quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Lição 9 - Reforma, consequência do reavivamento, por Paulo Penno



Para 24 a 31 de agosto de 2013

Após oito semanas de estudo de reavivamento e reforma, nós podemos ficar com a impressão de que nós somos os que temos que reviver a nós mesmos.1 Se fossemos apenas mais consagrados, seriamos reformados. Se realmente ficarmos mais sérios e mantivermos nosso tempo devocional, então Deus pode nos abençoar. Mais importante ainda, se fôssemos mais obedientes à vontade de Deus, então poderíamos experimentar as bênçãos do Espírito. O título da nossa lição desta semana, "Reforma: consequência do reavivamento," tende a nos fazer pensar que a nossa reforma vai produzir a renovação do pensamento e da vida, que é tão desesperadamente necessária.
Ao invés de especular sobre o que vamos fazer com a igreja, vamos perguntar o que o Senhor diz que Ele vai fazer. Ele é a cabeça da igreja. Nem todos os demônios do inferno podem parar o que Ele se propôs fazer: Ele vai enviar reavivamento e reforma. Tão certo como o Seu caráter é amor, Ele vai visitar o Seu povo: "venham os tempos de refrigério pela presença do Senhor" (Atos 3:19).2
Ele vai atingir esse objetivo através de uma mensagem especial. "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim" (Mateus 24:14).3 Tão certo como o dia segue a noite, tal mensagem virá. Arrependimento pela rejeição da mensagem de 1888 e anos que se seguiram, vai trazer uma aceitação sincera de coração ao ser novamente apresentada.
Essa mensagem será o derramamento da chuva serôdia. Ela vai trazer refrigério espiritual e preparar a igreja para o último ponto crucial da marca da besta: "E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor vosso Deus, porque Ele vos dará em justa medida a chuva temporã, fará descer a chuva, a chuva temporã e a serôdia. ... E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto" (Joel 2:23-25).4
A chuva serôdia será uma revelação mais clara do evangelho de justificação pela fé que nós ainda não temos discernido. O significado da frase em hebraico em Joel 2:23 é "um mestre da justiça", ligando a chuva serôdia com a mensagem da justificação pela fé.5 Aqui está a verdade fundamental que é quase totalmente negligenciada hoje — o aguaceiro inicial da chuva serôdia foi manifestado na "mui preciosa mensagem" (*Test. Para Ministros, pág. 91, sic) da justificação pela fé que o Senhor enviou a este povo em 1888.6 Adicionais águas da chuva serôdia devem incluir a recuperação da mensagem, pois a intenção do Céu nunca pode ser derrotada.
Pensa você que Deus está lhe pedindo para aderir a um contrato que contém uma série de promessas nossas tais como: "Eu vou estudar a Bíblia, orar diariamente, compartilhar com os outros, servir ao Senhor Jesus Cristo e preparar-me para Sua breve volta"? Todas estas coisas são muito boas para se fazer! Mas poderia ser possível que Deus está lhe pedindo para crer em Suas promessas, Seu concerto, ao invés de você fazer promessas para Ele? De acordo com a Bíblia, o novo concerto sempre foi promessas unilaterais de Deus para o Seu povo (veja Gên. 12:1-3), e o velho concerto foi promessas do povo a Deus para fazer tudo certo conforme Ele ordenava (veja Êxo. 19: 4-8 e *24:7).
A pergunta que está agitando milhares de mentes é a seguinte: qual é a maneira correta e eficaz para realizar todas essas quatro coisas boas (estudar a Bíblia "todos os dias", orar, compartilhar, servir ao Senhor com fidelidade)? Não apenas por uma ou duas semanas, enquanto a adrenalina emocional está nos incitando, mas sempre? Mesmo depois que voltamos da correria do trabalho diário? Será que o velho concerto efetua um "reavivamento e reforma" duradouro?
