quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

“Fé Razoável,” 2ª parte, por Francis David Nichol

Do livro:  ANSWERS  TO  OBJECTIONS (Respostas a Objeções)
Seção:  A  CIÊNCIA  E  A    DO  ADVENTO
Como dissemos em 3/1/2013, na introdução da apresentação deste artigo “Fé Rasoável”, quem recebia nossos comentários gravados em CD e fitas K-7, e os guardou, verá muito desta obra, falada por mim e por minha esposa (que interpretava o Espírito de Profecia) nas primeiras lições da série. Esta segunda parte do referido artigo foi gravado na lição de nº 3 daquela série.
            Índice da matéria desta postagem:      
Raciocínio plausível, mas falso, pág. 453                                  
Será que o Operador de guindaste trouxe o caos? Pág. 455 
Fator da ação, sem lei, do livre arbítrio do homem, pág. 456       
Os textos do autor estão entre aspas. Asteriscos indicam acréscimos nossos,.
A paginação se encontra entre colchetes, em negrito. Ao final adicionamos duas ou três citações do Espírito de Profecia, e textos das Escrituras.
 “Fé Razoável,” continuação.
*A historicidade dos primeiros 11 capítulos de Gênesis foi admitida ao longo da história, por profetas inspirados, escritores, e mesmo pelo próprio Senhor Jesus, que, repetidamente, Se refere a eventos de Gênesis, capítulos 1 a 11, indicando que Ele cria que realmente haviam ocorrido. Falando sobre o divórcio ele diz: “Não tendes lido que Aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez?” (Mat. 19: 4). É esse relato da criação algo a ser relegado ao monte de lixo da história do pensamento humano? Evidentemente que não. Podemos colocar algum tipo de ênfase sobre a importância do pensamento destes autores inspirados, e do próprio Jesus Cristo.
*Com respeito a esse capítulo Fé Razoável, traduzimos, a seguir, da página 453 em diante, do livro “Answers to Objections” (Respostas a Objeções) do pastor Francis David Nichol.
A última sentença, ao final do último parágrafo (pág. 453) vimos:
“Como sabemos que Deus não poderia invocar alguma lei sobre a qual não temos conhecimento, que poderia afetar uma presente conhecida lei, sem violar tal lei e sem criar caos no universo?”
*Em outras palavras, as leis que Deus estabeleceu Ele pode alterá-las no momento em que desejar. Um exemplo bastante dramático foi o dia longo de Josué. A lei que governa a rotação da terra parece-me tão estabelecida como qualquer outra, no entanto Deus a alterou e não criou o caos.

