quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lição 5, Abigail: Senhora das Circunstâncias, por Robert Wieland

Para a semana de 24 a 30 de outubro de 2010

. Os antigos ficavam pasmados e perplexos com o evangelho, e assim são as pessoas hoje: ele diz que Deus trata os seus piores inimigos como amigos. Jesus dirigiu-Se a Judas Iscariotes como "amigo," e perdoou Seus próprios assassinos. Na verdade, Ele tomou sobre Si a culpa deles. "Àquele que não conheceu pecado, [Deus] O fez pecado por nós" (2ª Coríntios. 5:21). É o que a Bíblia chama de "justificação". O Pai tratou o Seu próprio Filho como um inimigo para que pudesse tratar-nos como amigos.

O processo da expiação (* se dá em duas partes

1ª) É Deus Se reconciliando com os Seus inimigos (nós). Isto foi conseguido pelo sacrifício de Seu Filho. Ele "nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, ... reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os pecados deles" (2ª Coríntios 5:18, 19).

(* 2ª) É a nossa reconciliação com Deus, que é realizada pelo nosso entendimento, e crença no evangelho — a verdade de Sua reconciliação conosco por alguém pregando a mensagem, "que vos reconcilieis com Deus" (vs. 20).

Há um amor estranho, sobrenatural, envolvido neste processo de justificação e reconciliação — Ágape. Ele "nunca falha" (1ª Coríntios. 13:8), mas também não é ingênuo ou tolo. Ele reconhece imediatamente que, sob o exterior revoltante, a pessoa pode ter de resto alguma dignidade ou respeito próprio, que irá responder à "graça" e "justificação".

Podem "os reis da terra" se beneficiar com esta ideia bíblica? Muitos vão dizer: Não; os interesses nacionais são muito valiosos e complexos para serem influenciados por qualquer idéia associada à “graça.” Mas um "eleito para ser rei" já foi salvo de um terrível erro de violência desnecessária, por uma mulher que falou palavras sensatas, inspirada pela ideia da justificação pela fé. Falo da história de Abigail e David, que está em 1º Samuel 25:2-42.

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Como se pode encontrar felicidade em um casamento, onde se sente que o cônjuge não é satisfatório, mas, na verdade, absolutamente intratável? Existe (*na Bíblia) uma história fascinante de uma mulher presa em um casamento, provavelmente pior do que qualquer outro que você já ouviu falar.

Abigail era inteligente e bonita. Por alguma razão, ela se casou com Nabal, um cafajeste, mal-humorado, mal-educado, que acabou por ser de má índole. Muitas mulheres teriam saído dele. No entanto, ela encontrou seu nicho na história sendo paciente.

Se um príncipe encantado tivesse visitado a vila de Abigail, sem dúvida ela teria se tornado uma princesa. Mas ninguém apareceu, e parece que seus pais a incentivaram a casar-se com Nabal. Ela poderia ter se consolado com o pensamento de que ele era estabilizado na vida e rico. Pelo menos ele sabia como fazer dinheiro. Talvez a mãe e o pai dela a incentivaram a crer que ela poderia mudá-lo ou aprender a amá-lo como ele era. Ela não deveria perdê-lo. Ele era o herdeiro de uma família proeminente, destinado à riqueza e influência. Com seu calor e, formas cativantes, Abigail conferiria a seu rancho senhorial um toque de graça.

Logo após o casamento, Abigail percebeu que estava vinculada para a vida toda a alguém que era um perfeito idiota em se tratando de relações humanas. Os vizinhos e os servos o evitavam sempre que possível. Para piorar, ele começou a beber, e Abigail, aprendeu que nenhum problema pode ser tão ruim como o álcool, mas pode até piorar a situação. Um servo pode ser despedido, mas Abigail sentiu-se acorrentada a um calabouço civil "até que a morte nos separe".

O acobertar as maneiras grosseiras de Nabal desenvolveu em Abigail qualidades de graça e diplomacia. Ela aprendeu a derramar óleo sobre as águas turbulentas que seu marido agitava. O grão de areia irritante produziu em sua alma a pérola legendária. Ela desenvolveu a aptidão da gestão de homens que tinham dificuldade em controlar-se. Isto levou a um novo capítulo em sua vida.

Ela se manteve fiel a Nabal, crendo que Deus, em seu devido tempo e maneira, mudaria a sua dor em alegria. Até ao fim de seu casamento, ela manteve a consciência limpa, mantendo a união conjugal, ganhando o amor dos servos e dos vizinhos, e, no processo esculpindo para si uma posição especial de destaque na história do feminismo.

O problema da embriaguez de Nabal finalmente o arruinou, e, acredite ou não, quando Abigail estava livre, um príncipe apareceu que se casou com ela. Davi, o legítimo herdeiro do trono de Israel, entrou em cena. Em um encontro desagradável, Nabal irritou a Davi, tocando num ponto sensível que, em um ataque de fúria rara, decidiu vingar o insulto com violência. Mas a intervenção de Abigail evitou o ato de Davi, que teria assombrado a sua consciência real para o resto de sua vida, e poderia ter arruinado sua reputação como um governante justo e compassivo. As habilidades bem desenvolvidas de Abigail na diplomacia, e requintada delicadeza diplomática salvou David de si mesmo. Em seu discurso apressadamente composto, mas eloquente, aguçadamente lembrou-lhe que a sua imprudência poderia ser a ruína de sua honra real. Nunca uma mulher evitou uma tragédia tão habilmente.

Embora Nabal fosse desagradável, Abigail era protetora de seu marido indigno. Ela assumiu a culpa dele: "Minha seja a transgressão" (versos 24). "Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão" (versos 28). Ela deu a entender que as falhas de Nabal eram dela, bem como suas; não eram os dois "uma só carne"? Em todos os tempos, Abigail demonstrou uma união implícita no casamento!

No devido tempo, após a morte de Nabal, Davi se casou com Abigail, vs. 42. O futuro rei não só a amava, ele sentia que ela iria ajudá-lo a gerenciar suas próprias fraquezas. De acordo com Ellen G. White, "O Espírito do Filho de Deus habitava em sua alma. Seu discurso, temperado com graça, e cheio de bondade e de paz, irradiava uma influência celestial. Melhores impulsos vieram a Davi, e ele tremeu ao pensar quais poderiam ser as consequências de seu intuito precipitado" (Patriarcas e Profetas, pág. 667).

