quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

“A Teoria da Evolução Examinada,” por Francis David Nichol

“A Teoria da Evolução Examinada,” por Francis David Nichol
Do livro:  ANSWERS  TO  OBJECTIONS (Respostas a Objeções)
Seção:   A  CIÊNCIA  E  A    DO  ADVENTO

Quem recebia nossos comentários das lições da Escola Sabatina, gravados em CD e fitas K-7, e os guardou, verá muito desta obra, falada por mim e por minha esposa (que interpretava o Espírito de Profecia) nas primeiras lições da série: “A CRIAÇÃO DE DEUS — Analisando o Relato Bíblico,” que estudamos no 3º tri. de 1999. Este novo artigo foi gravado na lição de nº 7 daquela série.
Este capítulo, “A Teoria da Evolução Examinada,” é vitalmente pertinente ao nosso estudo deste trimestre. Começamos na página 478 e vamos até a pág. 482:
Índice da matéria desta postagem, “A Teoria da Evolução Examinada”:
Introdução, pág. 467;
Um Ato de Fé Filosófica, pág. 467;
A Palavra de um Eminente Intelectual, pág. 469;
A Plausível Teoria de Darwin, pág. 470.
Asteriscos indicam acréscimos do tradutor.
A paginação se encontra entre colchetes, em negrito.


*Em diferentes partes, embora sempre brevemente, a lição desta semana (nº4) fala da insustentabilibade da teoria da evolução, pelo que pode ser útil a quem queira alicerçar seus conhecimentos, ler o que nos tem a dizer sobre ela o pr. Francis David Nichol. Começamos pela pág. 467:

A Teoria da Evolução Examinada            
por Francis David Nichol

“Com respeito à origem da vida, Thomas Huxley, que cunhou a palavra ‘agnóstico,’ e que a si mesmo se denominou ‘cão de guarda de Carlos Darwin,’ o buldogue de Darwin, tão ardente era a sua defesa da teoria evolucionista de Darwin, fez esta afirmação em sua obra ‘Discursos Geológicos e Biológicos’, págs. 256 e 257:
"Olhando para trás, através da prodigiosa paisagem do passado, não acho registro do início da vida, e, portanto, eu sou desprovido de qualquer meio de formar uma conclusão definitiva quanto à condição de seu aparecimento. A crença, no sentido científico da palavra, é uma questão séria, e necessita de fundamentos fortes. Dizer-se, portanto, em face da admitida falta de evidência, que não tenho meios de tirar conclusões definitivas quanto à condição  de seu aparecimento, seria empregar palavras num sentido errado. Mas é permissivel ter expectativas onde a crença não é (*isto é, não permite). E se me fosse permitido olhar para além do abismo do tempo dos registros geológicos, para um período ainda mais remoto, quando a Terra estava atravessando condições físicas e químicas que não mais podem ser testemunhadas, e o homem não pode registrar o seu começo, eu esperaria ser uma testemunha da evolução do protoplasma vivo a partir de matéria não viva. Devo esperar vê-la aparecer na forma de grande simplicidade, dotada, como nos atuais fungos, com o poder de determinar a formação de novos protoplasmas, a partir de tais matérias como carbonato de amônia, oxalatos, fosfatos e tartaratos alcalinos, e de terra, e água, sem a ajuda da luz. Esta é a expectativa para a qual o raciocínio analógico, me conduz. Mas eu lhe apelo uma vez mais que se lembre de que não tenho o direito de chamar minha opinião nada mais do que um ato de fé filosófica’ Discursos Biológicos e Geológicos, págs. 256, 257.

*Comenta o Pr. Francis Nichol a respeito desta declaração do zoologista Tomás H. Huxley:

"Um Ato de Fé Filosófica               

Note que é um "ato de fé filosófica" sendo defendido pelo Dr. Tomás Huxley no terreno de onde o ‘raciocínio analógico o conduz.’ A própria lógica da teoria evolucionista [468] exige a conclusão a que ele mesmo confessa chegar pela fé! Ele percebe que o mundo, como o conhecemos hoje, não oferece nehuma demonstração de vida começando de matéria sem vida, e que não há evidência científica para tanto. Assim o Dr. Tomás Huxley, avançando para o campo da especulação filosófica, fala de um longo tempo passado, ‘quando a Terra estava em transição por condições físicas e químicas, que não mais podem ser vistas desde que o homem se recorde de seu princípio.’ Em outros palavras, algo deve ter acontecido no passado, que não poderia ocorrer agora, embora no parágrafo anterior ele arrazoe que o futuro desenvolvimento da ciência poderá revelar como tal milagre poderia ser operado em nossos dias.


