quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Lição 8 – Discernimento, a salvaguarda do reavivamento, por Roberto Wieland



Para 17 a 24 de agosto de 2013

Um dos dons que o Espírito Santo dá às pessoas convertidas é o discernimento, o que, em linguagem simples, é a capacidade de reconhecer a verdade em situações difíceis. Um detetive é capaz de reconhecer um indício incriminador em um caso de assassinato. Isso é o discernimento, algo que a maioria de nós não tem.
O apóstolo João nos dá uma pista para reconhecer a diferença entre um falso profeta e um verdadeiro, entre um falso cristo e o verdadeiro Cristo: Ele diz: "provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas têm levantado no mundo" (1ª João 4:1). Em outras palavras, não se deixe enganar! Você não quer acabar levando a marca da besta! Uma pista de João? "Todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus. E este é o espírito do anticristo" (v. 3).
Dois Cristos são claramente distinguidos em Apocalipse 13:8, os poderes por trás da Besta, e do Cordeiro, um  termo usado para designar Cristo como O Crucificado. “Cordeiro que foi morto." Assim, o verdadeiro Cristo é o Cristo da cruz; o Cristo de Babilônia, aquele que desprezou a cruz. Segue-se que o verdadeiro Cristo é o único que vai atrair os homens, se Ele é levantado como o Crucificado, João 12: 34, 33; Gál 3:1. O falso Cristo é o "radiante"1, cativante amável, gentil, aquele que, literalmente, atrai todos os homens (exceto aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro), quando ele se levantar, mas não expressando de que morte haveria de morrer. Em outras palavras, o poder desse "cristo" para apelar está em suas maneiras amáveis, ​​cativantes, para fazer as pessoas felizes, tranquilas, integrada e dar-lhes uma "vida abundante", sem o apelo da cruz. O falso cristo terá completamente tudo o que o verdadeiro Cristo tem, poder para curar os enfermos, expulsar os demônios, purificar os leprosos, libertar as pessoas das ansiedades, preocupações, etc., alimentar milhares, o sorriso (constante), uma personalidade radiante, completamente tudo exceto as marcas dos cravos da cruz.
Em um sermão a respeito da Sessão da Conferência Geral de 1888, Ellen G. White disse: "Deixe-me dizer-vos, irmãos, se vocês tiverem discernimento, vocês podem entender onde Deus está trabalhando. Vocês não precisam de milagres maravilhosos para testemunhar disso, porque vocês veem que os milagres não fizeram qualquer bem para os judeus".2
O Senhor quer que o Seu amor (Ágape) endireite nosso pensamento (se é que vamos permitir que Ele faça isso por nós). É o Espírito Santo que faz isso, e Ele sempre vai nos levar à Palavra, a Bíblia. Nossa lição da Escola Sabatina cita o Salmo 119, que contém uma importante "salvaguarda"— "Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra, e luz para o meu caminho" (v. 105).
Entesoure este livro! Se você humildemente pedir ao Senhor para fazer você se tornar um "gigante" na Palavra, Ele irá abençoá-lo e você vai crescer em conhecimento que você nunca sonhou poder ser seu. Este "conhecimento" é "a verdade do evangelho", e "a verdade vos libertará" (Gál. 2:5; João 8:32). A verdade é o que aconteceu na cruz. Sem extremismo a igreja vai proclamar "a terceira mensagem angélica em verdade"3, a ponto de nada mais se propor a saber ... “senão a Jesus Cristo, e este crucificado" (1ª Cor. 2:2). Permita que a verdade solene amplie sua mente e "expanda [seu] coração", como orou Davi no Salmo 119:32, para que possa "compreender" as suas vastas dimensões — "a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor (Ágape) de Cristo" (Efé. 3:14-19).
Nossa lição (*no meio do 1º parágrafo de terça-feira) sugere que “o fanatismo tende a ser desequilibrado, focalizando um aspecto da fé e negligenciando todos os outros." Uma “pergunta para reflexão” é depois formulada (*na parte de sexta-feira): "Como você pode ajudar a [sua igreja local] a encontrar o equilíbrio certo?" Mas o que é fé? Como a Bíblia a define? Não é um sinônimo para obras! O diabo odeia a idéia de salvação pela fé somente, pela fé que opera. Se, de qualquer forma, ele pode injetar em nosso pensamento a idéia de que a fé é, em si, obras então ele tem nos enganado. João 3:16 resume isto: "Deus amou", "Deus deu", e nós "cremos" (o mesmo em grego como termos fé). A fé é uma resposta do coração humano ao amor e dádiva de Deus. (*E as obras são uma consequência apenas).
Os cristãos conservadores por centenas de anos têm discutido (mesmo argumentado) a relação entre fé e obras. Sua palavra favorita usada para descrevê-la é "equilíbrio". A ideia popular é que é preciso manter a fé e as obras, em "equilíbrio". Se você falar sobre a fé por dez minutos, então você também deve falar sobre obras por dez minutos. No entanto, uma pesquisa em uma concordância revela que em nenhum lugar na Bíblia é a palavra "equilíbrio", usada para descrever essa relação. Nos escritos inspirados, não há praticamente nada que sugira o uso da palavra como sendo apropriado. As escritura e os escritos inspirados são claros "além de qualquer dúvida" de que a salvação é totalmente pela graça, mediante a fé, e Paulo abre mesmo um parênteses para acrescentar: "Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8 e 9). A idéia de "equilíbrio" sugere fortemente que a salvação é pela fé e pelas obras, meio a meio. Que, se for verdade, certamente daria os salvos algo por que se vangloriar: "—Sim, Jesus me salvou, mas olha, eu fiz a minha parte também!"
Sim, a Bíblia é a verdade — só existe um Salvador —  Jesus; nenhum de nós é um co-salvador. A salvação não é uma transação bilateral, é 100% salvação em Cristo, recebida pela fé. Mas a fé não é uma "fé morta" que o apóstolo Tiago condena, 2:20. A "fé morta" não pode produzir nada mais que auto-justificação (que não tem uma fragrância muito agradável!). Uma fé viva funciona, tem que trabalhar, vai trabalhar, sempre opera. (As "obras" é um verbo e não um substantivo.) "Na obra cristã há ampla margem para a atividade de todos os dons dados por Deus. Todos devem ser unidos em executar as reivindicações de Deus, revelando a cada passo avante aquela fé que opera por amor e purifica a alma."4
A boa nova é que Deus ama a Sua igreja infinitamente mais do que podemos amá-la. Ele está pronto para operar reforma tão logo Ele possa encontrar agentes humanos preparados para cooperar de maneira inteligente e humilde com Ele. Ele vai fazer o que essa citação inspirada diz: "O Senhor levantará homens para levar a mensagem da verdade para o mundo e para o Seu povo. Se aqueles em posições de responsabilidade não avançarem nas oportunidades providas por Deus, tendo uma mensagem apropriada para este tempo, as palavras de advertência serão dadas a outros que serão fiéis à sua responsabilidade. Mesmo os cristãos jovens serão escolhidos para 'clamar em voz alta, e não se deterem’ (Isa. 58:1)".5 Em outras palavras, o Senhor já está operando; a nossa tarefa é discernir o que Ele está fazendo e quem Ele está usando. Não ousemos errar no julgamento!

