quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

“A Doutrina da Criação Examinada,” por Francis David Nichol

Do livro:  ANSWERS  TO  OBJECTIONS (Respostas a Objeções)
Seção:   A  CIÊNCIA  E  A    DO  ADVENTO

Quem recebia nossos comentários das lições da Escola Sabatina, gravados em CD e fitas K-7, e os guardou, verá muito desta obra, falada por mim e por minha esposa (que interpreta o Espírito de Profecia) nas primeiras lições da série: “A CRIAÇÃO DE DEUS — Analisando o Relato Bíblico,” que estudamos no 3º tri. de 1999. Este novo artigo foi gravado na lição de nº 6 daquela série.
Este capítulo, “A Doutrina da Criação Examinada,” é vitalmente pertinente ao nosso estudo deste trimestre. Começamos na página 478 e vamos até a pág. 482:
Índice da matéria desta postagem, “A Doutrina da Criação Examinada”:
Introdução, pág. 478;
 A Pergunta Chave, pág. 479;
O Assunto dos Milagres, pág. 480.
Asteriscos indicam acréscimos do tradutor.
A paginação se encontra entre colchetes, em negrito.


 [478]A Doutrina da Criação Examinada
“Alguns cientistas, inteiramente persuadidos de que os abismos, ou lacunas (gaps) entre as várias formas principais de vida nunca serão fechadas por quaisquer possíveis evidências a serem descobertas no mundo fóssil, têm, na verdade, proposto uma variação distinta da idéia histórica de uma árvore evolutiva. Eles sugerem que, em vez de uma árvore, tem havido muitas, em outras palavras, cada um dos principais tipos de vida, conhecidos como filos,  remontam a todas as eras. Agora, é verdade que não são muitos cientistas que aceitam essa idéia, porque entra em choque com a idéia básica da unidade da natureza, como historicamente entendida pelos evolucionistas. Mas o próprio fato de que uns poucos cientistas de reputação​​ acham que devem advogar esta idéia revisada, revela quão angustiante para eles são as lacunas no registro fóssil.
*Trocando em miudos, para nossas pequenas mentes de leigos, o que estes cientistas estão dizendo aqui é que, o que foi declarado como um fato inconteste pelos evolucionistas, tem-lhes acarretado uma série de problemas, e, a fim de tentarem conciliar contradições e dificuldades, estão sugerindo variações em seu entendimento da árvore avolutiva. Agora o Pr. Nichol sugere isto:
 “Ouça um expoente dessa idéia revista, um eminente cientista do Museu Nacional dos Estados Unidos:
"Não importa o quão distante recuemos no registro fóssil da vida animal anterior sobre a terra, não encontramos qualquer indício de quaisquer formas animais que sejam intermediárias entre os vários grupos principais, ou filos.
"Isso só pode significar uma coisa. ...
Se estivermos dispostos a aceitar os fatos, temos que crer que nunca houve tais intermediários, ou, em outras palavras, esses grupos principais desde o início, mantiveram a mesma relação uns para com os outros que mantêm hoje.’ (Austin H. Clark, The New Evolution, A Nova Evolução, pág. 189).
Ele imediatamente pergunta, e responde, uma indagação óbvia:
"É isto criacionismo? Absolutamente não. Todos os seres vivos são derivados de outros seres vivos. Além disso, todos os tipos de vida animal devem ser explicados em termos de uma célula primitiva única. O aparente surgimento simultâneo de todos os filos ou grupos principais de animais, significa simplesmente que a vida em seu início desenvolveu-se imediata, e simultaneamente, de uma célula primitiva em toda direção possível, dando origem a uma forma original, ou formas originais, em todos os filos.”
*Os evolucionistas dizem que o homem e a mulher evoluiram de macacos, e estes de alguma forma ainda mais primitiva, e assim por diante. Mas é feita a sugestão de que não houve uma transição de uma forma anterior para uma posterior. “Antes, esses grupos principais desde o início, mantiveram a mesma relação uns para com os outros que mantêm hoje.”
 [479] “Todos concordamos em que isto não é o criacionismo, mas tem muito em comum com a idéia da criação. Nós, cristãos, cremos, nas palavras desse cientista de que os grupos principais têm, desde o princípio, mantido o mesmo relacionamento uns para com os outros que mantêm hoje. Em outras palavras, tem havido um bosque (grouve) de árvores, em vez de uma árvore evolutiva que os evolucionistas imaginaram desde os dias de Darwin.
 “Por que esta idéia realmente não é criacionismo? O autor responde declarando que essas diferentes formas principais ‘desenvolveram-se ao mesmo tempo e simultaneamente, a partir da célula primitiva única em toda direção possível.’ Ele começa com uma célula primitiva única, que subita e simultaneamente, proveu todas as formas de vida. Os criacionistas começam com um Ser eternamente vivo, que subita e simultaneamente, trouxe à existência estas várias formas.”
*Oh, quão importante é observar o fato de que os evolucionistas veem problemas nas idéias que têm proposto por tanto tempo.