A história de Abigail revela que o próprio Deus Se compromete a ajudar o cônjuge infeliz que está sofrendo o lado negativo do relacionamento matrimonial. Ele ou ela pode encontrar a felicidade na fidelidade, através de maneiras surpreendentes. Deus nunca dormiu no caso de Abigail, nem Ele a abandonou. Para Aquele que vê, quando o pardal cai, Abigail e seu casamento infeliz foram importantes. Deus Se deu ao trabalho de delinear a história de Abigail, como um incentivo para que milhões de pessoas desde então, e até mesmo para a eternidade por vir.


-Extraído dos escritos de Robert J. Wieland

O irmão Roberto J. Wieland é um pastor adventista que foi, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida pela África. Hoje, jubilado, vive na Califórnia, EUA, onde ainda é atuante na sua igreja local.

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Lição 5, Abigail: Senhora das Circunstâncias, por Justina Thomas

Para a semana de 24 a 30 de outubro de 2010

O que é um pacificador? O dicionário diz que, "é uma pessoa, grupo ou nação que tenta fazer as pazes, especialmente por conciliar partes que discordam, brigam ou lutam."

Quando olhei no Google a frase "Pacificadores da história," me deparei com um artigo interessante. Alguém perguntou quem as pessoas pensavam eram os dez melhores pacificadores da história. A resposta incluía homens como o Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Martin Luther King Jr, Madre Teresa e até Papai Noel. Claro que sabemos que o maior pacificador é Jesus Cristo. Ele disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mateus 5:9). E um dos nomes dados para Jesus por Isaías é o Príncipe da Paz.

Como podemos ser pacificadores? Há uma história muito boa na Bíblia, que nos ilustra isso. Está em 1º Samuel capítulo 25. Após a morte do profeta Samuel, e enquanto o povo ainda estava de luto, Davi teve a oportunidade de encontrar uma maior proteção e segurança no deserto de Parã. Enquanto estava lá, ele acampou entre os rebanhos de um homem muito rico chamado Nabal. Davi e seus homens eram bons para com os pastores de Nabal. Eles não os agrediam, nem tomavam qualquer coisa deles.

No tempo da tosquia, Davi enviou alguns de seus homens a Nabal para pedir algumas provisões. Nabal tratou os jovens mal, chamando-os de escravos fugitivos, e agiu como se ele não soubesse quem era David. Ele os despediu de mãos vazias. Quando Davi ouviu isso, ficou muito irritado. Tomando dois terços de sua força de combate, ele partiu para a casa de Nabal para lhe mostrar uma ou duas coisas. Enquanto isso, um dos servos correram para Abigail, esposa de Nabal e lhe contou sobre os jovens que vieram pedir suprimentos. Ele também contou como seu marido os tinha tratado. Rapidamente, ela tomou uma grande quantidade de alimentos, carregou-a no lombo de burros e foi ao encontro de Davi e seu exército.

Ela se encontrou com eles no “encoberto de um monte" (*1º Sam. 25:20) “Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou e lançou-se a seus pés, e disse: Ah, Senhor meu, minha seja a transgressão; deixar, pois, falar a tua serva, aos teus ouvidos" (1 Samuel 25:24). Abigail dirigiu-se a Davi com tanta reverência como se falasse a um monarca coroado. Nabal tinha escarnecedoramente, exclamado, "Quem é Davi?" Abigail chamara-o, "senhor meu". Com amáveis palavras ela procurou abrandar-lhe os sentimentos irritados, e pleiteou com ele em favor de seu esposo. Nada tendo de ostentação ou orgulho, antes cheia da sabedoria e amor de Deus, Abigail revelou a força de sua devoção para com sua casa, e esclareceu a Davi que o procedimento indelicado de seu marido de nenhum maneira fora premeditado contra ele como uma afronta pessoal, mas que simplesmente tinha sido a explosão de uma natureza infeliz e egoísta" (Ellen White, Patriarcas e Profetas, página 666).

Abigail admitiu que o que Nabal tinha feito era errado e entretanto implorou por sua vida. Nós, também, sempre devemos odiar o pecado, mas amar o pecador.

“Abigail abordou David com respeito, mostrando-lhe honra e deferência, e defendeu sua causa eloquentemente. Embora não escusando a insolência de seu marido, ela implorou por sua vida. Ela também revelou o fato de que ela era não apenas uma mulher discreta, mas uma mulher piedosa, familiarizada com as obras dos caminhos de Deus com Davi” (Ellen White, Manuscrito 12, 1891).

"A resposta branda desvia o furor" (Provérbios 15:1).

Abigail não tomou para si o crédito desse raciocínio para mudar David de seu propósito precipitado, mas deu a Deus a honra e o louvor. Ela então lhe ofereceu as ricas provisões como uma oferta de paz aos homens de David, e ainda defendeu como se ela mesma fosse a única que tinha excitado o ressentimento do chefe.

Estas palavras poderiam apenas ter vindo da boca de guem tivesse participado da sabedoria do alto. A piedade de Abigail, como a fragrância de uma flor, exalava de seu rosto, de suas palavras e ação, sem que disso ela se apercebesse. O Espírito do Filho de Deus habitava em sua alma. Seu discurso, temperado com graça, e cheio de bondade e de paz, derramava uma influência celestial” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, Página 667).

Aqui está o segredo de como Abigail podia ser uma pacificadora, como podia dizer palavras de paz e sabedoria em face do conflito. "O Espírito do Filho de Deus habitava em sua alma." Isto é para nós também. Deixando Jesus viver Sua vida dentro de nós, podemos ser pacificadores. "Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível" (Mateus 19:26). Um copo cheio de água doce não pode derramar uma gota amarga, não importa o quão violentamente sacudido.

“‘Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus’ (Mateus 5:9). "Oxalá houvesse muitos outros como esta mulher de Israel, que abrandassem os sentimentos irritados, impedissem impulsos temerários, e com palavras de calma e bem dirigida sabedoria aplacassem grandes males!” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, página 667).

