quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Doutrina da Criação Examinada (Continuação)

“A Doutrina da Criação Examinada” (Continuação)
 por Francis David Nichol
Do livro:  ANSWERS  TO  OBJECTIONS (Respostas a Objeções)
Seção:   A  CIÊNCIA  E  A    DO  ADVENTO

Este artigo é a continuação da postagem que fizemos em 17/1/2013, no blog http://agape-edicoes.blogspot.com mas quem recebia nossos comentários das lições da Escola Sabatina, gravados em CD e fitas K-7, e os guardou, verá muito desta obra, falada por mim e por minha esposa (que interpreta o Espírito de Profecia) nas lições da série: “A CRIAÇÃO DE DEUS — Analisando o Relato Bíblico,” que estudamos no 3º trimestre de 1999. Este novo artigo foi gravado na lição de nº 10 daquela série.
Este capítulo, “A Doutrina da Criação Examinada,” é vitalmente pertinente ao nosso estudo deste trimestre. Começamos na página 482 e vamos até a pág. 486:
Índice da matéria desta postagem:
Modismos do Pensamento, pág. 482;
A Evolução Está de Acordo com o Pensamento Secular, pág. 483;
A Pesquisa Atômica Ilustra um Ponto, págs. 483 a 486;
Asteriscos indicam acréscimos do tradutor.
A paginação se encontra entre colchetes, em negrito.


 [482]A Doutrina da Criação Examinada (Continuação)


Modismos do Pensamento      
“Nunca se deve esquecer que os cientistas, como o restante da humanidade, são criaturas de seu meio ambiente e época. Quando se deslocam para fora dos estreitos limites da investigação e mediçao das atividades da natureza, e começam a interpretar ou filosofar, suas conclusões, quanto à credibilidade de qualquer idéia, certamente refletirão, pelo menos em parte, o ponto de vista geral da época em que vivem. Há modismos tanto em pensamento quanto em vestuário. E não cremos todos que a moda atual, que contemplamos nas ruas, está correta, enquanto as modas refletidas no álbum de família parece ‘incrível’? Exatamente aqui as palavras do respeitável autor Inglês se aplicam:
"‘A fim de entender um período, é necessário, não tanto estar familiarizado com suas mais definidas opiniões, como com as doutrinas que são consideradas, não como doutrinas, mas como fatos. (Os modernos, por exemplo, não olham por [sobre] sua crença em Progresso como uma opinião, mas como um reconhecimento de fato.) Há certas doutrinas que, por um período em particular, não parecem doutrinas, mas categorias inevitáveis ​​da mente humana. Os homens não as olham meramente como opiniões corretas, pois se tornaram tão integradas à mente, e jazem tão lá no fundo, que nunca estão realmente conscios delas em absoluto. Eles não as veem, mas outras coisas através delas. São estas idéias abstratas ao centro, as coisas que têm como certas, que caracterizam um período. Há em cada período certas doutrinas cuja negação [483] é considerada pelos homens desse período, tal como considerariamos a afirmação de que dois mais dois são cinco. São estas coisas abstratas ao centro, essas doutrinas sentidas como fatos, que constituem a fonte de todas as outras características mais materiais do período" (Thomas E. Hulme, Speculations: Especulações, págs. 50, 51).

A Evolução Está de Acordo Com o Pensamento Secular
Nesta era, ou período presente, distinta por seus pontos de vista seculares e por sua completa falta de qualquer consciência do sobrenatural, essas doutrinas que apoiam esse ponto de vista, por exemplo — a explicação evolucionista do mundo, são naturalmente consideradas razoáveis. Todas essas doutrinas são ‘vistas como fatos.’ Não admira, pois, então, que a doutrina da criação seja considerada ‘incrível’. Mas, por que deve o cientista declarar que Moisés estava errado, simplesmente porque descreveu grandes acontecimentos que estão fora do ambito e das experiências da ciência? Apropriadas aqui são o palavras do Prof. Percy W. Bridgman (1882-1961), da universidade de Harvard, que escreveu criticamente sobre a atitude de certos homens das ciências:
"É difícil conceber algo mais cientificamente intolerante do que afirmar que toda experiência possível se conforma com o mesmo tipo daquela com que já estamos familiarizados e, portanto, requer que a explicação empregue somente elementos familiares na experiência do dia-a-dia. Tal atitude sugere uma falta de imaginação, uma obtusidade e obstinação mental, que poderiam ser esperadas que exaurissem a justificação usual pragmática, um plano inferior de atividade mental" (The Logic of Modern Physics, A Lógica da Física Moderna, págs. 46, 47.