A Pergunta Chave
“Por que este cientista, embora ache que a evidência requeira a crença de que todas as principais formas de vida existiram desde o próprio princípio do tempo, entretanto, de repente, faz todas essas formas convergirem ‘imediata e, simultaneamente,’ numa ‘célula primitiva única’? Aqui está o ponto crucial (crux) da diferença entre nós. Sua resposta é simples e direta: ‘Todos os tipos de vida animal devem ser explicados em termos de uma célula primitiva única.’ E por que ‘devem’ eles? Por causa da clara evidência que exige isso? Não! Então por que? Simplesmente por causa das pressuposições que estão subjacentes no pensamento de quase todo o mundo erudito de hoje. Não haver formas diferentes de vida convergindo de uma ‘célula primitiva única,’ não deixaria qualquer outra alternativa senão o criacionismo. Mas o criacionismo envolve o sobrenatural, que é descartado pelos cânones próprios que governam todo estudo científico!”
*Na verdade o problema básico dos cientistas aqui é que milagres estão fora de questão. Deus tem leis naturais e elas operam constante, consistente e maravilhosamente com relação a todo o mundo natural. Mas há ocasiões em que Deus pode reverter qualquer situação que diga respeito a uma lei natural. E, logicamente, nosso exemplo clássico é a experiência do dia longo de Josué, quando Deus realmente deteve a rotação da Terra sobre seu eixo por quase um dia completo, Josué 10: 12 e 13; enquanto noutra ocasião o Senhor suspendeu a rotação da Terra por algo como 40 minutos, representados pelos 10 graus no relógio do sol de Acaz, 2º Reis 20:11. Os cientistas calcularam que o dia quase inteiro de Josué, juntamente com esses 40 minutos ocoridos noutra ocasião perfazem as 24 horas de um dia (leia sobre  o relógio de sol de Acaz; esses 10 graus representam os 40 minutos). Os cientistas constataram que, de algum modo, um dia inteiro de 24 horas foi, de fato, inserido na história do mundo.
*São dois milagres em que Deus suspendeu a operação de uma lei natural. Isto é tão impressionante que qualquer cientista dirá que se isto jamais tivesse ocorrido, todo o mundo iria sair voando pelo espaço para longe do nosso planeta. Isto, porém, não ocorreu porque Deus não é prisioneiro dessas lei naturais. Ele pode alterá-las a qualquer momento que desejar. É ai que todos os cientistas se distanciam de todos nós que somos criacionistas.
 “Não, não é verdade que todas as descobertas e pesquisas científicas desde os dias de Darwin fornecam somente prova adicional para a evolução. Pensamos que o que se dá é o contrário.
“Anteriormente foi declarado que não há provas claras em favor da evolução, que a evidência apresentada é o que se conhece como evidência circunstancial. [480] E nenhum cientista admitiria que evidência circunstancial devesse decidir um caso, se sua vida estivesse em jogo num tribunal. Carlos Singer um historiador da ciência, que parece mais franco do que a maioria dos cientistas, diz com respeito à evidência para a evolução:
"A evolução é, talvez, singular entre as principais teorias científicas em que seu apelo por aceitação procede não que haja evidência para tal, em seu favor, mas porque qualquer outra interpretação de dados proposta é inteiramente incrível" (Charles Singer, em A Short History of Science, Uma Breve História da Ciência, pág. 387).
*Você percebeu a mentalidade aqui? Isto não é realmente pensamento científico. É mais de caráter filosófico, ou mesmo emocional. Para a evolução é simplismente incrível haver um Ser que pode pronunciar algo à existência a partir do nada. Este é um problema que não temos, pois sabemos a respeito de Deus e cremos nEle devido ao poder de Sua palavra.
 “Noutras palavras, mesmo após ser mostrado que os fatos observáveis ​​não requerem uma crença de que o mundo tem uma história evolucionária, um porta-voz desse ponto de vista francamente busca concluir a discussão toda simplesmente descartando qualquer posição contrária como "incrível".
 “E por que é que qualquer outra interpretação dos dados seria incrível? Porque a única outra interpretação que se pode estabelecer, o relato da criação do Gênesis é, por eles, considerada incrível. Para ilustrar, há diante de nós os dados representados por criaturas de diferentes complexidades, desde amebas simples e unicelulares, até o homem. Uma interpretação dos dados, já notada, é que houve um desenvolvimento evolutivo ascendente. A outra interpretação, a única outra, é a de que Deus fez todas estas criaturas diferentes originalmente, com diferentes graus de complexidade, e que as semelhanças nelas encontradas simplesmente indicam que há uma mente mestra que planejou toda a criação.