Aquele que tem o espírito manso e humilde de Cristo será um pacificador. Tal disposição não provoca discussões ou devolve palavras iradas. Antes torna o lar um lugar feliz e traz uma doce paz que abençoa a todos em redor” (Ellen White, Vida de Jesus, página 62).

Uma história contada por Arthur Maxwell ilustra nosso ponto. Um garoto participou de reuniões evangelísticas. Ele deu seu coração a Jesus. Voltou para casa e contou à mãe o que tinha ouvido, e como Jesus foi maravilhoso. Ele pediu-lhe para ir com ele para a próxima reunião. Sua mãe ficou brava e bateu-lhe com força no rosto. O menino permaneceu respeitoso e amável, embora ele tivesse derramando algumas lágrimas. A mãe, entretanto passou a notar mudanças na vida de seu filho, e decidiu que queria o que ele tinha. Ela foi com ele às reuniões e, finalmente, deu seu coração a Jesus também.

"Os seguidores de Cristo são enviados ao mundo com a mensagem de paz. Aquele que, pela influência, calma e inconsciente de uma vida santa, revelar o amor de Cristo; quem, por palavras ou atos, levar outro a renunciar ao pecado e ceder o seu coração a Deus é um pacificador " (Ellen White, Nos Lugares Celestiais , Pág. 35). Vamos escolher, com a ajuda de Jesus, ser pacificadores hoje.

Justina Thomas

Justina Thomas é uma jovem estudante adventista que por quatro férias trabalhou como Evangelista da página impressa, e mais uma como líder missionária evangelista. Ela estudou um ano como missionária na Guiana, América do Sul, e outro na Índia. Ela está estudando para ser uma parteira missionária, e atualmente está trabalhando como atendente na área de saúde. Ela eventualmente tem ensinado na Escola Sabatina das crianças em sua igreja local. Ela tem estudado a mensagem de 1888, a mensagem da justiça de Cristo, que a irmã White chamou de “a mui preciosa mensagem.” Seus pais estão felizes e agradecem a Deus pelas muitas bênçãos que Justina tem recebido da aplicação prática da mensagem em sua vida. Eles frequentam a Igreja Adventista da Rodovia Bauer, localizada no endereço 4881, Bauer Road, Hudsonville, MI. 49426, USA, Fone 001 XX (616) 669-5140.Ler foneticamente

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Lição 4 — Jônatas: Nascido para a Grandeza, por Arlene-Hill

Para a semana de 17-23 outubro de 2010

Recentemente, houve um relatório que centenas de casais queriam se casar em 10/10/2010. Aparentemente, eles acharam que a repetição numérica aumentou a chance de o casamento ser um sucesso. Não há registros para se verificar isso, mas, se houvesse, seria interessante ver se os casamentos que tiveram lugar em 10/10/1010 foram ainda mais bem sucedidos devido à repetição. Grande parte das pessoas acha que sorte ou azar influencia o sucesso nos relacionamentos.

A maioria das pessoas entende que as amizades e os casamentos vêm com os bons e maus momentos, mas também creio que há um limite para quanto mal uma pessoa é obrigada a tolerar. Hoje, alguns pensam que amizades nos obriga a abandonar nossos direitos pessoais quanto ao tempo, felicidade, riqueza e conforto. Certamente ninguém crê que manter amizades devem exigir sacrifício ou sofrimento.

No idioma Inglês, temos uma única palavra para descrever as várias facetas do amor. Às vezes usamos a palavra para significar amor fraternal. Os gregos usavam a palavra "phileo"1, que deu origem ao nome de Filadélfia, a cidade de "amor fraterno." Às vezes a palavra "amor", significa o amor sensual físico que os gregos chamavam de "eros", do qual a palavra erótico é derivada.

O relacionamento entre Jônatas e Davi é descrito em 1,ª Samuel 18: 1: "... Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma". Para amar alguém como você ama a si mesmo não pode significar nem phileo nem eros. Ambas as palavras têm o conceito de que a relação é dependente da bondade ou atratividade de cada pessoa. Por uma ou outra palavra, se a emoção se desvanece, ou o retorno do relacionamento diminui, a amizade terminou.

Os dois homens receberam e aceitaram um tipo de amor um pelo outro que só Deus pode dar. Os gregos chamavam este amor Ágape. Não há nenhuma expectativa de recompensa neste tipo de amor. Ele não é dependente do valor ou atratividade de seu objeto. Muitas vezes, ao a atratividade desaparecer, assim ocorre com o amor. Não é assim com Deus, que é Ágape. Ele demonstrou esse amor ao dar Seu Filho para morrer por pessoas que haviam se rebelado contra Ele. Não havia atratividade, valor, ou até mesmo amor recíproco que induziu Deus a salvar a raça humana. Nós demonstramos uma incompreensão do amor de Deus, se achamos que o nosso comportamento mudará o amor de Deus por nós. Ele já nos ama tanto quanto é possível, mesmo antes de nascermos.

Jônatas é um exemplo perfeito de como o Espírito Santo pode mudar um coração para estar disposto a abandonar o que é tido como direito à felicidade pessoal em um relacionamento. Ele nasceu como herdeiro do trono de Israel, mas ele aprendeu a respeitar, que Deus ainda considerava o país uma teocracia, e era Deus que estabelecia e ungia reis. Deus tinha escolhido David para suceder o pai de Jônatas, como rei. Jônatas poderia ter optado por ignorar o ungido de Deus e seguir a ordem de seu pai para encontrar e matar Davi, mas ele aceitou a escolha de Deus.

Jônatas tornou-se um protetor tanto de seu pai como de Davi. Ele desafiou a ira do rei, tentando persuadi-lo a não matar Davi. Ele defendeu seu pai com Davi, tentando convencê-lo que seu pai havia mudado. Ele arriscou sua vida, dando desculpa por David não comparecer ao banquete do rei e advertiu Davi das intenções assassinas de Saul. Deus agiu no coração de Jônatas e foi capaz de usá-lo como um pacificador entre seu pai e o próximo herdeiro ao trono escolhido por Deus.

Na demonstração máxima de afeto, Jônatas nos dá uma visão de Cristo na transferência de suas vestes reais, para Davi, 1ª Sam. 18:4. Cristo amou o mundo o suficiente para voluntariamente Se desfazer de toda prerrogativa divina (Filipenses 2: 6-8) para que Ele não só pudesse obter o nosso veredicto de absolvição, mas para que pudesse dar o caráter de Sua justiça aos que estão dispostos a recebê-la.

