quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Lição 9 — Jesus ministrava às necessidades das pessoas



Para 20 a 27 de agosto de 2016

Em que posso ajudá-lo? Lemos que Jesus teve “compaixão” das multidões e que curava todos os enfermos, às vezes deixando aldeias inteiras sem pessoa doente (cf. Mat 9:36; 14:14, por exemplo). Isso foi há 2.000 anos. Agora, vamos avançar para o nosso tempo: ainda temos pessoas doentes e com todos os tipos de necessidade.
A lição de segunda-feira cita Ellen White: “Cristo tomou um interesse pessoal em homens e mulheres ... Aonde quer que fosse Ele era um médico missionário”.1 Nós, também, temos compaixão pelos doentes; mas o que podemos fazer agora para ajudá-los? Médicos e enfermeiros podem fazer uma obra maravilhosa em aliviar o sofrimento; mas o que dizer sobre nós, pessoas comuns?
Quando Jesus curou o paralítico que a Ele foi levado por quatro homens, que até quebraram as telhas no telhado para fazê-lo baixar, Jesus sabia muito bem que aquele homem havia acarretado doença sobre si por uma vida pecaminosa. Mas Ele nada perguntou ao pobre homem, nem lhe fez promessas. Nem sequer perguntou se ele havia se arrependido; Ele disse de pronto: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mar. 2:5).
Então o que podemos fazer? Podemos contar-lhes a verdade do Novo Concerto. Em alguns casos, simplesmente fazer isso pode trazer a cura física para o doente; tudo quanto o pobre paralítico precisava era ouvir Jesus dizer-lhe: “Filho, tem bom ânimo; os teus pecados estão perdoados” (Mat. 9:2), e ele estaria feliz, disposto a suportar sua doença em paz.
Há sete grandes promessas que compõem a curativa verdade do Novo Concerto. Estão em Gên. 12:2, 3: o Senhor vai tornar a sua vida importante, Ele vai lhe dar felicidade, “Farei o teu nome grande”, serás uma bênção onde quer que vás pelo mundo, o Senhor abençoará as pessoas que te ajudarem e “amaldiçoará as que te amaldiçoarem”, serás parte da bênção que virá sobre “todas as famílias da terraem Cristo, porque proclamarás a Sua mensagem. Aí reside a verdade que cura!
Dizer essas palavras a alguém levianamente ou sem pensar, naturalmente não faz bem; mas se pela graça do Senhor, somos capazes de transmitir a mensagem cuidadosa e significativamente, o Espírito Santo vai abençoar para a cura da alma.
Por incrível que possa parecer, a boa notícia é que o Espírito Santo faz o “trabalho”. Esse “vento” está sempre soprando sementes da verdade celeste em nossas mentes e corações. Ninguém é sábio o suficiente para dizer de onde vêm, pois a graça de Deus vem operando em corações humanos de formas numerosas desde que o mundo começou. Pais, amigos, cânticos de louvor, as mensagens da Bíblia ouvidas ou lidas, sermões, expressões de amor verdadeiro, todas podem ser maneiras que o Senhor utiliza para plantar ideias das “boas novas” no coração. O importante é reconhecer que a sua fonte derradeira é o próprio Deus.
Este é realmente o amor de Deus em ação. O vento que sopra “onde quer” é um retrato do interesse compassivo de Deus por cada alma humana. Não menos certo é o Seu amor manifestado por você do que o vento sopra em você também.
Um dos equívocos quanto à mensagem de 1888 é que seja “suave” em obras. Cristo ensinou esse tipo distintivo da fé “que opera”, e os “mensageiros” de 1888 captaram esta ideia. A fé genuína produz obediência a todos os mandamentos de Deus. Tal fé faz com que os crentes “zelosos de boas obras” sejam tão numerosos que não podem ser medidos. Isso vai muito além de tentar preservar um equilíbrio entre fé e obras. É muito mais do que o entendimento de 50% fé e 50% obras. Deus já realizou o amar, e o doar. A nossa parte (crer) vem como resposta a uma boa notícia com a apropriada apreciação de coração – submeter-se a um amor celestial. As boas obras seguem uma fé genuína, tão certo quanto as frutas se seguem ao plantio de sementes. E, em seguida, toda a parte de obediência da familiar “terceira mensagem angélica” toma o seu lugar, mas muito mais assim, porque aqui estava uma mensagem que iria preparar um povo para a vinda de Jesus. A pura justiça do Dia da Expiação pela fé é a única mensagem que pode produzir algo diferente de “obras mortas”.
Dorcas em Jope. A lição de quarta-feira trata do relato da “discípula chamada Tabita”. Ellet J. Waggoner, um dos “mensageiros” de 1.888, relata o real significado de “boas obras”:
 “‘E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas; Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia” (Atos 9:36) As boas obras não são algo que se coloca,.., ou que ele adquire, mas elas vêm de dentro. “O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o que é mau, porque da abundância do coração fala a boca “ (Lucas 6:45). Um homem deve ser tornado bom antes que ele possa fazer o bem, e este bem vem do Senhor. “Oh quão grande é a Tua bondade, que guardaste para os que Te temem (Salmo 31:19). “a qual guardaste para aqueles que em Ti confiam na presença dos filhos dos homens!” “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que nós andássemos nelas“ (Efé. 2:10). As boas obras são extremamente necessárias, mas ninguém precisa se preocupar com elas. Se uma pessoa está em Cristo, as boas obras seguirão tão naturalmente como flores sigam a chuva de primavera e sol”.2
Paulo em Atenas. Pelo final do nosso estudo da lição lemos sobre “a famosa história” de Paulo pregando em Atenas. É uma exceção para o sucesso apostólico. O que a nossa lição não nos diz é que poucos dos seus ouvintes responderam positivamente. Mas na leitura do relato de seu sermão em Atos 17 não encontramos qualquer menção da cruz! Paulo em Atenas esteve muito mais parecido com o nosso trabalho pelas “classes mais altas”. Mas a partir de Atenas ele foi para Corinto onde proclamou àquelas pessoas o que não proclamara em Atenas. Proclamou a cruz de Cristo e diz: E eu, irmãos, quando fui ter convosco ... nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1ª Cor. 2:1, 2).
Paulo nos explica como esta poderosa motivação opera em nossos corações: “Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele pelos quais morreu e ressuscitou” (2ª Cor. 5:15). Na língua original, a ideia é clara de que aqueles que entendem esta grande verdade da graça e creem, vão “doravante” achar que é impossível viver uma vida centrada no eu. Não mais rangerão os dentes e cerrarão os punhos tentando se forçar a trabalhar duro para o Senhor; isto será automático.
A palavra chave é “amor”. Você não pode realmente viver sob a graça, a menos que aprecie o amor revelado na cruz. Quando o pecador contempla a cruz e aprecia o tipo de amor ali expresso, tudo por ele, lágrimas vêm a seus olhos. Seu coração se derrete.
Essa é a genuína fé do Novo Testamento — uma apreciação de coração por esse imenso amor. É por isso que vamos continuar aprendendo à gloriar-nos na cruz de Cristo. Cada vez mais essa motivação de “debaixo da graça” vai expulsar a velha motivação de esperança de recompensa centralizada no eu ou motivação pelo medo do castigo.
Vamos sair das sombras para a luz do sol de viver “debaixo da graça”, e trabalhar para Cristo, porque o Seu amor “nos constrange”.

