quinta-feira, 24 de junho de 2010

Lição 13 — Apoio Social: Laços de Amor, por Paul E. Penno.

Em um vôo para Israel há alguns anos, um presidente de uma Associação (*da igreja Adventista) me viu lendo o livro Arrependimento Corporativo.(1) Ele perguntou: O que é arrependimento corporativo? Naquele momento a melhor resposta que eu poderia oferecer era: eu não sei, é por isso que eu estou lendo o livro. Eu pouco imaginava que, o conceito bíblico de arrependimento corporativo era a chave para a autêntica interação entre os diversos diferentes grupos de pessoas dentro da igreja.

Há um anseio nos círculos evangélicos para tal autenticidade na vida da igreja. Deus quis que os adventistas do sétimo dia fossem lideres nisto. Agora parece que os estudiosos, como Mark J. Boda, estão escrevendo sobre a doutrina bíblica do arrependimento, a fim de estabelecer uma base para uma experiência dentro da igreja cristã.(2)

Jesus quer que a igreja de Laodicéia seja a líder que demonstre a interação social real no mundo. É a consequência de prestar atenção ao Seu apelo, "sê pois zeloso, e arrepende-te" (Apoc. 3:19).

Justiça que é motivada:
a) pelo medo pessoal do inferno, e/ou,
b) pela esperança de recompensa celestial,
produz divisão na igreja. Seu fruto é um espírito crítico, a tendência de julgar os outros, e elitismo. Por exemplo, uma mulher mundana adornada ia à igreja no sábado pela manhã e as recepcionistas imediatamente a anunciaram como uma "visitante" de modo que todos os membros sabiam que ela não era um deles.

A. T Jones, um dos (*dois) "mensageiros do Senhor ", (*em 1888, com “credenciais divinas”) sentiu a auto-inspirado mola do trabalho, quando ele disse: "Por que não devemos honrá-Lo, em vez de nós mesmos? Não devo honrá-Lo, em vez de a mim? Não é uma confissão individual que é desejada tanto como uma confissão da Conferência Geral. É uma clarificação deste tema a nós pela Conferência Geral é que é necessária."(3)

Uma preocupação individual por nossa salvação é bom. Se alguém está se preparando para morrer, por todos os meios, fará a confissão dos pecados pessoais; mas nunca irá produzir um corpo de crentes que estão unidos e enfrentam o final juízo antes da trasladação na segunda vinda de Cristo. Jesus diz que o que é necessário é que "o anjo, [a liderança] da igreja de Laodicéia "seja zelosa e se arrependa”. Jones captou a idéia com sua expressão, "a confissão da Conferência Geral."

Todos nós nascemos neste mundo com um inato, natural amor-próprio. É essa natureza pecaminosa que tem o potencial de produção de todo o pecado, de A a Z, que existe no mundo. Se não fosse pelo poder neutralizante da graça de Deus, qualquer individuo, dentro das mesas circunstâncias, e tendo a oportunidade correta, comete os mesmos crimes que outra.(4) No Dia da Expiação cósmica, é a obra do Espírito Santo trazer isso para a nossa atenção para que possamos, inteligentemente, confessar os pecados desconhecidos, apreciando quanto custou o Filho de Deus morrer para o pecado na Sua cruz.

Ninguém é feito de material melhor do que qualquer outro. Quando esse reconhecimento varrer em toda a Igreja, a nível mundial, a “compassiva igreja” será uma realidade. Relacionamentos serão genuínos. Amigos serão abertos e vulneráveis um ao outro. Aceitação dos de fora será espontânea. Haverá uma súbita pressa de recém-chegados que o Senhor Jesus pode confiar ao seu povo.(5) Tal arrependimento do corpo (*da igreja) será o maior incentivo para a evangelização que o mundo já viu.

Foi o próprio Jesus, que deu origem a este tipo de interação social e evangelização. Seu arrependimento não foi nenhum ato simulado nas margens do Jordão, quando Ele pediu o batismo de arrependimento a João Batista. A encarnação de Jesus exigiu que Ele tomasse um "eu" como todos nós temos (João 5:30). Isso significa que Ele era, verdadeiramente como nós somos, e "em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Heb. 4:15). Ele poderia ter pecado. Por esta razão, Ele Se humilhou em oração, jejum e arrependimento a fim de manter o "eu" sob o princípio da abnegação da cruz — auto-renúncia.

Jesus “bem sabia o que havia no homem” (João 2:25), porque Ele foi um de nós. Ele não precisa de ninguém para dizer-Lhe o potencial existente na auto-motivação da humanidade, porque Ele tomou um "eu" como nós temos, e, continuamente, Se arrependeu em nome dos pecadores. Ele sentiu a necessidade de arrependimento pessoal, a fim de guardar-Se de pecar, que Ele pôde dizer, "não seja como Eu quero [desejos egoístas], mas como Tu queres" (Mat. 26:39). Isso fez com que Ele Se simpatizasse com as pessoas para que pudesse dar-lhes ajuda nos momentos de necessidade. As pessoas eram atraídas para Jesus porque Ele era "real".

Foi no dia de Pentecostes que onze discípulos totalmente apreciaram a cruz. Eles viram o que, na sua ignorância, não tinham percebido antes. O amor de Cristo revelado na cruz produziu um arrependimento espontâneo por causa do pecado, que resultou na unidade da Igreja. Um autêntico corpo curado de sua doença tornou-se a agência por meio da qual o Espírito Santo se manifestou na chuva temporã. Um corpo socialmente unido foi um vaso pronto para receber os frutos da evangelização de diversos conversos.

A metáfora da igreja, divinamente inspirada do Apóstolo Paulo, como um corpo, em 1ª Coríntios 12, totalmente expressa a interação harmoniosa de seus membros sob uma Cabeça, que é Cristo. Há:
(1º) unidade corporativa de "um corpo" (vs. 13),
(2º) a diversidade corporativa de vários "membros" (vs. 15-18),
(3º) necessidade corporativa (vs. 21, 22);
(4º) equilíbrio corporativo (vs. 23, 24),
(5º) cuidado corporativo (vs. 25); e, finalmente,
(6º) padecimento e regozijo corporativo (vs. 26).

O Senhor Jesus veio para o Seu povo, na mensagem de 1888, como um Amante e não um Legislador, a fim de apresentar as reivindicações da cruz. A mensagem a Laodicéia é uma de aquecimento do coração, e de apelo ao coração para conciliar a fim de regressar ao seu primeiro amor. O sentido vital da cruz é a purificação do santuário. Jesus mostra a cruz como o caminho para sermos unidos de coração com Deus. Quando corações, uma vez alienados, se voltarem para Deus, haverá interação harmoniosa e unida dentro do corpo. Em outras palavras, a fé, que é motivada pelo amor altruísta de Deus, é a verdadeira justiça. A justiça é 100% dEle.

A cura e a saúde da igreja só podem acontecer pelo poder restaurador da cruz. A integridade da igreja encontra-se na vereda do dom de Cristo de arrependimento corporativo.

—Paul E. Penno.


Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.


Notas do autor:

1) Robert J. Wieland, Arrependimento Corporativo (Editora Glad Tidings: Berrien Springs, MI, 2002).

2) Arrependimento na Teologia Cristã (Editora Liturgical Press: MN, Collegeville, 2006). Mark Boda é professor na McMaster Divinity College, em Hamilton, Ontário, Canadá.

3) AT Jones, nos "Anais da Conferência Geral", Boletim Diário da Conferência Geral (Worcester, MA, 24 de fevereiro de 1899, pág. 3).

[4] "A lei de Deus atinge os sentimentos e motivações, bem como os atos exteriores. Ela revela os segredos do coração, refletindo luz sobre as coisas antes enterradas na escuridão. Deus conhece cada pensamento, cada propósito, cada plano, cada motivo. Os livros do céu registram os pecados que teriam sido cometidos se tivesse havido uma oportunidade. Deus trará todas as obras a juízo, com toda coisa secreta. ... Ele revela ao homem os defeitos que anuviam a sua vida, e o convida a arrepender-se e abandonar o pecado (Ellen G. White, Signs of the Times, 31 de julho de 1901; Comentário Bíblico Adventista, vol. 5, pág. 1085).

5) "Se as igrejas esperam ter poder, terão de pôr em prática a verdade que Deus lhes deu. Se os membros de nossas igrejas desprezam a luz sobre esse assunto, colherão os resultados na forma de degeneração espiritual e física. E a influência desses membros mais idosos contagiará os novos na fé. O Senhor não trabalha agora, para trazer muitas pessoas para a verdade, por cauda dos membros da igreja que nunca foram convertidos, e dos que, uma vez convertidos, voltaram atrás. Que influência teriam esses membros não consagrados sobre os novos conversos? Não tornariam sem efeito a mensagem dada por Deus, a qual Seu povo deve apresentar? " (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 6, págs. 370 e 371).

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

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Lição 13 —Apoio Social: Laços de Amor, por Jerry B. Jablonski

Parte de domingo: "A imagem original" remete-nos de volta para a lição um. Todas as bênçãos fluem do nosso Criador para nós, suas criaturas. A relação entre os membros da Divindade oferece-nos uma visão do final "Grupo de Apoio Social." O fato de que Deus é Amor é a prova definitiva de que alguém tinha de ser o destinatário daquele amor. Esta relação aponta para a existência do Espírito de Amor.

O amor de Deus, por vezes referido como "Ágape," é incondicional. Origina-se com Deus e é dado como um dom à humanidade. Porque Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem", somos seres sociais. Temos uma necessidade para as relações sociais e temos uma necessidade de ser amados. Isto afronta a teoria da evolução. A evolução indica que o "amor próprio" é o último relacionamento amoroso e, eventualmente, resultará em "nada," ou coisa alguma.

(Se eu puder inserir um comentário pessoal: a maioria das nossas lições deste trimestre diretamente contradizem a teoria da evolução).

(Segunda-feira) Nós somos seres sociais, porque Deus nos fez assim, e Deus é o nosso exemplo. Porque o pecado nos danificou, a maioria de nossas relações sociais são relações danificadas pelo pecado. Se nós compreendermos e aceitarmos este estado de coisas, podemos entender melhor a solução para o problema. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de nossas relações sociais (Romanos 1:16). Quando a nossa "ligação" com Deus é restaurada experimentalmente, podemos desfrutar de saudáveis relações sociais em todas as áreas da sociedade.

(Terça-feira) A criação ilustra nossa unidade corporativa da humanidade. Toda a humanidade está em pé de igualdade ao pé da cruz, necessitando da graça salvadora de Deus deve eliminar as barreiras sociais. Dentro da igreja, os membros podem ter relações sociais sem se sentirem superiores ou inferiores. Quando vemos uns aos outros como irmãos e irmãs, salvos pela graça, podemos desfrutar relacionamentos social, emocional, espiritual e que resultarão em crescimento espiritual e saúde física. Esta é a unidade que a igreja primitiva apreciou e é tão necessária para a igreja que experimentará a trasladação.

Quarta-feira fala de apoio um ao outro. Novamente Deus é o nosso modelo. Um povo redimido vai apoiar-se mutuamente. Quando temos a certeza da salvação, nós paramos de nos preocupar com nós mesmos e podemos realmente trabalhar para a salvação de outros. Eu gosto da ilustração que foi retratada para mim há muitos anos. Pense no apoio que as pilastras e vigas dão a uma ponte, ou o apoio que uma fundação dá para um edifício. As partes da estrutura podem não ser visíveis, mas a ponte ou o prédio dependem delas. Nós (como membros da igreja) precisamos apoiar-nos mutuamente. (A lição de quinta-feira dá continuidade a este pensamento.)

