quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Lição 11 – Benefícios da Expiação.

"O Sacrifício Expiatório" de Cristo realizou a obra que Ele veio a este mundo fazer. Sua obra era salvar o povo dos seus pecados (Mat. 1:21), e Ele completou essa obra (João 17:4; 19:30).

Em romanos 1:16 Paulo diz que o "evangelho de Cristo" é o "poder de Deus para a salvação". Em 1ª Corinthians 1 e 2, Paulo compara a "cruz de Cristo" e Jesus Cristo crucificado com o "evangelho".

Ao eu contemplar "o Sacrifício Expiatório de Cristo" eu o vejo como o "evangelho" completo. Inclui Seu nascimento (encarnação), vida, morte, e ressurreição. Na cruz Jesus disse, "está consumado," e Ele descansou no dia de sábado. Sua ressurreição no primeiro dia da semana era prova de que seu sacrifício expiatório era perfeito e completo (Rom. 4:25). Romanos 6:7 indica que o acontecimento da cruz realizou nossa justificação, então deve ser perfeita e completa também.

Em resposta à primeira pergunta na lição de domingo, a ressurreição e ascensão são intrinsecamente ligadas ao sacrifício expiatório e são provas dele. A ressurreição marca o começo da próxima fase do trabalho de Cristo em realizar a restauração de seu povo "salvo". "O Sacrifício expiatório de Cristo" pode ser ilustrado por compará-lo à fundação de um edifício muito alto e grande. O evangelho é a fundação do ensino bíblico.

Como o perfeito e completo sacrifício expiatório tornou possível a ressurreição e ascensão, também torna a mediação celestial de Cristo possível. Sem sangue derramado não pode haver sangue aspergido. Procure lembar-se do serviço do "Dia da Expiação". Os pecados (ou registro dos pecados) com que se lidava eram pecados perdoados que tinham sido introduzidos antes no santuário. O sangue usado representava o sangue derramado na cruz de Cristo (Seu sacrifício expiatório).

Porque a ressurreição e ascensão marcaram o começo da fase de mediação do trabalho de Cristo, esta obra tinha que ser centrada no céu. Cristo ascendeu ao céu (Atos 1:8-11), e Ele intercede como nosso Sumo Sacerdote no céu (Heb. 8:1,2). Como ilustrado no "Dia de Expiação," (*no ritual) terreno, Cristo media com Seu sangue derramado no Santuário Celestial, o que nos traz à lição de quarta-feira.

Assim como o "Cordeiro morto desde a fundação do mundo" preservou a vida terrena de Adão por alguns anos, também a mediação de Cristo no céu preserva e aumenta vida até certo ponto hoje por ao menos duas razões. (1ª) Deus na Sua misericórdia nunca tirará o poder de escolha do homem. (2ª) Deus preserva a vida de Seus filhos "escolhidos" de modo que eles possam experimentar a "mente de Cristo" (*Fil 2:5, KJV) e trazer glória a Deus por seu exemplo. (As notas na lição de quarta-feira respondem a pergunta bem).

Espero que nós estejamos começando a ver que os ministérios terrestre e celestial são um trabalho completo para a restauração da humanidade. Se a humanidade nunca ouvir nem entender essa “obra,” nenhuma mudança nem restauração podem ocorrer. A obra do Espírito Santo é comunicar "salvação" à humanidade. João 16:8 realça a importância do trabalho do Espírito Santo. Sem Seu trabalho, salvação final não aconteceria. No entanto, o Espírito Santo não é nosso redentor e Ele não é nosso co-redentor. Nós ainda temos o poder de escolha, para aceitar ou resistir. Devo lembrá-lo que nossa "escolha" também não é nosso salvador?

Ellen G. White escreveu extensamente sobre o "sacrifício expiatório de Cristo". Algumas citações se seguem, mas eu o encorajo a olhar alguns de seus muitos usos da frase.1

"Com profundo interesse e grata e pasma alegria, os irmãos atentaram para as palavras de Paulo. Pela fé aprenderam a maravilhosa verdade do sacrifício expiatório de Cristo, e receberam-nO como seu Redentor. Foram então batizados em nome de Jesus, ‘e impondo-lhes Paulo as suas mãos,’ receberam também o batismo do Espírito Santo,..." (Atos dos Apóstolos, pág. 283).

"Não fosse pelo sacrifício expiatório de Cristo, e nada haveria em nós que pudesse deleitar a Deus. Toda bondade natural do homem é de nenhum valor a Seus olhos. Ele não tem prazer em qualquer homem que retenha sua velha natureza, não sendo assim renovado no conhecimento e graça a ponto de ser um novo homem em Cristo" (A Maravilhosa Graça de Deus, MM. de 1974, pág. 64. No original é pág.66).

"Nosso crucificado Senhor está pleiteando por nós na presença do Pai ante o trono da graça. Podemos reclamar Seu sacrifício expiatório para nosso perdão, ou justificação, ou santificação. O Cordeiro morto é nossa única esperança" (ibidem, pág. 68, no original, 71).

"É a compreensão constante do precioso sacrifício expiatório de Cristo em nosso favor que nos qualifica a apontar outros ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Devemos tornar-nos representantes da eficácia do sangue de Cristo, pelo qual nossos próprios pecados foram perdoados. Só assim podemos alcançar a classe mais alta" (Lift Him Up, pág. 293).