—Redigido a partir dos escritos de Roberto Wieland

Notas finais:

1) Ellen G. White, Serviço Cristão, pág. 162.

2) Ellet J. Waggoner, "Chjeio de Boas Obras," The Present Truth, 18 de Jan. de 1894.

Nota adicional:
Esta introspecção, em inglês está na Internet em: http://1888mpm.org
O video em inglês, do Pastor Paul Penno sobre esta lição, está na Internet em:

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido
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domingo, 21 de agosto de 2016

Lição 8 — Jesus manifestava compaixão pelas pessoas, por Robert J. Wieland



Para 13 a 20 de agosto de 2016

Nossa lição desta semana retrata a Jesus como um Salvador compassivo, empático e compreensivo. Verdade, claro, mas não são esses adjetivos frequentemente usados para nos descrever também em certas circunstâncias? Há, porém, um texto em Hebreus que avança “anos-luz” além do “sentimento” de simpatia, e isso só pode ser aplicado a Jesus: “Não temos um sumo sacerdote que não possa Se compadecer das nossas fraquezas, mas um que em tudo foi tentado como nós somos, mas sem pecado” (4:15).
Este verso vai ao coração da mensagem de 1888 — a natureza humana de Cristo. Temos lido as palavras de Ellen White muitas vezes, mas revê-las agora, lentamente, irá definir o tom, ao ela dizer: “A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; ... Entretanto, era Ele Deus na carne ... Devemos aproximar-nos deste estudo com humildade de um discípulo, com um coração contrito”.1
Ela expressou sua alegria quando escreveu de reuniões realizadas logo depois da Assembleia da Associação Geral de 1888: “No sábado à tarde muitos corações foram tocados, ... O Senhor Se achava bem perto, e convenceu as almas de grande necessidade de Sua graça e amor. Sentimos a necessidade de apresentar a Cristo como o Salvador que não está longe, mas bem perto”.2
A chave para entender o coração da mensagem de 1888 reside na frase — ”O Salvador que não está longe, mas perto”. Aquele que é “o caminho, a verdade e a vida” Se fez manifesto como Alguém “perto, à mão”, “Emanuel, Deus conosco ...”; não apenas (*Deus lá com Deus), mas “conosco” (Mat. 1:23).
Tão completamente o Filho de Deus Se identificou com a nossa humanidade caída que é difícil tomar um bisturi e separar os gemidos do coração de Jesus, nos Salmos, do coração de lamento do rei Davi. Por exemplo, no Salmo 22:1 Davi clama: “Meu Deus, meu Deus, por que Me desamparaste?” Mas, em seguida, descobrimos que Jesus faz o mesmo clamor ao pender da cruz (Mat. 27:46). Em seguida, como lemos ainda no Salmo 22, descobrimos que todo o salmo registra os gritos do coração de Cristo ao Ele exclamar, “Está consumado”.
Mas como poderia Jesus Cristo, Aquele que é sem pecado, proferir as mesmas palavras da oração de um culpado, um pecador manchado de sangue como Davi? Não era Jesus “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Heb. 7:26)? Ele estaria tão longe de Se sentir como Davi, um pecador desprezível, como o dia se comparado à noite!
Voltemos para Mateus 1:23 em que o Seu nome é traduzido, “Deus conosco”. Não é “a nós” que esta frase: “um menino vos nasceu, um filho se vos deu” (Isa. 9: 6)? O Pai não “amou o mundo de tal maneira” que nos deu a Ele para sempre? Não podemos “ver Jesus ... feito um pouco menor do que os anjos” para o sofrimento da morte” (Heb. 2:9)? Como Ele poderia “provar a morte”, a menos que viesse dentro da nossa pele, por assim dizer? Ele “não Se envergonha de chamar-nos irmãos” (vs. 11)! Ele tinha que ser “[feito] perfeito pelas aflições” (vs. 10, KJV). Mas, não era Ele “perfeito” o tempo todo? Em santidade, sim; mas Ele teve que passar por um processo de educação de 33 anos a fim de Se qualificar para clamar sinceramente, a partir de um coração humano quebrado, cada palavra do Salmo 22!