Jesus, o Filho de Deus, esvaziou-Se1 como as ofertas de bebida eram derramadas2. Ele se entregou completamente por nós. Só o amor de Deus (Ágape) faz isso. Jesus disse a Nicodemos que Ele, levantado como a serpente no deserto, atrairia todos os homens a Ele. João 3:16 nos diz que se nós apenas realmente crermos nesse ato do amor de Deus, teremos vida eterna. Essa resposta de fé de mudança para uma vida simples será o bálsamo que curará todos os nossos relacionamentos sociais. Meu testemunho pessoal é que a "mui preciosa mensagem" dada em Minneapolis, há tantos anos, tem feito a diferença nas minhas relações sociais.

Jerry B. Jablonski

Jerry B. Jablonski é ministro da igreja adventista na cidade de Hanford, Califórnia, onde ele atualmente serve como pastor interino numa igreja próxima. É também membro da mesa administrativa do comitê de estudos da mensagem de 1888, e do comitê editorial. Seu amor é o ministério da prisão, a que ele dedicou sua vida compartilhando a mensagem do Ágape de Cristo e Sua Justiça com os que estão encarcerados (muitos com prisão perpétua) em uma das maiores prisões da Califórnia. Ele tem mais de 70 anos, mas hesitamos em chamá-lo de um ministro "aposentado" porque é muito ativo no trabalho ministerial.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira

Nota do tradutor:

1) Filipenses 2:7, 2ª Cor. 8:9;


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Lição 13 — Apoio Social: Laços de Amor, por Andi Hunsaker

A primeira linha do livro de Desejado de Todas as Nações é retirado de Mateus 1:23, "Chamá-Lo-ão pelo nome de Emanuel .... Deus conosco." Isto é apropriado para Aquele que seria o Desejado de todas as nações, porque nessas palavras, encontramos o maior de todos os apoios sociais, porque tem sua base no amor auto-sacrificante — Ágape. Mas antes de olharmos para a interação de Deus conosco, faremos uma breve análise da relação entre Deus e Jesus no céu, antes de Jesus tornar-Se Emanuel — Deus conosco.

Provérbios 8:22-31 descreve a relação entre Deus e Jesus pré-encarnado. O versículo 30 é particularmente esclarecedor. Na mente de Jesus, quando Ele viu o Pai, Ele diz: "Então Eu estava com Ele, e era Seu arquiteto, era cada dia as Suas delícias, alegrando-Me perante Ele." Deus e Jesus não tinham uma estéril e robótica co-existência no céu, cada um em alguma abstração divina, olhando para o espaço. Não, Eles estavam relacionados Um ao Outro com prazer e alegria. Eles eram amigos. Isso vemos claramente em Zacarias 13:7, quando no limite de Seu sacrifício final, por você e por mim, Deus diz de Jesus: “Ó espada, desperta-te contra o Meu pastor, contra o homem que é Meu companheiro." Outras versões traduzem a última frase de diversas maneiras; "contra o Homem que está perto de Mim" (NVI) ", que é o Meu Companheiro" (KJV), "que é o Meu parceiro" (NLT). Na atualidade, "O Meu Colega" é "o Homem da minha amizade." Deus e Jesus eram grandes amigos, com uma ligação incrível de amor entre eles. No entanto, Eles concordaram em compartilhar esse amor com nós (Zacar. 6:13) e assim Ele tornou-Se Emanuel — Deus conosco. Ao vir para habitar entre nós, Jesus veio para revelar o que era o verdadeiro tipo de apoio social.

No livro O Desejado de Todas as Nações, a irmã White diz que "... através de Cristo, completa-se o circuito da beneficência, representando o caráter do grande Doador, a lei da vida" (*págs. 20 e 21). Um dos maiores exemplos desta beneficência é visto no Velho Testamento quando Deus disse a Moisés para falar aos filhos de Israel "Deixe-os fazer um santuário para que Eu possa habitar no meio deles" (Êxodo 25:8, KJV). Em João 1:14, lemos: "E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós. ...” Aquele que Se tornou um de nós não Se envergonha de nos chamar irmãos. Da pena inspirada, lemos: "Desde que Jesus veio habitar entre nós, sabemos que Deus está familiarizado com as nossas provações, e Se compadece de nossas dores. Todo filho e filha de Adão pode compreender que nosso Criador é o amigo dos pecadores ..." (*pág. 24). Em toda atração divina apresentada na vida do Salvador na Terra, vemos "Deus conosco." Nós temos um Sumo Sacerdote que pode compadecer-Se das nossas fraquezas. Nosso maior apoio social é Aquele que Se tornou um de nós em todos os pontos.

No ministério de Cristo aqui na terra, particularmente Seu ministério de cura, vemos o poder do apoio social. O livro de Lucas registra a história de uma mulher com um fluxo de sangue por doze longos anos que veio a Jesus para ser curada (Lucas 8:43-48). Esta mulher "gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada.” Este foi um grande problema porque, de acordo com a legislação levítica (Lev. 15:19-33), ela era considerada impura e, portanto, excluída de qualquer interação social. Então, ela ouve falar de Jesus, mas está tão deprimida que não pode nem mesmo encarar o rosto de Jesus para pedir a cura. Ela toca a orla do Seu manto, e, imediatamente, o seu fluxo de sangue parou. Jesus pergunta: "Quem Me tocou?" Os discípulos acharam que essa era uma pergunta tola, porque havia uma multidão ao redor dEle (*que O comprimia). Ele insiste em que alguém tocou-Lhe, porque Ele percebeu poder sair dEle. A pobre, insegura mulher, com medo, cai a Seus pés e admite que foi ela quem O tocou. Jesus lhe diz, no versículo 48, ", tem bom ânimo filha..." Filha? Sensacional! Ela era de (*uma) família; de volta à sociedade; de volta à comunhão. Uma das razões por que Jesus insistiu em saber quem O tocou foi para ter certeza de que ela e todo mundo soubesse que ela estava totalmente curada, porque isso era importante para sua aceitação de volta à sociedade.

O próprio Jesus tinha amigos na Terra. Ele, que tinha uma amizade forte com o Pai, precisava de amigos, também. Maria, Marta e Lázaro eram alguns de Seus amigos muito próximos. Um dia, Lázaro morreu. Jesus não foi a eles de imediato, mas esperou quatro dias. Quando Ele chegou, viu Maria e os outros chorando, “moveu-Se muito em espírito e perturbou-Se" (João 11:33). Então, quando Ele viu onde Lázaro foi colocado, “chorou” (vs. 35). Estes foram, obviamente, os amigos que significavam muito para Ele e assim Ele chorou com aqueles que choravam.

Não podemos considerar Deus e apoio social, sem contemplar uma história que João registra em seu evangelho (19: 25-27). Quando Jesus estava pendurado na cruz, com total desconsideração para com Sua própria pessoa, “vendo ali Sua mãe, e que o discípulo a quem Ele amava estava presente” e, percebendo que Sua mãe estaria sozinha, lhe diz, "Eis aí o teu filho" (vs. 26), e a João, "Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa" (vs. 27). Mesmo em Sua hora de total escuridão, ao Ele defrontar a segunda morte, Jesus esqueceu-Se de Si mesmo e ministrou àquele par de corações quebrantados. Ágape não procura a sua própria comodidade.(1) João entende a intensão de seu Mestre e, desinteressadamente, toma Maria como sua própria mãe(2).

Finalmente, Jesus, em Sua hora de maior necessidade, ao Ele enfrentar o sacrifício supremo por você e por mim, precisava do apoio de seus amigos, os discípulos, e, particularmente, o dos Seus amigos mais próximos, Pedro, Tiago e João. (*Marcos 14) Ele, sabendo que seu julgamento seria tenebroso, levou Seus amigos, os discípulos, a um lugar chamado Getsêmani para "sentarem-se" enquanto Ele foi orar (vs. 32). Isso é tudo — apenas "Assentai-vos aqui, enquanto Eu oro.” Ele então saiu com seus três amigos mais próximos, Pedro, Tiago e João. À medida que caminhava mais para dentro do jardim, Ele confidenciou a eles, "Minha alma está profundamente triste até à morte. Ficai aqui e vigiai" (vs. 34). Até mesmo o Filho do homem necessitava de apoio, porque o texto diz: Jesus "começou a ter pavor e a angustiar-Se" (vs. 33). Isso é óbvio, porque Ele voltou a eles três vezes para ver se estavam, de fato, vigiando e orando por Ele.

O que podemos aprender a partir da relação entre Deus e Jesus e Deus/Jesus com a gente? Em primeiro lugar, toda a interação social e de apoio é centrada em outro, Se auto-sacrifíca – (*é o autêntico e verdadeiro amor –) Ágape. Em segundo lugar, nós fomos feitos à imagem de Deus e, como tal, fomos feitos com uma profunda capacidade de amar — amor que deve ser compartilhado. É por isso que Ele foi chamado de Emanuel — Deus conosco. Em terceiro lugar, não temos de ir sozinhos enfrentar nossas provações, Jesus nos deu esse exemplo, como Ele tinha amigos e instou-os em seus trabalhos. Última e mais importante, temos um amigo em Deus/Jesus que nos acolheu em Sua família. "Filho, tem bom ânimo" (*Mat. 9:2).

Andi Hunsaker



A irmã Andi Hunsaker, bem como seu marido Roberto, são médicos adventistas, ambos formados na Universidade Adventista de Loma Linda. Eles são muito ativos em sua igreja local no estado de Massachusetts, nos EUA. Andi é professorra da sua unidade da Escola sabatina.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.

Notas do tradutor:

Nota 1) Ágape não procura Seus próprios interesses (1ª Cor. 13: 5).. O amor humano baseia-se no senso de necessidade, e é, portanto, centralizado em si mesmo, Ágape de nada necessita. É difícil entendermos a idéia de um amor que “não busca os seus interesses.” Nós amamos o que nos interessa. Ágape não depende do valor do Seu objeto, Ele cria valores no Seu objeto. O amor humano vai em busca de Deus. Ágape demonstra ser o oposto. Não são humanos procurando Deus, mas Deus procurando o homem: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Luc. 19: 10). O pastor deixou as 99 ovelhas que estavam seguras e arriscou sua vida para achar a que estava perdida; a mulher acende uma candeia e procura em sua casa até achar a moeda perdida; o Espírito de Deus procura pelo coração do filho pródigo e o traz de volta à casa. Não há, em toda a Bíblia, nenhuma história de uma ovelha perdida, da qual se exige que vá a busca do pastor. O Bom Pastor está sempre em safári nos “caçando”. Nós só queremos subir. Ágape, voluntariamente, submeteu-Se à torturante e lacerante morte de um criminoso. A passagem favorita de Paulo, Fil. 2:5-8, nos mostra sete distintos passos descendentes que Cristo tomou mostrando-nos o que é Ágape até a morte de cruz. Apocalipse a chama de “a segunda morte” (*Apoc. 20:6 e 21:8). Foi um humano descartado, abandonado para ser zombado, abusado em horror inexprimível.
Esta foi a morte a que Jesus tornou-Se “obediente”. No Seu desespero Ele clamou, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mat. 27: 46). Fique parado e reverente enquanto você pensa nisto. Você e eu somos os que teríamos que passar por aquilo se Ele não tivesse tomado o nosso lugar. Que outra idéia pode mais nos despertar o sentimento de interação social e apoio aos nossos semelhantes? Cristo foi ao túmulo por nós, não porque Ele o merecia, mas porque nós o merecíamos. Naquelas últimas poucas horas ao Ele estar pendurado lá nas trevas, Cristo sorveu as derradeiras fezes da taça da miséria humana ( O Desejado de Todas as Nações, pág. 756); Deus é Ágape, e Cristo é Deus, e lá está Ele — padecendo a morte que nós merecemos.