Pesquisa Atômica Ilustra as Leis de Conservação da Massa, e da Matéria
Esse professor erudito está aqui convidando alguns de seus companheiros intelectuais a objetarem à idéia de "ação à distância", para explicar a gravitação. Mas suas palavras adquiriram maior força nestes últimos anos, desde que a pesquisa em energia atômica desenvolveu-se. Ilustremos esta declaração pela citação do capítulo de abertura do relatório oficial sobre energia atômica, na obra Energia Atômica para Propósitos Militares, escrito por Henry Smyth, pág. 1, publicado sob os auspícios do Ministério da Guerra, dos EUA, em 1945. Ao fornecer o fundamento histórico do estudo em energia atômica, o autor inicia o seu relatório do seguinte modo:
[484] "Dois princípios têm sido pedras fundamentais da estrutura da ciência moderna. O primeiro, o de que a matéria não pode ser criada, nem destruída, mas somente alterada em forma — enunciado no século XVIII e conhecido por todo estudante de química; que tem conduzido ao princípio conhecido como: ‘a lei de conservação de massa’. O segundo, o de que a energia não pode ser criada nem destruída, mas somente alterada de forma. Este princípio emergiu no século XIX, e desde então tem sido a praga de inventores de máquinas de moção contínua, princípio conhecido como a lei de conservação da energia.
"Esses dois princípios sempre guiaram e disciplinaram o desenvolvimento e aplicação da ciência. Para todos os efeitos práticos, prosseguiram sem alteração e separados, até por volta de 1940. Para a maioria dos propósitos práticos ainda assim permanecem, mas, é agora sabido, que são, de fato, duas fases de um único princípio, pois dscobriu-se que a energia pode, às vezes, ser convertida em matéria e a matéria em energia" (Henry D. Smyth, em Energia Atômica para Propósitos Militares, pág. 1).
*Aqui preciso assinalar algo. Esta descoberta de uma lei que julgavam ser fundamental e imutável, e que agora tiveram que reconsiderá-la, se nunca a tivessem mudado, ao que me consta, nunca teriam construído uma bomba atômica.
Se naquela época alguém declarasse que é boa ciência crer que a "energia às vezes pode ser convertida em matéria e matéria em energia", os cientistas o ridicularizariam com o mesmo desdem como que zombaram dos crentes no registro mosaico da criação. Tal declaração teria desafiado duas leis do mundo científico, tão sagradas para alguns cientistas como o Decálogo o é para o cristão. Mas só após essas duas leis terem sido, para espanto deles, revisadas, é que os cientistas foram capazes de prosseguir com as impressionantes descobertas no campo atômico!”
*E foi isso o que eu disse a pouco, que se não estivessem dispostos a ajustar seus pensamentos nesse sentido, jamais teriam construindo uma bomba atômica.
Não seria possível que algumas das teorias concernentes às leis científicas, que têm levado o relato mosaico de revisão da criação à descrença, precisem de revisão? De fato estas duas leis que têm sido mais com frequência invocadas para refutar o relato mosaico são as próprias leis mencionadas nesta citação sobre energia atômica, as leis da conservação da matéria e da energia. Se ‘a energia pode, às vezes, ser transformada em matéria, e matéria em energia’, então por que é ilógico que o Deus de toda a energia, o Onipotente, possa ter convertido uma parcela de Sua ilimitada energia em matéria? A concepção cristã de Deus sempre foi de que Ele é infinito em poder e em energia.”
*Permita-me tentar simplificar isto um pouco, ou talvez fazê-lo um pouco mais claro: Suponhamos que consideremos que Deus, que é infinito em energia, fale, e o poder de Sua palavra libere virtualmente energia infinita, e que essa energia se consubstancie em matéria, que forme talvez um mundo, ou uma lua, ou seja um astro, asteróide ou o objeto que for. O ponto aqui é, simplesmente, que isto é como poderia ter-se dado na criação. Posso prosseguir mais e dizer que é algo como o reverso da explosão de uma bomba atômica. Porque, como você pode ver, eu não sou cientista, mas, quanto me conste, quando se libera a energia contida numa quantidade bem pequena de massa, ou matéria, está-se liberando tremenda energia. Assim, temos só que contemplar a explosão de uma bomba atômica, ou ver isso demonstrado para nós num filme movimentado, ou seja da forma que for, para entender que uma pequena quantidade de massa pode liberar energia incrível.
*Isso é o que aconteceu na explosão da bomba atômica. Baseou-se em uma teoria de Alberto Einstein, numa equação que ele desenvolveu, e é algo ainda quase central à idéia total da sua teoria. A equação é “E=MC2,” e isso simplesmente significa que a energia é igual à massa, multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz. Agora, a velocidade da luz é um número bem grande, 300.000 km por segundo. Quando se eleva este número ao quadrado, isto é, quando multiplicamos este número por si mesmo, temos um número muito maior ainda, ou seja 90 bilhões. Assim, o quadrado da velocidade da luz, multiplicando uma diminuta massa, produz energia, uma tremenda quantidade de energia, procedente de um pequeno montante de massa. Esse é o significado de “E=MC2”. Assim, quando consideramos o texto que tivemos oportunidade de empregar mais de uma vez em nosso estudo de que Deus falou, e assim se fez, Ele ordenou e tudo veio a existir, Salmo 33:9, isso é o que ocorre. Em lugar de massa liberando incrível energia, encontramos a Deus, que possui incrível energia, pronunciando essa energia à existência, a consubstanciando em massa, e é assim que a criação veio à existência.
[485] “Os cristãos admitem a idéia de que Deus pode falar e, subitamente, energia divina se consubstanciar, ou se transformar, por assim dizer, numa esfera rodopiante de terra sólida, é difícil de compreender, mas, certamente, não o é mais do que admitir a impressionante idéia levantada por cientistas atômicos, concernente à matéria e energia. Note agora a declaração de um cientista, que se empenha para descrever o que a investigação no campo microscópico revelou quanto ao intercâmbio de matéria e energia:
*Trata-se de Cláudio Guilherme Hipps no livro The Structure of the Universe," A Estrutura do Universo, um Relatório Anual do Instituto Smithsoniano, de 1944, que à pág. 178 diz:
"O simples conceito de espaço e matéria tem sofrido mudança no campo microscópico de modo bastante semelhante como o que ocorreu no campo da astronômia. Em resultado de pesquisas no campo das partículas diminutas, tornou-se necessário expandir nossas ideias no que concerne à natureza da matéria. Fotos numa câmera de radiação permitiram-nos praticamente ver duas partículas de matéria criadas no espaço a partir da energia contida na radiação" (Claude William Heaps, “A Estrutura da Universo,” Relatório Anual Smithsonian, 1944, pág. 178).
Este autor científico prossegue imediatamente para dizer que esse fenômeno de matéria ser criada de energia, que ele declarou poder ser vista, embora anuviadamente em sua operação microscópica, pode ser ilustrada numa escala de maior amplitude, por esta analogia: ‘Um fenômeno equivalente seria uma quantidade de luz solar, passando por uma bola de ferro, para transformar-se, subitamente, em alguns pedaços de chumbo’. Para um cientista sobriamente apresentar este tipo de ilustração para indicar o que parece ter lugar no âmbito microscópico, é suficiente o bastante para deixar alguém sem fôlego. Mesmo o relato da criação não parecerá mais estarrecedor. Ambos os pontos de vista resultam de fé e não do processo científico.
 Logicamente, ele se apressa a admitir com respeito a sua analogia da luz solar e uma bola de ferro: ‘Escusado será dizer-se que ninguém jamais viu algo assim acontecendo, e se dá somente quando os tamanhos se tornam tão diminutos para impedirem a observação direta da ocorrência do evento. Podemos bem dizer, que algo peculiar se passa no campo microscópico. Algo ocorre que está fora de nossa experiência ordinária" (idem, págs. 178 e 179).
 “Esta última sentença é realmente uma exposição incompleta. Algo está [486] se passando, mas não é somente ‘estranho à nossa experiência ordinária’, mas contradiz alguns dos mais básicos pressupostos sobre os quais o chamado pensamento científico se desenvolveu desde os dias mais remotos da era científica, até o tempo da investigação atômica. Note esta declaração adicional deste cientista:
"Matéria e energia podem agora ser tidas como praticamente sinônimos. Assim torna-se possível estabelecer certas importantes inferências com o objetivo de salvar o universo de entrar em colapso. Milhões de sóis estão vagarosa, mas seguramente convertendo sua matéria e sua energia em radiação, e esta radiação está constantemente escapando no infinito. Talvez em alguma parte do espaço a radiação possa ser transformada novamente em matéria. Talvez o universo esteja engajado num ciclo reversível, em lugar de um irreversível, como comumente se supõe (Idem, pág. 179).
"‘Talvez’! Por que não? Pelo menos, alguns cientistas chegaram ao ponto em que não mais declaram dogmaticamente que isso não possa acontecer. Ao contrário, ouvimos um cientista dizendo: ‘Talvez em algum lugar no espaço a radiação possa ser revertida novamente em matéria.’ Quem sabe, com o tempo os homens cheguem a reconhecer que apenas o seu limitado conhecimento os impede de ver quão razoável é crer que Aquele, de cujo trono ‘procedem relâmpagos,’ pode criar matéria à Sua vontade. A Bíblia em que os cristãos creem diz que ‘em algum lugar no espaço’ onde a matéria é assim criada, é o trono de Deus.