Essa palavra “feito” tem um enorme significado: “Em tudo Ele tinha que ser feito (kjv) semelhante a Seus irmãos ... naquilo em que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer [ajudar] os que são tentados”. (Heb. 2:17, 18). Ele foi “nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gal. 4: 4). Foi feito à semelhança dos homens” (Fil. 2:7, KJV), e tornou-Se verdadeiramente um homem “em semelhança da carne do pecado” (Rom. 8:3)”, feito ... “para ser pecado por nós, Aquele que não conheceu pecado“ (2ª Cor. 5:21, KJV). (*Se, pela palavra "semelhança", em Heb. 8:3, Paulo quisesse significar dessemelhança, então ele teria finalizado o verso dizendo "para condenar o pecado na semelhança da carne pecaminosa", e, aí, então, não poderia dizer "para que pudesse justificar-nos".)
Ellet J. Waggoner, um dos “mensageiros” de 1888, compreendeu a relevância de Cristo ser o nosso Salvador, que está “bem perto”. Ele escreveu na revista “The Present Truth”:
“Confessar a Cristo. Não é suficiente crer que Ele viveu e sofreu, morreu e ressuscitou. Devemos confessar não somente que Ele veio na carne, mas que ‘Ele veio em carne’ (*1ª João 4:2). Ele é um Salvador presente. Como em todas as aflições dos israelitas do passado, Ele foi afligido, então, agora, 'não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas’ (Heb. 4:15). Ele ainda sente tudo o que nos afeta, pois Ele ainda está na carne. Mesmo nos lugares celestiais, Ele ainda é ‘Jesus Cristo, homem’ (1ª Tim. 2:5). Ele é o nosso precursor, ou seja, um dos irmãos que foi antes para preparar um lugar para os demais. Quando Ele voltar, virá na carne, pois a Sua carne não conheceu a corrupção e a mesma carne que foi para a sepultura também subiu ao céu (Efé. 4:10)”.3
Embora o Verbo se fez carne, mesmo nossa própria carne pecaminosa, Ele era “cheio de graça e de verdade” (* João 1:14).  Ele foi “tentado em todas as coisas como nós, mas sem pecado” (Heb. 4,15). Deus O fez “pecado por nós”, ainda que “não conheceu pecado” (2ª Cor. 5:21). Ele foi feito para ser pecado, mas não cometeu pecado, “nem dolo algum se achou em Sua boca” (1ª Ped. 2:22). São essas duas coisas combinadas que O tornam um Salvador compassivo, em Quem podemos confiar livremente. Ninguém pode simpatizar com as falhas dos outros, se ele não foi tentado da mesma forma. Além disso, aqueles que são culpados de qualquer pecado são os mais rápidos e mais ferozes em condenar os outros pelo mesmo pecado. Os pecadores desculpam o pecado, mas não têm simpatia por companheiros pecadores. Somente aqueles que são purificados do pecado é que podem exercer a caridade para com os que erram. Cristo foi tentado ao máximo, e esteve sempre isento da mínima mancha de pecado;  portanto, podemos confiar nEle como Aquele que conhece e que Se importa”.4
A que tudo isso leva?
Jesus Cristo é o Filho de Deus que Se tornou “o Filho do homem”, o seu Salvador “na carne”. Ele simpatiza com você 100 por cento. No primeiro versículo da Bíblia citado neste estudo há uma dupla negativa que forma um poderoso positivo: “Não temos um sumo sacerdote que não pode [se compadecer das nossas fraquezas], mas, em tudo foi tentado como nós somos, mas sem pecado” (Heb. 4:15).
Será que Ele simpatiza com todos as pessoas tristes e carregadas de dor na Terra? Sim! Ele deseja pôr fim ao pecado e à tristeza que este traz. E quanto mais perto chegamos dEle, mais vamos compartilhar a Sua preocupação. Não vire as costas para Ele mesmo por um dia!