Nota 2) Nós pecadores, mortais centralizados em nós mesmos, podemos aprender a amar com Ágape, pois João diz: “o amor [Ágape] é de Deus; e qualquer que ama [com Ágape] é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama [com Ágape] não conhece a Deus; porque Deus é amor [Ágape]” (1ª João 4: 7 e 8). Moisés é um primordial exemplo de alguém que aprendeu isto.
Um dia o Senhor deu a ele um teste. Israel quebrara o concerto ao adorar o bezerro de ouro, e Ele propôs a Moisés que Ele os exterminaria com uma “bomba-H” divina, e começaria de novo com um novo povo—os descendentes de Moisés. Moisés teve a idéia de que o pecado de Israel era tão grande desta vez para ser perdoado. A tentação de tomar o lugar de Abraão, Isaque, Jacó era muito real. Ele viu-se como em face de um Deus irado que gostava dele, mas que já estava saturado com Israel. Pareceu ser vão para Moisés implorar o perdão para Israel. Assim o que ele fez? Aceitaria a honrosa oferta e deixaria Israel perecer eternamente?
Moisés estava profundamente deprimido. Ele nunca chorou tanto em sua vida. Ouça, ao, em quebrados soluços, este mortal como nós, tentar mudar a mente de Deus:
“Ora, este povo cometeu grande pecado fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado—” Aqui Moisés para; ele não pode finalizar a sentença (Este é o único travessão em toda a versão King James!) Ele vislumbra o horror de um eterno inferno (*ou, de uma morte eterna, a segunda morte) se ele partilha a sorte de Israel. Mas ele está decidido. Ele escolhe estar perdido com eles: “... e se não, risca-me, peço-Te, do Teu livro, que tens escrito” (Êxodo 32:31 e 32).
Moisés passara no teste. Eu posso imaginar o Senhor lançando seus braços de amor em volta de Seu pesaroso servo—Ele havia achado um homem de acordo com o Seu coração.
Paulo encontrou o mesmo Ágape em Seu coração, pois ele também desejou ser amaldiçoado de Cristo por causa de seu perdido povo (Romanos 9:1-3). Cada qual que vê a cruz como ela verdadeiramente é, e crê, encontra o milagre de Ágape reproduzido em seu próprio coração. Assim é como o mundo vai ser alvoroçado novamente, “Porque o amor [Ágape] de Cristo nos constrange,” que nós “não mais vivamos para [nós mesmos] mas para Aquele que morreu e ressuscitou [por nós]” (2ª Cor.5:14 e 15).
Nós perdemos a essência do Novo Testamento se não enxergarmos Ágape nele. Nós também permanecemos nas trevas sobre o que fé é, pois a fé no Novo Testamento é uma apreciação humana de coração da “largura, e comprimento, e altura, e profundidade do Ágape de Cristo” (Ef. 3:18 e 19). Não pode haver Justificação pela fé, nem interação social autêntica, sem uma verdadeira apreciação de coração de Ágape!

Observação: Estas duas notas o tradutor adaptou do artigo “Ágape — A Palavra que Alvoroçou o Mundo,” do pastor Roberto J. Wieland.
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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Lição 12 — Nutrição na Bíblia, por Roberto J. Wieland

Tem a Bíblia algo a dizer sobre nutrição, os alimentos que comemos, nossa dieta? Deus Se importa com a nossa alimentação? Alguma vez você já conheceu um cozinheiro que preparou uma refeição especial para você, como um convidado, e que ficou te olhando por cima enquanto você comia, esperando, ansiosamente, que você gostasse do que ele preparou, indignado e decepcionado se você não expressasse uma apreciação genuína? Seria Deus assim?

Claro, sabemos que a Bíblia diz que Deus criou todos os alimentos de que gostamos, e diz que Ele "farta a tua boca de bens" (Salmo 103:5). Por exemplo, não há nenhuma outra razão pela qual Ele tenha criado os morangos — Criou-os simplesmente porque são saborosos (esta é uma pequena ilustração do seu amor)!

Parte da felicidade que o Senhor quer que nós tenhamos é que a nossa "boca [seja] satisfeita com coisas boas, de modo que a (nossa) mocidade se renove como a da águia" (Salmo 103:5). É este prazer alimentar indução à saúde? É o que Ele diz. É re-educar nosso gosto para ser "reconciliados" ("at-one-ment")1 para apreciar os alimentos que Deus criou para serem "recebidos com ações de graças" (1ª Tim. 4:4). Viver no dia da Expiação inclui re-educar nossa dieta.2

Listar todos os alimentos deliciosos é impossível. Como pode você duvidar que existe um Criador amoroso que criou tudo em seis dias, quando simplesmente considera a progressão anual de frutos ao longo do ano, desde os primeiros morangos na primavera, passando por pêssegos, depois pêras no verão, em seguida, os deliciosos caquis no final do Outono, apenas para citar um pequeno exemplo da bondade do Senhor?3

O primeiro capítulo de Daniel inclui uma poderosa força do evangelho: aqui estão quatro jovens em formação universitária, e suas bolsas de estudo lhes dando acesso aos finos restaurantes ou cafeterias. A eles serão servidos o mesmo cardápio das cozinhas que servem a própria realeza.

As iguarias colocadas diante deles despertam a inveja dos ricos babilônios. As carnes vêm dos legendários rincões do império, e as sobremesas são super deliciosas. Mas a boa nova salvou-os de um desastre de saúde.

Estes quatro jovens servos do Deus de Israel pediram às autoridades por uma dieta vegetariana simples, com baixo teor de gordura, pouco açúcar. Com o saudável apetite de todos os adolescentes, estes quatro "propuseram" (*vs. 8) em seus corações negar seus desejos naturais de alimento rico e escolher a dieta simples. Seu objetivo não é apenas viver sete anos a mais e ter (*a oportunidade de) mais viagens de férias; querem manter a mente clara para compreender o ensino do Espírito Santo, em uma era de significado solene.

Em escala mundial, estamos em tempo semelhante hoje. É uma grande boa nova que o mesmo Salvador do mundo que abençoou Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego dará (e não apenas oferecerá), a você e a mim a vitória sobre o apetite descontrolado. O Espírito Santo será seu professor, Ele não te deixará em dúvida, se você transgredir estará afrontando a verdade. Proponha “em seu coração" (*vs. 8) seguir o Salvador neste grande Dia da Expiação.

Há um detalhe íntimo na Bíblia sobre a nossa alimentação: Jesus ensina que os alimentos temporais, diários, que ingerimos são nossos somente por causa de Seu grande sacrifício, dando-Se por todo o mundo. Aqui está: "Eu Sou o pão da vida. ... Eu Sou o pão vivo que desceu do céu ... e o pão que Eu der é a Minha carne, que Eu darei pela vida do mundo. ... Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos" (João 6:35, 51-53).

As pessoas não O compreenderam então, e muitos ficaram tão ofendidos por isso que eles "voltaram, e já não andavam com Ele" (vs. 66). O que Ele quis dizer? Apenas isto: Ele diz que o alimento que você come no dia a dia é "Meu corpo, que é partido por vós" (1ª Cor. 11:24). Isso é algo surpreendente! Todas as refeições, se tivermos fé, tornam-se um sacramento, a Ceia do Senhor!

A maioria de nós deve ter lido a famosa citação de Ellen G. White de que "a cruz do Calvário acha-se estampada em cada pão" (O Desejado de Todas as Nações, pág. 660). Mas o que isso significa? Aqui estão apenas alguns textos da Bíblia que dão a resposta:
João 6:33 por seu sacrifício, Cristo "dá vida ao mundo;"
Versículo 51: Ele tem dado “a Sua carne ... pela vida do mundo;"
1ª Timóteo 4:10: Ele já é "o Salvador de todos os homen;"
João 4:42: O nome dele é "o Salvador do mundo;"
Isaías 53:5, 6: Ele morreu pelo pecado de cada pessoa, pagou o preço completo, porque "o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós;"
Hebreus 2:9: "Para que provasse a morte por todos;"

Romanos 5:16-18: como o nosso segundo Adão, Cristo tomou o lugar do primeiro Adão. Toda a raça humana estava "nele" (*no primeiro Adão), quando ele pecou no Éden, e agora, porque Cristo tomou o Seu lugar como o nosso segundo Adão, toda a raça humana está "nEle", no mesmo sentido legal ou corporativo. Ele reverteu a “condenação", que veio sobre "todos os homens” em Adão, e Deus deu-nos ao invés "um veredicto de absolvição" em Cristo (versão REB). Apocalipse 13:8: Se Cristo não tivesse se tornado "o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo", toda a raça humana teria perecido no Éden, a raça humana "vive" por causa dEle, o sol brilha, a chuva cai, por causa dEle, somos todos infinita e eternamente em dívida para com Ele, quer saibamos ou não, quer creiamos ou não;

2ª Coríntios 5:19: Quando Jesus estava na cruz, Deus Lhe imputou os pecados do mundo, não apenas de alguns. Conclusão: João 6:51-53 se aplica tanto à nossa vida física presente, bem como à nossa vida espiritual. Ninguém pode se escusar da obrigação de render tudo a Cristo, pois Ele comprou a todos, portanto a Sua cruz é estampada em cada pão, e cada refeição se torna um sacramento — pela fé. O crente "come e bebe" para “a glória de Deus" (1ª Cor. 10:31).

--Robert J. Wieland

O irmão Roberto J. Wieland é um pastor adventista que foi a vida inteira missionário na África, em Nairobe e Kênia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Hoje, jubilado, vive na Califórnia, EUA, e é ancião de sua igreja local.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


Nota do tradutor:

1) Etimologicamente “atonement,” expiação, em inglês, tinha o significado original de “at-one-ment”, ter a mesma mente. Estar “at one” no sentido de estar “em harmonia”, ou “em concordância.” Recuando ao século 13, o verbo “to at-one,” como um verbo transitivo, significava “alcançar um estado de unidade, ou reconciliação entre duas partes.
Mas quando William Tyndale traduziu a Bíblia, na década de 1530, ele traduziu yom kippur (em hebraico) “day of atonement,” como “o dia da expiação”. O termo singuçlar yom kippur não aparece na bíblia, mas sim o seu plural, yom ha-kippurim, talvez devido à série de sacrifícios que o sumo-sacerdote realizava neste dia, primeiro por si mesmo e sua casa, depois outro sacrifício pelo povo, etc...

2) “Hoje vivemos no grande dia da Expiação,” (EGW, Eventos Finais, pág. 81). “Deus está procurando levar-nos de volta, passo a passo, a Seu designo original — que o homem subsista com os produtos naturais da terra" (Ibidem).

3)Esta seguência de produção de frutas é no hemisfério norte, de onde nos escreve o Pr. Roberto Wieland. No Brasil somos ricos em frutas o ano inteiro, algumas até por todo o ano. Que Deus maravilhoso. Isto é prova do Seu amor.


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terça-feira, 15 de junho de 2010

Lição 12 — Nutrição na Bíblia, por Lloyd Knecht

No dia de São Valentim(1) de 2008, comecei a descobrir a importância de seguir o sábio conselho nutricional de nosso Senhor dado ao homem na criação (cf. Gên 1:29). Eu estava curtindo a noite com minha linda esposa, Doloris. Ela estava arrumando o buquê de Valentim que eu comprei para ela comemorar quase cinquenta anos de felicidade conjugal, quando uma forte dor apunhalou minha cavidade ocular direita. Na esperança de aliviar a dor, me deitei no chão. "Eu acho que estou morrendo", eu murmurei.