*Oh, como espero que você tenha apreciado ouvir isto quanto eu apreciei ao lê-lo há longo tempo atrás.




O Pr. Francis David Nichol (1897-1966) foi editor da Review and Herald por 21 anos; editor associado de Signs of the Times por 6; editor do Boletim da Conferência Geral de 1922 até seu falecimento; editor de Vida e Saúde (em inglês) de 1934 a 1945. Por 15 anos foi membro da comissão do patrimônio de Ellen G. White. Escreveu mais de 20 livros. Muitas e maiores informações você encontrará na Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, págs. 974 e 975.
_________________________


Lição 5 - Criação e Moralidade, por Arlene Hill

Para 26 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013




Toda verdadeira moralidade tema sua origem a partir do Ágape de Deus. O dicionário define moral ou moralidade como "relacionado com, lidar com, ou capaz de, na conduta, fazer a distinção entre o certo e o errado " (New World Dictionary). Às vezes, nós nos referimos à "lei moral", significando nossas obrigações para com os outros. Compreendido desta forma, é fácil ver como os Dez Mandamentos encarnam a compreensão de Deus das obrigações dos seres humanos entre si.
Quando Deus veio para investigar o assassinato de Abel, perguntou a Caim onde estava Abel. Caim disse que não sabia, e perguntou: "Sou eu o guardador do meu irmão?" (Gên. 4:9). Deus não respondeu diretamente, mas Ele deixou claro que Caim pecou por violar o direito de seu irmão viver. A fim de desfrutar a companhia uns dos outros, todos têm certos direitos básicos. Até os animais têm instintos que ecoam alguns desses direitos.
Num programa da National Geographic foi ao ar, um documentário fotojornalistico de uma manada de elefantes. O rebanho encontrou um bebê elefante que não pertencia ao grupo. Ele estava de pé ao lado de sua mãe morta chorando, impotente na noite da Savana, porque ele era muito jovem para cuidar de si mesmo. O bando estava curioso e se juntaram em torno dele e do corpo de sua mãe, mas depois de um tempo o rebanho seguiu em frente, deixando o filhote fazendo a única coisa que sabia fazer, chorar na escuridão. Os elefantes têm excelente audição e os seus gritos eram aparentemente demais para as matriarcas do rebanho (*suportarem), e, não muito tempo depois, toda a manada retornou para o bebê e lhe permitiu juntar-se a eles permanentemente.
É tentador atribuir moralidade às ações dos elefantes, mas sabemos que os animais não foram criados com a capacidade de distinguir entre o certo e o errado, a não ser para responder a instintos. Uma mãe urso não defende seus filhotes porque ela sabe que é a coisa certa a fazer, (*mas) ela está exercendo um forte instinto. Os seres humanos têm instintos, mas também nos foi dada a capacidade de raciocínio entre as ações certas e erradas.
Há uma grande diferença entre o homem e os animais. "Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gên. 1:26). Deus fez o homem "para ser um companheiro para Ele e os anjos. Mas o homem é tão dependente de Deus para a vida como o são os animais sobre os quais lhe foi dado o domínio" (E. J. Waggoner, The Present Truth, 2 de agosto de 1894, pág. 485).
Qual foi o propósito de Deus na criação dos animais e do homem? Deus fez o homem para dominar, e nesse aspecto ele era para ser um associado com Deus. "Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés" (Heb. 2:8). Ao homem foi dada a liberdade de escolher por si mesmo. "É a liberdade da vontade que dá ao homem a possibilidade de ser um companheiro de Deus" (ibidem).
Considerando-se que toda moralidade se origina de Deus, que é Ágape, podemos facilmente ver por que aos seres "feitos à Sua imagem" foi dada a capacidade de (*decidir) racionalmente o certo do errado. Deus queria que os seres humanos interagissem pacificamente uns com os outros, mas o pecado desorientou isto. O pecado focou o interior dos seres humanos. Adão era tão apaixonado por Eva que ele estava disposto a juntar-se a ela em pecado, porque ele sabia que ela teria que morrer, e ele não queria viver sem ela. No entanto, ao Deus confrontar o pecado deles, sua única desculpa foi culpá-la. O pecado mudou a natureza de Adão e era somente esta natureza que ele tinha para passar a seus filhos. Nossa inclinação natural é cuidar de nós mesmos em primeiro lugar.
Como podem seres egoístas descobrir a sua obrigação moral para com os outros? Só Cristo pode ser o nosso Guia. Deus amou o mundo de tal maneira que Ele estava disposto a alterar a configuração da Divindade para sempre quando Jesus tomou sobre Si a natureza humana. Essa é a melhor dimensão do valor que Deus põe em Sua criação. Nossas obrigações para com nossos semelhantes originam-se disso. Assim, grande parte da humanidade tem escolhido contra o dom da vida que Cristo conquistou para nós na cruz, mas Ele morreu por nós assim mesmo. Não podemos dizer, então, que a nossa obrigação moral para com os outros é dependente de quão digno o outro é; a nossa obrigação recai exclusivamente sobre o fato de que somos irmãos, e todos pertencemos à família de Deus.
"E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé" (Gál. 6: 9 e 10). "Apesar de muitos a quem Ele [Jesus] trouxe alívio, nunca mostraram o menor sinal de apreço, isto não fez diferença para Ele. Ele veio para fazer o bem e não para ser apreciado .... Fazer o bem aos outros deve ser considerado um privilégio a ser apreciado e não um dever penoso a ser dispensado" (Ellet J. Waggoner, em The Glad Tidings, Boas Novas, págs. 134-136).
A mensagem de 1888 ensina que quando Cristo Se encarnou, Ele tomou sobre Si a humanidade de todo o mundo quando Ele veio como o segundo Adão, como Paulo descreve em Romanos, capítulo 5. Por isso, estamos moralmente obrigados a considerar tudo como vindo de Cristo, embora muitos se desviaram de Deus e se rebelaram contra o Seu dom da vida. Nós nos beneficiamos da paz na Terra que Cristo restaurou, ao levar-nos à Sua cruz e pagar a nossa pena pelo pecado. Nenhum pecador pode reivindicar superioridade sobre seu semelhante, em vista do fato de que o nosso imperativo moral deriva da cruz. Mesmo a nossa fé nos é dada por Cristo. "A fé que Ele nos dá é a Sua própria fé, experimentada e aprovada, e não vai nos desapontar em qualquer conflito. Nós não somos exortados a tentar fazer, assim como Ele fez, ou tentar exercer tanta fé quanto Ele tinha, mas simplesmente tomar Sua fé, e deixá-la trabalhar por amor, e purificar o coração. Ela vai fazer isso! " (Idem, pág. 41, ênfases no original).
"Só em, e por meio dEle, é que a vida de Deus flui para toda a criação. Ele é, então, o recurso, o instrumento, o mediador, o caminho, pelo qual a luz da vida permeia o universo. Ele não Se tornou primeiro mediador quando da queda do homem, mas era tal desde a eternidade. Ninguém, não simplesmente qualquer homem, nenhum ser criado, vem ao Pai senão por Cristo (Ver João 14:6). Nenhum anjo pode estar na presença divina, exceto em Cristo. Nenhum novo  poder foi desenvolvido, nenhuma nova máquina, por assim dizer, foi obrigada a ser posta em movimento, pela entrada do pecado no mundo. Somente o poder que criou todas as coisas continuou na infinita misericórdia de Deus para trabalhar pela restauração do que foi perdido" (ibidem, pág. 76, ênfase no original).
"As declarações, muitas vezes repetidas, de que o Senhor é o Criador, foram inspiradas para ser uma fonte de força. Observe como a criação e a redenção estão conectados no primeiro capítulo de Colossenses .... ‘Porque nEle, foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra (vs.16) ... Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nEle habitasse (vs. 19), ...  e que, havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas’ (vs.20). "Não é por acaso que a declaração maravilhosa a respeito de Cristo como Criador está conectada com a afirmação de que nEle temos a redenção. Não. ... É para o nosso conforto que nos é dito que a cabeça da igreja é o Criador de todas as coisas. É-nos dito que Ele sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder, Hebreus 1:3, a fim de que possamos descansar na certeza de que ‘a mão que sustenta toda a natureza deve guardar perfeitamente Seus filhos’" (Ellet J. Waggoner, Christ and His Righteousness, Cristo e Sua Justiça, págs. 39-41).

Arlene Hill

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street , Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642.
_____________________________