Raciocínio Plausível, mas Falso, [pág. 453].
“Tomemos uma simples ilustração, procedente da Idade Média. Naquela tempo havia homens sábios que duvidaram das alegações de alguns de que o mundo é redondo. Eles tinham absolutamente certeza de que se realmente fosse redondo ninguém poderia viver no lado de baixo dele. Não seria evidente que tais pessoas estariam de cabeça para baixo e, portanto, caiririam pelo espaço? Segure uma laranja no ar e coloque um bonequinho com seus pés na parte inferior. Não está o boneco de cabeça para baixo? Solte-o, e não cairá ele no chão imediatamente? Provavelmente na história do pensamento humano, [454] nenhuma demonstração ou raciocínio parecia mais claro e indiscutível do que este argumento medieval, de que as pessoas não poderiam viver no lado inferior de um mundo redondo. Quão impressionantemente poderiam argumentar com a própria idéia que seria contrária aos mais evidentes fatos de vida que se poderia testar.
 “Qual era o problema com o raciocínio desses indivíduos da Idade Média? Simplesmente este: Eles não se davam conta da existência da lei da gravidade, uma força misteriosa exercida por um corpo para atrair outros em sua direção, com a força e o poder de atração relativos ao tamanho do corpo. O mundo é muito grande em relação ao homem, e, assim, o homem é mantido firmemente sobre a terra, não importa onde no mundo ele possa situar-se. Sabiam os homens cultos medievais que, se esta lei da gravidade não estivesse operando, os homens poderiam facilmente precipitare-se pelo espaço tanto na parte superior quanto na inferior do planeta, pois nada os deteria?
 Rimos daqueles homens de tanto tempo atrás. Seus antigos argumentos convincentes hoje parecem  inteiramente tolice, pela simples razão de que ignoranvam uma lei da natureza, a lei da gravidade. O fato é que esse raciocínio medieval começou a ser abandonado mesmo antes que a lei da gravidade fosse formalmente estabelecida por Sir Isaac Newton no século XVII. Por quê? Porque marinheiros começaram a navegar pelo mundo sem se despencarem pelo espaço! Nenhum argumento, não importa quão plausível, a respeito dos homens cairem da parte inferior do mundo, poderia durar muito contra o testemunho de homens que estiveram do lado de baixo do mundo sem cairem. Noutras palavras, o testemunho de homens que foram sustentados e protegidos na misteriosa viagem ao redor do mundo, e trazidos em segurança para casa novamente, provou que devia haver uma falha no raciocínio dos homens sábios, embora, a princípio, ninguém soubesse onde essa falha se situava. Assim, ao formular a lei da gravidade Sir Isaac Newton, simplesmente, explicou por que os homens não cairam do outro lado do mundo.”
*Lógica simples, mas valiosa, especialmente levando-se em consideração o (*pouco) concimento que os homens tinham então. Mas continuemos:
“Estritamente falando, ele não explicou a lei da gravidade, só a descreveu. Nem ele, nem ninguém mais desde os seus dias, [455] tem sido capaz de explicar o mistério da gravidade. Grande tem sido a obra dos cientistas, mas há imitações reais ao seu trabalho. Eles descrevem, às vezes de forma vaga, e às vezes, em grandes detalhes, as operações das leis da natureza; mas realmente não explicam essas leis. E há um mundo de diferença nisto.
 Se os cientistas não podem realmente explicar os mistérios das grandes leis, tais como a da gravidade e o eletromagnetismo, e outros, não estão eles em terreno perigoso quando dogmatizam a respeito do caráter dessas leis e o caos que se seguiria, se Deus limitasse algumas elas? Vendo que não podem explicar plenamente os mistérios das leis que descobriram, como podem afirmar que não existem outras leis que ignoram, e que, a respeito das quais não poderiam forçá-los, com o passar do tempo, a propiciar alguma descrição diferente das leis atualmente conhecidas? Não poderia a descoberta de alguma nova lei levar a alguma explicação científica tida como verdade hoje, a parecer tão tola quanto o raciocínio medieval concernente à impossibilidade de pessoas vivem no lado inferior do mundo?”

 Será que o operador de guindaste trouxe o caos?
“Como cristãos, não devemos ficar muito impressionados quando um intérprete dos fatos da ciência nos assegura, com dogmatismo, nunca excedido por um teólogo medieval, ser irazoável pensar que Deus interfere com quaisquer das leis da natureza, eis que, na verdade, qualquer interferência traria o caos. Tal pessoa deve ir a um pátio ferroviário e observar a um poderoso eletroímã, suspenso por um guindaste, levantar toneladas de sucata de ferro do chão para o alto. As peças de ferro parecem voar para cima em direção ao ímã, que, em seguida, são transportadas para mais alto ainda pela grua.
“Se personificarmos a gravidade, podemos imaginar que violência estaria sendo praticada pelo operador do guindaste, que era contrária às leis da natureza objetos voarem para cima a partir da terra. Mas não está o operador da grua empregando uma lei da natureza, quando ele utiliza o eletroímã? Por acaso segue-se o caos porque essas duas leis realmente funcionam em tempos e [456] formas que levam uma a neutralizar a outra? Logicamente, o homem que controla o guindaste eletromagnético pode causar um grande caos se usar a força em seu poder de forma irracional. Mas isso é outra coisa.