--Dos escritos de  Robert J. Wieland
e de outros, como citado.
Notas:                                                                                              
1) Mensagens Escolhidas, vol 1, pág. 244;

2) Ellen G. White, Review and Herald, "Meetings at South Lancaster, Mass.," [Reuniões em Massachusetts] 5 de março de 1889; Mensagens Escolhidas, vol 3, pág. 181.
No rodapé da página 180 o editor da CPB escreveu: “Esta foi uma das primeiras reuniões de que Ellen White participou ao apresentar a mensagem da justiça ela fé no Campo, depois da Assembleia de Mineápolis. Durante 1889 ela frequentemente tomou a dianteira em transmitir a mensagem às igrejas”. Grifos nossos.
 Este parágrafo citado nesta introspecção também se encontra em “Materiais de Ellen G. White sobre 1888”, vol. 1, pág. 267.
Este material de EGW, em 4 volumes, são 1821 páginas A4, xerocopiadas dos originais, muitas dela corrigidas e editadas pela letra da própria autora,. Foram publicados pelo “Patrimônio de Ellen G. White” da conferência Geral localizado na Eastern Avenue, nº 6840, N.W., Washington D.C., CEP 20012, USA.
Este material está sendo publicado, ipsis litteris, em português pelo irmão Severino Kull. Reserve já o seu exemplar: silverinokull@gmail.com, coordenador do IAGE Campestre (“Instituto de Agricultura e Evangelismo”) iage.vidanocampo@gmail.com 037 9 9931 1844 vivo

3) Ellet J. Waggoner, The Present Truth, "The Word Made Flesh," [O Verbo Feito Carne], 19 de dez. de 1895.

4) Ibidem, itálicos acrescidos.

Nota adicional:
Esta introspecção, em inglês está na Internet em: http://1888mpm.org
O video em inglês, do Pastor Paul Penno sobre esta lição, está na Internet em:
https://www.youtube.com/watch?v=8tsr232-YME

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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Lição 7 — Jesus desejava o bem das pessoas,



