quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Lição 9 - Reforma, consequência do reavivamento, por Todd Guthrie



Para 24 a 31 de agosto de 2013


“E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27).
 “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7).
 “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2ª Coríntios 4:3-7).
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No princípio, Deus criou o homem à Sua própria imagem (*e semelhança, Gên. 1:26). Quando Deus “soprou em suas narinas o fôlego da vida” (*2:7), o homem não precisava reforma, porque ele já estava perfeitamente formado — espiritual, mental e fisicamente. Ele foi formado à imagem de Deus — da própria linhagem da família de Deus.
Com o pecado, a imagem de Deus foi desfigurada e marcada no homem. Assim, o comportamento do homem — a função que é o resultado da forma — foi corrompida. O plano de salvação, o evangelho, é o poder de Deus para restaurar o que foi perdido por respirar a vida nova (renascimento) no homem que produz a reforma de uma nova vida.
Mas a qualidade para esta reforma é uma nova identidade em Cristo — a identidade forjada por Cristo em levar toda a humanidade em Si mesmo, humanidade de acordo com a imagem divina. Ele fez isso por ter nascido de uma mulher, sob a condenação da lei do pecado e da morte, por ser "nascido de novo" no Seu batismo, como representante de toda a humanidade1, pela Sua vida de auto-sacrifício e a morte tornando-Se aquele grão de trigo que cai na terra para a sua morte, surgindo em nova vida enquanto conquistando a morte.
 “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que se um morreu por todos, logo todos morreram, e Ele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou. ... Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é, as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isto provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2ª Coríntios 5:14-17).
Reforma é a repetição do processo criativo pelo qual Deus cria em nós algo a partir do nada, através da fé em Jesus. Sim, nosso livre-arbítrio, e nossa cooperação (*em não resistir à ação do Espírito Santo) são necessários, mas não há poder de reforma dentro de nós além da atuação de Cristo. E Cristo não habita dentro de nós sem uma inteligente apreciação de coração pela encarnação e pela cruz de Cristo.
Nós, como adventistas do sétimo dia somos chamados neste tempo do fim para proclamar a última reforma. A lição nos aponta para as três mensagens angélicas nesta chamada final. Quem pode proclamá-la por palavra e ação?
 “Aqui está a paciência dos santos, aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Apoc. 14:12).
Hoje somos confrontados com duas distorções competitivas de como isso acontece.
Um ponto de vista parece ser baseado na tentativa de guardar os mandamentos de Deus sem enfatizar corretamente e entender — melhor ainda, vivendo — a fé de Jesus. Mas não podemos receber o poder de reforma de Cristo como uma mercadoria. Precisamos, na verdade, recebê-Lo habitando em nós para possuir Sua fé. Caso contrário, nossos esforços de reforma são fúteis, pois não possuímos nenhum poder criativo. Isto requer a morte de cruz, a morte do eu que só acontece quando vemos a cruz no contexto do que significa em Cristo.
O outro ponto de vista, novo para alguns de nós, mas muito antigo na realidade, está promovendo uma habitação mística da essência da divindade em um falso cristo, sem o escândalo da cruz. Assim, não há necessidade de reforma, senão forma criativa, o nosso próprio ser espiritual ao buscarmos o divino.
Mas a presença de Deus no dom da fé a todos os homens não significa que o homem deva apenas olhar para dentro de si mesmo para encontrar Deus. Ele deve olhar para fora de si mesmo — a Cristo. O ser divino estava vestido de humanidade, com o exato propósito de esconder a essência divina do ser enquanto revelando a essência divina de caráter, em interpessoal, amor abnegado que o Novo Testamento chama de Ágape (*1ª João 4:8).
Ao enviar Cristo como o segundo Adão, Deus já reformou a humanidade em Cristo. Assim, ao crer nEle, temos a experiência altruísta em Ágape de Efésios 2:10:
“Porque somos feitura Sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que andássemos nelas” (KJV).
Curiosamente, os primeiros apelos de Martinho Lutero para reforma parece ter envolvido um entendimento mais profundo da conexão desta reforma para a pessoa de Cristo do que podemos ter imaginado. Note esta forma uma re-avaliação do livro “União Com Cristo: A Nova Interpretação Finlandêsa de Lutero:
Tuomo Mannermaa2 expõe a tese do livro da seguinte forma: "De acordo com Lutero, Cristo (tanto em Sua pessoa como em Seu trabalho) está presente na fé, e é através dessa presença idêntica à justiça da fé. A idéia de uma vida divina em Cristo que está realmente presente pela fé, está no próprio centro da teologia do reformador.” O elemento forense na doutrina da justificação de Lutero é assim visto pelos finlandeses como uma função da sua importância central na real participação do crente na vida divina através da união com Cristo . ... Lutero, por outro lado, "não faz distinção entre a pessoa e a obra de Cristo. Cristo é tanto favor de Deus (perdão dos pecados, expiação, abolição da ira) e dom (donum)." Fé significa "justificação precisamente com base na pessoa de Cristo estar presente nela como favor e presente.”
Isto traz uma nova profundidade de entendimento para o nosso “verso para memorizar”, não é? Cristo participou de nossa vida humana corporativa para que possamos participar com Ele na vida divina.
 “Porque tanto o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não Se envergonha de lhes chamar irmãos” (Heb. 2:11).

O irmão Todd Guthrie, é um médico adventista, membro da Mesa administrativa do Comitê de Estudos de Mensagem de 1888. Ele é ancião na sua igreja adventista local, e constantemente está envolvido em organizar e executar programas musicais para acontecimentos importantes da Igreja Adventista nos EUA e em outros países. Ele e sua família sempre aparecem no canal de televisão adventista Three Angels Broadcasting Network [Canal de Televisão Três Anjos] com música tanto vocal quanto instrumental.

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Nota do tradutor:

1)     A humanidade teve dois representantes, o primeiro e o Segundo Adão. “Adão, s. em hebraico, caldeu, siríaco, etíope e árabe, significa homem; primariamente, o nome da espécie humana, humanidade; especificamente, na Bíblia, o primeiro homem, o progenitor da raça humana” (Webster’s New Twentieth Century Dictionary,, segunda edição, The Publishers Guild, Inc., Nova Iorque, 1957,  pág. 21)
2)     Tuomo Mannermaa é professor emérito de teologia ecumênica da Universidade de Helsinque, capital da Finlândia

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