domingo, 21 de agosto de 2016

Lição 8 — Jesus manifestava compaixão pelas pessoas, por Robert J. Wieland



Para 13 a 20 de agosto de 2016

Nossa lição desta semana retrata a Jesus como um Salvador compassivo, empático e compreensivo. Verdade, claro, mas não são esses adjetivos frequentemente usados para nos descrever também em certas circunstâncias? Há, porém, um texto em Hebreus que avança “anos-luz” além do “sentimento” de simpatia, e isso só pode ser aplicado a Jesus: “Não temos um sumo sacerdote que não possa Se compadecer das nossas fraquezas, mas um que em tudo foi tentado como nós somos, mas sem pecado” (4:15).
Este verso vai ao coração da mensagem de 1888 — a natureza humana de Cristo. Temos lido as palavras de Ellen White muitas vezes, mas revê-las agora, lentamente, irá definir o tom, ao ela dizer: “A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; ... Entretanto, era Ele Deus na carne ... Devemos aproximar-nos deste estudo com humildade de um discípulo, com um coração contrito”.1
Ela expressou sua alegria quando escreveu de reuniões realizadas logo depois da Assembleia da Associação Geral de 1888: “No sábado à tarde muitos corações foram tocados, ... O Senhor Se achava bem perto, e convenceu as almas de grande necessidade de Sua graça e amor. Sentimos a necessidade de apresentar a Cristo como o Salvador que não está longe, mas bem perto”.2
A chave para entender o coração da mensagem de 1888 reside na frase — ”O Salvador que não está longe, mas perto”. Aquele que é “o caminho, a verdade e a vida” Se fez manifesto como Alguém “perto, à mão”, “Emanuel, Deus conosco ...”; não apenas (*Deus lá com Deus), mas “conosco” (Mat. 1:23).
Tão completamente o Filho de Deus Se identificou com a nossa humanidade caída que é difícil tomar um bisturi e separar os gemidos do coração de Jesus, nos Salmos, do coração de lamento do rei Davi. Por exemplo, no Salmo 22:1 Davi clama: “Meu Deus, meu Deus, por que Me desamparaste?” Mas, em seguida, descobrimos que Jesus faz o mesmo clamor ao pender da cruz (Mat. 27:46). Em seguida, como lemos ainda no Salmo 22, descobrimos que todo o salmo registra os gritos do coração de Cristo ao Ele exclamar, “Está consumado”.
Mas como poderia Jesus Cristo, Aquele que é sem pecado, proferir as mesmas palavras da oração de um culpado, um pecador manchado de sangue como Davi? Não era Jesus “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Heb. 7:26)? Ele estaria tão longe de Se sentir como Davi, um pecador desprezível, como o dia se comparado à noite!
Voltemos para Mateus 1:23 em que o Seu nome é traduzido, “Deus conosco”. Não é “a nós” que esta frase: “um menino vos nasceu, um filho se vos deu” (Isa. 9: 6)? O Pai não “amou o mundo de tal maneira” que nos deu a Ele para sempre? Não podemos “ver Jesus ... feito um pouco menor do que os anjos” para o sofrimento da morte” (Heb. 2:9)? Como Ele poderia “provar a morte”, a menos que viesse dentro da nossa pele, por assim dizer? Ele “não Se envergonha de chamar-nos irmãos” (vs. 11)! Ele tinha que ser “[feito] perfeito pelas aflições” (vs. 10, KJV). Mas, não era Ele “perfeito” o tempo todo? Em santidade, sim; mas Ele teve que passar por um processo de educação de 33 anos a fim de Se qualificar para clamar sinceramente, a partir de um coração humano quebrado, cada palavra do Salmo 22!
Essa palavra “feito” tem um enorme significado: “Em tudo Ele tinha que ser feito (kjv) semelhante a Seus irmãos ... naquilo em que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer [ajudar] os que são tentados”. (Heb. 2:17, 18). Ele foi “nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gal. 4: 4). Foi feito à semelhança dos homens” (Fil. 2:7, KJV), e tornou-Se verdadeiramente um homem “em semelhança da carne do pecado” (Rom. 8:3)”, feito ... “para ser pecado por nós, Aquele que não conheceu pecado“ (2ª Cor. 5:21, KJV). (*Se, pela palavra "semelhança", em Heb. 8:3, Paulo quisesse significar dessemelhança, então ele teria finalizado o verso dizendo "para condenar o pecado na semelhança da carne pecaminosa", e, aí, então, não poderia dizer "para que pudesse justificar-nos".)
Ellet J. Waggoner, um dos “mensageiros” de 1888, compreendeu a relevância de Cristo ser o nosso Salvador, que está “bem perto”. Ele escreveu na revista “The Present Truth”:
“Confessar a Cristo. Não é suficiente crer que Ele viveu e sofreu, morreu e ressuscitou. Devemos confessar não somente que Ele veio na carne, mas que ‘Ele veio em carne’ (*1ª João 4:2). Ele é um Salvador presente. Como em todas as aflições dos israelitas do passado, Ele foi afligido, então, agora, 'não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas’ (Heb. 4:15). Ele ainda sente tudo o que nos afeta, pois Ele ainda está na carne. Mesmo nos lugares celestiais, Ele ainda é ‘Jesus Cristo, homem’ (1ª Tim. 2:5). Ele é o nosso precursor, ou seja, um dos irmãos que foi antes para preparar um lugar para os demais. Quando Ele voltar, virá na carne, pois a Sua carne não conheceu a corrupção e a mesma carne que foi para a sepultura também subiu ao céu (Efé. 4:10)”.3
Embora o Verbo se fez carne, mesmo nossa própria carne pecaminosa, Ele era “cheio de graça e de verdade” (* João 1:14).  Ele foi “tentado em todas as coisas como nós, mas sem pecado” (Heb. 4,15). Deus O fez “pecado por nós”, ainda que “não conheceu pecado” (2ª Cor. 5:21). Ele foi feito para ser pecado, mas não cometeu pecado, “nem dolo algum se achou em Sua boca” (1ª Ped. 2:22). São essas duas coisas combinadas que O tornam um Salvador compassivo, em Quem podemos confiar livremente. Ninguém pode simpatizar com as falhas dos outros, se ele não foi tentado da mesma forma. Além disso, aqueles que são culpados de qualquer pecado são os mais rápidos e mais ferozes em condenar os outros pelo mesmo pecado. Os pecadores desculpam o pecado, mas não têm simpatia por companheiros pecadores. Somente aqueles que são purificados do pecado é que podem exercer a caridade para com os que erram. Cristo foi tentado ao máximo, e esteve sempre isento da mínima mancha de pecado;  portanto, podemos confiar nEle como Aquele que conhece e que Se importa”.4
A que tudo isso leva?
Jesus Cristo é o Filho de Deus que Se tornou “o Filho do homem”, o seu Salvador “na carne”. Ele simpatiza com você 100 por cento. No primeiro versículo da Bíblia citado neste estudo há uma dupla negativa que forma um poderoso positivo: “Não temos um sumo sacerdote que não pode [se compadecer das nossas fraquezas], mas, em tudo foi tentado como nós somos, mas sem pecado” (Heb. 4:15).
Será que Ele simpatiza com todos as pessoas tristes e carregadas de dor na Terra? Sim! Ele deseja pôr fim ao pecado e à tristeza que este traz. E quanto mais perto chegamos dEle, mais vamos compartilhar a Sua preocupação. Não vire as costas para Ele mesmo por um dia!