Para 6 a 13 de agosto de 2016


Até agora aqueles que estudam as lições deste trimestre têm notado que para uma igreja ser uma força em ganhar almas na comunidade deve demonstrar um tipo especial de amor pelas pessoas. A mensagem de 1888 depende de uma compreensão adequada do amor “ágape” de Deus, que é tão diferente da palavra única em nosso idioma para amor, usada para abranger tantas facetas do conceito. A palavra “‘ágape” é usada muitas vezes no Novo Testamento, e considerando alguns casos vai ajudar a entender o seu verdadeiro significado:
Mateus 24:12: “Porque com o aumento da iniquidade, o amor [ágape] esfriará de quase todos”.
Lucas 11:42: Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor [ágape] de Deus. Importa fazer estas coisas, e não deixar as outras”.
João 5:42: Mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor [ágape] de Deus”.
João 3:35: “O Pai ama o Filho [com ágape] e todas as coisas entregou nas suas mãos”.
Romanos 5: 5: “A esperança não decepciona, porque o amor [ágape] de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (todos estes textos bíblicos são da New American Standard Bible).
Há muitos outros, mas mesmo esses poucos textos nos dizem que o verdadeiro amor de Deus é dado aos seres humanos por Deus, porque não têm isso naturalmente dentro de si. É compartilhado entre os Seres da Divindade. Nós, seres humanos, seríamos totalmente desprovidos desse amor altruísta se Deus não o derramasse em nossos corações, e mesmo assim nos foi dado o Espírito Santo, que deve direcionar este amor a nossos corações e mentes.
Desejar genuinamente o bem para os outros é um padrão impossível sem o “ágape” de Deus. A dramática história de Jonas demonstra alguém que acreditava que devemos “amar uns aos outros” em teoria, mas na prática ele falhou. Se Jonas estivesse disposto a ver a si mesmo como Deus o via, ele teria percebido o seu colossal egoísmo. Na verdade, ele se ressentia por Deus ter perdoado o povo de Nínive, quando se arrependeu. Ele estava mais interessado em preservar a sua reputação como profeta.
A história da cura do cego, relatada em Marcos 8, contrasta o arrependimento de Nínive com a obstinada rejeição de Cristo em Betsaida. E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. E, levantando ele os olhos [visão restaurada], disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam. Depois disto, tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos, e o fez olhar para cima: e ele ficou restaurado, e viu a todos claramente. E mandou-o para sua casa, dizendo: Nem entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia” (vs. 22-26).
Por que Jesus o conduziu para fora da aldeia, e depois da cura disse-lhe para ir para casa sem entrar na aldeia? Em Mateus 11:21, descobrimos que Betsaida era uma das cidades sobre que Jesus havia pronunciado julgamento, tendo dito, “Ai de ti Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidon, iriam se arrepender há muito tempo ...” (NVI).
Num triste contraste com o arrependimento da Nínive pagã, Betsaida tinham rejeitado a Jesus e a Sua mensagem. Não havia nenhum valor em revelar-lhes mais uma prova da identidade de Cristo. Quando o cego foi levado a Cristo, aparentemente ninguém na cidade estava interessado o suficiente para segui-los quando Jesus o levou para fora da cidade, portanto, eles deixaram de testemunhar o milagre. Rejeitar ou mesmo desprezar a preciosa mensagem de Cristo e Suas bênçãos significa perdê-las. Se Deus não pode ganhar os nossos corações com bênçãos concedidas, Ele tentará fazer-nos conscientes da nossa cegueira, retirando essas bênçãos. Betsaida não estava disposta a ver e, portanto, não as verá.
Na realização do milagre, Jesus começou cuspindo-lhe nos olhos e impondo as mãos sobre o homem. Não é uma prática incomum na medicina daqueles dias, e isso deve ser visto como um paralelo ao conselho que Cristo dá à igreja de Laodiceia de obter colírio para ungir aqueles que são cegos espiritualmente (Apoc. 3:18).
Surpreendentemente, quando o homem abriu os olhos, o milagre não estava completo. Quando indagado sobre o que via, ele disse que via o que percebeu serem homens, mas eram como árvores andando. Seria fácil explicar essa estranha percepção como simplesmente a confusão inicial do novo crente, o que é uma aplicação adequada. Mas talvez haja algo mais profundo. Por que usar uma árvore? O idioma inglês tem um coloquialismo comum que descreve uma pessoa desesperada e confusa como “correndo por aí como uma galinha de cabeça cortada”. Por que aquele homem não viu uma galinha?