A história diz que não (veja 2º Crônicas 20). Josafá promoveu maravilhosos reavivamentos e reformas, mas o povo não se volveu para adorar a Deus de todo o coração (*vs.33), e o Senhor destruiu os navios que o rei havia construído (*vs.37). Seu filho Jorão se rebelou contra o Senhor (*31;5 e 6). Seu filho Acazias também foi mal (*22:4).
O rei Ezequias foi um alívio seguinte (*29:1-2) bem-vindo á série quase infinita de rebelião contra o Senhor, mas no final, ele também estava fora de harmonia com a bendita vontade de Deus para ele (*32:25), e ele deixou o legado mais terrível à nação — deu-lhes seu filho Manassés (*vs. 33), o mais perverso rei que Judá já teve (Jer. 15:4). O rei Josias foi o neto de Ezequias, e ele era um rei "perfeito" (*2º Crô. 34:1-2), fez tudo exatamente certo, seguido do Espírito de Profecia meticulosamente (*vs.21), mas acabou rejeitando a demonstração viva do Espírito de Profecia, porque veio a ele a partir de uma fonte improvável — da boca do rei do Egito (*35:20-22). Ele morreu na batalha que Deus disse expressamente para ele não entrar (*vs.23), e a partir de então ocorreu sua decadência (*vs.24).
O que deu errado? Por que todos esses avivamentos e reformas duraram tão pouco tempo? E por que os nossos reavivamentos hoje duram tão pouco? A resposta é: todos eles foram baseados em princípios do velho concerto. Sim, o velho concerto era bom, mas não bom o suficiente!
Qual é a diferença entre um reavivamento e reforma na igreja que é velho concerto na natureza e um que é novo concerto? Acaso não somos capazes de ver a diferença hoje? Suponha que a igreja mundial hoje experimente um grande reavivamento e reforma com base no velho concerto, iria isto apressar a vinda de Jesus, ou ainda atrasá-Lo mais?
Uma reforma do velho concerto é decididamente temporária. No caso de Josias, no momento em que ele estava morto, seus filhos começaram a liderar as pessoas de volta à rebelião contra o Senhor e o povo, de boa vontade, sem pensar, seguiu como ovelhas desgarradas. Não tinham aprendido nenhuma verdade duradoura do evangelho sob o rei Josias. Ele simplesmente tinha herdado o jugo do velho concerto que a nação de Israel tinha fixado a si mesmos no Monte Sinai (Êxo. 19:8; 24:7; Hebreus 9:1).
O apóstolo Paulo foi provavelmente o primeiro israelita a discernir claramente o significado de sua história do velho concerto, quando disse: "A lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados" (como Abraão foi sob o novo concerto, ver Gal 3:16-25).
Numerosos reavivamentos e reformas do velho concerto vêm e vão na igreja mundial nos últimos 150 anos. É a experiência do rei Josias sempre de novo. Eles foram muitas vezes inspirados por importados movimentos populares ecumênicos.
Um reavivamento e reforma do velho concerto é motivado por um desejo de receber as bênçãos de Deus. Um renascimento e reforma do novo concerto é motivado pelo coração grato e apreciação pelas bênçãos de Deus já realizadas e recebidas.
Um reavivamento do velho concerto, é, portanto egocêntrico por natureza, e tudo o que é egocêntrico na motivação tem que ser legalista na sua origem. Em contraste, um renascimento e reforma do novo concerto é baseado em uma experiência de identidade com Cristo que transcende o medo de se perder ou esperança de recompensa (1ª João 4:16-18).