Quando acordei, um EMT(2) me informou que eu tinha sofrido um derrame. Depois de quatro dias no hospital, com vários testes de alta tecnologia, fui para casa com a profunda convicção de que Deus realmente sabia o que estava falando quando Ele deu aos nossos primeiros pais uma dieta totalmente à base de vegetais.

Nós tínhamos estado em uma dieta “principalmente" vegan(3) por alguns anos, mas muitos, muitos anos de má alimentação, e exercício físico insuficiente, tinham cobrado o seu preço. Meus pais tinham uma vaca Jersey. Até à idade adulta eu segui a dieta da família: leite rico em gorduras, queijo cottage, e sorvete. É triste que os professos cristãos que crêem na Bíblia, muitas vezes ignoram as lições das Escrituras, e o conselho profético. Muitas vezes procuramos uma mudança de atitude somente quando a doença ataca.

A saúde é responsabilidade nossa — não do médico. Nós podemos viver pelos princípios da Palavra de Deus, ou podemos optar por deixar as nossas papilas gustativas arrastar-nos para a dieta tóxica americana que diminui a nossa função cerebral, enfraquece nossos corpos, e acaba nos mandando ao médico. Em cada etapa desse processo, nosso Senhor Se magoa, e nossa eficiência em Seu serviço é diminuída.

Barbara Starfield, (4) MD, uma das vozes mais bem vista em medicina, afirmou que o erro médico, o erro na medicação, e os eventos adversos de medicamentos ou cirurgia matam 225.400 pessoas por ano. Isso significa que o sistema de saúde americano é a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos, atrás apenas da doença cardíaca e câncer (Jornal da Associação Médica Americana, edição nº 284, no ano de 2000). Se nós educarmos nossos corpos, e fizermos tudo que pudermos para mantê-los com saúde, o médico pode ser um importante (e ocasional) aliado na busca por uma ótima saúde. Mas se fizermos do médico o responsável por fazer-nos saudáveis, estaremos sendo insensatos (*imprudentes).

O livro The China Study (O Estudo Chinês) baseado na pesquisa de T. Colin Campbell,(5) da Universidade Cornell, é o mais completo estudo já realizado na alimentação. Ele declara, "Uma das descobertas mais felizes da montanha de pesquisas nutricionais que eu encontrei é que a boa comida e boa saúde é simples ... As recomendações provenientes da literatura são tão simples que eu posso declará-las em uma frase: coma alimentos integrais, dieta à base de plantas, minimizando o consumo de alimentos refinados, de sal e gorduras” (página 242). Sua pesquisa revela que a proteína animal está envolvida na iniciação e crescimento do câncer. Em experimentos o câncer de animais foi iniciado por administração de proteína animal e curado mudando-se a dieta para proteína vegetal. (cf. o capítulo "Cura do Cancer", na página 43 do livro O Estudo da China).

A dieta do Éden era frutas, grãos, sementes, nozes e, posteriormente, legumes. Após o pecado entrar, o exercício mais desafiador foi adicionado para preservar a saúde do homem. Observe que os gigantes ante-diluvianos viveram quase novecentos anos (ver Gênesis, capítulo 5). Após o dilúvio a falta de vegetação levou Deus a dar permissão à humanidade a comer a carne dos animais limpos que foram preservados na arca, mas eles foram instruídos a não comer o sangue (ver Gênesis 9:3, 4). Gênesis 11 e Atos 15:19, 20 registram diminuição da duração do tempo de vida dos homens. Nosso estilo de vida sedentário, o nosso alto teor de açúcar, gordura, e as dietas de alimentos refinados, têm levado a uma série de problemas de saúde. Os jovens se sentem invencíveis, mas com a idade, colhemos o que semeamos.

Caldwell Esselstyn, Jr.,(6) MD, um ex-cirurgião torácico na famosa Clínica Cleveland, em seu livro, Prevent and Reverse Heart Disease (Prevenir e Reverter Doenças Cardíacas), diz-nos como podemos, através apenas de dieta, prevenir e curar as doenças cardíacas, a maior causa de mortes na América do Norte. Seu plano é simples:

Evite consumir o seguinte: 1) Alimentos animais e derivados; 2) Os produtos lácteos; 3) Óleos; 4) Cereais refinados e açúcares, e, 5) Castanhas (para aqueles com doença cardíaca).

Alimentos recomendados: 1) os produtos hortícolas; 2) legumes; 3) grãos integrais; 4) frutos; 5) água, e, 6) se necessário, alguns suplementos, como vitamina B12.

As últimas pesquisas mostram que 70% dos americanos têm baixos níveis de vitamina D por causa do nosso estilo de vida fechados dentro de casas e escritórios). Os baixos níveis levam a doenças de estilo de vida diferentes.

Jesus se compadece conosco no nosso sofrimento. Ele passou mais tempo ministrando aos doentes e oprimidos que na pregação ou ensino. Deus é o Criador da pessoa inteira, e Ele deseja que alcancemos excelência em todas as áreas da nossa vida e serviço. Jesus disse: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. ... Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8: 32 e 36). Isto fala a cada área de nossa vida: a liberdade física, mental, social e espiritual.

Deus através de Paulo diz para estudar a fim de "apresentar-te a Deus aprovado" (2ª Timóteo 2:15). As leis de saúde são tanto leis de Deus como os dez mandamentos. A falta de saúde interfere com a comunicação do Espírito Santo conosco através dos nervos do nosso cérebro. Por sua vez, inibe o nosso testemunho e serviço a Deus. "Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma" (3ª João 2).

Daniel e seus amigos colocaram as suas vidas na linha, na dieta vegan, ao invés das delícias da mesa do rei (ver Daniel 1). Deus acrescentou a sua abundante bênção para este regime do Éden. Sua fidelidade a Ele, em tudo, inclusive com tal "pequeno dilema", elevou-os para as mais altas posições de autoridade e influência na "super-potência" de Babilônia.

"Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus - é o alvo a ser atingido. À frente do estudante existe aberta a senda de um contínuo progresso. Ele tem um objetivo a realizar, uma norma a alcançar, os quais incluem tudo o que é bom, puro e nobre. Ele progredirá tão depressa, e tanto, quanto for possível, em cada ramo do verdadeiro conhecimento" (Ellen White, Educação, página 18).
--Lloyd Knecht


Tradução de João Soares da Silveira
Notas do tradutor:

1) O dia de São Valentim, o nosso tradicional dia dos namorados, que por nós é comemorado no dia 12 de junho no Brasil e até pouco tempo também em Portugal. Hoje ali, como na maioria dos outros países é comemorado em 14 de Fevereiro, que é o dia do referido santo; data esta celebrada na Roma antiga em honra a Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra, para assegurar fecundidade.

2) EMT é um termo usado em diversos países para simbolizar um profissional qualificado para treinar pessoas para providenciar serviços médicos de emergência.

3) Veganismo é uma filosofia de vida, motivada por convicções éticas com base nos direitos dos animais, e que procura evitar exploração ou abuso dos mesmos, através do boicote a produtos de origem animal, e atividades correlatas. Vegan trata-se de uma corruptela da palavra inglesa vegetarian, em que se consideram as 3 primeiras letras, e as duas últimas para formar a palavra vegan. Em português se consideram as três primeiras e as três últimas letras da palavra vegetariano para formar vegano (s.m. adepto do veganismo, fem. vegana). Tem sido usado também o termo veganista para se referir aos adeptos do veganismo. Muito importante é distanciar a ideologia vegana da dieta vegetariana. Veganismo não é dieta, mas sim uma ideologia baseada nos direitos dos animais, como se disse acima, muito embora tido como um regime sem produtos animais e seus derivados.

4) Barbara Starfield, M.D., M.P.H., é excelente professora da Universidade John Hopkins Bloomberg, na Escola de Saúde Pública.

5) T. Colin Campbell, Ph.D. por mais de 40 anos está à frente de uma pesquisa nutricional. Sua obra The China Study, é o mais compreensivo estudo de saúde e nutrição. Seu estudo foi a culminação de 20 anos de estudos associados entre a Cornell University, Oxford Universiiy, e a Academia Chinesa de Medicina Preventiva.

6) Caldwell Esselstyn Jr. é um Consultor de Cardiologia Preventiva no Departamento de Cirurgia Preventiva na Clínica Cleveland. Já escreveu mais de 150 trabalhos científicos, incluindo sua pesquisa, de 1995, de cura da doença coronária arterial em diversos pacientes.
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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Lição 12 — Nutrição na Bíblia e no Espírito de Profecia

A propósito do tema da lição do próximo Sábado, Nutrição na Bíblia, lhe apresento as considerações que se seguem. Muito está vinculado à minha experiência de vida nestes últimos trinta anos, pelo que trata-se, também, de um testemunho pessoal:

Os princípios de saúde, constantes da Bíblia, foram chamados e conhecidos, notadamente no século XIX, como “Sistema Higienista de Saúde,” um modo de vida baseado em leis naturais. Um conjunto de regras esparsas que forma um todo consistente em termos simples, acessíveis a qualquer indivíduo. Este sistema difere, em alguns aspectos, do sistema convencional de medicina e nutrição.
O primeiro livro adventista sobre saúde “How To Live” (Como Viver), traz estes princípios higienísticos, e começou a ser escrito, em artigos, em nossas revistas, em 1865, após a primeira visão de Ellen G. White, sobre a reforma de saúde em 1863. Hoje estes artigos se encontram em Mensagens Escolhidas vol. 2, págs. 409 a 479. Mas, Como Viver, traz também artigos do esposo dela, Tiago White, e de outros autores, entre eles do médico Dr. Russell T. Trall, M.D., que, intermitentemente, também escrevia artigos sobre saúde em nossas revistas.
O segundo livro sobre saúde, escrito também por Ellen G. White e seu esposo, Tiago White, foi “Christian Temperance and Bible Hygiene” (Temperança Cristã, e Princípios Higienísticos da Bíblia).
Até mesmo por este título se vê da importância dada pela Bíblia e o Espírito de Profecia ao Sistema Higienístico de Saúde.
No prefácio deste livro, escrito pelo Dr. Hohn Harvey Kellog, M.D., ele diz: “Milhares foram convencidos a mudar os longos hábitos de vida, e renunciar práticas firmemente estabelecidas. Tão grande revolução ... trazia o selo da verdade’ e ‘o endosso de uma autoridade maior do que humana, ... consistente com a Bíblia e os princípios da religião cristã. ... estes princípios não foram impostos por autoridade científica, mas foram apresentados em uma maneira direta e simples por quem não tem pretensões de conhecimento científico,’ (falando aqui de Ellen G. White) ‘mas reivindica escrever pela ajuda e autoridade de iluminação de Deus ... e evidenciam, indubitavelmente, a inspiração e direção divina. ... Este livro é uma simples compilação dos escritos da Sra. White, seu esposo, Pr. Tiago White, e a experiência dos pastores J.N. Andrews e José Bates” (págs. iii e iv)
Outros médicos higienistas, contemporâneos dos nossos pioneiros, e também colaboradores de nossos periódicos, foram o Dr. Sylvester Graham, Dr. Isaac Jennings, M.D., e o Dr. James C. Jackson, M.D. Este último possuía uma clínica higienista no estado de Nova Iorque, chamada “Our Home on The Hillside” (Nosso Lar na Encosta da Montanha). Lá Ellen White levou o esposo, Pr. Tiago White, em uma crise de saúde, em 1865.
O Pr. Sesóstris César Sousa, na Revista Adventista, de Janeiro de 1990, CPB, Tatuí, São Paulo, declarou: “Tudo indica que o Senhor desejava primeiro que o casal ficasse numa clínica hidroterápica, e que primeiro sentissem os efeitos do tratamento natural, para depois dar a mensagem de saúde.”
O movimento Natural Higienista moderno foi iniciado durante a década de 1830 pelo Dr. Sylvester Graham, acima citado, mas não prosperou, e foi ressuscitado pelo Dr. Herbert M. Shelton. (D.P., N.D., D.C., D.N.T., D.N. Sc., D.N. Ph., D.N. Litt., Ph. D., D. Orthp.) nas primeiras décadas do século XX, que fundou a “Américan Natural Hygiene Society” (Sociedade Americana Higienista Natural), hoje sediada na cidade de Tampa Flórida, (naturalhygienesociety.org).
Posteriormente foi criada a Sociedade Higienista Natural Internacional, que veio a congregar e credenciar todos os médicos higienistas (naturalhygienesociety..org), bem como surgiram sociedades higienisticas em diferentes países, como Inglaterra, Índia, Austrália, etc. Neste último país temos o Dr. Alec Burton, a quem tenho na conta do melhor médico higienista vivo hoje no mundo. Mas além dele conheci pessoalmente também outros bons, como o Dr. Scot, de Cleveland, Ohio, o Dr Frank Sabatino, da Flórida, ambos nos EUA, e muitos outros. O Dr. Alec Burton, em uma de suas palestras que assisti, fez referência aos adventistas como portadores de uma mensagem higienista sobre saúde.
Não somente médicos, mas também são associados destas entidades, leigos interessados em conhecer e difundir os princípios higienísticos. Eu fiz parte da Sociedade Americana de Higienismo Natural por muitos anos, e participei de diversos congressos, assistindo conferências e debates dos médicos higienistas (hoje mais de 40 no mundo) sobre o higienismo em diferentes universidades americanas, ouvindo e interrogando os médicos higienistas, bem como dialogando com leigos, muitos dos quais tinham experiências significativas de viver saudável dentro dos princípios higienísticos, bem como de cura através dos mesmos. O Dr. Scot, acima citado, relatou-nos, numa palestra na Hofstra University, sobre a eliminação de um grande tumor do trato intestinal de uma senhora, através dos métodos higienistas, sem necessidade de operação, o que a medicina convencional estava recomendando, com urgência, como o único modo de salvá-la. No outro dia, no restaurante da universidade, tive o privilégio de almoçar com a referida senhora, que me confirmou todo o fato.

A assertiva “O homem é o que come”, constante do primeiro parágrafo de nossa lição 12, deste 2º trimestre de 2010, é atribuída a Hipócrates, o pai da medicina, e, mais recentemente, ao Dr. Henry Lindlahr, M.D., (1862-1924). Entretanto os higienistas afirmam que o “O homem não é, propriamente, o que come, mas sim o que assimila dos elementos que come.”
Raciocine: de que adianta comer-se em uma mesma refeição elementos que não combinam quimicamente, e, consequentemente, fermentam no nosso trato intestinal, impedindo a assimilação dos diferentes nutrientes?
No prefácio da exaustiva obra “A Ciência e a Fina Arte dos Alimentos e Nutrição”, escrito pelo Dr. Herbert M. Shelton, a Dra. Vivian Virginia Vetrano, (DC, HMD, PhD, DSci,) diz: “Muitos confundem nutrição com dieta, e creem que uma pessoa está bem alimentada se todos os nutrientes estão presentes em cada refeição, sem considerar como os diferentes tipos de alimentos são combinados” (Pág. 6-i).

Um dos princípios de Nutrição higienista da Bíblia são refeições uni alimentares. Via de regra, todas as receitas divinas, constantes da Bíblia, não fazem misturas de diferentes elementos numa mesma refeição. Quando Deus consentiu em dar carne aos israelitas no deserto, além do pão que caia do céu, deu também este conselho: “À tarde comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão” (Êxodo16:12, versão da Soc. Bíblica Britânica), outra versão diz: “de manhã comerás pão; à tarde comeras carne.” Não era para misturar os dois. Os que o fizeram, e comeram gulosamente, e com glutonaria, para satisfação egoística da carne, morreram.
Gênesis 1:29 foi a primeira dieta prescrita ao homem, antes da queda. Ela é constituída de um alimento apenas — frutas. As sementes ali mencionadas não nos parecem ser recomendação ao uso de cereais, no estado seco, como muitos afirmam, mas são para identificar as frutas. Conferi este texto em dezenas de versões da Bíblia, em diversas línguas. O sentido é invariavelmente o mesmo em todas.
Qual seria, pois, o uso ideal dos cereais (grãos secos)?
É tradicional, desde a antiguidade, entre o povo judeu, o que se difundiu entre todos os povos orientais, a germinação dos grãos antes de serem consumidos.
Ezequiel 4:9 foi uma receita uni alimentar para um tempo de crise. No cerco de Jerusalém, Deus disse ao seu servo: “E tu, toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas, e milho, e aveia, e coloca-os numa vasilha ...trezentos e noventa dias comerás disso.” Não era uma panela para os cozinhar, e sim uma “vasilha,” para colocá-los de molho para germiná-los. Neste estado já não mais são grãos secos, e sim, todos, plantas vivas, “Zero im.” Uma refeição uni alimentar, portanto.

O melhor uso que se faz dos cereais é brotá-los, ao invés de cozinhá-los diretamente em seu estado seco, o que, praticamente, desnatura, se não destrói os diversos nutrientes. Assim passei a fazer nas últimas décadas e tive visíveis resultados positivos que (juntamente com outros procedimentos e medidas), cancelaram diversos males que me atormentavam.
Para novamente se hidratarem, coloca-se os cereais de molho por 1 hora (alguns grãos, como a ervilha e o arroz, requerem 8 horas). Após esgotar a água, coloque-os numa peneira, e depois os enxague, de 2 a 4 vezes ao dia, mergulhando a peneirinha em água limpa (no tempo muito frio use água ligeiramente morna). No segundo dia a maioria já brotou. Os conservantes que Deus colocou nos cereais secos para preservá-los até à semeadura, não importa mesmo se séculos, são assim removidos. Brotados, os grãos tornam-se plantas vivas. Em Dan. 1:12 o servo de Deus pede ao chefe dos eunucos que se lhes dê “Zero’im”, “coisas vivas,” no hebraico (“Zera” = “sementes,” mantimentos, vegetais; “im” = ). “Alimento derivado de plantas” (Comentário Bíblico Adventistas, vol. 4, pág. 761). “Zero’im” foi o termo que Daniel usou, e não “legumes,” propriamente, como consta nas versões em português.1
Hoje eu os como cozidos por 5 a 10 minutos no vapor, acompanhados por uma boa salada verde, temperados com azeite de oliva, extra virgem. Mas podem ser temperados ao gosto de cada um. E pode-se comê-los crus, como já fiz, por muitos anos, longamente, em demoradas viagens em que os alimentos encontrados não me satisfaziam.
A obrigatoriedade de se constar nos rótulos de produtos alimentícios industrializados a informação de conterem “glutem” ou não, é uma das muitas facetas negativas dos grãos secos.
Beatrice Trum Hunter (especialista pioneira americana em alimentação) no prefácio do livro Good Food, Milk Free, Grain Free, (Bons Alimentos, Livres de Leite e de Grãos) da Dra. Hilda Cherry Hills, Keats Publishing Inc, New Canaan, Connecticut, também não recomenda o uso de cercais (secos) e pães, bem como leite, por causarem problemas alérgicos.
Pelo que entendi, ao assistir DVDs, bem como pela televisão, na semana da família, em maio deste ano, na Televisão Novo Tempo, canal 141 do SKY, tem semelhantes idéias, o irmão Dr. Silmar Cristo, cirurgião, ortopedista, clínico geral, obstetra e pediatra. Ele foi obreiro adventista na Grande Nova Iorque e Review and Herald e, agora, há mais de 20 anos, se dedica à promoção e pesquisa da saúde e longevidade nos Estados Unidos, México, Canadá e Brasil. Atualmente está cursando PhD em Medicina integrada da mente e do corpo, na Walde University. Assista-o pessoalmente em:
http://www.youtube.com/watch?v=uC_CLnoTEU4&feature=player_embedded

É possível que eu esteja errado, aliás é bem provável, mas a mim me parece que Deus não fez os grãos para serem comidos no estado seco. Primeiro porque antes do pecado não havia madeira para ser queimada e cozinhá-los. Seriam eles triturados nos dentes? Que gosto então teriam assim consumidos? Entretanto digo isto mais devido aos grandes males que vim a descobrir que os mesmos me causavam. Toda vez que voltei a usá-los com frequência, os problemas sempre e impreterivelmente voltaram. Li inúmeras obras médicas de autoridades higienistas confirmando isto.
Enfim, comer como o homem moderno come, misturando elementos que têm reações químicas opostas no trato intestinal, dizem os médicos higienistas, o leva a fermentações constantes no trato intestinal, com consequentes más digestões irritações, azias, ulceras e cânceres.

Contemporâneo de Ellen G.White, e entusiasta das idéias higienistas, do médico Dr. Daniel(?) Kress, 1862 - 1956, (Enciclopédia Adventista, 2ª ed. 1976, Review and Herald, Washington D.C., pág. 753) encontramos este texto dela: “Não coma mais do que dois ou três artigos numa mesma refeição. Dois é melhor.” (Kress Colection, pág. 20, apud ‘Uma Dieta Simples, um Plano Espetacular,’ uma compilação de declarações de Ellen G. White, feita pelo Médico Dr. Glenn D. Toppenberg, MD, da Andrews University em Berrien Springs, Michigan, pág. 18, grifamos). A última parte da declaração acima, “Dois é melhor” não foi incluída na obra Conselhos Sobre Regime Alimentar, pág. 110.
Mas analisemos esta declaração como foi registrada pelo Dr. Kress. Ora, para cada refeição, exceto as de frutas, EGW recomenda uma boa pratada de salada verde, portanto só nos resta uma espécie de elemento mais a ser ingerida. Isto confirma a nossa afirmativa de refeições uni alimentares do sistema higienista bíblico, uma vez que as verduras são, em verdade, um elemento neutralizador e alcalinizador.
O termo “artigo,” acima, significa tipos ou “espécies,” ou grupo de alimentos, e não alimentos individuais específicos, porque ela diz em outra declaração: “Comei em cada refeição apenas duas ou três espécies de alimento” (EGW, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 139, grifamos).

Assim, misturar em uma mesma refeição elementos que têm reações opostas causa fermentação, o que leva à irritação dos tecidos, e, posteriormente, a azias, úlceras e cânceres. Só neste sentido poder-se-ia dizer que o homem, com todas as suas mazelas, é o que come.

