nenhum efeito. Porque se a herança provém da lei, já não provém da promessa: mas Deus pela promessa a deu a Abraão... E se sois de Cristo, então sois semente de Abraão, e herdeiros conforme a promessa" (Gal. 3:16-18, 29 KJV; ênfases em negrito, neste e nos textos que se seguem, foram adicionadas).

"Pelas quais Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” (2ª Pedro 1:4).

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura [literalmente, ato de criação] é; as coisas velhas são passadas; e eis que tudo se fez novo" (2ª Cor. 5:17).

"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo: como também nos elegeu nEle antes da fundação de o mundo, para que fossemos santos e irrepreensíveis diante dEle em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para Si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade, para louvor e glória de Sua graça, pela qual nos fez agradáveis a Si no Amado. Em quem temos redenção pelo Seu sangue, a remissão das ofensas perdão de pecados, segundo as riquezas da Sua graça" (Ef. 1:3-7).

"Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo" (Gal. 3:26).

"Deixa esta mente estar em vós, que está também em Cristo Jesus" (Fil. 2:5, KJV2).

Cristo, como criador, era representante da raça humana. Adão, como o primeiro ser criado e pai da raça humana (porque todos nós estávamos nele quando foi criado, Gen. 25:23), era também representante da raça humana. Quando Adão pecou, tomou sobre ele carne humana caída, e uma mente humana pecaminosa (uma mudança de carne e uma mudança de mente; da carne sem pecado e mente sem pecado que ele tinha antes de ter pecado) e passou essas mudanças à sua posteridade. Estas mudanças, particularmente a mudança da carne, sendo relativamente permanente, causou a raça humana tomar uma nova e diferente forma do que ele era ao ser criado, portanto Cristo não mais o podia representar; e Adão, tendo (*se) vendido a Satanás, cedeu a raça (*humana) a Satanás, assim desqualificando-se como representante (*da raça humana). Isto deixou Satanás como aparente representante da raça humana—como conquistador. Conseqüentemente, se a raça jamais devesse ser salva, um novo representante tinha que voluntariar-se imediatamente. Como criador, Jesus era responsável pelo que aconteceu; assim caiu sobre os Seus ombros fixá-lo. E foi o que Ele fez, pela promessa em Gênesis 3:15.

Para Jesus continuar a representar a raça humana, Ele teve que tornar-Se um de, e um com, os que Ele quis representar (Hebreus 2), e então ganhou apoio suficiente (Jó 1). Estas coisas que Ele fez por tomar sobre Si carne humana caída, pecaminosa, a mesma que temos, e por nos cortejar, encorajando-nos a receber Sua mente sem pecado (Fil. 2:5) isso conquistou, e conquista, todos os desejos da carne humana caída, pecaminosa. Cristo partilhou de nossa carne humana caída, pecaminosa, para que nós possamos partilhar da Sua natureza divina, assim tornando-nos um com Cristo, tendo estado nEle antes da fundação do mundo.

Cristo, tendo mente sem pecado e corpo sem pecado, tomou sobre Si carne humana caída, pecaminosa, retendo Sua mente sem pecado. Nós, tendo carne humana caída, pecaminosa, e uma mente humana caída, pecaminosa, podemos escolher tomar sobre nós a mente sem pecado de Cristo, retendo nossa carne humana caída, pecaminosa, até que Jesus venha a segunda vez. Jesus difere de nós só em um aspecto; nasceu com Sua mente sem pecado, íntegra (que todavia podia pecar como a mente sem pecado de Adão pecou). Nós, tendo nascido com mente humana caída, pecaminosa, recebemos a mente sem pecado de Cristo quando cremos. Assim tornamo-nos uma nova criação.

O batismo é um reconhecimento público de uma união com Cristo previamente ocorrida (Atos 8:26-38), reconhecendo que nós morremos com Ele, sendo ressuscitados com Ele, e agora cremos em Sua promessa de dar-nos a experiência de Sua vida perfeita em nós (Rom. 6:3, 4). Gálatas 3:27 não implica que o candidato ao batismo não tinha se revestido de Cristo antes de ser batizado, só (*implica em) que se foi batizado ele se revestiu de Cristo (em algum tempo). A herança de justiça (fazer o que é correto) foi dada a Abraão e a sua Semente por promessa. Contanto que estejamos na Semente e cremos nEle, nós também recebemos a dispensação daquela promessa em nossa experiência. Quando nós cremos nas promessas de Deus nós nos tornamos participantes da natureza divina.

Ao nós, por assim crer, permanecemos em Cristo, nós nos tornamos uma nova criação—sim a palavra original "criatura" traduzida em 2ª Coríntios 5:17 realmente significa "criação" (como assim é declarada na NVI), em que Deus nos recriou em seguidores dEle, controlados por uma nova mente—algo que nós não éramos antes. Esta leve diferença de tradução leva-nos um passo para longe da possível afirmação da tese da carne santa, como a idéia de "criatura" talvez implique, pois a única coisa que muda em nós na conversão é a nossa mente; a nossa carne permanece a mesma. Ao invés de ser uma mudança permanente, como o conceito de carne santa talvez nos leve a crer, podemos mudar nossa mente a qualquer momento de acordo com nosso próprio capricho. Se formos manter um curso constante dentro de plano do Deus para nós, necessitamos reivindicar Sua promessa de segurar-nos com uma mão que nunca nos soltará (Isa. 41:13; 42:6). Somos os únicos que podemos livrar-nos de Cristo e assim jogar fora nossa primogenitura, como Esaú o fez. Tendo-nos colocado em Cristo antes da fundação do mundo, Deus, por assim fazer, predestinou-nos para crer (a menos que, naturalmente, nós não o escolhamos, pois Deus não nos forçará contra nossa vontade), pois sendo adotados como filhos (e tomando o nome de Deus como "cristãos") é o que acontece quando cremos. Então é tempo de ser batizado e unir-se à igreja—um reconhecimento físico do que já aconteceu. A escolha é nossa. Crerá você nisto?

