quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Lição 1 - Jesus, Criador do Céu e da Terra, por Paulo Penno

Para 29/12/12 a  5/1/13


Como é que sabemos que Cristo é o Criador, já que ninguém estava lá para testemunhar o início da terra? A mensagem de 1888 fornecerá a resposta à medida que começamos um curso de excelentes estudos sobre o criacionismo.
A verdade fundamental sobre a criação é a divindade de Cristo. "No princípio criou Deus" (Gên. 1:1). Representando o Pai, Cristo criou o céu e a terra. "No princípio era o Verbo ... e o Verbo era Deus" – (*note o substantivo “Verbo” com a letra) maiúscula "V." "Todas as coisas foram feitas por Ele" (João 1:1 e 3). "Porque nEle [em Cristo] foram criadas todas as coisas nos céus e na terra" (Col. 1:16). Assim, quando lemos "no princípio criou Deus", nós sabemos que era Cristo (Gên. 1:1).
Poder criativo é a marca distintiva da divindade. Os "deuses" são vãos, porque eles "não fizeram os céus e a terra" (Jer. 10:11). Mas Deus "fez a terra com o Seu poder" e "estabeleceu o mundo com a Sua sabedoria, e com a Sua inteligência estendeu os céus" (Jer. 10:12). Cristo é "o poder de Deus e sabedoria de Deus" (1ª Cor. 1:24). E. J. Waggoner conclui, "apenas ao nós entendermos e adorarmos a Cristo como o Criador, é que vamos reconhecer a Sua Divindade,"1 grifamos.
Tal forte declaração da divindade de Cristo, por Waggoner, pode vir como uma surpresa para alguns que têm a impressão de que os mensageiros de 1888 foram arianos como o resto de seus contemporâneos adventistas. Arianismo é a idéia de que Cristo era um ser criado, que teve um "início" ou que "nasceu" no passado distante. Ellen White escreve sobre "a mui preciosa mensagem a Seu povo por intermédio dos Pastores Waggoner e Jones" que "eles ["Seu povo"] deviam ter tido o olhar fixo em Sua divina pessoa,"2 grifamos. Algumas das mais fortes declarações sobre a plena divindade de Cristo a partir de qualquer adventista do sétimo dia até 1890 foram feitas por Ellet J. Waggoner,3 grifamos. Foi depois de 1888 que Ellen G. White escreveu suas declarações mais contundentes.4
Há duas razões por que a compreensão da plena divindade de Cristo é essencial: 1ª) ser o Criador, Cristo deve ter "vida em Si mesmo"5 e, 2ª) somente o Criador Se qualifica para ser o Redentor.6
Como Cristo criou? "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da Sua boca" (Salmo 33:6). "NEle estava a vida" (João 1:4) a saber a vida sem fim."7 Quão maravilhosos são estes textos!
Por que só o Criador pode ser o Redentor? Há um mundo de conforto na primeira frase da Bíblia. "No princípio, criou Deus" (Gên. 1:1). Alguns pensaram que a redenção é um ato de Deus maior do que a criação, mas elas são uma e a mesma coisa. É preciso tanto poder criativo para salvar uma alma do vício do pecado como para criar o mundo e o universo.
Cristo é o Redentor, em virtude do Seu poder como Criador. Nós lemos que "temos a redenção pelo Seu sangue, a saber, a remissão dos pecados", porque "nEle foram criadas todas as coisas" (Col. 1:14, 16). Se Ele não fosse Criador, Ele não poderia ser Redentor.
O salmista orou: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto" (Salmo 51:10). O apóstolo diz que "se alguém está em Cristo, nova criatura é" (2ª Cor. 5:17) ou uma nova criação. Lemos mais: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus: ... Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas" (Efé. 2: 8 e 10).
Comparado com Deus, o homem é "menos do que nada, e como uma coisa vã" (Isa. 40:17). Nele "não habita bem algum" (Rom. 7:18). Agora, o mesmo poder que no começo fez a terra do nada, toma o homem, se ele estiver disposto, e faz dele o que for "para o louvor e glória de Sua graça" (Efé 1:6).
Como sabemos como os mundos foram feitos? "Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Heb. 11:3). A fé dá conhecimento especial. Este conhecimento não é especulação ou incerteza. A fé ensina que Deus falou através de Sua palavra todo-poderosa e os mundos vieram à existência em toda a sua matéria e energia.
De onde vem a fé? A cruz de Cristo é a fonte da fé. O fato da cruz revela o amor de Deus a todo indivíduo no mundo. A fé é motivada pelo amor da cruz, João 3:16. Portanto, fé sabe que o universo foi criado pela palavra de Deus.
Cristo não existe em qualquer outra forma que não o Crucificado. É pela cruz que tudo é sustentado, pois "Todas as coisas subsistem por Ele" (Col. 1:17). Mas, para a cruz haveria morte universal. Não haveria plantas, nem família, nem animais de estimação.
"Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos" (Salmo 19:1). Nenhuma pena pode declarar, e o pincel de nenhum artista pode descrever a glória maravilhosa dos céus; e, no entanto, esta glória não é senão a glória da cruz de Cristo. O (*amor, Ágape e o) poder de Deus “claramente se veem pelas coisas que estão criadas” (Rom. 1:20), e a cruz é o poder de Deus. Como podemos pensar em gloriar-nos em qualquer outra coisa?
Raramente tem essa glória da cruz sido claramente entendida. Muitas vezes o conceito usual do sacrifício do Calvário é o de uma manobra judicial exigido por vingança divina, uma penalidade indiretamente paga, uma oferta feita para aplacar a ira de Deus ofendido, ou para satisfazer a fria justiça divina.
Não é à toa que a doutrina da expiação, assim apresentada, não consegue atingir a muitos. Contrição, gratidão e amor estão adormecidos. Apenas um senso de segurança pessoal é alcançado, igual a gente se sente quando assinamos uma proposta de cobertura de seguro comercial contra riscos.
O grande arrependimento de Maria Madalena era verdadeiramente normal, o modelo para todos os cristãos, o amor que levou ao seu arrependimento era em si o modelo cristão. O despertar de tal amor no coração humano é o grande fim que Cristo desejava alcançar por Seu sofrimento no Calvário. A cruz satisfez todas as exigências legais de uma lei quebrantada, mas ela também opera milagres criativos sobre as almas humanas.
O evangelho não perdeu nada de seu poder. Libertado da confusão de erro, ele vai novamente realizar, em milhões de corações humanos, o mesmo trabalho glorioso realizado no coração de Maria.
As palavras de Jesus: "E Eu, quando for levantado da terra, todos [os homens] atrairei a mim" (João 12:32) serão cumpridas na surpreendente profecia de Apoc. 18:1-4 de um anjo descendo do céu para iluminar a terra com glória, e uma voz celestial penetrando o interior da consciência de cada ser humano, "Sai dela [de Babilônia], povo Meu!"