Fator da ação, sem lei, do livre arbítrio do homem, pág. 456 :
Agora, não é necessário sair para um pátio ferroviário, a fim de se ver uma lei da natureza de repente ser neutralizada. Tudo o que se precisa fazer é segurar o chapéu na mão. Não, a ilustração não é absurda, exceto ao mostrar o absurdo daqueles que argumentam que com as leis da natureza não se pode interferir sem risco de caos no universo. A razão do chapéu não cair no chão é que outra lei está em funcionamento, uma lei que é a expressão da mente do homem que segura o chapéu. Ele não quer que ele caia no chão, e ele dá expressão ao seu desejo e vontade enviando uma mensagem aos músculos da mão (*para segurarem o chapeu. Aqui é a vontade, a lei da mente de um homem, operando para manter sob controle uma outra lei, a lei da gravidade. Mas o caos se seguiu como resultado de expressar o homem sua vontade de modo a impedir que a lei da gravidade operasse atraindo, o chapéu? Na verdade não, a lei da gravidade ainda estava operando enquanto o chapéu estava na mão do indivíduo. Simplesmente deu-se que a lei da mente do homem, enviada pela mente aos músculos do seu braço, era mais forte do que a lei da gravidade.”

*Conclusão do tradutor:
*Há valiosa lógia aqui nestes simples raciocínios. Podemos também estar seguros de que quando baseamos nossa fé na crença da Palavra de Deus, não somente em suas declarações teológicas, mas também em seu relato histórico, incluindo o da criação e do dilúvio, podemos ter confiança de que estamos em terreno seguro. 
“As verdades mais claramente reveladas na Escritura Sagrada têm sido envoltas em dúvida e trevas pelos homens doutos que, com pretensão de grande sabedoria, ensinam que as Escrituras têm um sentido místico, secreto, espiritual, que não transparece na linguagem empregada. Estes homens são falsos ensinadores. Foi a essa classe que Jesus declarou: "Por ventura não errais  vós em razão de não conhecerdes as Escrituras nem o poder de Deus?" (Mar. 12:24). A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. Cristo fez a promessa: "Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus," João 7:17” (E. G. White, em O Grande Conflito, págs. 598 e 599).
*Podemos confiar que as Escrituras são dígnas de crédito? Podem merecer confiança? Bem, há muitas razões para crermos que podemos. Sua exatidão histórica de profecias cumpridas é uma maneira pela qual nossa fé pode ser firmada e estabelecida.
“A Bíblia ... Procedeu diretamente da fonte da verdade eterna, e no decorrer dos séculos uma mão divina tem preservado a sua pureza. Ilumina o remoto passado, onde a pesquisa humana em vão procura penetrar. Somente na Palavra de Deus contemplamos o poder que lançou os fundamentos da Terra e estendeu os céus (E. G. White, em Educação, pág. 173).
“Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas” de modo que se O rejeitarmos estaremos sem escusas. (Romanos 1:20).
*Vamos repetir aqui algo que citamos de E. G. White, em 3/1/2013, na primeira parte deste artigo “Fé Razoável”, do Pr. Nichol, “O livro da natureza e a Palavra Escrita não discordam entre si. Cada uma lança luz sobre a outra” (Signs of the Times, de 20 de março de 1884, pág. 177). Mas, agora acrescentamos que muitos cientistas as consideram como “reinos separados e mutuamente exclusivos do pensamento humano” (Science and Creationism: A View from the National Academy of Sciences,” dos Estados Unidos, págs. 6 e 7).
Nós, porém, temos um entendimento contrário:
“Eu me lembrarei das obras do Senhor; certamente que eu me lembrarei das Tuas maravilhas da antiguidade. Meditarei também em todas as Tuas obras, e falarei dos Teus feitos” (Salmo 77: 11 e 12).
*Quão maravilhoso é sabermos que Cristo, pode ser o nosso Redentor porque antes foi o nosso Criador, e termos confiança inteligente em Sua Palavra.

O Pr. Francis David Nichol (1897-1966) foi editor da Review and Herald por 21 anos; editor associado de Signs of the Times por 6; editor do Boletim da Conferência Geral de 1922 até seu falecimento; editor de Vida e Saúde (em inglês) de 1934 a 1945. Por 15 anos foi membro da comissão do patrimônio de Ellen G. White. Escreveu mais de 20 livros.
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