quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Lição 9 — Jesus ministrava às necessidades das pessoas



Para 20 a 27 de agosto de 2016

Em que posso ajudá-lo? Lemos que Jesus teve “compaixão” das multidões e que curava todos os enfermos, às vezes deixando aldeias inteiras sem pessoa doente (cf. Mat 9:36; 14:14, por exemplo). Isso foi há 2.000 anos. Agora, vamos avançar para o nosso tempo: ainda temos pessoas doentes e com todos os tipos de necessidade.
A lição de segunda-feira cita Ellen White: “Cristo tomou um interesse pessoal em homens e mulheres ... Aonde quer que fosse Ele era um médico missionário”.1 Nós, também, temos compaixão pelos doentes; mas o que podemos fazer agora para ajudá-los? Médicos e enfermeiros podem fazer uma obra maravilhosa em aliviar o sofrimento; mas o que dizer sobre nós, pessoas comuns?
Quando Jesus curou o paralítico que a Ele foi levado por quatro homens, que até quebraram as telhas no telhado para fazê-lo baixar, Jesus sabia muito bem que aquele homem havia acarretado doença sobre si por uma vida pecaminosa. Mas Ele nada perguntou ao pobre homem, nem lhe fez promessas. Nem sequer perguntou se ele havia se arrependido; Ele disse de pronto: “Filho, os teus pecados estão perdoados” (Mar. 2:5).
Então o que podemos fazer? Podemos contar-lhes a verdade do Novo Concerto. Em alguns casos, simplesmente fazer isso pode trazer a cura física para o doente; tudo quanto o pobre paralítico precisava era ouvir Jesus dizer-lhe: “Filho, tem bom ânimo; os teus pecados estão perdoados” (Mat. 9:2), e ele estaria feliz, disposto a suportar sua doença em paz.
Há sete grandes promessas que compõem a curativa verdade do Novo Concerto. Estão em Gên. 12:2, 3: o Senhor vai tornar a sua vida importante, Ele vai lhe dar felicidade, “Farei o teu nome grande”, serás uma bênção onde quer que vás pelo mundo, o Senhor abençoará as pessoas que te ajudarem e “amaldiçoará as que te amaldiçoarem”, serás parte da bênção que virá sobre “todas as famílias da terraem Cristo, porque proclamarás a Sua mensagem. Aí reside a verdade que cura!
Dizer essas palavras a alguém levianamente ou sem pensar, naturalmente não faz bem; mas se pela graça do Senhor, somos capazes de transmitir a mensagem cuidadosa e significativamente, o Espírito Santo vai abençoar para a cura da alma.
Por incrível que possa parecer, a boa notícia é que o Espírito Santo faz o “trabalho”. Esse “vento” está sempre soprando sementes da verdade celeste em nossas mentes e corações. Ninguém é sábio o suficiente para dizer de onde vêm, pois a graça de Deus vem operando em corações humanos de formas numerosas desde que o mundo começou. Pais, amigos, cânticos de louvor, as mensagens da Bíblia ouvidas ou lidas, sermões, expressões de amor verdadeiro, todas podem ser maneiras que o Senhor utiliza para plantar ideias das “boas novas” no coração. O importante é reconhecer que a sua fonte derradeira é o próprio Deus.
Este é realmente o amor de Deus em ação. O vento que sopra “onde quer” é um retrato do interesse compassivo de Deus por cada alma humana. Não menos certo é o Seu amor manifestado por você do que o vento sopra em você também.
Um dos equívocos quanto à mensagem de 1888 é que seja “suave” em obras. Cristo ensinou esse tipo distintivo da fé “que opera”, e os “mensageiros” de 1888 captaram esta ideia. A fé genuína produz obediência a todos os mandamentos de Deus. Tal fé faz com que os crentes “zelosos de boas obras” sejam tão numerosos que não podem ser medidos. Isso vai muito além de tentar preservar um equilíbrio entre fé e obras. É muito mais do que o entendimento de 50% fé e 50% obras. Deus já realizou o amar, e o doar. A nossa parte (crer) vem como resposta a uma boa notícia com a apropriada apreciação de coração – submeter-se a um amor celestial. As boas obras seguem uma fé genuína, tão certo quanto as frutas se seguem ao plantio de sementes. E, em seguida, toda a parte de obediência da familiar “terceira mensagem angélica” toma o seu lugar, mas muito mais assim, porque aqui estava uma mensagem que iria preparar um povo para a vinda de Jesus. A pura justiça do Dia da Expiação pela fé é a única mensagem que pode produzir algo diferente de “obras mortas”.