Craig Barnes

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

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Notas do tradutor:

1) Neste texto: a palavra “Semente”, e sua variação em número, é traduzida na Almeida Fiel como “Descendência”, e como “Posteridade” na Almeida Revista e Corrigida.

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Citações suplementares para Ajudar em Seu Estudo (*da lição de sexta-feira):

“[Cristo] Foi feito na semelhança de carne pecaminosa, não na semelhança de mente pecaminosa. Não arraste Sua mente nisto. A sua carne era a nossa carne, mas a mente era "a mente de Cristo Jesus". Portanto está escrito: "Deixe estar em você esta mente que era também houve em Cristo Jesus" (*Fil. 2:5, KJV). ... Mas que tipo de mente é a nossa? Ó, é (*a mente) corrompida pelo pecado. ..." (A. T. Jones, Boletim da Conferência Geral de 1893, Sermão 17).

"Por Sua obediência a todos os mandamentos de Deus, Cristo operou a redenção do homem. Não fez isto transferindo-Se para outro, mas tomando em Si a humanidade. Assim Cristo deu à humanidade uma existência provinda [fluindo] dEle mesmo. Levar a humanidade a Cristo, levar a raça caída à unidade com aa divindade, tal é a obra da redenção. Cristo tomou a natureza humana a fim de que pudessem os homens ser um com Ele, como Ele é um com o Pai, a fim de que Deus pudesse amar ao homem como ama Seu Filho unigênito, e os homens possam ser participantes da natureza divina, e ser completos nEle" (Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 250, 251).

"Veio à igreja de Battle Creek um espírito que não tem parte alguma em Cristo. Não é um zelo pela verdade, não um amor pela vontade de Deus como revelado na Sua palavra. É um espírito de justiça própria. Lhe leva a exaltar-se acima de Jesus e considerar as próprias opiniões e idéias como mais importantes que a união com Cristo e a união uns com os outros. Vocês estão tristemente faltos em amor fraternal. É uma igreja apostatada. Conhecer a verdade, reivindicar união com Cristo, e não produzir fruto, não viver no exercício de constante fé—isto endurece o coração em desobediência e autoconfiança. Nosso crescimento em graça, nossa alegria, nossa utilidade, todo depende da nossa união com Cristo e o grau de fé que nós exercitamo-nos nEle. Aqui está a fonte de nosso poder no mundo.”

"Muitos de vocês procuram honra uns dos outros. Mas o que é a honra ou a aprovação humana para quem se considera como um filho de Deus, um co-herdeiro com Cristo? O que são os prazeres deste mundo para aquele que é um partilhador diário do amor de Cristo que transmite conhecimento? O que são o desprezo e oposição do homem para quem Deus aceita por Jesus Cristo? Egoísmo não pode mais viver no coração de quem está exercitando fé em Cristo do que luz e escuridão podem existir juntas. Frio espiritual, preguiça, orgulho, e covardia igualmente encolhem na presença da fé. Podem os que estão intimamente unidos com Cristo, como o ramo à vara da videira, conversar sobre tudo e com todo o mundo e não com Jesus?

"Estão vocês em Cristo? Não se vocês não se reconhecerem estar em erro, desamparados, condenados pecadores. Não se estão se exaltando e se glorificando. Se há qualquer bem em vocês, é totalmente atribuível à misericórdia de um Salvador compassivo. Seu nascimento, sua reputação, sua riqueza, seus talentos, suas virtudes, sua religiosidade, sua filantropia, ou algo mais em vocês ou ligado a vocês, não formará um elo de união entre suas almas e Cristo. Sua conexão com a igreja, a maneira em que seus irmãos os consideram, será de nenhum proveito a menos que creiam em Cristo. Não é suficiente crer a respeito dEle; vocês devem crer nEle. Vocês devem confiar inteiramente em Sua graça salvadora" (Testemunhos para a Igreja, vol. 5, págs. 48, 49).

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O Motivo “em Cristo”

As lições de 4ª e 5ª feira, 17 e 18/12/08, toca no “motivo em Cristo”. O nome não importa, você pode mesmo usar muitos outros: “O assunto ‘em Cristo”; “O Argumento ‘em Cristo”; “A Matéria ‘em Cristo”; “O Tema ‘em Cristo”, etc...

O importante é sabermos que Cristo é o que influencia nossa escolha de vivermos “nEle”, e promove a nossa ação através “dEle”, e mais importante ainda é entendermos que este é um ponto central de toda a Bíblia e do Espírito de Profecia. Tudo só é possível ‘em Cristo’.

Receber a mensagem da Justiça de Cristo, pela fé, e compreende-la, é ter, dentro de nós, “em Cristo”,“O Caráter de Deus”, refletindo-O aos nossos semelhantes em nossa missão evangelística. O Caráter de Deus tem que ser vivido por nós, “em Cristo”, antes que possamos pregar com total eficácia.

Surpreendentemente a serva do Senhor a chama de “A Terceira Mensagem Angélica, em verdade”, que é nossa missão cardinal, Apoc. 14: 6-12.