Para o mundo, este tipo de amor abnegado é incompreensível. (*A expressão) "O que há nele para mim," (*ou, “Qual a vantagem que eu levo”), não é um fenômeno da geração mais recente, é endêmica em todos os filhos e filhas de Adão. Amar alguém com risco pessoal e sofrimento, sem esperança de recompensa terrena não é algo que os seres humanos caídos possam verdadeiramente cultivar em seus personagens, mesmo que eles o queiram.

Será que Deus só (a) nos oferece Sua amizade, ou tem Ele (b) no-la dado? A Bíblia dá a resposta: (a) é o que a Bíblia chama de "velho concerto" (Gálatas 4:24 diz que leva a "escravidão"). O novo concerto (b) é a verdade que "Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito" (não Se ofereceu para fazê-lo), "para que todo aquele que nEle crê não pereça" (João 3:16). Os samaritanos entenderam a realidade: Jesus não estava apenas Se oferecendo para ser "o Salvador do mundo" e eles disseram que Ele é (João 4:42) (*"sabemos que Este é, verdadeiramente, o salvador do mundo”). Paulo entendeu este ponto, pois ele disse que "o Deus vivo... é o Salvador de todos os homens", não apenas oferecendo-Se para ser (1ª Tim 4:10), e Isaías viu a razão pela qual isso é verdade: "O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos" (Isaías 53: 6). Ele já morreu a segunda morte "por todos" (Heb. 2:9). Então, agora é hora de humilhar seu coração e crer, valorizar o que Ele já fez por você. Esse tipo de fé irá mudar sua vida! (Condensado de "Dial Daily Bread")2.

Esse amor de auto-sacrifício só pode ser alcançado por aceitá-lo como um dom do Senhor. "Em Jônatas, filho de Saul, o Senhor viu um homem de integridade pura, alguém a quem Ele podia atrair para perto de Si, e em cujo coração Ele podia atuar." (The Youth's Instructor, 24 de novembro de 1898).

Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou em maio de 2010, na Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA., Telefone 001 XX (775) 327-4545.

Notas do tradutor:

1) Originário do grego philos (ou phileo) em português temos o prefixo “FILO,” empregado com diferentes sentidos, entre eles amor e amizade, como em “filomático,” amigo das ciências. Pode ser empregado também como sufixo ou desinência: biblilófilo, amante de livros;

2) “Dial Daily Bread” (literalmente, “Pão Diário Discado,” é um devocional diário pela internet do Pr. Roberto Wieland, autor de inúmeros livros, e consultor editorial adventista para a África. Você pode visitá-lo em dialdailybread.blogspot.com. Hoje, jubilado, o Pr. Roberto vive na Califórnia, EUA, onde ainda é atuante na sua igreja local e de onde continua produzindo o referido devocional. O conheço pessoalmente, e o ouvi pregar “n” vezes, e posso afirmar ser ele grande conhecedor da “mui preciosa mensagem” da igreja adventista como foi apresentada por Ellen G. White, Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner.

Lição 4, Jônatas, Nascido Para Grandeza, por Glen Striemer

Para a semana de 17-23 outubro de 2010

Esta semana vamos estudar a vida de um dos grandes personagens da Bíblia. Como em Daniel, é difícil encontrar falhas em qualquer lugar na vida de Jônatas, filho do rei Saul, registrada (*nas escrituras). Ele era um jovem de grande sentimento e coragem. Ele não tinha medo de morrer pela causa do direito. Ele inspirou outros a se juntarem a ele na luta contra o mal, mesmo sem grandes chances. Sua confiança no Senhor é quase sem precedentes na Escritura.

Talvez o traço mais admirável na curta vida de Jônatas foi o seu espírito de verdadeira humildade. Ele estava disposto a aceitar, desnecessariamente, circunstâncias difíceis, mesmo sabendo que aqueles que têm autoridade estavam errados. Ele levou esse espírito incomum para uma morte prematura, apoiando seu errante pai até o fim. Ele nunca vacilou em sua fidelidade às autoridades constituídas por Deus, mesmo sabendo, claramente, que tinham um caráter falho. Ele não consentia com a prática do mal, mas, menos do que isso, Jônatas, como Cristo, se esvaziou até a morte. Jônatas é o personagem raro da Bíblia que se encaixa nessa descrição: "não teve por usurpação ser igual ... mas esvaziou-Se a Sí mesmo, tomando a forma de servo ... humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte ... Por isso, também Deus o exaltou soberanamente" (Filipenses 2:6-9). Ah, se isso pudesse ser dito de todos os cristãos, em todos os lugares, em todos os tempos.

Durante a vida de Jônatas Israel estava em tempo de crise. O povo vivia sob a ameaça constante de seus arquiinimigos, os filisteus. Os soldados de Israel estavam mal armados, em menor número e ridicularizados. O Senhor usou Jônatas para mostrar que a glória de Deus brilha mais intensamente em tempos impossíveis como estes. "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (*Rom. 8: 31) é o grito de guerra vitorioso da fé. A grande demonstração de fé de Jônatas não precisa parecer estranha para nós. A Bíblia nos diz que "Deus repartiu a cada um a medida da fé" (Romanos 12:3).

Algumas pessoas são tentadas a sentir algum sentimento de orgulho em sua própria "fé inabalável ", enquanto outras sentem desespero porque eles percebem que sua fé é fraca. Os homens que creem que eles têm grande fé, eventualmente percebem que sua fé é abalada quando os testes reais vêm. Somente aqueles que aceitam e usam a fé de Jesus são capazes de apresentar constante inabalável fidelidade de Jônatas.

A real Justificação pela fé — a fé de Jesus, é um componente chave da boa nova. Pela justiça de Um, veio o dom gratuito sobre todos os homens, Romanos 5:18. Este dom gratuito da graça perdoadora de Deus e "a medida da fé" nivelam o campo para que todos possam fazer uma decisão inteligente sobre se crerão e receberão ou rejeitarão e desprezarão o dom da fé. Jônatas fez uso do dom da fé enviado de cima, e no exercício dela, foi fortalecido para caminhar numa fé ainda maior.