Lição 5 - Criação e Moralidade, por Patti Guthrie

Para 26 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013


Há uma citação de Ellen White que vai dar contexto à lição desta semana: "Em todas as coisas criadas veem-se a marca da Divindade. A natureza testifica de Deus” (Educação, pág. 99). Nós também somos criados por Deus, assim, a marca de Divindade deve ser vista em nós; em outras palavras, devemos testemunhar de Deus. Nossa lição nos leva passo a passo, revelando como fomos criados à Sua imagem. Esta semelhança deve incluir também a nossa moralidade. Se somos criados à Sua imagem, e Ele é moral, devemos ser morais. Ellen White acrescenta na mesma página (*no parágrafo seguinte) que “o mesmo poder que mantem a natureza, opera também no homem. ... As leis que presidem ... a vida ... são as leis da Inteligência todo-poderosa, as quais presidem as funções da alma,” isto é, o coração e a mente (*segundo o contexto da declaração). É o poder que nos torna agentes morais. Então, qual é a moral? Nossa lição não definiu moralidade, mas a ilustra.
Uma definição de moralidade é que ela é uma doutrina ou sistema de conduta moral e a conformidade com esses ideais. Moral é definida como relativa a princípios de comportamento certo e errado. Embora nenhuma palavra seja encontrada na versão King James, os adventistas fazem uma distinção entre as leis morais, cerimoniais e de saúde, como encontrado nas Escrituras. Para nós, a lei moral é os Dez Mandamentos. Então, não é nenhuma surpresa que temos medido moral de acordo com os 10 preceitos escritos sobre as tábuas de pedra: não fazer imagens para adorar; cessar o trabalho secular e ir a uma igreja no sábado; honrar os pais; não matar, mentir, nem roubar, e não cometer fornicação e adultério. Outros padrões de moralidade foram adicionados, tais como: não beber bebidas alcoólicas, não comer alimentos impuros, não fumar, não ouvir música mundana, não participar de jogos (*de azar1), não ir ao teatro, vestir-se de forma simples e modesta, e não frequentar lugares de má reputação. Qualquer pessoa que se envolve em qualquer uma dessas práticas é considerada imoral.
No entanto, nos últimos anos, o nosso conceito de moralidade parece ter mudado. Hoje algumas dessas regras parecem ter sido relaxadas, por isso é aceitável, por muitos, exercer os seguintes comportamentos, desde que com moderação e não prejudiquem ninguém:
Está bem beber um copo de vinho. Agora está bem ter relacionamento fisico íntimo antes do casamento, desde que vocês se amem, e espera-se que não haja gravidez que se torne de conhecimento público. Está OK vocês coabitarem, mas não deem nas vistas, e planos devem ser feitos para se casarem. O raciocínio comum é: "Eu não vejo por que isso esteja errado" ou "Eu não vejo um problema com isso." O interessante é que, embora o tema da nossa lição seja sobre moralidade, ela não tocou em nada disso. Em vez disso, ela conecta a moralidade a Deus, por meio de duas parábolas muito familiares, para ilustrar Seu caráter. Vamos analizá-las brevemente e ver como elas revelam moralidade.
A primeira parábola é a do Bom Samaritano (Lucas 10:30-37). Se lembrarmos, Jesus estava respondendo à pergunta: "quem é o meu próximo?" Ele começou a narrar a história de um homem caido no chão, à margem de uma estrada, espancado e roubado. Um sacerdote em seu caminho para servir no templo, ao ver o homem ferido, surrado, passou para o outro lado da estrada para evitá-lo, e continuou seu caminho. Mais tarde, também um levita passou por ali e ele também atravessou a rua. Lembre-se de que cada um desses dois homens trabalhava no Templo, e deles se esperava que fizessem a obra de Deus. Cuidar deste homem ferido não apenas tê-los-ia feito atrasar-se, mas também cerimonialmente impuros e, portanto, incapazes de "fazer a Obra de Deus.” Um samaritano — considerado um pecador da pior espécie (e, portanto, imoral) — parou para ajudar. Este samaritano levou o homem para um lugar seguro, teve certeza de que ele seria bem cuidado, e, antes de partir, garantiu o pagamento da fatura resultante do atendimento posterior. Assim, Cristo fez a pergunta: "Quem foi o verdadeiro próximo?" Em outras palavras ", quem, realmente, fez a obra de Deus: aqueles que trabalhavam no templo e evitaram o ferido e necessitado, ou aquele que parou para ajudar?" Os fariseus e os sacerdotes responderam: "Aquele que usou de misericórdia para com ele." Eles não diriam, "o samaritano." O sacerdote e o levita fizeram seu trabalho do templo, mas não a obra de Deus. É aqui que Cristo estabelece um contraste entre imoral e moral. Aos olhos de Deus, os sacerdotes eram imorais porque eram insensíveis, e o samaritano era moral, porque, por viver a misericórdia, ele demonstrou amor benevolente.
A segunda parábola é a das ovelhas e dos bodes, de Mateus 25. Começamos a leitura no verso 34 e continuamos até o versículo 36,
"Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo: Porque tive fome, e destes-Me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedaste-Me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-Me; estive na prisão, e fostes ver-Me."
Mas as ovelhas parecem não saber o que Jesus está falando. Elas perguntam, nos versos 37-39,
 “Senhor, quando Te vimos com fome e Te demos de comer? Ou com sede, e Te demos de beber? E quando Te vimos estrangeiro, e Te hospedamos? ou nu, e Te vestimos? E quando Te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-Te?"
Ao que o Senhor respondeu: no verso 40,
 Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos a Mim o fizestes.”
Observe alguns paralelos: a ovelha e o samaritano ajudaram aos necessitados. Eles tiveram misericórdia dos outros. À medida que avançamos na história, aos bodes foi dada a mensagem oposta. Vamos ler a resposta de Cristo a eles em Mateus 25:41-43:
"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos: Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber: sendo estrangeiro, não me recolhestes: estando nu, não me vestistes; enfermo, e na prisão, não me visitastes”.
O versículo 44 é a resposta dos bodes a Cristo:
"Então eles também Lhe responderão, dizendo: Senhor, quando Te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não Te servimos?"
Matt 25:45 registra a resposta final de Cristo para eles –
"Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a Mim."
Daí se vê que, enquanto os bodes professavam fazer a obra de Deus, eles, como o levita e o fariseu, realmente não possuiam misericórdia para com os outros. Portanto, aos olhos de Deus, eles foram imorais. Qual dos dois grupos (bodes e ovelhas) estavam realmente agindo à imagem e semelhança de Deus? Quais eram misericordiosos?
O profeta Miquéias diz que o que é bom, o que o Senhor pede de nós, entre outras coisas, é a misericórdia, 6:8. Zacarias diz que o desejo de Deus é que nos mostremos misericórdia e compaixão, 7 9. Isso, amigos, porque cumpre a lei do amor, escrita no coração em vez de frias táboas de pedra, é a verdadeira moralidade.

-Patti Guthrie


Nota do tradutor:
1) A proibição dos jogos de azar no Brasil foi estabelecida por força do decreto-lei 9.215, de 30 de abril de 1946, assinado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, sob o argumento de que o jogo é degradante para o ser humano. Muitos destacam, no entanto, a forte influência que a esposa de Dutra, Carmela Teles Leite Dutra, teria exercido na proibição, motivada por sua forte devoção à igreja católica.
Patti Guthrie é uma adventista de berço. É esposa, mãe e professora dos próprios filhos. Ela é estudante da Bíblia, escritora e musicista.  Faz parte do comitê de música para leigos adventistas. A família de Guthrie aparece no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental. O marido de Patti, Todd Guthrie, é médico e membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele também é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países.