Dorcas em Jope. A lição de quarta-feira trata do relato da “discípula chamada Tabita”. Ellet J. Waggoner, um dos “mensageiros” de 1.888, relata o real significado de “boas obras”:
 “‘E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas; Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia” (Atos 9:36) As boas obras não são algo que se coloca,.., ou que ele adquire, mas elas vêm de dentro. “O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o que é mau, porque da abundância do coração fala a boca “ (Lucas 6:45). Um homem deve ser tornado bom antes que ele possa fazer o bem, e este bem vem do Senhor. “Oh quão grande é a Tua bondade, que guardaste para os que Te temem (Salmo 31:19). “a qual guardaste para aqueles que em Ti confiam na presença dos filhos dos homens!” “Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que nós andássemos nelas“ (Efé. 2:10). As boas obras são extremamente necessárias, mas ninguém precisa se preocupar com elas. Se uma pessoa está em Cristo, as boas obras seguirão tão naturalmente como flores sigam a chuva de primavera e sol”.2
Paulo em Atenas. Pelo final do nosso estudo da lição lemos sobre “a famosa história” de Paulo pregando em Atenas. É uma exceção para o sucesso apostólico. O que a nossa lição não nos diz é que poucos dos seus ouvintes responderam positivamente. Mas na leitura do relato de seu sermão em Atos 17 não encontramos qualquer menção da cruz! Paulo em Atenas esteve muito mais parecido com o nosso trabalho pelas “classes mais altas”. Mas a partir de Atenas ele foi para Corinto onde proclamou àquelas pessoas o que não proclamara em Atenas. Proclamou a cruz de Cristo e diz: E eu, irmãos, quando fui ter convosco ... nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1ª Cor. 2:1, 2).
Paulo nos explica como esta poderosa motivação opera em nossos corações: “Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele pelos quais morreu e ressuscitou” (2ª Cor. 5:15). Na língua original, a ideia é clara de que aqueles que entendem esta grande verdade da graça e creem, vão “doravante” achar que é impossível viver uma vida centrada no eu. Não mais rangerão os dentes e cerrarão os punhos tentando se forçar a trabalhar duro para o Senhor; isto será automático.
A palavra chave é “amor”. Você não pode realmente viver sob a graça, a menos que aprecie o amor revelado na cruz. Quando o pecador contempla a cruz e aprecia o tipo de amor ali expresso, tudo por ele, lágrimas vêm a seus olhos. Seu coração se derrete.
Essa é a genuína fé do Novo Testamento — uma apreciação de coração por esse imenso amor. É por isso que vamos continuar aprendendo à gloriar-nos na cruz de Cristo. Cada vez mais essa motivação de “debaixo da graça” vai expulsar a velha motivação de esperança de recompensa centralizada no eu ou motivação pelo medo do castigo.
Vamos sair das sombras para a luz do sol de viver “debaixo da graça”, e trabalhar para Cristo, porque o Seu amor “nos constrange”.

—Redigido a partir dos escritos de Roberto Wieland

Notas finais:

1) Ellen G. White, Serviço Cristão, pág. 162.

2) Ellet J. Waggoner, "Chjeio de Boas Obras," The Present Truth, 18 de Jan. de 1894.

Nota adicional:
Esta introspecção, em inglês está na Internet em: http://1888mpm.org
O video em inglês, do Pastor Paul Penno sobre esta lição, está na Internet em:

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido
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