--Dos escritos de  Robert J. Wieland
e de outros, como citado.
Notas:                                                                                              
1) Mensagens Escolhidas, vol 1, pág. 244;

2) Ellen G. White, Review and Herald, "Meetings at South Lancaster, Mass.," [Reuniões em Massachusetts] 5 de março de 1889; Mensagens Escolhidas, vol 3, pág. 181.
No rodapé da página 180 o editor da CPB escreveu: “Esta foi uma das primeiras reuniões de que Ellen White participou ao apresentar a mensagem da justiça ela fé no Campo, depois da Assembleia de Mineápolis. Durante 1889 ela frequentemente tomou a dianteira em transmitir a mensagem às igrejas”. Grifos nossos.
 Este parágrafo citado nesta introspecção também se encontra em “Materiais de Ellen G. White sobre 1888”, vol. 1, pág. 267.
Este material de EGW, em 4 volumes, são 1821 páginas A4, xerocopiadas dos originais, muitas dela corrigidas e editadas pela letra da própria autora,. Foram publicados pelo “Patrimônio de Ellen G. White” da conferência Geral localizado na Eastern Avenue, nº 6840, N.W., Washington D.C., CEP 20012, USA.
Este material está sendo publicado, ipsis litteris, em português pelo irmão Severino Kull. Reserve já o seu exemplar: silverinokull@gmail.com, coordenador do IAGE Campestre (“Instituto de Agricultura e Evangelismo”) iage.vidanocampo@gmail.com 037 9 9931 1844 vivo

3) Ellet J. Waggoner, The Present Truth, "The Word Made Flesh," [O Verbo Feito Carne], 19 de dez. de 1895.

4) Ibidem, itálicos acrescidos.

Nota adicional:
Esta introspecção, em inglês está na Internet em: http://1888mpm.org
O video em inglês, do Pastor Paul Penno sobre esta lição, está na Internet em:
https://www.youtube.com/watch?v=8tsr232-YME

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