Paulo compreendeu isso, embora alguns tradutores da Bíblia não o contemplaram completamente:1 ”A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus" (Gálatas 2:20, grifo meu). Fé, corretamente entendida, é a declaração de missão do movimento adventista: "Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus" (Apocalipse 14:12). A matemática é simples — eu preciso fazer uso do dom gratuito da fé de Jesus. Se alguém falha em compreender este ponto, então os homens como Jônatas são os heróis de longe da Bíblia, e seus incríveis feitos inatingíveis para as pessoas comuns. Eles assumem uma condição de ídolo em vez de exemplo.
Ellen White fala sobre os perigos da nossa própria fé pessoal:

Cada membro da família humana é entregue inteiramente nas mãos de Cristo, e tudo o que possuímos ... é colocado em nossa posse como tesouro de Deus ... cada dom é marcado com a cruz ... tudo vem de Deus ... Agora, ninguém pode dar a Deus nada que já não seja dEle. Tenha isso em mente. ... Nós não podemos oferecer nada pela fé que não tenhamos primeiro recebido de Deus” (Materiais de Ellen White sobre 1888, vol. 2, págs. 814 e 815). “Aprecie com espanto a total inutilidade de mérito da criatura para ganhar a vida eterna. ... Se você fosse juntar tudo que é bom e santo, nobre e amável no homem, e, em seguida, apresentar isto aos anjos de Deus agindo como uma parte na salvação da alma humana ou no mérito, a proposição seria considerada como traição” (ídem, pág. 816). “A idéia de fazer alguma coisa para merecer a graça do perdão é uma noção enganadora do começo ao fim. ... Onde está o mérito do homem para ganhar a sua salvação? ... Impossível! ... Há perigo em relação a justificação pela fé em colocar mérito sobre a fé” (ídem, págs. 817 e 818). “Não há um ponto que precisa ser realçado com mais diligência, repetido com mais frequência ou estabelecido com mais firmeza na mente de todos, que a impossibilidade de o homem caído merecer alguma coisa por suas próprias e melhores boas obras" (ídem, pág. 811).

Eu quero a poderosa fé à qual Jônatas estava conectado. Esta fé de Cristo nunca perdeu uma única batalha e nunca perderá. Não há pecado tão grande que não se desfaça diante da fé de Jesus. Embora os filisteus lhe superam em todos os lados, embora você seja impopular, embora seus próprios familiares mais próximos se insurjam contra sua causa, apesar de você estar sozinho diante da morte certa — a fé é a vitória, a gloriosa vitória que vence o mundo. Quando eu sinto que eu sou um grande pecador, mesmo para ir à igreja, é tempo de clamar: "Eu creio Senhor! ajuda a minha incredulidade"(*Marcos 9:24). Devo seguir em diante, "não tendo a minha justiça, que é da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus pela fé” (Filipenses 3:9).

Da última geração a Bíblia diz: "Tocai a trombeta em Sião, e clamai em alta voz o Meu santo monte (*Joel 2:1) ... um povo grande e poderoso, qual nunca houve (*vs.2) ... como cavaleiros assim correm (*vs.4), como homens de guerra subirão os muros, e marchará cada um no seu caminho e não se desviará da sua fileira (*vs. 7) ... e o Senhor levantará a Sua voz diante do Seu exército: porque muitíssimo grande é o seu arraial" (*vs.11) (Joel 2: 1-11).

Jônatas escolheu tomar o papel do servo ao lidar com aqueles a quem Deus havia colocado em posição de autoridade. Só a fé de Jesus pode transformar um homem nesta condição celestial. Um dia, quando nos encontrarmos no céu, eu quero ver Jônatas vindo ao encontro deste povo da última geração. Eu quero viver para que ele possa honestamente me chamar de irmão.

--Glen Striemer

O irmão Glen Striemer é um colportor evangelista, empregado pela Igreja Adventista do 7º Dia desde 1984. Desde então ele já vendeu o equivalente a dois milhões de dólares em literatura da igreja. Visite o site www.colporteur.ca. Este é um site para treinar novos colportores. O irmão Striemer escreveu, recentemente, dois livros. No final do seu testemunho, na primeira página, ele afirma que estava então trabalhando como colportor evangelista na área sudoeste de Ontário, Canadá. Ele atualmente está ajudando a formar programa cristão de rádio.

Nota do tradutor:

1) A “Almeida Atualizada” e a “Bíblia de Jerusalém” traduzem: “pela fé no Filho de Deus.” Embora haja evidências que suportam esta versão, e o grego possa ser entendido das duas maneiras, seus tradutores “não contemplaram completamente” a beleza da tradução correta usada pelo irmão Glen, “‘A fé de Jesus,’ como significando: a fé que o Próprio Jesus exerceu; Sua fidelidade; Sua vida santa que Ele viveu, e o perfeito caráter que Ele desenvolveu, o qual é dado como um dom gracioso a todos que O recebem, (veja O Desejado de Todas as Nações, pág. 762)” (Comentário Bíblico, vol. 6 da série SDABC, pág. 501). Veja também a fé, ou “fidelidade de Deus,” em Romanos 3: 3.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lição 3 — Ana: Aprendendo a Ser Alguém, por J. B. Jablonski

Para a semana de 10 a16 de outubro de 2010

A lição desta semana começa falando de um "senso de valor próprio” ou, auto-estima, e faz a pergunta: "Qual é o nosso valor?" A psicologia moderna estimula as pessoas a ter uma alta estima (*amor próprio) por si mesmos. Alguns até pensam que a Bíblia ensina isso nas palavras de Jesus: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Marcos 12:31).

Jesus não está ensinando uma alta estima, auto centrada, isto é centrada em si mesmo. A Bíblia ensina que devemos amar e proteger nossos vizinhos e até mesmo nossos inimigos tão naturalmente como nós amamos e nos protegemos. Nosso senso de valor próprio deve ser baseado na opinião de Deus sobre nós. Ele deu a Jesus a este mundo para salvar nossas almas. Jesus é o Salvador de todo o mundo. Isso significa que Ele teria morrido por mim mesmo se eu fosse o único pecador no mundo. Isto vem em perspectiva, quando percebemos que Ele fez isso porque eu nada posso fazer para me salvar. Compreendendo a magnitude da boa nova do Evangelho, vamos ter um sentido genuíno de nosso verdadeiro valor real.