*Agora o Pr. Francisco Nichol faz o seguinte comentário a respeito disso tudo:

Se tal raciocínio for racional, então igualmente o seira o raciocínio cristão. A lógica de nosso ponto de vista da natureza e origem de todas as coisas apela a um tipo diferente de início daquilo que o Dr. Tomás Huxley retrata, uma criação, como descrita por Moisés. E nós, que cremos na Bíblia, enfrentamos a mesma objeção de que nada como isso acontece, ao declarar que um conjundo de fatores operou no início, que não podem ser reproduzidos hoje. Podemos até avançar mais um passo como o Dr. Tomás Huxley, o mentor de todos os defensores do evolucionismop, e declarar que o maravilhoso avanço das ciências pode algum dia nos ajudar a entender um pouco mais claramente como um mundo pôde ter sido feito a partir do nada.
“Os céticos quanto à Bíblia declaram que, mesmo que se concordasse, e alguns deles concordariam, que um Deus sempre vivo é a explicação de toda a vida, os efeitos observáveis ​​concernentes ao homem e outros seres vivos provam que o mundo não se iniciou em sua plenitude como Moisés declara em Gênesis, mas, ao contrário, que seres vivos bem diminutos, finalmente evoluíram em todas as variadas formas que agora conhecemos, incluindo o homem. Isso nos levará para bem longe se quisérmos discutir todas as chamadas evidências apontadas pela evolução, mas algumas breves observações podem ser feitas:

(*1ª OBSERVAÇÃO)
A grande maioria das pessoas, sob a impressão de que, no século XIX, um homem chamado Carlos Darwin, realizou algumas descobertas quanto a segredos da natureza, e as publicou em 1859 em seu livro Origem das Espécies, por Meio da Seleção Natural; subitamente [469] forçou todos os homens de mentalidade racional, a descartarem a idéia da criação, para aceitarem a ideia de uma evolução gradual.
 “Mas seria verdade que o mundo intelectual até o tempo de Darwin, que era composto de firmes crentes na criação, foram forçados pelas evidências de Carlos Darwin a mudar de opinião? NÃO!!! Os fatos sobre este ponto são claros e indiscutíveis.
*O mundo aparentemente estava pronto para algo assim — a teoria evolucionista. Aparentemente tinha havido em círculos intelectuais, considerando os fatos visíveis da criação, um movimento ascendente e constante que preparou o terreno para as idéias que Carlos Darwin foi capaz de propagar.

*Agora, pulamos para a página 470, note isto:  (*2ª OBSERVAÇÃO)

A Plausível Teoria de Darwin            
“Obviamente não havia nenhuma maneira de Darwin comprovar suas teorias diretamente, pois a demonstração requeriria longas eras. Mas parecia plausível, porque, aparentemente, explicava os fatos da natureza. Darwin não apresentou suas teorias a um mundo hostil, como fizemos notar, mas a um mundo muito receptivo, um mundo que estava esperando e ansiando por exatamente teoria tal. Certamente não é mistério que a teoria foi rapidamente aceita. É verdade que houve zelosos teólogos que se posicionaram contra ela, mas esses eram uma exceção.
 “Quando os homens desejam crer em algo, somente um resultado pode dar-se: Eles crerão, mesmo que a evidência favoravel seja sombria, trêmula e cheia de suposições. Mas uma vez que os homens tenham aceito uma idéia, especialmente idéias que determinam seus pontos de vista quanto ao mundo em geral, começam a ver tudo mediante o enfoque dessa idéia. De algumas ligeiras formas todos temos essa experiência de tempos em tempos. Comentamos, ‘vejo esta questão sob luz inteiramente diferente do que considerava antes.’