O que imaginamos quando pensamos numa árvore? Uma árvore é algo que cresce no solo e tem raízes que a ancoram no chão. Espera-se que produza algo benéfico para o seu ambiente, seja frutas, nozes, folhas, sementes, sombra, ou apenas transforme dióxido de carbono em oxigênio. Ela fornece um habitat para as aves, pequenos animais e insetos. No Jardim do Éden, uma árvore provia um fruto de sustentação da vida. Quando pecaram, Adão e Eva escolheram as folhas de uma figueira para se cobrirem. Quando Cristo viu uma figueira que tinha folhas mas nenhum fruto, Ele a amaldiçoou. O que acontece se a árvore decide ser como os homens e andar por aí? Ela não mais estará arraigada e alicerçada a sua fonte de vida.
Ao longo da história, Deus deu aos seres humanos mensagens sobre quem Ele é e que Ele nos ama incondicionalmente. Ao virem e irem gerações, essas instruções se tornaram distorcidas por lembranças humanas e inclusão do pensamento humano. A nação judaica tinha a verdade sobre Deus tão distorcida que a sua confusão a impediu de reconhecer o Messias quando Ele veio. A igreja apostólica recebeu o verdadeiro evangelho de Sua exposição ao ensino direto de Cristo, mas a mesma distorção ocorreu com a inclusão de ideias humanas de inspiração satânica. Os reformadores começaram a tarefa de focar novamente o verdadeiro evangelho da salvação pela fé somente.
Infelizmente, o mesmo ciclo mortal aconteceu novamente e Deus levantou um pequeno grupo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, à qual foi dada a mensagem especial para a Igreja do tempo do fim quanto ao entendimento do sábado e da purificação do santuário. Mais uma vez, essa mensagem foi distorcida com conceitos de legalismo, que retirou o poder de nossos argumentos sobre o sábado e a mensagem do santuário.
 “‘Quando estiverdes trabalhando num lugar onde as almas estão apenas começando a remover as escamas de seus olhos, vendo os homens como árvores que andam, tende muito cuidado para não apresentar a verdade de forma a despertar o preconceito, e fechar a porta do coração para a verdade. Concordai com as pessoas em todos os pontos onde puderdes coerentemente fazê-lo. Deixai-as ver que amais as suas almas, e quereis estar em harmonia com elas, tanto quanto possível’.  Depois acrescentou, com um toque de tristeza, 'Oh que eu pudesse impressionar a todos sobre a necessidade de trabalhar no espírito de Jesus, porque já foi demonstrado que as almas aqui na Europa se afastaram da verdade por causa de uma falta de tato e habilidade em apresentá-la’”.1
Mais uma vez, Deus levantou mensageiros para restabelecer os grandes conceitos de revelar o “ágape” de Deus pela doutrina da justificação pela fé somente,  sem contribuição das obras dos seres humanos como sendo o único meio de salvação. A menos que estejamos arraigados e alicerçados no amor “ágape”  de Deus pela fé, seremos como os homens que são árvores que andam. Aqueles que têm o privilégio de estudar a mensagem dada aos “mensageiros”, de 1888, Jones e E. J. Waggoner, e Ellen White, têm uma séria responsabilidade de que o nosso próprio arrependimento é profundo, e nosso entendimento está enraizado e fundamentado no testemunho direto da Testemunha verdadeira. O nosso próprio arrependimento não pode ser superficial.
“Escrevo isto porque muitos na igreja são-me representados como vendo os homens como árvores andando. Eles devem ter outra experiência mais profunda antes de discernir as armadilhas espalhadas para apanhá-los na rede do enganador. Não deve haver trabalho feito pela metade agora. Ora, o Senhor apela por homens e mulheres firmes e decididos para permanecerem na brecha, e se tornarem barreiras [Isaías 58: 12-14 citado].
“Há um decidido testemunho para ser levado por todos os nossos ministros em todas as nossas igrejas. Deus tem permitido que apostasias tenham lugar a fim de mostrar quão pouca dependência pode ser colocada no homem. Devemos sempre buscar a Deus ...”2
O paralelo entre “homens vendo como árvores andando” e a mornidão de Laodiceia é evidente. Jesus apela a Seu povo para se arrepender. De que deve se arrepender — de  legalismo? O arrancar de árvores de sua fundação e a causa da mornidão na Igreja é a condição do legalismo. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é legalista porque, para todos os efeitos práticos, a sua compreensão da fé é motivada por uma fuga egoísta e individualista do inferno e a esperança de recompensa no céu.3 Quando há uma convergência de indivíduos que trocam o seu amor auto-centrado pela verdadeira motivação de fé no amor de Deus, então o testemunho direto da Testemunha Verdadeira terá realizado o seu trabalho, e haverá uma explosão de evangelismo que a Terra jamais testemunhou.
A árvore que está enraizada e aterrada alcança a umidade e se alimenta profundamente de dentro do solo. Então devem nossas raízes chegar aos profundos mistérios tão prontamente disponíveis para aqueles que estão dispostos a estudar a palavra de D.