- Paul E. Penno

Notas:
[1] Nossa lição da Escola Sabatina nos leva a esta conclusão. "Por que reavivamento e reforma são, acima de tudo, um assunto do coração? Por que isso deve começam individualmente, com uma escolha consciente de renovar nossa caminhada com o Senhor, para se aproximar dEle, e buscar mais intensamente do que nunca para fazer a Sua vontade? " ("Perguntas para reflexão, pág. 78, 2ª pergunta). (*Atenção, a parte sublinhada está apenas no original da lição da escola sabatina em inglês. Fico com a impressão de que o tradutor e/ou o redator da CPB viu que havia algo errado e cortou este final da frase. Imagine, “buscar mais intensamente do que nunca para fazer ...” (grifamos), e isto, bem como o início desta citação, claramente é uma participação do indivíduo no plano de salvação; ele torna-se um co-autor da salvação com Cristo). 
 [2] "Em visões da noite, passaram perante mim representações de um grande movimento de reforma entre o povo de Deus. ... Viu-se um espírito de intercessão, tal como se manifestou antes do grande dia de Pentecostes. ... Os corações eram convencidos pelo poder do Espírito Santo, e manifestava-se um espírito de genuína conversão. ... O mundo parecia iluminado pela influência celestial ... parecia haver uma reforma como a que testemunhamos em 1844" (Testemunhos Para a Igreja, vol. 9, pág. 126).
 [3] "Em meio aos gritos confusos, 'Eis que o Cristo está aqui, ou ali” (*ref. a  Mat.24:23) será pregado um testemunho especial, uma mensagem especial de verdade apropriada para este tempo, uma mensagem que deve ser recebida, crida, e posta em prática" ("A Obra Final", Review and Herald, 13 de outubro, 1904, e Comentário Bíblico, vol. 7 da série SDABC, pág. 984).
 [4] "Ouvi os que estavam vestidos da armadura falar sobre a verdade com grande poder. ... Fora-se todo o receio de seus parentes, e somente a verdade lhes parecia sublime. ... Perguntei o que havia operado esta grande mudança. Um anjo respondeu: ‘Foi a chuva serôdia, o refrigério pela presença do Senhor, o alto clamor do terceiro anjo’" (Primeiros Escritos, pág. 271).
 [5] Ver na KJV, "a chuva temporã moderadamente," na Almeida, “em justa medida a chuva temporã,” e, à margem da KJV: "um mestre de justiça de acordo com a justiça" (Joel 2:23).
[6] "Alguns se sentiram irritados com essa expressão, e suas disposições naturais foram manifestadas. Eles disseram, 'Isto é apenas excitamento; não é o Espírito Santo, nem água da chuva serôdia do céu.' Havia corações cheios de incredulidade, que não bebem do Espírito Santo, mas que têm amargura em suas almas.
"Em muitas ocasiões, o Espírito Santo operou, mas aqueles que resistiram ao Espírito de Deus em Minneapolis estavam esperando por uma chance de falar do mesmo assunto novamente, porque o seu espírito era o mesmo. Depois, quando eles tinham provas amontoados em evidência, alguns foram condenados, mas aqueles que não foram abrandados e subjugados pela operação do Espírito Santo, colocaram sua própria interpretação sobre cada manifestação da graça de Deus, e eles perderam muito. Eles declararam em seu coração e alma e obras que esta manifestação do Espírito Santo era fanatismo e alucinação. Ficaram como uma rocha; as ondas de misericórdia estavam fluindo sobre e em torno deles, mas foram rechaçadas por seus corações duros e maus, que resistiram a operação do Espírito Santo" (Special Testimonies, Série A, Nº. 6, págs. 19 e 20; Carta 6, de 6 de janeiro de 1896).
(*Atenção, Special Testimonies, Série “A” foi uma série de 11 panfletos que depois foram reunidos em Testemunhos para Ministros. Como se vê do rodapé da página 279 este panfleto de “nº 6” está nesta mencionada página e nas que se seguem).

Paulo Penno é pastor evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews. Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T. Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno Junior. Você pode vê-lo, no You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99

Nota: Esta introspecção e o vídeo dessa lição do Pastor Paulo Penno estão na Internet em:
http://1888mpm.org

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Lição 9 - Reforma, consequência do reavivamento, por Todd Guthrie