_____________________________

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

“A Teoria da Evolução Examinada,” por Francis David Nichol

“A Teoria da Evolução Examinada,” por Francis David Nichol
Do livro:  ANSWERS  TO  OBJECTIONS (Respostas a Objeções)
Seção:   A  CIÊNCIA  E  A    DO  ADVENTO

Quem recebia nossos comentários das lições da Escola Sabatina, gravados em CD e fitas K-7, e os guardou, verá muito desta obra, falada por mim e por minha esposa (que interpretava o Espírito de Profecia) nas primeiras lições da série: “A CRIAÇÃO DE DEUS — Analisando o Relato Bíblico,” que estudamos no 3º tri. de 1999. Este novo artigo foi gravado na lição de nº 7 daquela série.
Este capítulo, “A Teoria da Evolução Examinada,” é vitalmente pertinente ao nosso estudo deste trimestre. Começamos na página 478 e vamos até a pág. 482:
Índice da matéria desta postagem, “A Teoria da Evolução Examinada”:
Introdução, pág. 467;
Um Ato de Fé Filosófica, pág. 467;
A Palavra de um Eminente Intelectual, pág. 469;
A Plausível Teoria de Darwin, pág. 470.
Asteriscos indicam acréscimos do tradutor.
A paginação se encontra entre colchetes, em negrito.


*Em diferentes partes, embora sempre brevemente, a lição desta semana (nº4) fala da insustentabilibade da teoria da evolução, pelo que pode ser útil a quem queira alicerçar seus conhecimentos, ler o que nos tem a dizer sobre ela o pr. Francis David Nichol. Começamos pela pág. 467:

A Teoria da Evolução Examinada            
por Francis David Nichol

“Com respeito à origem da vida, Thomas Huxley, que cunhou a palavra ‘agnóstico,’ e que a si mesmo se denominou ‘cão de guarda de Carlos Darwin,’ o buldogue de Darwin, tão ardente era a sua defesa da teoria evolucionista de Darwin, fez esta afirmação em sua obra ‘Discursos Geológicos e Biológicos’, págs. 256 e 257:
"Olhando para trás, através da prodigiosa paisagem do passado, não acho registro do início da vida, e, portanto, eu sou desprovido de qualquer meio de formar uma conclusão definitiva quanto à condição de seu aparecimento. A crença, no sentido científico da palavra, é uma questão séria, e necessita de fundamentos fortes. Dizer-se, portanto, em face da admitida falta de evidência, que não tenho meios de tirar conclusões definitivas quanto à condição  de seu aparecimento, seria empregar palavras num sentido errado. Mas é permissivel ter expectativas onde a crença não é (*isto é, não permite). E se me fosse permitido olhar para além do abismo do tempo dos registros geológicos, para um período ainda mais remoto, quando a Terra estava atravessando condições físicas e químicas que não mais podem ser testemunhadas, e o homem não pode registrar o seu começo, eu esperaria ser uma testemunha da evolução do protoplasma vivo a partir de matéria não viva. Devo esperar vê-la aparecer na forma de grande simplicidade, dotada, como nos atuais fungos, com o poder de determinar a formação de novos protoplasmas, a partir de tais matérias como carbonato de amônia, oxalatos, fosfatos e tartaratos alcalinos, e de terra, e água, sem a ajuda da luz. Esta é a expectativa para a qual o raciocínio analógico, me conduz. Mas eu lhe apelo uma vez mais que se lembre de que não tenho o direito de chamar minha opinião nada mais do que um ato de fé filosófica’ Discursos Biológicos e Geológicos, págs. 256, 257.

*Comenta o Pr. Francis Nichol a respeito desta declaração do zoologista Tomás H. Huxley:

"Um Ato de Fé Filosófica               

Note que é um "ato de fé filosófica" sendo defendido pelo Dr. Tomás Huxley no terreno de onde o ‘raciocínio analógico o conduz.’ A própria lógica da teoria evolucionista [468] exige a conclusão a que ele mesmo confessa chegar pela fé! Ele percebe que o mundo, como o conhecemos hoje, não oferece nehuma demonstração de vida começando de matéria sem vida, e que não há evidência científica para tanto. Assim o Dr. Tomás Huxley, avançando para o campo da especulação filosófica, fala de um longo tempo passado, ‘quando a Terra estava em transição por condições físicas e químicas, que não mais podem ser vistas desde que o homem se recorde de seu princípio.’ Em outros palavras, algo deve ter acontecido no passado, que não poderia ocorrer agora, embora no parágrafo anterior ele arrazoe que o futuro desenvolvimento da ciência poderá revelar como tal milagre poderia ser operado em nossos dias.


*Agora o Pr. Francisco Nichol faz o seguinte comentário a respeito disso tudo:

Se tal raciocínio for racional, então igualmente o seira o raciocínio cristão. A lógica de nosso ponto de vista da natureza e origem de todas as coisas apela a um tipo diferente de início daquilo que o Dr. Tomás Huxley retrata, uma criação, como descrita por Moisés. E nós, que cremos na Bíblia, enfrentamos a mesma objeção de que nada como isso acontece, ao declarar que um conjundo de fatores operou no início, que não podem ser reproduzidos hoje. Podemos até avançar mais um passo como o Dr. Tomás Huxley, o mentor de todos os defensores do evolucionismop, e declarar que o maravilhoso avanço das ciências pode algum dia nos ajudar a entender um pouco mais claramente como um mundo pôde ter sido feito a partir do nada.
“Os céticos quanto à Bíblia declaram que, mesmo que se concordasse, e alguns deles concordariam, que um Deus sempre vivo é a explicação de toda a vida, os efeitos observáveis ​​concernentes ao homem e outros seres vivos provam que o mundo não se iniciou em sua plenitude como Moisés declara em Gênesis, mas, ao contrário, que seres vivos bem diminutos, finalmente evoluíram em todas as variadas formas que agora conhecemos, incluindo o homem. Isso nos levará para bem longe se quisérmos discutir todas as chamadas evidências apontadas pela evolução, mas algumas breves observações podem ser feitas:

(*1ª OBSERVAÇÃO)
A grande maioria das pessoas, sob a impressão de que, no século XIX, um homem chamado Carlos Darwin, realizou algumas descobertas quanto a segredos da natureza, e as publicou em 1859 em seu livro Origem das Espécies, por Meio da Seleção Natural; subitamente [469] forçou todos os homens de mentalidade racional, a descartarem a idéia da criação, para aceitarem a ideia de uma evolução gradual.
 “Mas seria verdade que o mundo intelectual até o tempo de Darwin, que era composto de firmes crentes na criação, foram forçados pelas evidências de Carlos Darwin a mudar de opinião? NÃO!!! Os fatos sobre este ponto são claros e indiscutíveis.
*O mundo aparentemente estava pronto para algo assim — a teoria evolucionista. Aparentemente tinha havido em círculos intelectuais, considerando os fatos visíveis da criação, um movimento ascendente e constante que preparou o terreno para as idéias que Carlos Darwin foi capaz de propagar.

*Agora, pulamos para a página 470, note isto:  (*2ª OBSERVAÇÃO)

A Plausível Teoria de Darwin            
“Obviamente não havia nenhuma maneira de Darwin comprovar suas teorias diretamente, pois a demonstração requeriria longas eras. Mas parecia plausível, porque, aparentemente, explicava os fatos da natureza. Darwin não apresentou suas teorias a um mundo hostil, como fizemos notar, mas a um mundo muito receptivo, um mundo que estava esperando e ansiando por exatamente teoria tal. Certamente não é mistério que a teoria foi rapidamente aceita. É verdade que houve zelosos teólogos que se posicionaram contra ela, mas esses eram uma exceção.
 “Quando os homens desejam crer em algo, somente um resultado pode dar-se: Eles crerão, mesmo que a evidência favoravel seja sombria, trêmula e cheia de suposições. Mas uma vez que os homens tenham aceito uma idéia, especialmente idéias que determinam seus pontos de vista quanto ao mundo em geral, começam a ver tudo mediante o enfoque dessa idéia. De algumas ligeiras formas todos temos essa experiência de tempos em tempos. Comentamos, ‘vejo esta questão sob luz inteiramente diferente do que considerava antes.’