Ela diz mais: “Em Sua grande misericórdia enviou-nos o Senhor uma mui preciosa mensagem, através dos irmãos A.T. Jones e E. J. Waggoner.” Declarações de apoio a estes “dois mensageiros divinos” somam por volta de 370 nos 4 volumes de materiais da pena inspirada a respeito de Justificação pela Fé, impresso pela Conferência Geral em comemoração ao centenário da realização da Assembléia de Mineápolis (1988).

Esta mensagem tem como essência a transformação do caráter do crente quando ele vive “em Cristo”, pelo poder de Deus. É o início da Chuva Serôdia (Apoc. 14:12), a mais importante hoje pois faz que o grão amadureça para a colheita final que Deus está ansioso por concluir em nós na Sua obra de purificação do Santuário Celestial, através do Espírito Santo.

Falei recentemente ao meu pastor da Igreja Central de Belo Horizonte, que evangelismo não é primordialmente método, mas mensagem. Está a nossa igreja, os nossos membros, ou melhor, tenho que ir ao ponto, estou eu permitindo Cristo viver dentro de mim? Se não, não estou apto a realizar uma efetiva pregação de “Cristo e Este crucificado”.

Paulo disse ser este o caráter da pregação a que se propôs proclamar (1ª Cor. 2:2).

Isto é o que Apolo, um “eloqüente orador e poderoso nas escrituras” que se podia vangloriar, mas, que, ao contrário, foi humilde o suficiente para ser instruído por Áquila e Priscila, “com mais precisão, o caminho de Deus” (Atos 18: 24 a 26).

Em Hebreus 10: 19 e 20 Paulo está falando da eficácia do sacrifício de Cristo (vs. 1-18) “Portanto, irmãos, tendo ousadia para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela Sua carne.”

Você vê, o ministério Sumo sacerdotal no Santíssimo do Santuário celestial, é através de um Sumo Sacerdote divino-humano, que assumiu a natureza caída que tenho, e, mesmo revestido deste equipamento desfavorável, defeituoso, pelo poder de Deus venceu o inimigo, e não pecou, em momento algum. Como foi isto possível quando Ele era um infante, não sendo capaz de nem mesmo segurar sua mamadeira?, A resposta está no livreto “Como Poderia Jesus Viver Sem Pecado, Como um Bebê, se Ele Assumiu a Nossa Natureza Caída e Pecaminosa?”, que vem acompanhado de um CD (áudio). Peça-nos e lho enviaremos.

Assim Ele sempre foi, continuará sendo, e é “Santo, Santo, Santo”, Isaias 6:3 e Apoc. 4:8 (confira também: Marcos 1:24; Lucas 1:35; 4:34; João14:30, etc...), pois nunca pecou. Esta verdade é parte essencial da “mui preciosa mensagem” que “o Senhor, em Sua grande misericórdia”, nos enviou há 120 anos atrás.

Quando nossos pioneiros se reuniram para estudarem e estabelecerem o nosso corpo de doutrinas, quando, após muitos períodos de jejum e oração, não chegavam a um entendimento unânime sobre um determinado ponto ou assunto, diz a serva do Senhor que Ele apresentava a ela, em visão, a verdade sobre a controvérsia.

As verdades sempre nos foram outorgadas pela intervenção divina, Hebreus 1:1 é um dos muitos exemplos. E são cumulativas, isto é, a declaração de um profeta não contradiz a de antecessores.

Por mais de 100 anos, a partir da década de 1850, a “Cristologia Adventista” foi unânime e invariavelmente no sentido de afirmar que Cristo assumiu a natureza de Adão com 4.000 anos de pecado (DTN pág. 49 é uma das centenas de declarações neste sentido). O Comentário Bíblico Adventista, escrito por mais de 40 irmãos nossos por volta da década de 1950 afirma invariavelmente isto, enquanto três irmãos nossos se envolveram em reuniões com “evangélicos”, e numa tentativa de evitarem sermos chamados de “seita”, viraram 180 graus a Cristologia, afirmando o oposto, isto é, que Cristo veio a esta terra na natureza de Adão antes da queda.

Desde então tem-se feito todo o tipo de esforço para justificar-se esta mudança na doutrina, até mesmo usando-se textos da pena inspirada em que ela fala da santidade de Cristo, o que nenhum dos dois lados nega. A tentativa de dizer que a Irmã White tem declarações nos dois sentidos é o mesmo que afirmar que um profeta pode acender uma vela a Deus e outra ao diabo. A verdade é uma coisa ou outra. Ela mesmo disse, Minha obra... traz o selo de Deus, ou o do inimigo. Não há, meio-termo...” (Evangelismo, pág. 260, 4º §).

Deus não é sócio de Satanás e “nada faz em parceria com ele” (ibidem).

Mas antes deste assalto que o inimigo fez à igreja de Deus na década de 50 do século XX, com vitória, ele já havia tentado isto através de irmãos nossos no estado de Indiana, nos EUA, a saber, através do movimento da “carne santa”, mas, então, a serva do Senhor ainda era viva e o condenou, e a Conferência Geral mudou toda a liderança da Associação de Indiana.

Hoje, graças a Deus, a despeito da posição oficial predominante, ainda temos em todos os níveis da igreja, desde a Associação Geral, passando pelas uniões, associações, missões, instituições, igrejas e grupos, pessoas que creio serem bem mais do que 7.000 (1º Reis 19:18), que têm mantido intacta esta verdade.