Para 24 a 31 de agosto de 2013


“E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27).
 “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7).
 “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2ª Coríntios 4:3-7).
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No princípio, Deus criou o homem à Sua própria imagem (*e semelhança, Gên. 1:26). Quando Deus “soprou em suas narinas o fôlego da vida” (*2:7), o homem não precisava reforma, porque ele já estava perfeitamente formado — espiritual, mental e fisicamente. Ele foi formado à imagem de Deus — da própria linhagem da família de Deus.
Com o pecado, a imagem de Deus foi desfigurada e marcada no homem. Assim, o comportamento do homem — a função que é o resultado da forma — foi corrompida. O plano de salvação, o evangelho, é o poder de Deus para restaurar o que foi perdido por respirar a vida nova (renascimento) no homem que produz a reforma de uma nova vida.
Mas a qualidade para esta reforma é uma nova identidade em Cristo — a identidade forjada por Cristo em levar toda a humanidade em Si mesmo, humanidade de acordo com a imagem divina. Ele fez isso por ter nascido de uma mulher, sob a condenação da lei do pecado e da morte, por ser "nascido de novo" no Seu batismo, como representante de toda a humanidade1, pela Sua vida de auto-sacrifício e a morte tornando-Se aquele grão de trigo que cai na terra para a sua morte, surgindo em nova vida enquanto conquistando a morte.
 “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que se um morreu por todos, logo todos morreram, e Ele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. ... Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2ª Coríntios 5:14-17).
Reforma é a repetição do processo criativo pelo qual Deus cria em nós algo a partir do nada, através da fé em Jesus. Sim, nosso livre-arbítrio, e nossa cooperação (*em não resistir à ação do Espírito Santo) são necessários, mas não há poder de reforma dentro de nós além da atuação de Cristo. E Cristo não habita dentro de nós sem uma inteligente apreciação de coração pela encarnação e pela cruz de Cristo.
Nós, como adventistas do sétimo dia somos chamados neste tempo do fim para proclamar a última reforma. A lição nos aponta para as três mensagens angélicas nesta chamada final. Quem pode proclamá-la por palavra e ação?
 “Aqui está a paciência dos santos, aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apoc. 14:12).
Hoje somos confrontados com duas distorções competitivas de como isso acontece.
Um ponto de vista parece ser baseado na tentativa de guardar os mandamentos de Deus sem enfatizar corretamente e entender — melhor ainda, vivendo — a fé de Jesus. Mas não podemos receber o poder de reforma de Cristo como uma mercadoria. Precisamos, na verdade, recebê-Lo habitando em nós para possuir Sua fé. Caso contrário, nossos esforços de reforma são fúteis, pois não possuímos nenhum poder criativo. Isto requer a morte de cruz, a morte do eu que só acontece quando vemos a cruz no contexto do que significa em Cristo.
O outro ponto de vista, novo para alguns de nós, mas muito antigo na realidade, está promovendo uma habitação mística da essência da divindade em um falso cristo, sem o escândalo da cruz. Assim, não há necessidade de reforma, senão forma criativa, o nosso próprio ser espiritual ao buscarmos o divino.
Mas a presença de Deus no dom da fé a todos os homens não significa que o homem deva apenas olhar para dentro de si mesmo para encontrar Deus. Ele deve olhar para fora de si mesmo — a Cristo. O ser divino estava vestido de humanidade, com o exato propósito de esconder a essência divina do ser enquanto revelando a essência divina de caráter, em interpessoal, amor abnegado que o Novo Testamento chama de Ágape (*1ª João 4:8).
Ao enviar Cristo como o segundo Adão, Deus já reformou a humanidade em Cristo. Assim, ao crer nEle, temos a experiência altruísta em Ágape de Efésios 2:10:
“Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas” (KJV).
Curiosamente, os primeiros apelos de Martinho Lutero para reforma parece ter envolvido um entendimento mais profundo da conexão desta reforma para a pessoa de Cristo do que podemos ter imaginado. Note esta forma uma re-avaliação do livro “União Com Cristo: A Nova Interpretação Finlandêsa de Lutero:
Tuomo Mannermaa2 expõe a tese do livro da seguinte forma: "De acordo com Lutero, Cristo (tanto em Sua pessoa como em Seu trabalho) está presente na fé, e é através dessa presença idêntica à justiça da fé. A idéia de uma vida divina em Cristo que está realmente presente pela fé, está no próprio centro da teologia do reformador.” O elemento forense na doutrina da justificação de Lutero é assim visto pelos finlandeses como uma função da sua importância central na real participação do crente na vida divina através da união com Cristo . ... Lutero, por outro lado, "não faz distinção entre a pessoa e a obra de Cristo. Cristo é tanto favor de Deus (perdão dos pecados, expiação, abolição da ira) e dom (donum)." Fé significa "justificação precisamente com base na pessoa de Cristo estar presente nela como favor e presente.”
Isto traz uma nova profundidade de entendimento para o nosso “verso para memorizar”, não é? Cristo participou de nossa vida humana corporativa para que possamos participar com Ele na vida divina.
 “Porque tanto o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar irmãos” (Heb. 2:11).

O irmão Todd Guthrie, é um médico adventista, membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países. Ele e sua família sempre aparecem no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental.