Outro princípio higienista é quanto ao número de refeições. Vimos pelo texto acima mencionado (Ex. 16:12) que a Bíblia indica duas refeições ao dia, a refeição da manhã e a refeição da tarde.
Igualmente o Espírito de Profecia diz: “Cinco ou seis horas devem entremear as refeições; e a maior parte das pessoas que experimentarem esse plano, verificarão que duas refeições por dia são preferíveis a três” (Conselhos Sobre Regime Alimentar, pág. 174, apud Uma Dieta Simples, um Plano Espetacular, pág. 23, grifamos).
“Alguns ingerem três refeições ao dia, quando duas seria mais condizente com a saúde física e espiritual” (EGW, Conselhos sobre o Regime Alimentar, pág. 141
“Há trinta e cinco anos pratico este sistema de duas refeições” (Idem, pág. 178, compilado da Carta 30, de 1903). Cinco anos mais tarde, como está em Conselhos Sobre Regime Alimentar, pág. 492, ela diz: “Por mais de quarenta anos tenho tomado senão duas refeições por dia, e se tenho um trabalho especialmente importante a fazer, limito a quantidade de alimento que tomo” (apud Uma Dieta Simples, um Plano Espetacular, pág. 23).
O Dr. Silmar Cristo, feita a ele, na rádio Novo Templo, a pergunta do número de refeições que se deveria tomar ao dia ele disse “— no máximo três.” Isto deixou transparecer que ele advoga um regime de menos do que três refeições diárias, você não acha?

Também eu, que vos escrevo, posso testificar que, de todos os benefícios que o sistema higienista me tem propiciado resultados positivos, a prática de duas refeições por dia foi o princípio mais benéfico. Embora seja verdade que algumas vezes tenho me excedido com alguma coisa à tardezinha, principalmente coisas leves, mesmo assim sinto que não é o ideal. O melhor é quando fico adstrito às duas refeições diárias. O sono torna-se tranquilo, e o repouso é absoluto — repouso físico e fisiológico. O Dr. Helbert Shelton diz que o sistema de três refeições ao dia equivale a um escorço físico do organismo humano correspondente a oito horas de serviço braçal pesado. Não se admire, portanto, se muitos de nós vivemos sempre cansados.

Outro princípio higienístico bíblico é a moderação no comer. Boa parte dos problemas de nutrição está no excesso e não na falta de alimento.
“Se és homem de grande apetite, põe uma faca à tua garganta” (Prov. 23:2). “Come só o que te basta” (Prov. 25: 16), “a porção para cada dia” (Êxodo 16:4).
“Nossos perigos não são provenientes da escassez, mas da abundância. Somos sempre tentados ao excesso” (EGW, Temperança, pág. 271; Signs of the Times de 02/03/1882).
“Se é ingerido mais alimento do que pode ser digerido e assimilado, acumula-se no estômago uma massa em decomposição que ocasiona mau hálito e um gosto desagradável na boca. As energias vitais são gastas no esforço por eliminar os resíduos, e o cérebro é privado de energia nervosa. Menos alimento teria nutrido o organismo sem desperdiçar suas energias com excesso de trabalho” (EGW, Fundamentos da Educação Cristã, pág. 425, grifamos). “Frequentemente colocais no estômago quantidade dupla do alimento que vosso organismo requer. Este alimento se deteriora; vosso hálito torna-se desagradável” (EGW, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 137).
Existe um ditado que diz: —vivemos com um terço do que comemos, com os outros dois terços vivem os médicos.

Outra regra higienística da Bíblia é a abstinência de certos tipos de alimentos: “Nenhuma gordura ... (animal) comereis” (Lev. 7:23). “Nenhum sangue comereis” (vs. 26). Os animais imundos não devem ser comidos, Levíticos 11, etc ... .
Deus demonstrou que desejava que o homem fosse saudável, livre das doenças cardíacas, pressão alta, diabetes, e outras decorrentes da obesidade. Ele disse: “Se ouvindo estes juízos, os guardares... o Senhor de ti desviará toda a enfermidade” (Deut. 7: 12 e 15).

Ainda outro aspecto do sistema higienístico Bíblico é a idéia de total suficiência nutritiva dos elementos contidos nas receitas divinas bíblicas de Nutrição.
Gênesis 1:29, demonstra que Deus intentava que o homem tivesse, sempre, um regime frugívoro. “Os cereais, com frutas, nozes e verduras contêm todas as propriedades nutritivas necessárias a formar um bom sangue” (EGW, A Ciência do Bom Viver, pág. 316). Crê você que isto é verdade? Então, use-os, diária e parcimoniosamente, em combinações corretas, variando os elementos naturais que Deus deu ao longo de 15 dias ou mesmo um mês. Não se preocupe de onde você tira cada nutriente. Muitos são preocupados com carboidratos, outros com vitamina B-12. Minha esposa e eu ouvimos em um congresso sobre naturalismo, de um famoso médico da Universidade de Loma linda, realizado no IASP, campus São Paulo, uma palestra intitulada: “Onde vamos parar com esta mania de proteína,” grifamos.
O regime de grãos brotados, receitado por Deus a Ezequiel, no cerco de Jerusalém, foi para 390 dias, o que prova que em nada era deficiente de elemento nutritivo algum.

Finalmente quero lhe confessar meus deslizes em desrespeitar ocasional e intermitentemente todos este princípios — às vezes por gula, às vezes participando de datas especiais em família, ou de encontros sociais — e sempre os resultados negativos seguem-se imediatamente. Se volto por longo tempo ao convencional meio de alimentação que segui até a meia idade, então as crises de diversos graves distúrbios, que me atormentaram por longos anos, e para os quais a medicina convencional não encontrou solução, voltam impreterivelmente. Mas tiro a lição destes erros e seus efeitos, de que o caminho que estou seguindo não pode estar de todo errado. Talvez algum princípio não se aplique ao seu caso, só você pode fazer as experiências e tirar suas próprias conclusões. Sócrates dizia “Conhece-te a ti mesmo” (γνῶθι σεαυτόν). Todos os grandes filósofos gregos passaram a repetir isso e colocá-lo em prática, e o povo latino também (nosce te ipsum).

Segue-se uma tabela que fiz há mais de 20 anos atrás. Tem funcionado para mim, e para dezenas de pessoas que encontrei nos congressos higienisticos, mas você, sem dúvida, pode e deve consultar seu nutricionista antes de aplicar qualquer dos princípios que lhe apresentamos aqui e na tabela. “Os outros membros da minha família não comem as mesas coisas que eu. Não me ponho como critério para eles. ... Nossa mesa é posta duas vezes por dia, mas se há pessoas que desejem alguma coisa à noitinha, não há nenhuma regra que os proíba de obtê-la” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 491) Esta é também a minha atitude.

Que Deus o abençoe.

Do irmão em Cristo (Igreja Central de Belo Horizonte),

João Soares da Silveira.

Postado em agape-edicoes@blogspot.com em 11/06/10 com o título
Nutrição na Bíblia e no Espírito de Profecia.
Visite-nos todas às quintas e sextas-feiras.
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Nota final - A tabela de Combinação de Alimentos ficou deformada ao a transferirmos para este blog. Assim você a pode pedir a nós, via e-mail, e lha enviaremos anexada. Mande-nos uma mensagem para agapeed2001@yahoo.com.br
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Lição 11 — Otimismo, Felicidade e Cura, por Arlene Hill

"O Israel descrente, não tendo a justiça que vem da fé, e por isso não apreciando o grande sacrifício que o Pai Celestial fez, procurou justiça, em virtude da oferta de si mesmo, e por causa do mérito em apresentar a oferta" (A. T. Jones, Lições sobre Fé, pág. 81, grifo nosso). Israel chegou a crer que o próprio ato de dar uma oferta ou fazer um sacrifício era o que os salvava, e não o supremo sacrifício da cruz que seu sacrifício prefigurava. Eles jamais poderiam encontrar alegria no Senhor, que eles criam esperava um círculo infinito de sacrifícios.

Há alguns que estão preocupados que a "mui preciosa mensagem" ensina felicidade e alegria, sem responsabilidade. Com medo de acreditarem que Boa Nova é melhor do que eles pensam, eles fabricam pré-requisitos que devem ser executados antes que a realidade do evangelho seja eficaz para eles. Muitos pensam que recitar uma oração em que eles creem, e confessar e arrepender-se, a fornecer provas objetivas de que eles são cristãos. Quase sempre, a mudança do coração necessária para tornar o ato verdadeiro objetivo é completamente ignorada.

Um perturbador e-mail sugere uma situação em que isto foi levado ao extremo. Um menino pequeno, aparentando cerca de cinco ou seis anos de idade foi pego roubando. Sua religião exige que ele seja punido de forma que o obrigue a confessar seus pecados para o mundo, e arrepender-se dele para o resto de sua vida. O braço do menino é colocado na frente de um pneu de carro. Uma série de fotos retrata seu pai assistir ao lado dele enquanto o carro avança lentamente para que o pneu esmague-lhe o braço. O objetivo é tornar inútil o braço para que ele nunca mais seja capaz de usá-lo para roubar. Aparentemente, isto é aceito como prova de que ele se arrependeu do roubo para sempre.

Jesus nunca aprovaria auto-mutilação como um método aceitável de obter sua aprovação para a salvação. Ele disse a Israel: "Eu odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não Me exalarão bom cheiro. E ainda que Me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não Me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos" (Amós 5:21, 22). Deus lhes fala, no verso 24, exatamente o que Ele quer dizer: "Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso."

Sempre que você encontrar ritos e cerimônias enfatizados em religião você pode estar certo que há um desvio em torno do princípio da cruz. Nenhuma quantidade de rituais e cerimônias forçará nossos corações a ter amor à Sua lei, porque a nossa natureza pecaminosa naturalmente a odeia. O resultado inevitável é a raiva a um Deus que exige o impossível. Geralmente, não podemos admitir que essa raiva é verdadeiramente contra Deus, por isso é dirigida a todos aqueles que discordam de nós. Nós procuramos pessoas que concordam com a nossa filosofia, e, como o antigo Israel, adicione dez mil tradições, extorsões e distinções de quinquilharias em uma vã tentativa de dar provas de nossa própria justiça e associar apenas com aqueles que concordam conosco.

(*O Pastor) Alonzo T. Jones comenta sobre isso: "O que poderia, mais apropriadamente, descrever um formalismo morto do que este? E, entretanto, a despeito de toda esta morte consciente em suas próprias vidas, ainda havia bastante suposto mérito para levá-los a contar-se como muito melhores do que as outras pessoas; que todos os outros em comparação, eram senão cães" (Ibidem).

Exatamente porque é possível perverter os conceitos de confissão e arrependimento, a necessidade por eles permanece. Se pronunciar as palavras não é suficiente, como verdadeira confissão e arrependimento é possível? Como diríamos hoje, como conseguimos a "coisa real"?

Ellen White analisou a confissão de Judas como sendo forçada da sua alma culpada por um terrível sentimento de condenação e temeroso olhar para o julgamento. Sua confissão foi defeituosa porque "não houve em seu coração uma profunda tristeza por haver traído o inocente Filho de Deus, e negado o Santo de Israel" (Caminho a Cristo, pág. 23, *na edição de bolso, pág. 24).