Querem um exemplo?, o Pr. Marcos Aguiar, que há três anos ou pouco mais, deixou a igreja central de Belo Horizonte para assumir a central do Rio. Suas pregações estavam repletas da mensagem da Justiça de Cristo, como nos foi outorgada em 1888 e na década que se seguiu. Certa feita, em um encontro jovem, onde se debatia sobre a natureza de Cristo na encarnação, se antes ou depois da queda, disse que “se Cristo não correu o risco de pecar, ‘risco de perda eterna’ (DTN, pág. 49), se Ele não assumiu a nossa natureza pecaminosa de 4.000 anos de pecado, toda sua vida de sofrimento, principalmente no Calvário não passou de uma encenação teatral, um fingimento.”

E a este “risco de perda eterna” não se referia Ellen White simplesmente à “força física, e poder mental” de Cristo, mas ela também fala de “valor moral” (DTN, pág. 117. Atenção: algumas edições em português omitem a palavra valor).

Bem, alguém dirá, mas João, você saiu, e muito, do assunto “em Cristo” a que você se propôs comentar para as partes de 4ª e 5ª feira da lição desta semana, que fala da expressão-chave ‘em Cristo”, que “mostra... o que Deus realizou por nós e pelo universo caído, por meio da vida, morte e ressurreição de Cristo. ... Cristo é a chave para tudo que recebemos de Deus.”Sem este conceito estaríamos “separados ... e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Ef. 2:12)”.

Mas irmãos, para o mundo ser revolucionado com a pregação do evangelho em alguns poucos anos, por pessoas vivendo “em Cristo”, a mensagem da Justiça de Cristo “deveria trazer, mais proeminentemente ante o mundo o Salvador crucificado, o sacrifício pelos pecados de todo o mundo. [Esta mensagem] apresentava a justificação pela fé no Fiador; convidava o povo a receber a justiça de Cristo, que se manifesta na obediência aos mandamentos de Deus. Muitos perderam Jesus de vista. Eles têm que ter os olhos fixos na Sua divina pessoa, Seus méritos e Seu imutável amor pela família humana.... Esta é a mensagem que Deus manda proclamar ao mundo”. Testemunhos para Ministros, págs. 91 e 92. Leia até o final do capítulo, e então responda:

Temos nós esta mensagem?, ou melhor, a estamos vivendo “em Cristo”?

Um importante elemento da mensagem da Justiça de Cristo é o “relacionamento” entre os trabalho final de Cristo na purificação do Santuário celestial e a verdade bíblica da justificação pela fé. “Cristo está apelando pela igreja nas cortes acima e com aqueles por quem Ele pagou o preço da redenção do Seu próprio sangue” (ibidem), intercedendo através do Espírito Santo, para que, “em Cristo”, abandonemos, pela fé “nEle”, pelo poder de Deus, os nossos pecados. (Confira em Primeiros Escritos págs. 55 e 56).

A mensagem da justificação pela fé fala de “Cristo em” você. É uma experiência de vida, uma mudança de coração, e, se manifesta na obediência a todos os mandamentos de Deus” (TM 92). Assim, esta expressão “em Cristo”, quando se torna uma realidade em nossas vidas, nos reconcilia com a lei de Deus, e deve repousar em um fundamento mais forte do que os sentimentos ou obras do crente, ou mesmo sua escolha em crer.

Efésios 2:8 diz que somos salvos “pela graça... por meio da fé”.

Quando se manifestou a graça? Tito 2: 11-14 diz que foi quando “Cristo Se deu a Si mesmo por nós para remir-nos ...” (vs. 14).

Ellen White viu esta verdade como um elemento da luz de deverá iluminar a terra com a Sua glória (Apoc. 18:1). Naturalmente que isto só será possível através de pessoas destituídas completamente do eu, e vivendo inteiramente “em Cristo”. A mensagem de 1888 é, assim, uma “motivação para servir a Cristo”.

Porque guardamos os sábado, devolvemos o dízimo, fazemos trabalho missionário, etc...? Ah!, queremos nos salvar, queremos ir para o céu!!!. Boa idéia, mas se nunca formos além disto torna-se a raiz do legalismo, uma motivação centralizada no egoísmo, e está “sob a lei”, é velho concertismo, e, sem dúvida, não subsistirá na crise final. Muito de nosso evangelismo público está baseado neste apelo egocêntrico, o que é bom para um entendimento com infantilidade.

Mas a Bíblia fala de um processo de crescimento. Efésios 4 apela “para que não sejamos mais meninos, levados ao redor por todo vento de doutrina... antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo, ‘nAquele’ que é o Cabeça, Cristo.”

A mensagem da Justiça de Cristo nos aponta para a motivação “em Cristo”, que promove o esquecimento do eu, uma preocupação por Jesus, para que Ele receba Seu galardão para que seja coroado Rei dos Reis, para que O honremos, a fim de que o peso dos sofrimentos que Ele sente pelo mundo cambaleante, em desgraça e miséria, possa ser alevantado, para que Ele veja o trabalho da Sua alma e possa ficar satisfeito. (cf. Isaias 53:11).

Esta motivação é criada no nosso mundo egocêntirico, em corações pecadores, pela introdução de algo que a Bíblia chama de “Ágape” (Rom. 5:8).

A pregação da Justiça de Cristo, pelos dois mensageiros de 1888, tem este amor, que é o próprio Deus, 1ª João 4:8, Ágape, como o fundamento de sua mensagem. É um conceito de amor muito diferente do que os seres humanos normalmente entendem. Um conceito de amor consistente com a idéia da Bíblia da não-imortalidade da alma.

Agora, cuidado para você não dizer que é exatamente isto que cremos! Aparentemente pode assim parecer, mas veja: nós, como denominação, já de há muito dizemos que o nosso entendimento da justificação pela fé é idêntico ao dos luteranos.