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Nota do tradutor:

1)     A humanidade teve dois representantes, o primeiro e o Segundo Adão. “Adão, s. em hebraico, caldeu, siríaco, etíope e árabe, significa homem; primariamente, o nome da espécie humana, humanidade; especificamente, na Bíblia, o primeiro homem, o progenitor da raça humana” (Webster’s New Twentieth Century Dictionary,, segunda edição, The Publishers Guild, Inc., Nova Iorque, 1957,  pág. 21)
2)     Tuomo Mannermaa é professor emérito de teologia ecumênica da Universidade de Helsinque, capital da Finlândia

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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Lição 8 – Discernimento, a salvaguarda do reavivamento, por Roberto Wieland



Para 17 a 24 de agosto de 2013

Um dos dons que o Espírito Santo dá às pessoas convertidas é o discernimento, o que, em linguagem simples, é a capacidade de reconhecer a verdade em situações difíceis. Um detetive é capaz de reconhecer um indício incriminador em um caso de assassinato. Isso é o discernimento, algo que a maioria de nós não tem.
O apóstolo João nos dá uma pista para reconhecer a diferença entre um falso profeta e um verdadeiro, entre um falso cristo e o verdadeiro Cristo: Ele diz: "provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas têm levantado no mundo" (1ª João 4:1). Em outras palavras, não se deixe enganar! Você não quer acabar levando a marca da besta! Uma pista de João? "Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus. E este é o espírito do anticristo" (v. 3).
Dois Cristos são claramente distinguidos em Apocalipse 13:8, os poderes por trás da Besta, e do Cordeiro, um  termo usado para designar Cristo como O Crucificado. “Cordeiro que foi morto." Assim, o verdadeiro Cristo é o Cristo da cruz; o Cristo de Babilônia, aquele que desprezou a cruz. Segue-se que o verdadeiro Cristo é o único que vai atrair os homens, se Ele é levantado como o Crucificado, João 12: 34, 33; Gál 3:1. O falso Cristo é o "radiante"1, cativante amável, gentil, aquele que, literalmente, atrai todos os homens (exceto aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro), quando ele se levantar, mas não expressando de que morte haveria de morrer. Em outras palavras, o poder desse "cristo" para apelar está em suas maneiras amáveis, ​​cativantes, para fazer as pessoas felizes, tranquilas, integrada e dar-lhes uma "vida abundante", sem o apelo da cruz. O falso cristo terá completamente tudo o que o verdadeiro Cristo tem, poder para curar os enfermos, expulsar os demônios, purificar os leprosos, libertar as pessoas das ansiedades, preocupações, etc., alimentar milhares, o sorriso (constante), uma personalidade radiante, completamente tudo exceto as marcas dos cravos da cruz.
Em um sermão a respeito da Sessão da Conferência Geral de 1888, Ellen G. White disse: "Deixe-me dizer-vos, irmãos, se vocês tiverem discernimento, vocês podem entender onde Deus está trabalhando. Vocês não precisam de milagres maravilhosos para testemunhar disso, porque vocês veem que os milagres não fizeram qualquer bem para os judeus".2
O Senhor quer que o Seu amor (Ágape) endireite nosso pensamento (se é que vamos permitir que Ele faça isso por nós). É o Espírito Santo que faz isso, e Ele sempre vai nos levar à Palavra, a Bíblia. Nossa lição da Escola Sabatina cita o Salmo 119, que contém uma importante "salvaguarda"— "Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra, e luz para o meu caminho" (v. 105).
Entesoure este livro! Se você humildemente pedir ao Senhor para fazer você se tornar um "gigante" na Palavra, Ele irá abençoá-lo e você vai crescer em conhecimento que você nunca sonhou poder ser seu. Este "conhecimento" é "a verdade do evangelho", e "a verdade vos libertará" (Gál. 2:5; João 8:32). A verdade é o que aconteceu na cruz. Sem extremismo a igreja vai proclamar "a terceira mensagem angélica em verdade"3, a ponto de nada mais se propor a saber ... “senão a Jesus Cristo, e este crucificado" (1ª Cor. 2:2). Permita que a verdade solene amplie sua mente e "expanda [seu] coração", como orou Davi no Salmo 119:32, para que possa "compreender" as suas vastas dimensões — "a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor (Ágape) de Cristo" (Efé. 3:14-19).