A oração de coração contrito de David, depois de seu grande pecado ilustra a natureza da verdadeira tristeza pelo pecado (leia em Salmos 32:1, 2 e 51:1-14). "Arrependimento como este, está fora de nosso alcance, por nossas próprias forças, só é conseguido por meio de Cristo, que subiu ao Céu e deu dons aos homens. Aqui está exatamente um ponto em que muitos erram, e por essa razão não recebem o auxílio que Cristo gostaria de lhes oferecer. Pensam que não podem chegar-se a Cristo sem primeiro se arrependerem e que o arrependimento lhes prepara o caminho para o perdão dos pecados. É certo que o arrependimento vem antes do perdão, pois unicamente o coração quebrantado e triste é que sente a necessidade de um Salvador. Mas será que o pecador tem de esperar até que se tenha arrependido antes de poder se aproximar de Jesus? Deveria o arrependimento ser uma barreira entre o pecador e o Salvador? A Bíblia não ensina que o pecador tenha de se arrepender antes de aceitar o convite de Cristo:“ Venham a Mim todos vocês que estão cansados ... e Eu lhes darei descanso” (Mateus 11:28, BLH. ... Não podemos alcançar perdão sem Cristo, também não podemos nos arrepender sem que o Espírito de Cristo nos desperte a consciência." Cristo é a fonte de todo bom impulso. Somente Ele é capaz de implantar no coração a inimizade contra o pecado ... E quando contemplamos o Cordeiro de Deus sobre a cruz do Calvário, começa a revelar-se a nós o mistério da redenção, e a bondade de Deus nos leva ao arrependimento. (idem, págs. 24 a 26, ou 25, 27).

É o trabalho do Espírito Santo convencer o coração do pecado. Uma vez conscientes da nossa impotência para fazer qualquer coisa sobre ele, o Espírito dirige nossa atenção para o Calvário e nos dá a capacidade de seguir o conselho de Paulo ao carcereiro de Filipos: "Crê no Senhor Jesus Cristo" (Atos 16:31). A salvação não está em fazer esta ou aquela coisa boa, mas crer na verdade. Tal como acontece com tudo no evangelho, mesmo crer, arrependimento e a confissão são dons de Cristo. Somente quando nossos corações são enternecidos pelo amor demonstrado na cruz, poderemos aceitar a mensagem que coloca qualquer pedaço de meu mérito permanentemente na poeira. Apenas o arrependimento e a confissão de Cristo, demonstrado no Seu batismo e dado a nós através da fé (o que em si mesma é um dom), é a "coisa real" para o mundo espectante. Força, auto-mutilação ou sacrifício nunca irá limpar e restaurar o coração de pedra de justiça própria. É somente com a apreciação humilde da cruz que nós podemos receber a cura do nosso coração que só traz a verdadeira felicidade no Senhor.

—Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, 7125 West 4th Street , Reno, Nevada, USA.,Telefone 001 XX (775) 327-4545.
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terça-feira, 8 de junho de 2010

Lição 11 — Otimismo: Felicidade e Cura, por Mark Duncan

A ciência médica há muito reconheceu o vínculo entre a mente e o corpo. Mais de duas décadas atrás, a minha turma de faculdade discutiu doenças psicossomáticas. Alguns médicos acreditam que mais de 90% de todas as doenças têm uma relação psicossomática. Multidões estão doentes por causa de padrões de pensamento negativo.

Comer, beber e outros hábitos que envolvem intemperança têm um efeito poderoso sobre o corpo. A mente não é menos poderosa. Esta é uma das razões pelas quais a Bíblia nos incentiva a louvar ao Senhor continuamente, e para manter nossa mente focada nas promessas da Palavra. A Bíblia até mesmo diz: "Não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força" (Neemias 8:10). Se tivermos em mente o Amor de Deus e nos regozijarmos em Sua graça salvadora, vamos ficar livres da depressão e desânimo.

Aqueles que entendem o evangelho têm um motivo para se alegrar. Eles terão de enfrentar provações, dificuldades e desalentos, como todos os outros habitantes deste planeta caído, mas a sua esperança finalmente se encontra para além deste mundo, em algo que não pode ser tirado. "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?" (Romanos 8:35).

Em última análise, o pecado é a causa de toda a infelicidade e desespero. Sem o pecado, nunca teria havido tristeza. Este conhecimento o inimigo usa contra nós. Somos tentados, como os miseráveis consoladores de Jó, a crer que o problema significa que deve haver algum pecado em nossas vidas pelos quais nós estamos sendo punidos. Se o problema continuar por muito tempo, somos tentados a acreditar que Deus está realmente zangado conosco e podemos temer que o nosso caso é irremediável. Aquele que compreende a boa nova do evangelho sabe que este é o raciocínio do inimigo e, portanto, pode evitar o desespero completo.

Permanecendo na luz que brota da cruz, nós sabemos e estamos certos de que os nossos pecados, não importa quão terríveis sejam, estão todos perdoados. Jesus os pagou a todos. A lição de sexta-feira nos lembra esta verdade: "Sem a cruz não teria o homem nenhuma união com o Pai. Dela depende toda a nossa esperança. Daí brilha a luz do amor do Salvador; e, quando ao pé da cruz o pecador contempla Aquele que morreu para salvá-lo, pode rejubilar-se com grande alegria, pois seus pecados estão perdoados. Ao ajoelhar-se em fé junto à cruz, alcançou ele o mais alto lugar que o homem pode atingir" (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, págs. 209 -210).

A cruz garante que nossos pecados estão perdoados! Sabendo isto, quem pode desesperar? Quem pode tornar-se tão desanimado ou ansioso que lhe roube a paz ou o sono ou a saúde? A cruz é a revelação do perdão de Deus de todos os nossos pecados.

Muitos não entendem o significado da cruz. Este ponto é ilustrado por um evento histórico.

Em 06 de dezembro de 1829 dois homens, Tiago Wilson e George Porter assaltaram um carteiro na Pensilvânia e foram detidos, condenados e sentenciados à morte por enforcamento. Amigos de George Wilson apelaram ao presidente Andrew Jackson, que concedeu um perdão presidencial. No entanto, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos decidiu que o perdão devia ser apresentado ao tribunal para que a sentença fosse mudada. Por mais surpreendente que possa parecer para um observador externo, Wilson se recusou a fazer isso. Na verdade, ele rejeitou o perdão e, portanto, foi enforcado.

Esta história tem sido repetidamente comparada com a redenção que Cristo ratificou no Calvário. O raciocínio sugere que, se nós não nos valermos do que Cristo fez ao se arrepender e confessar nossos pecados, então não temos o perdão. Foi mesmo sugerido que a morte de Cristo não nos beneficia. Diz-se que o perdão torna-se nulo e sem sentido e morremos para o pecado pelo qual Jesus "provisionalmente" derramou o Seu sangue.

Muitos não sabem que existe um outro tipo de perdão (*nos Estados Unidos) que pode ser concedido e recebido por um condenado. É chamado de perdão parlamentar. Se o Parlamento ou o Congresso dos Estados Unidos concede um perdão, o mesmo não tem que ser aceito ou apresentado a um tribunal para resultar em mudança da pena. Um perdão parlamentar é considerado um "direito público" e obriga o tribunal a suspender a execução ou pena, independentemente a pessoa que foi perdoada apresentar ou não a documentação ao tribunal.

É o perdão de Deus apenas um "indulto presidencial" ou é como um "perdão parlamentar"? Quando "Cristo morreu por nossos pecados" (1ª Cor. 15:3) foi algo que foi privadamente apresentado ao condenado ou é uma questão de registro público?

"Cristo. . . aboliu a morte e trouxe à luz a vida ...” (2ª Tim. 1:10). Assim, parece que o perdão de Deus é mais como um "perdão parlamentar" do que um “perdão presidencial." É uma questão de registro público. Esta é talvez uma das razões que, quando Cristo caiu ao chão, "morrendo" no Jardim do Getsêmani, um anjo foi enviado para O fortalecer (cf. ST 8/14/79). Sua morte tinha de ser um evento público, a fim de justificar a decisão de Deus permitir que a humanidade vivesse, apesar de sua culpa.

É verdade que o individuo que, em última instância e, finalmente, se recusar a crer em Jesus Cristo como seu Salvador, e entregar-se à Sua liderança, será condenado pela segunda vez. Esta condenação Jesus nunca fez e nunca vai expiar por ela. A segunda morte do pecador no lago de fogo é a punição para esta rebelião, dolosa, persistente.

Mas a boa-nova é que "a condenação trazida sobre a raça em Adão foi totalmente invertida. Todos estão sob a provação da graça. Todos foram resgatados da maldição da lei (Gal. 3:13) e até justifica a vida de provação (Rm 5:18). Esta justificação de vida é um período de provação concedido ao mundo para que todos possam crer em Jesus Cristo e ser justificados para a vida eterna" (KM Duncan e ED Peters, Em busca do GUT, pág. 27).

Portanto, aquele que entende o evangelho de forma adequada, como é explicado na Bíblia, e não de acordo com a filosofia armênia, entende que todos os seus pecados já foram perdoados. A sentença de morte foi "abolida", e tempo foi concedido em que ele pode aprender a deixar Cristo viver Sua vida nele, bem como ser seu substituto. A salvação é tão plena, tão livre e tão completa que cada homem pode gloriar-se na esperança que não pode ser extinto e alegria que é insaciável. Assim, faz sentido “alegrar-se sempre no Senhor.” Temos todas as razões para termos felicidade e otimismo que leva à saúde.

—Mark Duncan

O irmão Marcos Duncan é um engenheiro, que vive na cidade de Fort Wayne, no estado de Indiana, EUA. Na igreja adventista que frequenta, localizada no endereço: 228 W. Lexington Ave, Fort Wayne, Indiana, 46.807, USA. ele é ancião, pianista, e professor da escola sabatina, mas também faz parte da mesa administrativa da igreja, na comissão audiovisual e tecnológica.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira
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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Lição 10 — Integridade: Inteireza e Santidade, por Paulo E. Penno

O que há sobre a atração do sexo que parece impossível de vencer? A sociedade está viciada nisso. Há um fascínio compulsivo para ver todas as suas aberrações. Pode a verdade presente, testemunha dos últimos dias da boa nova encontrada na mensagem do terceiro anjo, trazer libertação dessa tentação?

Paulo escreve que "o amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rom. 13:10). Somente Cristo é a fonte de Ágape, que é "o cumprimento da lei." Somos amantes natos de nós mesmos, o oposto de Ágape. Ágape só pode ser obtido de Deus. Jesus pode nos ensinar Ágape para que possamos aceitá-lo dEle.

Não há uma pessoa na Terra que seja melhor do que qualquer outra quanto às nossas motivações caídas, pecaminosas. O potencial existe para qualquer alma, apegada à terra, repetir o pecado dos outros, exceto pela atuação da muita mais abundante graça divina. O sexo é tão sedutor que é quase como papel mata mosca, um único contato com ele e você está preso para sempre. Todos os programas de auto-ajuda no mundo não fazem bem algum para livrar do vício sexual.

Desde que o amor de Deus é a meta dos Dez Mandamentos, segue-se que a violação da lei é o oposto do Seu amor. Então você está preso! Desobediência ao mandamento "Não adulterarás" é total egocentrismo na alma.

Há atores que podem ser muito convincentes e agem como se eles realmente amassem e se preocupassem com alguém inexperiente. Jovens inocentes são seduzidos porque não tiveram qualquer experiência e são vulneráveis ao quererem um relacionamento significativo. Eles não sabem a diferença entre o amor verdadeiro e falso. Mas, quando o verdadeiro amor de Deus está no coração, você não vai tomar a iniciativa de contaminar outra pessoa com um caso amoroso ou pela força. Com o amor de Deus no interior, isso não vai acontecer.

Então, qual é a cura para o fascínio sutil das relações sexuais ilícitas? Tem que ser a revelação da boa-nova sobre Jesus. O evangelho é suficientemente fácil de se entender até mesmo por uma criança; entretanto Satanás tem feito com que seja enfraquecido pelos falsos ensinamentos que vêm do paganismo, e são absorvidos pela "religião" cristã babilônica. É vital que gastemos tempo com a Palavra, para que possamos ser ensinados por Deus sobre a verdadeira, eterna boa-nova. Se você tiver descoberto uma tal pedra preciosa, não tiraria tudo do banco, a fim de comprá-la?