No começo desta "Introspecção" eu sugeri que o "Sacrifício Expiatório de Cristo" era como uma fundação. Aliás é o alicerce e nós somos as pedras de edifício:

"Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. Por isso também nas Escrituras se contem: Eis que ponho em Sião uma pedra principal de esquina, eleita e preciosa; e quem nEle crer não será confundido. ... Vós sois uma geração escolhida, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo peculiar; para que anuncieis as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz: Vós que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus: que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia" (1ª Pe. 2:5-10, KJV).

Minha oração é que nos submetamos a esta verdade e tornemo-nos completos em Cristo tanto em verdade e experiência.

J. B. Jablonski

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Nota do tradutor

1) Ellen G. White conecta o sacrifício expiatório de Cristo com a natureza humana que Ele assumiu na encarnação (E aqui cabe uma explicação: No sábado 4/10, último, viajava eu do UNASP de Engenheiro Coelho até Hortolândia numa das Kombis dos teologandos, e um deles, formando neste ano, tido como um dos maiores pesquisadores estudantes atuais daquela instituição, contestou a minha afirmação de que a pena inspirada falava aqui de “natureza humana caída”, para logo após reconhecer que à época este era o entendimento da expressão natureza humana. Ele é conhecedor da obra The Word Was Made Flesh, O Verbo Foi Feito Carne, uma exaustiva pesquisa histórica de 100 anos, 1852 a 1952, da cristologia adventista, do Pr. Ralph Larsson, 40 anos a serviço da IASD, por muitos anos Ministerial da Divisão do Extremo Oriente). Veja, a seguir os textos da pena inspirada:

Caminho a Cristo, pág. 15, 1º §: “Pela fé no sacrifício expiatório de Cristo, os filhos de Adão podem voltar a ser filhos de Deus. Assumindo a natureza humana, Cristo elevou a humanidade. Os homens caídos são colocados na posição em que, mediante a conexão com Cristo, podem na verdade tornar-se dignos de serem chamados "filhos de Deus".

Para que Cristo pudesse fazer expiação por nós Ele tinha que ser em tudo semelhante a nós. Se Ele fosse semelhante a Adão antes da queda, não poderia morrer e expiar a nossa culpa. Assim o sacrifício expiatório de Cristo, é decorrência da Sua natureza que Ele assumiu na encarnação. Em verdade são um único assunto, “...é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras” (Veja o texto que se segue

Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 244, 2º §: A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; deu prova de Sua humildade, tornando-Se homem. Entretanto, era Ele Deus na carne. Quando abordamos este assunto, bem faremos em levar a sério as palavras dirigidas por Cristo a Moisés, junto à sarça ardente: "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa." Êxo. 3:5. Devemos aproximar-nos deste estudo com a humildade de um discípulo, de coração contrito. E o estudo da encarnação de Cristo é campo frutífero, que recompensará o pesquisador que cave fundo em busca de verdades ocultas.”

Obreiros Evangélicos, pág. 315, 2º §: “O sacrifício de Cristo como expiação pelo pedado, é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, toda verdade da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvário. Apresento perante vós o grande, magno monumento de misericórdia e regeneração, salvação e redenção — o Filho de Deus erguido na cruz. Isto tem de ser o fundamento de todo discurso feito por nossos ministros.”

Atos dos Apóstolos:

Pág. 230, 3º §: “Os que hoje ensinam verdades impopulares não se devem desanimar, se por vezes encontram, mesmo por parte dos que se dizem cristãos, recepção não mais favorável que a dispensada a Paulo e seus companheiros, por aqueles por quem trabalham. Os mensageiros da cruz devem armar-se de vigilância e oração, avançando com fé e ânimo, trabalhando sempre no nome de Jesus. Devem exaltar a Cristo como Mediador do homem no santuário celestial; como Aquele em quem se centralizam todos os sacrifícios da dispensação do Velho Testamento, e por cujo sacrifício expiatório os transgressores da lei de Deus podem encontrar paz e perdão.”

Pág. 14, 2º §: “Mediante os ensinos do serviço sacrifical, Cristo devia ser exaltado perante todas as nações, e todos os que olhassem para Ele viveriam. Cristo era o fundamento da organização judaica. Todo o sistema de tipos e símbolos era uma compacta profecia do evangelho, uma representação em que se continham as promessas de redenção.”

Pág. 208, 1º §: “Os gálatas eram dados à adoração de ídolos, mas como os apóstolos lhes pregassem, rejubilaram-se na mensagem que prometia libertação do cativeiro do pecado. Paulo e seus cooperadores proclamaram a doutrina da justificação pela fé no sacrifício expiatório de Cristo. Apresentaram a Cristo como sendo Aquele que, vendo o estado desesperado da raça caída, veio para redimir a homens e mulheres mediante uma vida de obediência à lei de Deus, e o pagamento da penalidade da desobediência.” (Pág. 207,, 3º §, em edições mais recentes e no original em inglês).

Pág. 175, 2º §: “Mediante a incansável ministração dos apóstolos aos gentios, os "estrangeiros e forasteiros", os "que antes estáveis longe", aprenderam que "pelo sangue de Cristo", chegaram perto, e que pela fé em Seu sacrifício expiatório, podiam tornar-se ‘concidadãos dos santos, e da família de Deus’". Efés. 2:13 e 19.