sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Lição 3 — Ana: Aprendendo a Ser Alguém, por J. B. Jablonski

Para a semana de 10 a16 de outubro de 2010

A lição desta semana começa falando de um "senso de valor próprio” ou, auto-estima, e faz a pergunta: "Qual é o nosso valor?" A psicologia moderna estimula as pessoas a ter uma alta estima (*amor próprio) por si mesmos. Alguns até pensam que a Bíblia ensina isso nas palavras de Jesus: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Marcos 12:31).

Jesus não está ensinando uma alta estima, auto centrada, isto é centrada em si mesmo. A Bíblia ensina que devemos amar e proteger nossos vizinhos e até mesmo nossos inimigos tão naturalmente como nós amamos e nos protegemos. Nosso senso de valor próprio deve ser baseado na opinião de Deus sobre nós. Ele deu a Jesus a este mundo para salvar nossas almas. Jesus é o Salvador de todo o mundo. Isso significa que Ele teria morrido por mim mesmo se eu fosse o único pecador no mundo. Isto vem em perspectiva, quando percebemos que Ele fez isso porque eu nada posso fazer para me salvar. Compreendendo a magnitude da boa nova do Evangelho, vamos ter um sentido genuíno de nosso verdadeiro valor real.

O fundamento da nossa salvação (a história do evangelho) é o amor incondicional de Deus. À medida que aprendermos a conhecer esse amor, e permitir que ele flua através de nós, iremos desenvolver um senso saudável de auto-estima. "Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque qual Ele é, nós somos também neste mundo. No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor: porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. Nós O amamos, porque Ele nos amou primeiro" (1ª João 4:17-19).

A história de Ana indica que ela deve ter tido uma compreensão de Deus e do Seu amor para com ela. As circunstâncias e o ambiente lhe causaram severa dor emocional. Ela não se tornou amarga, ou culpou a Deus por seu infortúnio. Mas ela experimentou profunda e genuína angústia, porque ela não tinha filhos, especialmente um filho homem. Junto com muitas outras, ela deve ter acalentado a esperança de que ela seria a progenitora do prometido Messias. Por um longo período de tempo essa esperança foi-lhe negada.

A seção de segunda-feira (*da nossa lição) cita dois personagens que, realmente, tornaram a vida de Ana miserável. A narrativa indica que Elcana era um devoto adorador do Deus verdadeiro. Ele oferecia sacrifícios como era exigido pela lei de Deus. Na minha opinião, ele é retratado como um marido muito insensível. Parece não ter compreensão do, ou empatia pelo sofrimento de Ana. Sua relação com Penina resultou em muita dor para Ana. Esta história deve incentivar cada marido a analisar o seu comportamento e atitudes em relação à sua esposa. Como maridos, precisamos orar pela graça e amor de Deus para motivar cada ato para com nossas esposas.

A narrativa indica que Penina não foi imbuída do amor de Deus. Ela não agia como uma verdadeira "cristã." Suas palavras e ações aumentavam o sofrimento de Ana. Precisamos observar que Ana não revidava da mesma maneira. Ela foi ao Senhor com um oração com o coração profundamente partido.

"Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-O enfermar: quando a Sua alma Se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na Sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da Sua alma, e ficará satisfeito; com o Seu conhecimento o Meu Servo, o Justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre Si. Por isso lhes darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá Ele o despojo; porquanto derramou a Sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas Ele levou sobre Si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores" (Isaías 53:10-12).

Por causa do Seu grande amor por nós, Jesus foi derramado como um sacrifício por nós. Porque Ana estava cheia do amor de Deus, ela "derramou sua alma" em oração perante Deus. É minha oração que cada um de nós aprendamos a orar assim. A chave é ser cheio do amor incondicional de Deus. Até vermos Jesus derramado na cruz por nós, pessoalmente, as nossas orações não serão assim tão "profundas". "Esta oração derramada é talvez o tipo mais íntimo de oração. Envolve ser absolutamente honesto para com Deus, expressando nossa dor e nossos temores mais profundos. Ana estava tão absorvida em sua oração que ficou inconsciente das pessoas ao seu redor e do que poderiam pensar dela. Estava, de fato, se apegando a Deus como Jacó se apegou a seu assaltante noturno" (Guia de Estudos da Lição da Escola Sabatina, edição do professor, pág. 32, do aluno pág. ___).