(*3ª OBSERVAÇÃO)
"Quando os homens aceitaram a teoria darviniana da evolução, fatos do mundo físico, que anteriormente não pareciam apresentar qualquer prova para a evolução, começaram, subitamente, a tomar a forma de argumentos irrespondíveis em seu apoio. Tome, por exemplo, um argumento importante em favor da evolução que foi construído sobre a estrutura corporal dos animais. Tinha sido evidente para os homens antes de Darwin que certos [471] animais são pequenos e de constituição simples, alguns um pouco mais complexos, e outros ainda mais; e assim por diante, até chegarmos ao homem, a criatura mais complexa de todas.
 (*Depois de Darwin) “Veja, não se requer nenhuma cientista brilhante para descobrir o fato desses diferentes graus de complexidade na estrutura dos animais, mas parece que os céticos darvinianos capacitaram os homens subitamente a descobrir neste fato um tremendo argumento (*supostamente) irrespondivel em favor da evolução.
 “Não poderiam os homens ver criaturas evoluindo diante de seus olhos por assim dizer? Aqui estava o panorama das eras: Há muito tempo atrás havia somente criaturas simples, unicelulares, daí essas criaturas passaram a ter espinhas dorçais, e, finalmente, veio o homem com uma mente, e com todos os seus órgãos e funções complexos. Logicamente, foi lamentável que nem todas as pobres criaturas unicelulares tivessem evolução ascendente, mas teorias adicionais logo começaram a erguer-se de todos os lados para explicar porque apenas algumas seletas tiveram tal privilégio, conquanto nem todas as não selecionadas fossem eliminadas. Esta graduação da complexidade das estruturas de origem animal é típica da alegada evidência da evolução.
 “Está é uma ilustração seleta da diferença entre os fatos e a interpretação dos fatos. É um facto que há criaturas de estrutura incrivelmente complexas até alcançar o homem, mas é uma interpretação dos fatos dizer que esssas diferenças em estrutura se devam à evolução. Os crentes na Bíblia não se chocam com os fatos, pois eles aceitam-nos alegremente, mas creem que tais fatos revelam algo totalmente diferente, ou seja, o plano e o propósito de uma grande mente para povoar o mundo, não com criaturas de apenas um tipo ou classe, ou complexidade, mas com diferentes tipos, a partir de criaturas minúsculas até o próprio homem.
*Tome dois indivíduos num museu. Um evolucionista diz: Olhe para esse arranjo de esqueletos, desde os menores, gradualmente ficando maiores, até os mais complexos, e, finalmente, até o próprio homem. Isto mostra como a evolução atua. Bem, os fatos ali estão, os esqueletos ali estão, os restos de todas essas criaturas estão ali, e esses são fatos da ciência. Mas dizer que isso demonstra que evoluíram desde os pequenos até os grandes, de simples formas às formas de maior complexidade, isto é uma interpretação dos fatos. O cristão olha a esses mesmos fatos e ao vê-los o evolucionista pergunta, não vê nisso a evolução?, e aquele responde, não! Vemos a criação. Vemos a mente de um Deus incrível e maravilhoso, que fez tudo isso instantaneamente, num só tempo, e reuniu-os no Seu belo lar, preparado para a humanidade neste mundo.
*Nunca ouviu falar da teoria do big bang? Ou, como dizemos no Brasil às vezes, a teoria da grande explosão? Já falamos anteriormente da tese que alguns cientistas apresentam, de que todas essas várias complexas criaturas não evoluíram de uma simples árvore evolucionária, mas, podem, desde o princípio, ter contido o mesmo relacionamento entre si, como se dá hoje. E quando, considerando isso, a indagação é levantada: “É isso criacionismo? E o cientista que escreve sobre isso disse, não, em absoluto. Ele tenta assinalar que isso é apenas outra maneira de considerar o que é dado. Ele ainda acredita na evolução. Nós, porém começamos a ver aqui um movimento rumo a entender-se algo da natureza da doutrina do criacionismo, e trata-se de que, no princípio, estes vários seres mantinham o mesmo relacionamento uns para com os outros como se dá hoje. E isso significa que eles provavelmente, desde o próprio princípio, estavam nessa situação, e que um não evoluiu do outro. Isto se aproxima bastante de dizer o que os criacionistas estão dizendo — que Deus criou esses seres num só tempo, dessa maneira, com todas essas diferentes formas de vida, e sempre mantiveram o mesmo relacionamento entre si, como até hoje.
*Mas a teoria da evolução entra em contradição em diferentes situações. Um exemplo nos foi dado por um dos nossos membros da nossa unidade da escola sabatina da igreja Central de Belo Horizonte, trata-se do irmão Sebastião Salvador, professor de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Veja o que ele diz:
*“—A segunda lei da termodinâmica, a lei da ENTROPIA, diz que “todo sistema deixado ao acaso tende a um nível mínimo de energia e máxima desordem. Ora, todo ser vivo é um conjunto altamente organizado de moléculas, impossível de surgir ao acaso. Assim, o evolucionismo contradiz esta lei porque prega que o primeiro ser vivo surgiu ao acaso. Portanto, conclue o Dr. Sebastião Salvador, o evolucionismo é insubsistente no seu próprio fundamento.”
*Aqui começamos a ver as dificuldades que o evolucionista enfrenta. Ele tem que dar conta dos problemas que depara, e, assim, diferentes variações de sua teoria vêm à tona. De qualquer modo, ao passarmos isto em revista, começamos a entender como a idéia evolucionista contradiz, completamente, a evidência da Palavra de Deus, tanto com respeito a uma criação recente, quanto a uma criação literal em seis dias.
*Devido a que muitos cientistas foram levados a interpretações erradas de dados geológicos, eles se sentiram compelidos a presumir que a vida e a morte sobre a terra existiram muito antes da origem da espécie humana. Este conceito, em alguma forma, contradiz diretamente as Escrituras, que ensinam que a morte veio por intermédio do homem e do salário de pecado. Tais textos como 1ª Cor. 15:21 e Romanos 6;23, claramente indicam isso. A morte não é o resultado inerente de processos naturais e evolucionários.
*Agora observe este texto de “Testemunhos para a Igreja”, vol. 8, págs. 257 e 258:
*“Deus tem permitido que um dilúvio de luz seja derramado sobre o mundo através das descobertas das ciências e das artes; entretanto, quando homens supostamente instruídos raciocinam diante desses assuntos a partir de um ponto de vista meramente humano, certamente erram. As mais vigorosas mentes, se não forem guiadas pela Palavra de Deus, tornam-se desnorteadas em suas tentativas de investigar as relações entre a ciência e a revelação. O Criador e Suas obras encontram-se além da compreensão dessas pessoas; visto que não conseguem explicar esses fenômenos pelas leis naturais, afirmam que a história bíblica é indigna de confiança.
*“Aqueles que questionam a confiabilidade dos registros das Escrituras perdem sua âncora e são deixados a debater-se contra as rochas da incredulidade. Quando constatam serem incapazes de medir o Criador e Suas obras com seu próprio imperfeito conhecimento da ciência, questionam a existência de Deus e atribuem poder infinito à natureza.
*“Na verdadeira ciência não pode existir coisa alguma contrária aos ensinamentos da Palavra de Deus, uma vez que ambas são originárias do mesmo Autor. A correta compreensão das duas sempre provará que se encontram em mútua harmonia. A verdade, quer seja a da natureza, quer seja a da revelação, é harmoniosa consigo mesma em todas as suas  manifestações. Entretanto, a mente que não é iluminada pelo Espírito de Deus sempre se achará em trevas no tocante a Seu poder. É por essa razão que as idéias humanas relativas à ciência tão frequentemente contradizem os ensinamentos da Palavra de Deus.” 