O fundamento da nossa salvação (a história do evangelho) é o amor incondicional de Deus. À medida que aprendermos a conhecer esse amor, e permitir que ele flua através de nós, iremos desenvolver um senso saudável de auto-estima. "Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque qual Ele é, nós somos também neste mundo. No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor: porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. Nós O amamos, porque Ele nos amou primeiro" (1ª João 4:17-19).

A história de Ana indica que ela deve ter tido uma compreensão de Deus e do Seu amor para com ela. As circunstâncias e o ambiente lhe causaram severa dor emocional. Ela não se tornou amarga, ou culpou a Deus por seu infortúnio. Mas ela experimentou profunda e genuína angústia, porque ela não tinha filhos, especialmente um filho homem. Junto com muitas outras, ela deve ter acalentado a esperança de que ela seria a progenitora do prometido Messias. Por um longo período de tempo essa esperança foi-lhe negada.

A seção de segunda-feira (*da nossa lição) cita dois personagens que, realmente, tornaram a vida de Ana miserável. A narrativa indica que Elcana era um devoto adorador do Deus verdadeiro. Ele oferecia sacrifícios como era exigido pela lei de Deus. Na minha opinião, ele é retratado como um marido muito insensível. Parece não ter compreensão do, ou empatia pelo sofrimento de Ana. Sua relação com Penina resultou em muita dor para Ana. Esta história deve incentivar cada marido a analisar o seu comportamento e atitudes em relação à sua esposa. Como maridos, precisamos orar pela graça e amor de Deus para motivar cada ato para com nossas esposas.

A narrativa indica que Penina não foi imbuída do amor de Deus. Ela não agia como uma verdadeira "cristã." Suas palavras e ações aumentavam o sofrimento de Ana. Precisamos observar que Ana não revidava da mesma maneira. Ela foi ao Senhor com um oração com o coração profundamente partido.

"Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-O enfermar: quando a Sua alma Se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na Sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da Sua alma, e ficará satisfeito; com o Seu conhecimento o Meu Servo, o Justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre Si. Por isso lhes darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá Ele o despojo; porquanto derramou a Sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas Ele levou sobre Si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores" (Isaías 53:10-12).

Por causa do Seu grande amor por nós, Jesus foi derramado como um sacrifício por nós. Porque Ana estava cheia do amor de Deus, ela "derramou sua alma" em oração perante Deus. É minha oração que cada um de nós aprendamos a orar assim. A chave é ser cheio do amor incondicional de Deus. Até vermos Jesus derramado na cruz por nós, pessoalmente, as nossas orações não serão assim tão "profundas". "Esta oração derramada é talvez o tipo mais íntimo de oração. Envolve ser absolutamente honesto para com Deus, expressando nossa dor e nossos temores mais profundos. Ana estava tão absorvida em sua oração que ficou inconsciente das pessoas ao seu redor e do que poderiam pensar dela. Estava, de fato, se apegando a Deus como Jacó se apegou a seu assaltante noturno" (Guia de Estudos da Lição da Escola Sabatina, edição do professor, pág. 32, do aluno pág. ___).

Quando Ana, finalmente, "derramou" a sua alma em oração a Deus por um filho, ela já não era egoísta em seu pedido. Ela estava pedindo por algo que realmente pertencia a Deus, e ela conveniou devolvê-lo a Deus. O pedido de Ana foi imediatamente concedido. Quando reconhecemos Deus como o dono de tudo que nos rodeia, nossas orações serão menos egoístas. Quando recebemos o amor de Deus e o compartilhamos com outros, nossas orações se tornarão mais poderosas e vamos receber as respostas que nos irão surpreender.

A fé conseguiu o que nada mais poderia. E seja lembrado que há boas razões para isso. Fé perfeita implica em adoração perfeita. Fé e humildade são inseparáveis. Quanto maior a fé de uma pessoa em outra, menor é a sua opinião de si mesma. Assim também a fé perfeita em Deus, como Abraão (e Hannah) apresentou, implicou em perfeita vontade para fazer o que Deus exigia dele. Essa fé é tão poderosa hoje como sempre foi. Basta conseguir o perdão para o pecado, como fez por Abraão, e nada mais, senão essa fé, vai conseguir o perdão. A purificação de um pecador, da contaminação do pecado, é o maior de todos os milagres, e é um prodígio que está sendo realizado diariamente em resposta à fé. Quando Deus vê essa confiança e submissão no coração de alguém, nada que esse tal peça pode ser negado. Então, quem não oraria: "Senhor, aumenta a nossa fé"?1 (E. J. Waggoner, Signs of the Times, de 8 de dezembro de 1887. No volume encadernado desta revista, está à pág. 746, no 3º§).

A música de Ana lembra a canção de Maria, registrada no Evangelho de Lucas. Foi uma resposta de verdadeira alegria e gratidão. A resposta nasceu de entrega total à vontade e ação de Deus. Podemos experimentar esta alegria e gratidão quando nos rendemos ao evangelho — a cruz de Cristo. Uma profunda agradecimento de coração, da salvação que está em Jesus Cristo, traz essa resposta de fé. Quando vermos a amplitude do ato de Deus, e descobrirmos que não podemos contribuir com nada para a nossa salvação, vamos cair de ajoelhos e pronunciar um verdadeiro sincero agradecimento a Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. Em seguida, a canção de Ana será o nosso louvor.

O exemplo de Ana de educação da criança faz paralelo com o de Joquebede e a experiência de Maria. Ana teve Samuel apenas alguns anos. Ele cresceu na mesma família disfuncional que causou tristeza a Ana. Pela graça de Deus, Ana implanta virtudes celestes na pequena mente de seu filho em crescimento. Todos nós podemos nos beneficiar de um estudo desses exemplos de educação infantil.