-A partir dos escritos de Robert J. Wieland
Notas:

1) “Radiante” é um adjetivo usado nos escritos da Nova Era para descrever Lúcifer. Stewart Best (que nos parece ser ??? um autor do movimento Left Bihind) diz que o radiante cristo (lúcifer) é a verdade que irá te libertar. A palavra radiante nem mesmo se encontra na Bíblia, na versão KJV, mas você pode encontrar nos escritos da Nova Era as frases “aparência de Cristo” e “realidade radiante inerente”.
2) Materiais de Ellen G. White sobre 1888, vol. 2, "O espírito de discernimento", pág. 607 (leitura recomendada).
3) Há 113 anos Ellen G. White escreveu: “Diversos têm me perguntado se a mensagem de justificação pela fé é a mensagem dos três anjos, e eu respondi, ‘é a mensagem dos três anjos em verdade.’” (Review and Herald, de 1º de April de 1890). Vejam que justificação pela fé não é um preâmbulo, ou introdução, ou preparação, mas é o próprio coração da tríplice mensagem angélica.
4) Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 114, 115. Manuscrito 16, de 1901.
5) Ellen G. White, O Obreiro da Escola Sabatina, artigo publicado em 1º de abril de 1892;

O irmão Roberto J. Wieland foi um pastor adventista, a vida inteira, missionário na África, em Nairobe e Kenia. É autor de inúmeros livros. Foi consultor editorial adventista do Sétimo Dia para a África. Ele deu sua vida por Cristo na África. Desde que foi jubilado, até sua morte, em julho de 2011, aos 95 anos, viveu na Califórnia, EUA, onde ainda era atuante na sua igreja local. Ele é autor de dezenas de livros. Em 1950 ele e o pastor Donald K. Short, também missionário na África, em uma das férias deles nos Estados Unidos, fizeram dois pedidos à Conferência Geral: 1º) que fossem publicadas todas as matérias de Ellen G. White sobre 1888, e 2º) que fosse publicada uma antologia dos escritos de Waggoner e Jones. Eles e sua mensagem receberam mais de 200 recomendações de Ellen G. White. 38 anos depois, em 1988, a Conferência Geral atendeu o primeiro pedido, o que resultou na publicação de 4 volumes com um total de 1821 páginas tamanho A4, com o título Materiais de Ellen G. White sobre 1888. Quanto ao segundo pedido até hoje não foi o mesmo ainda atendido.

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