(*3ª OBSERVAÇÃO)
"Quando os homens aceitaram a teoria darviniana da evolução, fatos do mundo físico, que anteriormente não pareciam apresentar qualquer prova para a evolução, começaram, subitamente, a tomar a forma de argumentos irrespondíveis em seu apoio. Tome, por exemplo, um argumento importante em favor da evolução que foi construído sobre a estrutura corporal dos animais. Tinha sido evidente para os homens antes de Darwin que certos [471] animais são pequenos e de constituição simples, alguns um pouco mais complexos, e outros ainda mais; e assim por diante, até chegarmos ao homem, a criatura mais complexa de todas.
 (*Depois de Darwin) “Veja, não se requer nenhuma cientista brilhante para descobrir o fato desses diferentes graus de complexidade na estrutura dos animais, mas parece que os céticos darvinianos capacitaram os homens subitamente a descobrir neste fato um tremendo argumento (*supostamente) irrespondivel em favor da evolução.
 “Não poderiam os homens ver criaturas evoluindo diante de seus olhos por assim dizer? Aqui estava o panorama das eras: Há muito tempo atrás havia somente criaturas simples, unicelulares, daí essas criaturas passaram a ter espinhas dorçais, e, finalmente, veio o homem com uma mente, e com todos os seus órgãos e funções complexos. Logicamente, foi lamentável que nem todas as pobres criaturas unicelulares tivessem evolução ascendente, mas teorias adicionais logo começaram a erguer-se de todos os lados para explicar porque apenas algumas seletas tiveram tal privilégio, conquanto nem todas as não selecionadas fossem eliminadas. Esta graduação da complexidade das estruturas de origem animal é típica da alegada evidência da evolução.
 “Está é uma ilustração seleta da diferença entre os fatos e a interpretação dos fatos. É um facto que há criaturas de estrutura incrivelmente complexas até alcançar o homem, mas é uma interpretação dos fatos dizer que esssas diferenças em estrutura se devam à evolução. Os crentes na Bíblia não se chocam com os fatos, pois eles aceitam-nos alegremente, mas creem que tais fatos revelam algo totalmente diferente, ou seja, o plano e o propósito de uma grande mente para povoar o mundo, não com criaturas de apenas um tipo ou classe, ou complexidade, mas com diferentes tipos, a partir de criaturas minúsculas até o próprio homem.
*Tome dois indivíduos num museu. Um evolucionista diz: Olhe para esse arranjo de esqueletos, desde os menores, gradualmente ficando maiores, até os mais complexos, e, finalmente, até o próprio homem. Isto mostra como a evolução atua. Bem, os fatos ali estão, os esqueletos ali estão, os restos de todas essas criaturas estão ali, e esses são fatos da ciência. Mas dizer que isso demonstra que evoluíram desde os pequenos até os grandes, de simples formas às formas de maior complexidade, isto é uma interpretação dos fatos. O cristão olha a esses mesmos fatos e ao vê-los o evolucionista pergunta, não vê nisso a evolução?, e aquele responde, não! Vemos a criação. Vemos a mente de um Deus incrível e maravilhoso, que fez tudo isso instantaneamente, num só tempo, e reuniu-os no Seu belo lar, preparado para a humanidade neste mundo.
*Nunca ouviu falar da teoria do big bang? Ou, como dizemos no Brasil às vezes, a teoria da grande explosão? Já falamos anteriormente da tese que alguns cientistas apresentam, de que todas essas várias complexas criaturas não evoluíram de uma simples árvore evolucionária, mas, podem, desde o princípio, ter contido o mesmo relacionamento entre si, como se dá hoje. E quando, considerando isso, a indagação é levantada: “É isso criacionismo? E o cientista que escreve sobre isso disse, não, em absoluto. Ele tenta assinalar que isso é apenas outra maneira de considerar o que é dado. Ele ainda acredita na evolução. Nós, porém começamos a ver aqui um movimento rumo a entender-se algo da natureza da doutrina do criacionismo, e trata-se de que, no princípio, estes vários seres mantinham o mesmo relacionamento uns para com os outros como se dá hoje. E isso significa que eles provavelmente, desde o próprio princípio, estavam nessa situação, e que um não evoluiu do outro. Isto se aproxima bastante de dizer o que os criacionistas estão dizendo — que Deus criou esses seres num só tempo, dessa maneira, com todas essas diferentes formas de vida, e sempre mantiveram o mesmo relacionamento entre si, como até hoje.
*Mas a teoria da evolução entra em contradição em diferentes situações. Um exemplo nos foi dado por um dos nossos membros da nossa unidade da escola sabatina da igreja Central de Belo Horizonte, trata-se do irmão Sebastião Salvador, professor de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Veja o que ele diz:
*“—A segunda lei da termodinâmica, a lei da ENTROPIA, diz que “todo sistema deixado ao acaso tende a um nível mínimo de energia e máxima desordem. Ora, todo ser vivo é um conjunto altamente organizado de moléculas, impossível de surgir ao acaso. Assim, o evolucionismo contradiz esta lei porque prega que o primeiro ser vivo surgiu ao acaso. Portanto, conclue o Dr. Sebastião Salvador, o evolucionismo é insubsistente no seu próprio fundamento.”
*Aqui começamos a ver as dificuldades que o evolucionista enfrenta. Ele tem que dar conta dos problemas que depara, e, assim, diferentes variações de sua teoria vêm à tona. De qualquer modo, ao passarmos isto em revista, começamos a entender como a idéia evolucionista contradiz, completamente, a evidência da Palavra de Deus, tanto com respeito a uma criação recente, quanto a uma criação literal em seis dias.
*Devido a que muitos cientistas foram levados a interpretações erradas de dados geológicos, eles se sentiram compelidos a presumir que a vida e a morte sobre a terra existiram muito antes da origem da espécie humana. Este conceito, em alguma forma, contradiz diretamente as Escrituras, que ensinam que a morte veio por intermédio do homem e do salário de pecado. Tais textos como 1ª Cor. 15:21 e Romanos 6;23, claramente indicam isso. A morte não é o resultado inerente de processos naturais e evolucionários.
*Agora observe este texto de “Testemunhos para a Igreja”, vol. 8, págs. 257 e 258:
*“Deus tem permitido que um dilúvio de luz seja derramado sobre o mundo através das descobertas das ciências e das artes; entretanto, quando homens supostamente instruídos raciocinam diante desses assuntos a partir de um ponto de vista meramente humano, certamente erram. As mais vigorosas mentes, se não forem guiadas pela Palavra de Deus, tornam-se desnorteadas em suas tentativas de investigar as relações entre a ciência e a revelação. O Criador e Suas obras encontram-se além da compreensão dessas pessoas; visto que não conseguem explicar esses fenômenos pelas leis naturais, afirmam que a história bíblica é indigna de confiança.
*“Aqueles que questionam a confiabilidade dos registros das Escrituras perdem sua âncora e são deixados a debater-se contra as rochas da incredulidade. Quando constatam serem incapazes de medir o Criador e Suas obras com seu próprio imperfeito conhecimento da ciência, questionam a existência de Deus e atribuem poder infinito à natureza.
*“Na verdadeira ciência não pode existir coisa alguma contrária aos ensinamentos da Palavra de Deus, uma vez que ambas são originárias do mesmo Autor. A correta compreensão das duas sempre provará que se encontram em mútua harmonia. A verdade, quer seja a da natureza, quer seja a da revelação, é harmoniosa consigo mesma em todas as suas  manifestações. Entretanto, a mente que não é iluminada pelo Espírito de Deus sempre se achará em trevas no tocante a Seu poder. É por essa razão que as idéias humanas relativas à ciência tão frequentemente contradizem os ensinamentos da Palavra de Deus.” 

*E de O Grande Conflito, pág. 522:
    *“Para muitos, as pesquisas científicas se tornaram uma desgraça. Deus permitiu que uma inundação de luz fosse derramada sobre o mundo, em descobertas científicas e artísticas; mas mesmo os maiores espíritos, se não forem guiados pela Palavra de Deus em suas pesquisas, desencaminhar-se-ão em suas tentativas de investigar as relações entre a Ciência e a Revelação.
    *“O saber humano tanto das coisas materiais como das espirituais é parcial e imperfeito; portanto, muitos são incapazes de harmonizar com as declarações das Escrituras suas opiniões sobre a Ciência. Muitos aceitam meras teorias e especulações como fatos científicos e julgam que a Palavra de Deus deve ser provada pelos ensinos da "falsamente chamada ciência" 1ª Tim. 6:20). O Criador e Suas obras estão além de sua compreensão; e, por não poderem explicar isto pelas leis naturais, a história bíblica é considerada indigna de confiança. Os que duvidam da fidedignidade dos relatos do Antigo e Novo Testamentos, muito amiúde vão um passo além, pondo em dúvida a existência de Deus e atribuindo à Natureza o poder infinito. Tendo perdido sua âncora, são deixados a chocar-se contra as rochas da incredulidade.”
O Pr. Francis David Nichol (1897-1966) foi editor da Review and Herald por 21 anos; editor associado de Signs of the Times por 6; editor do Boletim da Conferência Geral de 1922 até seu falecimento; editor de Vida e Saúde (em inglês) de 1934 a 1945. Por 15 anos foi membro da comissão do patrimônio de Ellen G. White. Escreveu mais de 20 livros. Muitas e maiores informações você encontrará na Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, págs. 974 e 975.

NOTA: O PRÓXIMO ARTIGO DO Pr. Francis David Nichol  será a continuação do capítulo que apresentamos na semana passada, postado em 17/1/2013, cujo título foi, “A Doutrina da Criação Examinada,” e estaremos traduzindo da pág. 482 até  487.
 _________________________