"O que são os pais, em grande parte, hão de ser os filhos. As condições físicas dos pais, suas disposições e apetites, suas tendências morais e mentais são, em maior ou menor grau, reproduzidas em seus filhos. ... Foi Ana, a mulher de oração e espírito abnegado, inspirada pelo Céu, que deu à luz Samuel, a criança divinamente instruída, juiz incorruptível, fundador das escolas sagradas de Israel” (A Ciência do Bom Viver, págs. 371, 1º §, e 372, 1º §; Ellen G. White, Conflict and Courage, Conflito e Coragem, devocional de 1971, pág. 139).

“Quem dera que cada mãe percebesse quão grandes são os seus deveres e responsabilidades, e quão grande será a recompensa da fidelidade. A influência diária da mãe sobre seus filhos, os está preparando para a vida eterna ou morte eterna. Ela exerce no lar uma influência mais decisiva do que o pastor no púlpito, e do que o rei no seu trono” (Ellen G. White, Signs of Times de 3 de Novembro de1881; Conflict and Courage, devocional de 1971, pág. 139, e, em português: Meditação Matinal de 1986, Refletindo a Cristo, pág. 187).


J. B. Jablonski

O Pastor Jerry B. Jablonski é um idoso (72) ministro da igreja adventista, mas embora esteja aposentado é muito ativo no trabalho ministerial. Ele é apaixonado pelo ministério junto aos presos, ao qual ele dedicou sua vida, compartilhando a mensagem do Ágape de Cristo e Sua Justiça com os que estão encarcerados (muitos com prisão perpétua) em uma das maiores prisões da Califórnia. Ele é o pastor interino de uma de nossas igrejas na cidade de Hanford, Califórnia, USA., localizada no endereço 900 N. Redington St, Hanford, CA 93230-3810, Estados Unidos. Fone da igreja: 001 XX (559) 582-0034


Nota do tradutor:

1) Lucas 17: 5;

Lição 3 — Ana: Aprendendo a Ser Alguém, por Paul E. Penno

Para a semana de 10 a16 de outubro de 2010

Para todos os que creem que "a mui preciosa mensagem"1 é o início da mensagem de Elias, a história de Ana é um grande incentivo de como Deus vai mostrar gloriosamente Seu caráter ao mundo. É um pequeno silencioso segredo na Bíblia, mas as mulheres desempenham um papel crucial na vindicação de Deus no grande conflito. Quando Satanás está acusando a Deus e seu povo, mui vigorosamente, dizendo que não há ninguém na Terra que reflita de volta a Deus, Seu abnegado amor Ágape, de auto-sacrifício; que todas elas estão em Deus pelos "benefícios" que Ele lhes concede, Deus aponta a algumas pobres almas que são testemunhas dEle.

Ana é uma destas mulheres. O estado da igreja em seus dias era lamentável. Os sacerdotes, Eli e seus filhos, eram corruptos. Era um tempo tão ruim que as mulheres eram molestadas no templo.

Os livros de Samuel retratam uma época de transição entre os juízes e a monarquia. Samuel foi o último líder, divinamente ordenado, como profeta, sacerdote e juiz de Israel, antes da sucessão de reis. Assim como Samuel foi destaque durante um período de vácuo na liderança entre o povo de Deus, (*tal) é a história de Ana.

Elcana era um sacerdote que residia em Ramá, cerca de 24 quilômetros de Siló. A bigamia é um desvio do plano original de Deus para o casamento. Foi a fonte de conflito na família de Elcana (1º Samuel 1: 2). Ana era estéril. Elcana queria filhos. Ele toma Penina com o propósito expresso de continuar o nome da família.

As festas santas eram semelhantes às reuniões campais. Elas forneciam ocasiões de unidade familiar no culto a Deus. Elas deviam ser, expressamente, ocasiões de refrigério e alegria. Havia festa e bebidas2 (v. 4).

A melhor parte da carne foi dada a Ana, demonstrando o seu favoritismo em relação a ela (v. 5). Ana se depara com "a outra mulher", e seus filhos. Ela compartilha uma festa com um Deus que tem negado, persistentemente, filhos a ela própria. Aqui está uma mulher estéril que é amada, e uma mulher fértil que não o é (v. 6). Penina “irritava" ("provocava", "zombava", vs 7) a Ana com a censura de que Deus lhe tinha causado a sua esterilidade.

Agar, de forma similar, tratou Sara em sua esterilidade. Ela perseguiu a mulher livre, a quem foi prometida a semente (Gal. 4:22-31). O velho concerto gera um espírito de perseguição no âmbito dos sistemas familiares e, sim, mesmo na igreja. Desde que, no velho concerto, a fé tem uma motivação egocêntrica, ele tende a ridicularizar, marginalizar e satirizar a fé do novo concerto, que é motivada pelo auto-sacrifício Ágape de Deus.

Em vez de desabafar seus sentimentos sobre Penina, Ana se volta para dentro de si, e fica em silêncio. Ela se esconde na tristeza (v. 8). Ana experimenta a dor de uma persistente ausência de filhos. Elcana sabe a causa de sua dor. No entanto, sua grosseira insensibilidade surge como uma censura a ela por não reconhecer, que ele pode preencher o vazio dela decuplicadamente. Elcana pode amá-la, mas sua arrogância revela que ele pensa que é o centro do seu mundo.

Incapaz de obter qualquer ajuda ou simpatia de seu marido, ela se volta para a única pessoa que a pode certamente entender, e que pode dar a a ela filhos (vs. 10). Ana se volta para Deus. Ela é a única mulher, em toda a Bíblia a proferir uma oração formal e tê-la registrada no texto sagrado.

O voto de Ana quebra o silêncio. A ela vai ser dada agora uma "voz" em todo o resto de sua história. Sua oração é muito específica ao pedir um filho, mas é um voto extremamente abnegado (*de sacrifício próprio). Revela que ela entende o próprio coração de Deus que "deu o seu Filho unigênito" para o mundo. Ela deseja muito um filho, não para si mesma, mas para a vindicação de Deus. Ela vai dar o filho a Deus para sempre (v. 11).

A oração de Ana define, para sempre, a verdadeira natureza de um voto do novo concerto. Ela valoriza o que é preciso para a aliança da promessa de salvação de Deus ser dada eternamente ao mundo. Custou a vida do próprio querido Filho de Deus. Ela oferece seu filho para Deus como uma imagem que reflete Deus dando Seu Filho a ela. Ela pode ou não realizá-la, mas ela é um testemunho singular em uma época de apostasia, quando Satanás está acusando a Deus de que não há ninguém, entre o Seu povo, que sirva a Deus por apreciar Seu caráter de Ágape.