*Ora, já faz alguns anos (final do século XX), que a igreja Luterana e a igreja Católica Romana chegaram a um acordo virtual de que o entendimento da Justificação pela Fé de ambas é o mesmo.. É, assim, a Justificação pela Fé, que estas duas denominações pregam o que Ellen White chama de “a terceira mensagem angélica, em verdade”?

*Se a nossa pregação é a mesma que a dos guardadores do domingo, evangélicos e católicos romanos, aonde isto nos leva? Alguém poderá dizer, “oh! não faz diferença, contanto que continuemos a guardar o Sábado.” Mas, espere um pouco. Você não será capaz de manter a guarda do sábado quando a marca da besta for imposta, a menos que você esteja alicerçado “em Cristo”, na verdade da Justificação pela Fé, porque Ellen White e a Bíblia dizem que a mensagem do 3° anjo é, em verdade, a justificação pela fé.

E isto, como vêem, nos leva de volta ao tópico da lição desta semana, ( de 4ª e 5ª).

*Outro elemento vital da mensagem de 1888 é a realidade de Cristo descer até o fundo do poço aonde nos encontramos, para nos tirar dele e ser Deus conosco, nosso Salvador. Esta mensagem proclama que Ele tomou sobre a Sua natureza santa a nossa pecaminosa; que, “em todos os pontos Ele foi tentado como nós, entretanto, sem pecado. Não tentado diferente do que somos. Ele foi tentado a partir do interior, como nós somos, “entretanto, sem pecado”, bem como a partir do exterior.

*Também a doutrina dos dois concertos é, possivelmente, a mais contestada verdade que o Senhor nos enviou no final do século XIX, e é diferente do entendimento das igrejas observadoras do domingo, e da qual muitos, mesmo entre nós, têm somente uma ofuscada visão.

*Se você entender e viver esta verdade “em Cristo”, você a desejará proclamar até mesmo com risco de vida. É algo que queimará dentro de você. Jeremias disse: “a verdade de Deus é algo que eu não posso segurar dentro de min; ‘Sua palavra me é no coração como fogo ardente. Estou cansado de mantê-la comigo, e não posso mais” (Jer. 20:9)

As boas novas são que esta mensagem ainda triunfará na igreja remanescente, e a eficácia dela há de ser recuperada pelo povo de Deus.

Quando o noivo regressar, já a Sua noiva terá se aprontado (Apoc. 19:7).

Isto ocorrerá quando nós, a igreja de Deus, estivermos vivendo “em Cristo”, e “Ele em nós”, e, então, somente então, Deus poderá dizer “aqui está a paciência dos santos, aqueles que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus.” Apoc. 14:12.

Que Deus realize isto, “em Cristo”, na vida de cada um de nós, é o meu desejo e oração.

Tenham um feliz sábado,

Do irmão “em Cristo”,

João Soares da Silveira.

Muitas da idéias deste artigo colhi de diferentes publicações do Comitê de estudos da Mensagem da Justiça de Cristo, e as com asterisco (*) de um artigo do Pr. Roberto Wieland, de quem já lhes falei antes. (News Leter de set./out. 1999).

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lição 11 – Benefícios da Expiação.

"O Sacrifício Expiatório" de Cristo realizou a obra que Ele veio a este mundo fazer. Sua obra era salvar o povo dos seus pecados (Mat. 1:21), e Ele completou essa obra (João 17:4; 19:30).

Em romanos 1:16 Paulo diz que o "evangelho de Cristo" é o "poder de Deus para a salvação". Em 1ª Corinthians 1 e 2, Paulo compara a "cruz de Cristo" e Jesus Cristo crucificado com o "evangelho".

Ao eu contemplar "o Sacrifício Expiatório de Cristo" eu o vejo como o "evangelho" completo. Inclui Seu nascimento (encarnação), vida, morte, e ressurreição. Na cruz Jesus disse, "está consumado," e Ele descansou no dia de sábado. Sua ressurreição no primeiro dia da semana era prova de que seu sacrifício expiatório era perfeito e completo (Rom. 4:25). Romanos 6:7 indica que o acontecimento da cruz realizou nossa justificação, então deve ser perfeita e completa também.

Em resposta à primeira pergunta na lição de domingo, a ressurreição e ascensão são intrinsecamente ligadas ao sacrifício expiatório e são provas dele. A ressurreição marca o começo da próxima fase do trabalho de Cristo em realizar a restauração de seu povo "salvo". "O Sacrifício expiatório de Cristo" pode ser ilustrado por compará-lo à fundação de um edifício muito alto e grande. O evangelho é a fundação do ensino bíblico.

Como o perfeito e completo sacrifício expiatório tornou possível a ressurreição e ascensão, também torna a mediação celestial de Cristo possível. Sem sangue derramado não pode haver sangue aspergido. Procure lembar-se do serviço do "Dia da Expiação". Os pecados (ou registro dos pecados) com que se lidava eram pecados perdoados que tinham sido introduzidos antes no santuário. O sangue usado representava o sangue derramado na cruz de Cristo (Seu sacrifício expiatório).

Porque a ressurreição e ascensão marcaram o começo da fase de mediação do trabalho de Cristo, esta obra tinha que ser centrada no céu. Cristo ascendeu ao céu (Atos 1:8-11), e Ele intercede como nosso Sumo Sacerdote no céu (Heb. 8:1,2). Como ilustrado no "Dia de Expiação," (*no ritual) terreno, Cristo media com Seu sangue derramado no Santuário Celestial, o que nos traz à lição de quarta-feira.