Nossa lição (*no meio do 1º parágrafo de terça-feira) sugere que “o fanatismo tende a ser desequilibrado, focalizando um aspecto da fé e negligenciando todos os outros." Uma “pergunta para reflexão” é depois formulada (*na parte de sexta-feira): "Como você pode ajudar a [sua igreja local] a encontrar o equilíbrio certo?" Mas o que é fé? Como a Bíblia a define? Não é um sinônimo para obras! O diabo odeia a idéia de salvação pela fé somente, pela fé que opera. Se, de qualquer forma, ele pode injetar em nosso pensamento a idéia de que a fé é, em si, obras então ele tem nos enganado. João 3:16 resume isto: "Deus amou", "Deus deu", e nós "cremos" (o mesmo em grego como termos fé). A fé é uma resposta do coração humano ao amor e dádiva de Deus. (*E as obras são uma consequência apenas).
Os cristãos conservadores por centenas de anos têm discutido (mesmo argumentado) a relação entre fé e obras. Sua palavra favorita usada para descrevê-la é "equilíbrio". A ideia popular é que é preciso manter a fé e as obras, em "equilíbrio". Se você falar sobre a fé por dez minutos, então você também deve falar sobre obras por dez minutos. No entanto, uma pesquisa em uma concordância revela que em nenhum lugar na Bíblia é a palavra "equilíbrio", usada para descrever essa relação. Nos escritos inspirados, não há praticamente nada que sugira o uso da palavra como sendo apropriado. As escritura e os escritos inspirados são claros "além de qualquer dúvida" de que a salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, e Paulo abre mesmo um parênteses para acrescentar: "Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8 e 9). A idéia de "equilíbrio" sugere fortemente que a salvação é pela fé e pelas obras, meio a meio. Que, se for verdade, certamente daria os salvos algo por que se vangloriar: "—Sim, Jesus me salvou, mas olha, eu fiz a minha parte também!"
Sim, a Bíblia é a verdade — só existe um Salvador —  Jesus; nenhum de nós é um co-salvador. A salvação não é uma transação bilateral, é 100% salvação em Cristo, recebida pela fé. Mas a fé não é uma "fé morta" que o apóstolo Tiago condena, 2:20. A "fé morta" não pode produzir nada mais que auto-justificação (que não tem uma fragrância muito agradável!). Uma fé viva funciona, tem que trabalhar, vai trabalhar, sempre opera. (As "obras" é um verbo e não um substantivo.) "Na obra cristã há ampla margem para a atividade de todos os dons dados por Deus. Todos devem ser unidos em executar as reivindicações de Deus, revelando a cada passo avante aquela fé que opera por amor e purifica a alma."4
A boa nova é que Deus ama a Sua igreja infinitamente mais do que podemos amá-la. Ele está pronto para operar reforma tão logo Ele possa encontrar agentes humanos preparados para cooperar de maneira inteligente e humilde com Ele. Ele vai fazer o que essa citação inspirada diz: "O Senhor levantará homens para levar a mensagem da verdade para o mundo e para o Seu povo. Se aqueles em posições de responsabilidade não avançarem nas oportunidades providas por Deus, tendo uma mensagem apropriada para este tempo, as palavras de advertência serão dadas a outros que serão fiéis à sua responsabilidade. Mesmo os cristãos jovens serão escolhidos para 'clamar em voz alta, e não se deterem’ (Isa. 58:1)".5 Em outras palavras, o Senhor já está operando; a nossa tarefa é discernir o que Ele está fazendo e quem Ele está usando. Não ousemos errar no julgamento!

-A partir dos escritos de Robert J. Wieland
Notas:

1) “Radiante” é um adjetivo usado nos escritos da Nova Era para descrever Lúcifer. Stewart Best (que nos parece ser ??? um autor do movimento Left Bihind) diz que o radiante cristo (lúcifer) é a verdade que irá te libertar. A palavra radiante nem mesmo se encontra na Bíblia, na versão KJV, mas você pode encontrar nos escritos da Nova Era as frases “aparência de Cristo” e “realidade radiante inerente”.
2) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 2, "O espírito de discernimento", pág. 607 (leitura recomendada).
3) Há 113 anos Ellen G. White escreveu: “Diversos têm me perguntado se a mensagem de justificação pela fé é a mensagem dos três anjos, e eu respondi, ‘é a mensagem dos três anjos em verdade.’” (Review and Herald, de 1º de April de 1890). Vejam que justificação pela fé não é um preâmbulo, ou introdução, ou preparação, mas é o próprio coração da tríplice mensagem angélica.
4) Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 114, 115. Manuscrito 16, de 1901.
5) Ellen G. White, O Obreiro da Escola Sabatina, artigo publicado em 1º de abril de 1892;

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

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