Para 24 a
31 de agosto de 2013
“E criou Deus o homem à sua
imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27).
“E formou o Senhor Deus o homem do pó da
terra, e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem foi feito alma
vivente” (Gênesis
2:7).
“Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para
que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que
é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o
Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse
que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2ª
Coríntios 4:3-7).
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No princípio, Deus criou o homem à Sua própria imagem (*e semelhança, Gên. 1:26). Quando Deus “soprou em suas narinas o fôlego da vida” (*2:7), o homem não precisava reforma, porque ele já estava perfeitamente formado — espiritual, mental e fisicamente. Ele foi formado à imagem de Deus — da própria linhagem da família de Deus.
Com o pecado, a imagem de Deus foi desfigurada e marcada no homem.
Assim, o comportamento do homem — a função que é o resultado da forma — foi
corrompida. O plano de salvação, o evangelho, é o poder de Deus para restaurar
o que foi perdido por respirar a vida nova (renascimento) no homem que produz a
reforma de uma nova vida.
Mas a qualidade para esta reforma é uma nova identidade em Cristo — a
identidade forjada por Cristo em levar toda a humanidade em Si mesmo,
humanidade de acordo com a imagem divina. Ele fez isso por ter nascido de uma
mulher, sob a condenação da lei do pecado e da morte, por ser "nascido de
novo" no Seu batismo, como representante de toda a humanidade1, pela Sua vida de auto-sacrifício e a morte tornando-Se
aquele grão de trigo que cai na terra para a sua morte, surgindo em nova vida
enquanto conquistando a morte.
“Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando
nós assim: que se um morreu por todos, logo todos morreram, e Ele morreu por
todos para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por
eles morreu e ressuscitou. ... Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto
provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o
ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo
o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da
reconciliação” (2ª
Coríntios 5:14-17).
Reforma é a repetição do processo criativo pelo qual Deus cria em
nós algo a partir do nada, através da fé em Jesus. Sim, nosso livre-arbítrio, e
nossa cooperação (*em não resistir à ação do Espírito Santo) são necessários, mas
não há poder de reforma dentro de nós além da atuação de Cristo. E Cristo não
habita dentro de nós sem uma inteligente apreciação de coração pela encarnação
e pela cruz de Cristo.
Nós, como adventistas do sétimo dia somos chamados neste tempo do fim para
proclamar a última reforma. A lição nos aponta para as três mensagens angélicas
nesta chamada final. Quem pode proclamá-la por palavra e ação?
“Aqui está a paciência dos
santos, aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apoc. 14:12).
Hoje somos confrontados com duas distorções competitivas de como isso
acontece.
Um ponto de vista parece ser baseado na tentativa de guardar os
mandamentos de Deus sem enfatizar corretamente e entender — melhor ainda, vivendo
— a fé de Jesus. Mas não podemos receber o poder de reforma de Cristo como uma
mercadoria. Precisamos, na verdade, recebê-Lo habitando em nós para possuir Sua
fé. Caso contrário, nossos esforços de reforma são fúteis, pois não possuímos
nenhum poder criativo. Isto requer a morte de cruz, a morte do eu que só
acontece quando vemos a cruz no contexto do que significa em Cristo.
O outro ponto de vista, novo para alguns de nós, mas muito antigo na
realidade, está promovendo uma habitação mística da essência da divindade em um
falso cristo, sem o escândalo da cruz. Assim, não há necessidade de reforma, senão
forma criativa, o nosso próprio ser espiritual ao buscarmos o divino.
Mas a presença de Deus no dom da fé a todos os homens não significa que
o homem deva apenas olhar para dentro de si mesmo para encontrar Deus. Ele deve
olhar para fora de si mesmo — a Cristo. O ser divino estava vestido de humanidade,
com o exato propósito de esconder a essência divina do ser enquanto revelando a
essência divina de caráter, em interpessoal, amor abnegado que o Novo
Testamento chama de Ágape (*1ª João
4:8).
Ao enviar Cristo como o segundo Adão, Deus já reformou a humanidade em
Cristo. Assim, ao crer nEle, temos a experiência altruísta em Ágape de Efésios 2:10:
“Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas” (KJV).
“Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas” (KJV).
Curiosamente, os primeiros apelos de Martinho Lutero para reforma parece
ter envolvido um entendimento mais profundo da conexão desta reforma para a
pessoa de Cristo do que podemos ter imaginado. Note esta forma uma re-avaliação
do livro “União Com Cristo: A Nova
Interpretação Finlandêsa de Lutero:
Tuomo
Mannermaa2 expõe a
tese do livro da seguinte forma: "De acordo com Lutero, Cristo (tanto em Sua
pessoa como em Seu trabalho) está presente na fé, e é através dessa presença
idêntica à justiça da fé. A idéia de uma vida divina em Cristo que está
realmente presente pela fé, está no próprio centro da teologia do reformador.”
O elemento forense na doutrina da justificação de Lutero é assim visto pelos
finlandeses como uma função da sua importância central na real participação do
crente na vida divina através da união com Cristo . ... Lutero, por outro lado,
"não faz distinção entre a pessoa e a obra de Cristo. Cristo é tanto favor
de Deus (perdão dos pecados, expiação, abolição da ira) e dom (donum)." Fé significa "justificação
precisamente com base na pessoa de Cristo estar presente nela como favor e
presente.”
Isto traz uma nova profundidade de entendimento para o nosso “verso para
memorizar”, não é? Cristo participou de nossa vida humana corporativa para que
possamos participar com Ele na vida divina.
“Porque tanto o que santifica, como os que são
santificados, são todos de um; por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar
irmãos” (Heb. 2:11).
O irmão Todd Guthrie, é um médico adventista, membro da Mesa administrativa
do Comitê
de Estudos de Mensagem de 1888. Ele é ancião na sua igreja adventista
local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas
musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em
outros países. Ele e sua família sempre aparecem no canal de televisão
adventista Three Angels Broadcasting
Network [Canal de Televisão Três
Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental.
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Nota do tradutor:
1)
A
humanidade teve dois representantes, o primeiro e o Segundo Adão. “Adão, s. em hebraico, caldeu, siríaco, etíope
e árabe, significa homem; primariamente, o nome da espécie humana, humanidade;
especificamente, na Bíblia, o primeiro homem, o progenitor da raça humana” (Webster’s
New Twentieth Century Dictionary,, segunda edição, The Publishers Guild, Inc., Nova Iorque, 1957, pág. 21)
2)
Tuomo Mannermaa é professor emérito de teologia
ecumênica da Universidade de Helsinque, capital da Finlândia
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