*E de O Grande Conflito, pág. 522:
    *“Para muitos, as pesquisas científicas se tornaram uma desgraça. Deus permitiu que uma inundação de luz fosse derramada sobre o mundo, em descobertas científicas e artísticas; mas mesmo os maiores espíritos, se não forem guiados pela Palavra de Deus em suas pesquisas, desencaminhar-se-ão em suas tentativas de investigar as relações entre a Ciência e a Revelação.
    *“O saber humano tanto das coisas materiais como das espirituais é parcial e imperfeito; portanto, muitos são incapazes de harmonizar com as declarações das Escrituras suas opiniões sobre a Ciência. Muitos aceitam meras teorias e especulações como fatos científicos e julgam que a Palavra de Deus deve ser provada pelos ensinos da "falsamente chamada ciência" 1ª Tim. 6:20). O Criador e Suas obras estão além de sua compreensão; e, por não poderem explicar isto pelas leis naturais, a história bíblica é considerada indigna de confiança. Os que duvidam da fidedignidade dos relatos do Antigo e Novo Testamentos, muito amiúde vão um passo além, pondo em dúvida a existência de Deus e atribuindo à Natureza o poder infinito. Tendo perdido sua âncora, são deixados a chocar-se contra as rochas da incredulidade.”
O Pr. Francis David Nichol (1897-1966) foi editor da Review and Herald por 21 anos; editor associado de Signs of the Times por 6; editor do Boletim da Conferência Geral de 1922 até seu falecimento; editor de Vida e Saúde (em inglês) de 1934 a 1945. Por 15 anos foi membro da comissão do patrimônio de Ellen G. White. Escreveu mais de 20 livros. Muitas e maiores informações você encontrará na Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, págs. 974 e 975.

NOTA: O PRÓXIMO ARTIGO DO Pr. Francis David Nichol  será a continuação do capítulo que apresentamos na semana passada, postado em 17/1/2013, cujo título foi, “A Doutrina da Criação Examinada,” e estaremos traduzindo da pág. 482 até  487.
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