Deus está em silêncio. Ele ficou em silêncio quando o Seu Filho gritou: "Por que me desamparaste?" As regras do grande conflito não permitem Deus interferir imediatamente, e dar garantias pródigas aos Seus fiéis, em meio às provações (v. 12). Mas Eli "responde" o voto dela de um modo distante da resposta que ela quer.

Eli está sentado em sua cadeira, na entrada do templo. Ele vê os lábios dela se movendo ao ela orar em silêncio. Ele acha que ela está embriagada (vs. 13). Peregrinos, nas festas do antigo Israel, costumavam beber em excesso. Eli observou a aflição da mulher, mas não mostra nenhuma amabilidade (vs. 14). Eli leva mais a sério a aparente embriaguez de uma mulher do que os hediondos crimes de seus próprios filhos.

O protesto de Ana é que ela não é "uma mulher sem valor", como os "canalhas" (*filhos de) Eli (1º Sam. 2:12, "homens inúteis") (vs. 16). Esta é uma dura repreensão para Eli, ainda que feita polidamente, por ignorar o comportamento de seus filhos. Sua autoridade moral é completamente prejudicada.

Eli é tão simplório que não dá conta de nada. Ele nem sequer sabe sobre o que ela estava orando (vs. 17). Mas ele a abençoa assim mesmo. Ela eventualmente colocará seu pequeno Samuel no templo com Eli, que receberá uma revelação divina, à noite, profetizando o fim da sua família. Ele interpreta sua aflição como sendo embriaguez, falha em focar sua acusação velada, e, involuntariamente, coopera para a bênção da promessa dela, o que contribuirá para a queda dele.

Eli não demonstrou nenhuma genuína compaixão. No entanto, a sua bênção quebrou o isolamento dela, pondo em marcha o seu curso de volta à família, amenizando a sua dor, restaurando-lhe o apetite, efetuando a sua restauração (vs. 18). Ela se afasta, dizendo: "Que eu ache graça aos teus olhos." Assim Ana sai da depressão para uma vida vitoriosa e otimista.

Uma profunda apreciação do amor de Deus preparou o caminho para ambos, Elcana e Ana, para entender o que significa ser "uma só carne." Algo estava faltando no seu amor antes. Agora, o escritor inspirado os retrata como "um:" “levantaram-se de madrugada, e adoraram” ao Senhor e voltaram para casa (vs. 19). Por causa da "escolha de Elcana" de (*tomar como segunda mulher a) Penina, seu casamento está transtornado. Deus intervem para trazer a cura. Agora Ana goza de uma maior intimidade com o marido. Seu ventre é curado com as palavras "o Senhor se lembrou dela;" curou a esterilidade de Ana. A fé genuína no concerto eterno de Deus faz isso. Aqui está a resposta de Deus ao voto dela, em duas palavras: "lembrou-Se dela." O curso da história da igreja não poderia ser mudado com a descrição de menos palavras do que estas. É inteiramente apropriado que Ana dê a seu filho o nome de Samuel, porque ela sabe que ele é a resposta de Deus a sua oração. Samuel significa "pedido a Deus."

Após o desmame de Samuel, Ana vem a Siló com um touro que é sacrificado, representando o próprio Filho de Deus "para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos os homens" (Heb. 2:9). E agora ela oferece seu filho a Deus para sempre. Esta é a peregrinação de Ana para Siló. É sem precedentes, em toda a Bíblia, uma mulher fazer tal oferta. É comparável a Abraão oferecendo Isaque a Deus. É difícil responder apropriadamente ao sacrifício de Ana.

Ana é um tipo de todos os pobres, fracos, vozes ridicularizadas, pedindo reavivamento e reforma em meio a um povo que gosta da vida tranquila (sem esforço) e que está em constante crescimento em favor com mundanos (vs. 27). Deus, aparentemente, está em silêncio quanto às orações de Seu povo, que está ansioso pelo retorno da mensagem de Elias. No entanto, as orações que estão em sintonia com o que Deus quer, nunca caem em ouvidos insensíveis. Deus pode precisar de você para estar de pé, "sozinho," a fim de ganhar o Seu grande conflito com Satanás.

Será que Deus "emprestou" o Seu Filho ao mundo ou Ele O "deu" ao mundo? Se Deus somente O "emprestou" por poucos anos, então não temos Salvador agora. Pelo contrário, Deus deu o Seu Filho como um presente permanente, o sumo sacerdote, divino-humano, que administra os benefícios da sempre presente cruz, por nós, do santuário celestial. O sentido final da cruz é a expiação. Ele está iluminando a cruz, a fim de atrair corações alienados por Seu amor revelado alí, para que possamos experimentar estar unidos com o coração de Deus.

A frase de Ana "ao Senhor o entreguei" indica que Samuel era um sacrifício vivo para ela, por todos os dias da sua vida (vs. 28). Ela sentiu, profundamente, a separação de seu filho querido, ainda que ela pudesse visitá-lo a qualquer momento que desejasse, considerando que estava a apenas 24 quilômetros de distância. Mas isso não deve diminuir o valor do "sacrifício de Ana." Ela e Samuel são um tipo do sacrifício dado pelo Pai e pelo Filho. Nessa mensagem ela fala eloquentemente como nenhuma outra mulher no Antigo Testamento, da abnegação de Deus.

Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista da cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de A.T. Jones e E. J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Ig. Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim que nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior.

Notas do tradutor:

1) Testemunhos para Ministros, pág. 91. A tradução acima é como consta do driginal em inglês. Na edição em português a palavra, “most”, constante do original em inglês, que acima traduzimos como “mui,” na edição da CPB, foi omitida.

2) Levítico 23:18, na Bíblia na linguagem de Hoje diz: “Junto com os pães ofereçam sete carneirinhos de um ano, sem defeito, um touro novo e dois carneiros. Esses animais deverão ser apresentados ao Senhor como uma oferta que vai ser completamente queimada, junto com as ofertas de trigo e de vinho. O cheiro dessa oferta de alimento é agradável ao Senhor.”