Voltando ao assunto dos Milagres
“Para a mente científica média esta última inerpretação dos dados ‘é inteiramente incrível. A criação é um milagre; e, como explicado antes, a mente científica não tem lugar para milagres. Tudo na natureza deve ser explicado em termos de mera ação das leis da natureza como as vemos operando hoje. Esses dogmas da ciência são tão básicos, tão firmemente estabelecidos, que o relato mosaico da criação é automaticamente descartado como ‘inteiramente incrível.’
 “Isto nos leva à questão dos milagres. Seria bom abordar retornar a esta área de discussão especificamente em termos do milagre da criação. A Bíblia retrata nosso mundo como sendo feito a partir do nada, ou, para usar a frase da Bíblia, ‘aquilo que se vê não foi feito do que é aparente’ (Heb. 11:3). Esta idéia é inaceitável para muitos que pensavam que a matéria não pode ser nem criada nem destruída, mas somente alterada em forma. Esta é a primeira e principal acusação ao relato da criação. A segunda objeção relevante levantada por cientistas, que seriam, na verdade, filósofos, é que Moisés só permite uma semana para a criação e que este é um período fantásticamente breve. Essa velocidade contradiz a idéia de vagarosa atuação da natureza.
 “Falando estritamente, há uma inconsistência real nesta atitude científica toda, em termos de hostilidade para com o relato bíblico da criação. Todos os genuínos cientistas declarariam que não sabem nada sobre o início absoluto de coisa alguma, que estão preocupados somente em medir, analisar e predizer a operação das leis naturais, que veem em operação ao seu redor. Na própria natureza do caso, os cientistas são incapazes de falar com certeza a respeito do princípio absoluto, pois isto cai no campo da filosofia e da religião.
 “Também não podem alegar que, embora eles não saibam nada de absolutos começos, eles podem ter certeza que a história da criação é falsa, porque a teoria da evolução deles exclui criação. Descobrimos que a chamada evidência para a evolução é, quando muito, circunstancial, e contraditória na pior das hipoteses. E nós temos observado a admissão franca de um historiador da ciência, que confessa que "o apelo para a sua aceitação [da evolução] é o de que não há evidência para ela, mas que qualquer outra interpretação proposta dos dados é totalmente incrível."
 “Em outras palavras, como descobrimos, o único motivo pelo qual a criação é descartada é que ela parece "incrível" para a mente cientificamente treinada, que pretende fazer um método em conhecimento do todo do conhecimento. Mas quando os cientistas não têm nenhuma clara evidência para apoiar suas crenças evolutivas, como podem provar objetivamente que uma crença contrária é "incrível"? Se eles não podem testar a crença de criação em um laboratório científico ou medí-la com uma régua literal, como eles podem determinar a sua falta de credibilidade? A resposta é óbvia: Eles devem testá-lo no laboratório de suas pressuposições, e pelo critério subjetivo de seu senso de valores pessoais. Mas quando eles assim procedem não são mais cientistas, mas filósofos, o que faz um mundo de diferença. O que é mais crível, as palavras dos autores bíblicos ou as palavras de um filósofo? Essa pergunta não é difícil de se responder, desde que a pessoa permita um Deus pessoal em seu modo de pensar. É somente quando o cientista se torna um filósofo, e começa a interpretar as leis e fenômenos da natureza segundo suas próprias suposições, e, talvez, até preconceitos, que nos encontramos em conflito com ele.
Francis David Nichol

NOTA: O PRÓXIMO ARTIGO DO Pr. Francis David Nichol  será:
A Teoria da Evolução Examinada.


O Pr. Francis David Nichol (1897-1966) foi editor da Review and Herald por 21 anos; editor associado de Signs of the Times por 6; editor do Boletim da Conferência Geral de 1922 até seu falecimento; editor de Vida e Saúde (em inglês) de 1934 a 1945. Por 15 anos foi membro da comissão do patrimônio de Ellen G. White. Escreveu mais de 20 livros. Muitas e maiores informações você encontrará na Enciclopédia Adventista, vol. 10 da série SDABC, págs. 974 e 975.
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