Quando Ana, finalmente, "derramou" a sua alma em oração a Deus por um filho, ela já não era egoísta em seu pedido. Ela estava pedindo por algo que realmente pertencia a Deus, e ela conveniou devolvê-lo a Deus. O pedido de Ana foi imediatamente concedido. Quando reconhecemos Deus como o dono de tudo que nos rodeia, nossas orações serão menos egoístas. Quando recebemos o amor de Deus e o compartilhamos com outros, nossas orações se tornarão mais poderosas e vamos receber as respostas que nos irão surpreender.

A fé conseguiu o que nada mais poderia. E seja lembrado que há boas razões para isso. Fé perfeita implica em adoração perfeita. Fé e humildade são inseparáveis. Quanto maior a fé de uma pessoa em outra, menor é a sua opinião de si mesma. Assim também a fé perfeita em Deus, como Abraão (e Hannah) apresentou, implicou em perfeita vontade para fazer o que Deus exigia dele. Essa fé é tão poderosa hoje como sempre foi. Basta conseguir o perdão para o pecado, como fez por Abraão, e nada mais, senão essa fé, vai conseguir o perdão. A purificação de um pecador, da contaminação do pecado, é o maior de todos os milagres, e é um prodígio que está sendo realizado diariamente em resposta à fé. Quando Deus vê essa confiança e submissão no coração de alguém, nada que esse tal peça pode ser negado. Então, quem não oraria: "Senhor, aumenta a nossa fé"?1 (E. J. Waggoner, Signs of the Times, de 8 de dezembro de 1887. No volume encadernado desta revista, está à pág. 746, no 3º§).

A música de Ana lembra a canção de Maria, registrada no Evangelho de Lucas. Foi uma resposta de verdadeira alegria e gratidão. A resposta nasceu de entrega total à vontade e ação de Deus. Podemos experimentar esta alegria e gratidão quando nos rendemos ao evangelho — a cruz de Cristo. Uma profunda agradecimento de coração, da salvação que está em Jesus Cristo, traz essa resposta de fé. Quando vermos a amplitude do ato de Deus, e descobrirmos que não podemos contribuir com nada para a nossa salvação, vamos cair de ajoelhos e pronunciar um verdadeiro sincero agradecimento a Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor. Em seguida, a canção de Ana será o nosso louvor.

O exemplo de Ana de educação da criança faz paralelo com o de Joquebede e a experiência de Maria. Ana teve Samuel apenas alguns anos. Ele cresceu na mesma família disfuncional que causou tristeza a Ana. Pela graça de Deus, Ana implanta virtudes celestes na pequena mente de seu filho em crescimento. Todos nós podemos nos beneficiar de um estudo desses exemplos de educação infantil.

"O que são os pais, em grande parte, hão de ser os filhos. As condições físicas dos pais, suas disposições e apetites, suas tendências morais e mentais são, em maior ou menor grau, reproduzidas em seus filhos. ... Foi Ana, a mulher de oração e espírito abnegado, inspirada pelo Céu, que deu à luz Samuel, a criança divinamente instruída, juiz incorruptível, fundador das escolas sagradas de Israel” (A Ciência do Bom Viver, págs. 371, 1º §, e 372, 1º §; Ellen G. White, Conflict and Courage, Conflito e Coragem, devocional de 1971, pág. 139).

“Quem dera que cada mãe percebesse quão grandes são os seus deveres e responsabilidades, e quão grande será a recompensa da fidelidade. A influência diária da mãe sobre seus filhos, os está preparando para a vida eterna ou morte eterna. Ela exerce no lar uma influência mais decisiva do que o pastor no púlpito, e do que o rei no seu trono” (Ellen G. White, Signs of Times de 3 de Novembro de1881; Conflict and Courage, devocional de 1971, pág. 139, e, em português: Meditação Matinal de 1986, Refletindo a Cristo, pág. 187).


J. B. Jablonski

O Pastor Jerry B. Jablonski é um idoso (72) ministro da igreja adventista, mas embora esteja aposentado é muito ativo no trabalho ministerial. Ele é apaixonado pelo ministério junto aos presos, ao qual ele dedicou sua vida, compartilhando a mensagem do Ágape de Cristo e Sua Justiça com os que estão encarcerados (muitos com prisão perpétua) em uma das maiores prisões da Califórnia. Ele é o pastor interino de uma de nossas igrejas na cidade de Hanford, Califórnia, USA., localizada no endereço 900 N. Redington St, Hanford, CA 93230-3810, Estados Unidos. Fone da igreja: 001 XX (559) 582-0034


Nota do tradutor:

1) Lucas 17: 5;