- Paul E. Penno

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

Notas do autor:

1) Ellet J. Waggoner, O Evangelho na Criação (1893), pág. 15.
2) Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, págs. 91, 92, citou de uma carta à O. A. Olsen 1 de maio de 1895, escrito a partir de Hobart, Tasmânia.
3] Era Waggoner ariano ou trinitário" Robert J. Wieland, Ver Apêndice B: da obra “Uma Introdução à Mensagem de 1888 (1997), págs. 174-179.
4) Eric Claude Webster, em Encrusilhada da Cristologia Adventista (1984), págs. 66-74.
5) Ellet J. Waggoner, Cristo e Sua Justiça (1890), pág. 22.
6) "O fato de que Cristo é uma parte da Divindade, possuindo todos os atributos da Divindade, sendo igual ao Pai em todos os aspectos, como Criador ... é a única força que há na expiação. É esta que faz da redenção uma possibilidade" (idem, págs. 43, 44) grifamos. "Nosso objetivo, nesta investigação, é estabelecer a legítima posição de Cristo de igualdade com o Pai, a fim de que Seu poder para resgatar possa ser melhor apreciado" (idem, pág. 19) grifamos. (*Novamente, lembre-se de que estas duas declarações são de Ellet J. Waggoner, um dos dois mensageiros de 1888. Pode ele ser rotulado de ariano? É lógico que NÃO).
7) E. J. Waggoner, "O Chamado de Abraão. Teste de Fé,"  The Present Truth (A Verdade Presente), edição de 2 de julho de 1896.
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