Arlene Hill


Notas:                                                                                                      

1)        Ellen G. White na Europe 1885-1887, "Presenting the Truth in Love" [Apresentando a verdade em amor] pág. 69.

2)       Comentário Bíblico Adventista , vol 4, pág. 1152, Ellen G White.


Notas adicionais:
Esta introspecção, em inglês está na Internet em: http://1888mpm.org
O video do Pastor Paul Penno sobre esta lição, em inglês, está na Internet em:
https://www.youtube.com/watch?v=pf7Yx1jL7Bw

A irmã Arlene Hill é uma advogada aposentada da Califórnia, EUA. Ela agora mora na cidade de Reno, estado de Nevada, onde é professora da Escola Sabatina na igreja adventista local. Ela foi um dos principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”, que se realizou na sua igreja em maio de 2010, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizada no endereço: 7125 Weest 4th Street, Reno, Nevada, USA, Telefone  001 XX (775) 327-4545; 001 XX (775) 322-9642. Ela também foi oradora do seminário “Elias, convertendo corações”, realizado nos dias 6 e 7 de fevereiro de 2015, na igreja adventista Valley Center Seventh-day Adventist Church localizada no endereço: 14919 Fruitvale Road, Valley Center, Califórnia.
Nota: Asteriscos (*) indicam acréscimos feitos pelo tradutor.
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