O Evangelho não lhe ensina a ser bom para que você possa se divertir. O evangelho mostra o que a verdadeira fé é em Jesus e o que Ele realizou na cruz, e isto produz a verdadeira alegria. Então o que Ele fez? Jesus livrou-o da segunda morte. E isso é o que o inferno representa. O inferno é fogo e enxofre, no final do milênio; no entanto, existe tal coisa como uma vergonha ardente aqui e agora.

João, o Revelador, escreve, "Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não vejam as suas vergonhas" (Ap 16,15). Se você está em busca incontida de um constrangimento que pareça quente, apenas revele o que você realmente é, o seu amor a si mesmo e os seus desejos, para que todos possam ver quem em realidade é, então o seu nome, sua integridade, decência e lealdade desaparecem. Todo mundo em casa, no bairro, no seu local de trabalho, os seus colaboradores próximos vão sentir que você é falso. Não haverá qualquer escape, porque não será capaz de fugir de si mesmo para algum lugar solitário. Você não será capaz de descansar à noite. Estará exposto à comunidade e terá que suportar o constrangimento.

Onde está o evangelho? O Redentor resgatou a todos de passar por essa experiência terrível. Como podemos ver isso? A Bíblia verdadeiramente diz: "Não há um justo, nem um sequer" (Rom. 3:10). O detector de verdade abre a nossa personalidade para o que ela realmente é, mostrando como ela age em tentações atraentes. Sem um Redentor estaríamos a descoberto para que todos possam ver.

Um pequeno arbusto, do lado protegido do prado, é mal aconselhado a sorrir zombeteiramente a um grande e alto pinheiro no cume mais alto, quando é derrubado no chão, ante a força de um vento cortante. O arbusto devia sentir-se feliz em confessar: "É só a misericórdia de Deus que me impede de cair."

Essas “vestes" que lhe estão cobrindo não são alguma bondade inata, mas são o manto de Jesus dado a você. Eles não são apenas para cobrir suas roupas sujas, mas para substituí-las por completo. É pela fé que você receber o Seu manto da justiça. Não temos nada com que endireitar-nos. O profeta Isaías ensina: "a sua justiça ... de Mim procede, diz o Senhor" (Isaías 54:17). Você pode experimentar a graça da justificação pela fé do Salvador.

"A pureza, a santidade da vida de Jesus, ... possue mais poder para reformar e transformar o caráter do que fazem todos os esforços empreendidos para retratar os pecados e crimes dos homens e seus inevitáveis resultados. Um olhar firme para o Salvador, erguido sobre a cruz, vai fazer mais para purificar a mente e o coração de toda imundícia do que todas as explicações científicas pelas mentes mais capazes. Este é o meu ensino de pureza moral. A abertura das trevas da impureza não terá nem a metade da eficácia no desenraizamento do pecado como será a apresentação destes grandiosos e enobrecedores temas. ... [Outras abordagens] criam sensualidade em lugar de arrancar isso. A Bíblia, e a Bíblia só, deu a verdadeira lição sobre a pureza" (Ellen G. White, The Australian Years, — Ellen G. White, e os Anos na Austrália — escrito pos Arthur L. White, vol. 4, págs. 131, 132).

Seu coração natural, de nascimento, que ama a si próprio, pode apreciar o altruísta Ágape de Deus que lhe salvou. O Ágape de Jesus O levou a escolher a agonia da morte eterna, para que você nunca tenha de passar por ela. Esta foi a "maldição" que Ele suportou em favor do pecador durante aquelas horas morrendo no Calvário. Ele morreu sem roupa diante do mundo porque Ele quis que você fosse revestido de Sua justiça. Por isto podemos escolher levantar nossas vozes em louvor ao seu nome. É o suficiente para nos manter num constante estado de humildade.


—Paul E. Penno Junior

O irmão Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno, foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.


Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


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Lição 10 — Integridade, por Patti Guthrie

Quando eu tinha sete ou oito anos, meus pais me levavam para a Escola Sabatina a cada semana na Igreja Sligo, (*na cidade de) Silver Spring, (*Estado de) Maryland (*nos EUA). Meu pai, na época, lecionava no Colégio da União Colúmbia e Sligo era a mais próxima igreja da nossa casa na avenida Carroll. Não me lembro de muita coisa sobre a minha principal classe da Escola Sab, exceto que ela era grande, e eu tinha que usar meias sociais e sapatos de couro preto para ir à igreja.

Depois do início da Escola Sabatina, dirigiamo-nos para classes menores de seis ou sete alunos para o estudo da lição. Nós nos sentavamos em volta da mesa, e antes de começar a aula, o professor abria o livro de registro e perguntava a cada um de nós; "Você estudou sua lição da Escola Sabatina a cada dia desta semana?"

"Sim", eu respondia. A pressão dos colegas era terrível. Eu sempre levantava a minha mão afirmando que eu tinha estudado a lição, e cada sábado, depois da igreja, levava para minha casa a lição dos primários e uma carga de culpa. Eu não queria mentir, mas era mais importante impressionar o professor e os alunos do que não admitir que eu não havia estudado a lição diariamente. Não, eu realmente não tinha estudado a lição a cada dia da semana. Eu carreguei a carga deste (e outros pecados) por anos. Eu senti que, para ser perdoada, devia confessar. Mas, para quem? Nesse meio tempo, nós nos mudamos para longe, e eu não conseguia lembrar o nome do meu professor. Como eu poderia confessar a ele minha mentira?

Os adventistas do sétimo dia apegam-se a um padrão elevado. Quando eu estava crescendo, expressões como "perfeição", “vencer o pecado,” "arrependimento", e o "remanescente," faziam parte do vocabulário da igreja adventista. Eu nasci em uma família que havia escolhido fazer parte dos que guardam os mandamentos de Deus. Isso é o que pretendemos ser. Mas no meu coração eu sabia que eu não estava vivendo uma vida de integridade. Talvez eu pudesse enganar meus pais ou professores algumas vezes, mas por dentro eu senti que até a minha alma estava podre.

Integridade é uma questão de coração. É mais do que fazer a coisa certa quando alguém está olhando ou quando queremos dar uma boa impressão. Uma vida de integridade é a consciência de que todas as nossas ações, intenções e pensamentos estão abertos ao Deus do universo. Nós podemos nos enganar a nós mesmos, a outros membros da igreja, talvez até mesmo ao nosso cônjuge (o que é mais difícil de se fazer!), ou os nossos vizinhos a pensarem que somos muito bons, mas não podemos enganar a Deus. Ele nos vê como somos - "infelizes, miseráveis, pobres cegos e nus" (Apocalipse 3:17).

Paulo expressa eloquentemente esta condição em Romanos capítulo 7: "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que quando quero fazer o bem o mal está comigo, porque segundo o homem interior tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Vs. 19-24)

Essa é a pergunta que todos queremos seja respondida, não é? Não é que nós não queiramos viver uma vida de integridade, mas é porque estamos aprisionados em corpos que não querem colaborar. Se Paulo tivesse terminado seu tratado ali, estaríamos sem esperança. Mas graças a Deus, há mais! Paulo diz: "Dou graças a Deus — por Cristo nosso Senhor! Assim que com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado" (vs.25).

Como podemos servir a lei de Deus com nossas mentes, em vez da lei do pecado com a nossa carne?

Eis aí como a beleza da mensagem do evangelho, tal como apresentada em 1888, tem sido uma fonte de grande conforto e encorajamento para mim. Não é nada complicado — é apenas a mensagem preciosa de Jesus e o que Ele fez por cada um de nós pessoalmente, para nos libertar deste “corpo desta morte”.

O que Ele fez?

Paulo explica ainda em Romanos, capítulo 8: "Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, por causa do pecado condenou o pecado na carne; para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne, mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz" (vs. 2-6).

Parece-me que Paulo está nos dizendo que Cristo tem lidado com o problema do pecado que habita em nossa própria natureza, tomando-a sobre Si, e crucificando-a cada dia. Nem uma única vez cedeu Ele aos desejos ardentes da nossa natureza pecaminosa. Manteve-a sob sujeição à mente como dirigida pelo Espírito Santo.

A única maneira de viver uma vida de verdadeira integridade é crucificar a carne com seus desejos e viver com a mente de Cristo. Devemos pedir a Deus para nos dar corações honestos. Eu não tenho vivido uma vida de integridade, e você? Estamos nós simplesmente escondendo esse fato, pedindo a Deus que nos perdoe, e esperando que ninguém descubra o quão ruim realmente somos?

Anos mais tarde, tanto quanto posso me lembrar, eu escrevi uma carta ao superintendente da Escola Sabatina da igreja Sligo. Eu não sabia o nome dele, mas confessei o que eu tinha feito. Eu sabia que Deus havia me perdoado, mas eu queria que alguém lá soubesse o que eu tinha feito.

Se você, como eu, lutou para viver uma vida de integridade e falhou, o que a Bíblia nos diz para fazer? A Bíblia tem uma resposta para cada coisa. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós" (1ª João 1:9 e 10). "Confessai as vossas culpas [pecados] uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tiago 5:16).

E a quem devemos confessar? Àqueles que são afetados pelos nossos erros. Alguns pecados são privados e conhecidos apenas por Deus, mas muito mais afetam aqueles ao nosso redor. Quando percebemos o que temos feito, tentamos manter isso em segredo para preservar a nossa reputação? Não, nós "confessamos os nossos pecados uns aos outros."

Para o culto familiar, todas as noites, passamos por volta dos três últimos meses lendo O Lar Adventista. Agora que meus filhos estão na adolescência ou mais velhos, eu leio estas páginas com novos olhos. Eu me Vejo em maneiras que eu não tinha me enxergado antes. Você sabia que quando uma mãe é inquieta, impaciente, e xingadora, ela está ferindo o coração de seu filho e perdendo os afetos dele? Eu acho que eu esqueci.

Eu já havia lido aquele livro antes, mas desta vez estas palavras me chocaram. Quando nossos filhos eram pequenos, eu era frequentemente uma mãe inquieta, impaciente, e xingadora, e agora era impossível voltar atrás aos primeiros anos passados. Eu nunca poderia recuperar as duras palavras proferidas. Chorei por três dias quando me conscientizei da enormidade do meu pecado. Para quem devo confessar? Para Deus? Certamente que sim. Mas as minhas palavras ferem mais do que a Ele. Elas feriram meus filhos e meu marido também. Eles também merecem a minha confissão, sem desculpa.

Para onde vamos quando somos sobressaltados por nossos pecados? Para a cruz de Cristo. Pode você se unir a mim lá? Há espaço para todos nós. Quando vemos o que os nossos pecados fizeram ao nosso Salvador — e aos nossos amigos e familiares — vamos confessá-los francamente — mesmo que seja com lágrimas — e orando para que Deus nos dê coragem e honestidade para viver uma vida transparente na luz do sol que emana do Calvário.

"Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para Mim, a quem traspassaram; Sim, e prantearão sobre Ele, como quem pranteia pelo filho unigênito, e prantearão amargamente por Ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zac. 12:10).


—Patti Guthrie



A irmã Patti Guthrie é uma adventista de berço. Esposa, mãe e professora dos próprios filhos. Ela é estudante da Bíblia, escritora e musicista. Faz parte do comitê de música para leigos adventistas. A família Guthrie aparece no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental. O marido de Patti, Todd Guthrie, que nos escreveu uma das duas introspecções da semana passada, é médico e membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele também é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países.

Tradução e acréscimos, marcados com asteriscos, de João Soares da Silveira.


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