Assim como o "Cordeiro morto desde a fundação do mundo" preservou a vida terrena de Adão por alguns anos, também a mediação de Cristo no céu preserva e aumenta vida até certo ponto hoje por ao menos duas razões. (1ª) Deus na Sua misericórdia nunca tirará o poder de escolha do homem. (2ª) Deus preserva a vida de Seus filhos "escolhidos" de modo que eles possam experimentar a "mente de Cristo" (*Fil 2:5, KJV) e trazer glória a Deus por seu exemplo. (As notas na lição de quarta-feira respondem a pergunta bem).

Espero que nós estejamos começando a ver que os ministérios terrestre e celestial são um trabalho completo para a restauração da humanidade. Se a humanidade nunca ouvir nem entender essa “obra,” nenhuma mudança nem restauração podem ocorrer. A obra do Espírito Santo é comunicar "salvação" à humanidade. João 16:8 realça a importância do trabalho do Espírito Santo. Sem Seu trabalho, salvação final não aconteceria. No entanto, o Espírito Santo não é nosso redentor e Ele não é nosso co-redentor. Nós ainda temos o poder de escolha, para aceitar ou resistir. Devo lembrá-lo que nossa "escolha" também não é nosso salvador?

Ellen G. White escreveu extensamente sobre o "sacrifício expiatório de Cristo". Algumas citações se seguem, mas eu o encorajo a olhar alguns de seus muitos usos da frase.1

"Com profundo interesse e grata e pasma alegria, os irmãos atentaram para as palavras de Paulo. Pela fé aprenderam a maravilhosa verdade do sacrifício expiatório de Cristo, e receberam-nO como seu Redentor. Foram então batizados em nome de Jesus, ‘e impondo-lhes Paulo as suas mãos,’ receberam também o batismo do Espírito Santo,..." (Atos dos Apóstolos, pág. 283).

"Não fosse pelo sacrifício expiatório de Cristo, e nada haveria em nós que pudesse deleitar a Deus. Toda bondade natural do homem é de nenhum valor a Seus olhos. Ele não tem prazer em qualquer homem que retenha sua velha natureza, não sendo assim renovado no conhecimento e graça a ponto de ser um novo homem em Cristo" (A Maravilhosa Graça de Deus, MM. de 1974, pág. 64. No original é pág.66).

"Nosso crucificado Senhor está pleiteando por nós na presença do Pai ante o trono da graça. Podemos reclamar Seu sacrifício expiatório para nosso perdão, ou justificação, ou santificação. O Cordeiro morto é nossa única esperança" (ibidem, pág. 68, no original, 71).

"É a compreensão constante do precioso sacrifício expiatório de Cristo em nosso favor que nos qualifica a apontar outros ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Devemos tornar-nos representantes da eficácia do sangue de Cristo, pelo qual nossos próprios pecados foram perdoados. Só assim podemos alcançar a classe mais alta" (Lift Him Up, pág. 293).

No começo desta "Introspecção" eu sugeri que o "Sacrifício Expiatório de Cristo" era como uma fundação. Aliás é o alicerce e nós somos as pedras de edifício:

"Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também nas Escrituras se contem: Eis que ponho em Sião uma pedra principal de esquina, eleita e preciosa; e quem nEle crer não será confundido. ... Vós sois uma geração escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo peculiar; para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz: Vós que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus: que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia" (1ª Pe. 2:5-10, KJV).

Minha oração é que nos submetamos a esta verdade e tornemo-nos completos em Cristo tanto em verdade e experiência.

J. B. Jablonski

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Nota do tradutor

1) Ellen G. White conecta o sacrifício expiatório de Cristo com a natureza humana que Ele assumiu na encarnação (E aqui cabe uma explicação: No sábado 4/10, último, viajava eu do UNASP de Engenheiro Coelho até Hortolândia numa das Kombis dos teologandos, e um deles, formando neste ano, tido como um dos maiores pesquisadores estudantes atuais daquela instituição, contestou a minha afirmação de que a pena inspirada falava aqui de “natureza humana caída”, para logo após reconhecer que à época este era o entendimento da expressão natureza humana. Ele é conhecedor da obra The Word Was Made Flesh, O Verbo Foi Feito Carne, uma exaustiva pesquisa histórica de 100 anos, 1852 a 1952, da cristologia adventista, do Pr. Ralph Larsson, 40 anos a serviço da IASD, por muitos anos Ministerial da Divisão do Extremo Oriente). Veja, a seguir os textos da pena inspirada:

Caminho a Cristo, pág. 15, 1º §: “Pela fé no sacrifício expiatório de Cristo, os filhos de Adão podem voltar a ser filhos de Deus. Assumindo a natureza humana, Cristo elevou a humanidade. Os homens caídos são colocados na posição em que, mediante a conexão com Cristo, podem na verdade tornar-se dignos de serem chamados "filhos de Deus".

Para que Cristo pudesse fazer expiação por nós Ele tinha que ser em tudo semelhante a nós. Se Ele fosse semelhante a Adão antes da queda, não poderia morrer e expiar a nossa culpa. Assim o sacrifício expiatório de Cristo, é decorrência da Sua natureza que Ele assumiu na encarnação. Em verdade são um único assunto, “...é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras” (Veja o texto que se segue

Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244, 2º §: A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; deu prova de Sua humildade, tornando-Se homem. Entretanto, era Ele Deus na carne. Quando abordamos este assunto, bem faremos em levar a sério as palavras dirigidas por Cristo a Moisés, junto à sarça ardente: "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa." Êxo. 3:5. Devemos aproximar-nos deste estudo com a humildade de um discípulo, de coração contrito. E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas.”

Obreiros Evangélicos, pág. 315, 2º §: “O sacrifício de Cristo como expiação pelo pedado, é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, toda verdade da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvário. Apresento perante vós o grande, magno monumento de misericórdia e regeneração, salvação e redenção — o Filho de Deus erguido na cruz. Isto tem de ser o fundamento de todo discurso feito por nossos ministros.”

Atos dos Apóstolos:

Pág. 230, 3º §: “Os que hoje ensinam verdades impopulares não se devem desanimar, se por vezes encontram, mesmo por parte dos que se dizem cristãos, recepção não mais favorável que a dispensada a Paulo e seus companheiros, por aqueles por quem trabalham. Os mensageiros da cruz devem armar-se de vigilância e oração, avançando com fé e ânimo, trabalhando sempre no nome de Jesus. Devem exaltar a Cristo como Mediador do homem no santuário celestial; como Aquele em quem se centralizam todos os sacrifícios da dispensação do Velho Testamento, e por cujo sacrifício expiatório os transgressores da lei de Deus podem encontrar paz e perdão.”

Pág. 14, 2º §: “Mediante os ensinos do serviço sacrifical, Cristo devia ser exaltado perante todas as nações, e todos os que olhassem para Ele viveriam. Cristo era o fundamento da organização judaica. Todo o sistema de tipos e símbolos era uma compacta profecia do evangelho, uma representação em que se continham as promessas de redenção.”

Pág. 208, 1º §: “Os gálatas eram dados à adoração de ídolos, mas como os apóstolos lhes pregassem, rejubilaram-se na mensagem que prometia libertação do cativeiro do pecado. Paulo e seus cooperadores proclamaram a doutrina da justificação pela fé no sacrifício expiatório de Cristo. Apresentaram a Cristo como sendo Aquele que, vendo o estado desesperado da raça caída, veio para redimir a homens e mulheres mediante uma vida de obediência à lei de Deus, e o pagamento da penalidade da desobediência.” (Pág. 207,, 3º §, em edições mais recentes e no original em inglês).

Pág. 175, 2º §: “Mediante a incansável ministração dos apóstolos aos gentios, os "estrangeiros e forasteiros", os "que antes estáveis longe", aprenderam que "pelo sangue de Cristo", chegaram perto, e que pela fé em Seu sacrifício expiatório, podiam tornar-se ‘concidadãos dos santos, e da família de Deus’". Efés. 2:13 e 19.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Lição 10 – Expiação na Cruz

Deus preferiu morrer por nós do que viver sem nós.

"... Porque no dia em dela comeres, certamente morrerás" (Gên. 2:17, ênfase em negrito adicionada).

Entender mal a instrução que Deus deu a Adão e Eva torna impossível apreciar quanto os seres criados dependem de seu Criador para suster a vida. É fácil cair na armadilha de pensar que a raça humana e os sistemas necessários para apoiar a vida foram iniciados por Deus na criação, mas Ele então nos deixou funcionar num tipo de piloto automático1. Há muitos que, conscientemente ou não, acreditam que eles estão agindo bem com Deus lá fora em algum lugar, e se eles não O pedem muito, Ele não deve exigir muito deles.

Este pensamento ignora a expressão acima realçada: "No dia". Por que Adão e Eva não morreram naquele dia? O plano de salvação que Deus anunciou a nossos primeiros pais se centrava na cruz, o que não aconteceu senão 4.000 anos depois, mas o Cordeiro que foi ferido é descrito como tendo sido morto desde a fundação do mundo (1ª Pedro 1:20).

Ellen G. White escreveu: "Ele era o Redentor, tanto antes como depois da encarnação. Assim que existiu o pecado, houve um Salvador" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 210).

"Logo que Adão pecou, o Filho de Deus apresentou-Se como garantia para a raça humana, com exatamente o mesmo poder para evitar o destino pronunciado sobre o culpado como quando morreu sobre a cruz de Calvário" (Advent Review and Sabbath Herald, de 12 de março de 1901).

Outro problema com este pensamento de “piloto automático”, é que torna impossível entender a cruz, e seu precursor, o Getsêmani. Cristo nunca pecou durante Sua vida terrena ao assumir a semelhança de carne pecaminosa, por causa de uma conexão direta intensa com Seu Pai celestial. Ao Se aproximar do Getsêmani Ele sabia que essa conexão logo seria interrompida. Se tivesse crido que Sua vida pudesse existir, com um piloto automático, numa terra (*tipo) limbo, a separação teria pouco significado.

A lição do domingo interpreta a palavra grega traduzida como "cheio de tristeza"2 "para designar um alto nível de angústia emotiva, tristeza, e ansiedade". Esta tristeza é imensurável em intensidade e profundidade, e a intensidade trazia Jesus à segunda morte—separação final de Deus.

A separação de Cristo de Deus foi causada por ter Ele sido feito pecado por nós.3 Sua natureza humana recuou da possibilidade: "Pai, se é possível, passe de Mim este cálice..." Este cálice continha a ira de Deus (Apoc. 14:10). Paulo define esta ira como Deus finalmente entregando os persistentes rebeldes às suas próprias escolhas (Rom. 1:18-32).

Enquanto lutando com Sua decisão do Getsêmane, "a história da raça humana surge diante do Redentor do mundo. Vê que os transgressores da lei, se deixados a si mesmos, têm de perecer. Vê o desamparo de homem" (O Desejado de Todas as Nações,, pág. 690). Ele toma Sua decisão para salvar o mundo rebelde. Escolhe crer que Seu sacrifício será aceitável e antevê o dia quando as promessas do concerto eterno restaurarão unidade ao universo.

Sua oração, registrada em João 17, revela o triunfo da Sua fé: "Eu glorifiquei-Te na terra, tendo consumando [acabado, cumprido] a obra que Me deste a fazer” (João 17:4). Essa oração realmente será cumprida quando a Cidade Santa for trazida à terra.

"Cristo apresenta ao Pai a aquisição do Seu sangue, declarando: 'Eis-Me aqui, com os filhos que Me deste. ... Com indizível amor Jesus dá as boas-vindas a Seus fieis para o gozo do Senhor. O gozo do Salvador consiste em ver, no reino de glória, as almas que foram salvas pela Sua agonia e humilhação. ... Ao serem os resgatados recebidos na cidade de Deus,... os dois Adões estão prestes a encontrar-se. O Filho de Deus Se acha em pé com braços estendidos para receber o pai de nossa raça — o ser que Ele criou e que pecou contra o seu Criador, e por cujo pecado os sinais da crucifixão aparecem no corpo do Salvador. Ao divisar Adão os sinais dos cruéis cravos, ele não cai ao peito do seu Senhor, mas lança-se em humilhação aos Seus pés, exclamando: 'Digno, digno é o Cordeiro que foi morto!’ Com ternura o Salvador o levanta, convidando-o a contemplar de novo o lar edênico do qual, havia tanto, fora exilado. ... O filho de Deus redimiu a falta e a queda do homem; e agora, pela obra da expiação, Adão é reintegrado em seu primeiro domínio" (O Grande Conflito, pág. 646-648).

Esta é a recompensa de Cristo. A culminação da expiação. A raça humana foi levada ao pecado pelo primeiro Adão, mas o Segundo Adão reverteu essa história e levou toda humanidade "nEle" à cruz para morrer a segunda morte, a pena pelo pecado, e "em Cristo," reescreveu a condenação em vida por todos. Que nem todos finalmente serão salvos será o resultado de sua persistente escolha rebelde. Como Esaú, eles menosprezaram o direito de primogenitura assegurado a um custo infinito. Verdadeiramente, Cristo podia dizer, "está consumado". Só nossa escolha deve ser ainda concluída. Que todos possamos estar dispostos a crer na nossa posição no Segundo Adão que tudo fez por nós.

Arlene Hill

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

1) Uma analogia muito usada é a idéia de um Deus, hábil relojoeiro do universo, que deu corda no mundo e foi embora. Esta teoria (deismo) não nega a existência de Deus, mas nega sua interferência direta e pessoal na natureza e na História (Ver pág. 137 do nosso guia de estudos, edição dos professores).

2) “É impossível para nós compreendermos a profunda tristeza, misteriosa opressão, que importunava Jesus ao entrar Ele no jardim do Getsêmani. A estranha melancolia que tomou conta dEle estarreceu os discípulos. Ali estava o divino-humano Filho de Deus, Filho do homem (veja em Mat. 1:1; Marcos 2:10; Lucas 1:35), sofrendo uma intensidade de tristeza que eles nunca tinham testemunhado antes. Em parte, o sofrimento era físico, mas isto era apenas o reflexo visível do infinito sofrimento de Cristo como o portador dos pecados do mundo” (Comentário Bíblico, volume 5 da série SDABC, pág. 525, 1ª coluna);


3) Entretanto isto não quer dizer que “Cristo Foi feito pecado por nós” (2ª Cor. 5: 21) apenas no Calvário, como afirmam alguns (guia de estudos dos professores, pág 129, sob o título: Pense nisto).

Em Testemunhos para a Igreja (Testimonies for the Church), vol. 3, pág. 372, a pena inspirada conecta 2ª Cor. 5:21 com as tentações de Cristo no deserto e também com toda a Sua vida:

“Ele suportou um agonizante jejum por perto de seis semanas, ...foi a culpa dos pecados do mundo que tão pesadamente pressionaram sobre Ele. ‘Àquele que não conheceu pecado, foi feito pecado por nós.’ Com este terrível peso da culpa sobre Ele devido aos nossos pecados, Ele suportou o terrível teste sobre o apetite, e sobre o amor do mundo e de honra e orgulho de exibição que leva à presunção. Cristo suportou estas três grandes importantes tentações e venceu em favor do homem, obrando por ele um caráter justo, porque Ele sabia que o homem não pode fazer isto por si mesmo. Ele sabia que nestes três pontos Satanás assediaria a raça. Satanás vencera Adão e planejou continuar sua obra até completar a ruína do homem. Cristo entrou em campo em favor do homem para vencer a Satanás, porque Ele viu que o homem não poderia vencer por sua própria conta. Cristo preparou o caminho para o resgate do homem por Sua própria vida de sofrimento, negação própria e auto sacrifício, e por Sua humilhação e morte final” (grifos acrescidos).

Agora leia em O Desejado de Todas as Nações, pág. 49.

Depois, veja o que está no Comentário Bíblico, vol. 6 da série SDABC, pág. 870, primeira coluna, comentando 2ª Cor. 5:21:

O fez pecado por nós’. Isto é, Deus O tratou como se Ele fosse um pecador, o que Ele não era. Veja O Desejado de Todas as Nações, pág. 25, onde nos é dito que “pela Sua vida e morte, Cristo operou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado” ... Este verso (*2ª Cor. 5: 21) sumaria o plano da salvação, declarando a absoluta santidade de Cristo...”