quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Lição 6: Confissão e arrependimento - as condições do reavivamento, por Paulo E. Penno



Para 3 a 10 de agosto de 2013




Pode alguém dizer como a confissão e o arrependimento são 100% atuação de Deus, sem sequer 1% de obras do homem? A confissão e o arrependimento não são exercícios que realizamos a partir de uma motivação egocêntrica. De forma alguma eles merecem salvação. “Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2: 8, 9). Assim, nenhum de nós nunca vai dizer na eternidade: "Eu estou aqui em parte porque eu confessei e me arrependi!" Haveria algo do eu nisso.
Confissão e arrependimento, na realidade, são idênticos ao lermos sobre Abrão que - "creu no Senhor" (Gênesis 15:6). A confissão e o arrependimento são uma resposta do coração humano honesto pelo 100% que Deus tem feito pela nossa salvação. Se você está se afogando e um salva-vidas o salva, você não pode afirmar que você se salvou nem mesmo 1%. Por toda a eternidade será verdade que os salvos serão gratos que eles "confessaram e se arrependeram", mas eles vão louvar a Deus por Sua graça que, sozinho (100%) permitiu-lhes agirem em resposta.

O Espírito Santo dá Arrependimento
Se não resistirmos ao amor de Cristo revelado na Sua cruz, seremos atraídos para Ele. O Espírito Santo vai nos dar o dom precioso do arrependimento, uma sincera tristeza de coração pelo próprio pecado. Deus exaltou Cristo com, "Deus com a Sua destra O elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados" (Atos 5:31).
É somente "a benignidade de Deus [que] leva ao arrependimento" (Rom. 2: 4). Isto é ilustrado em um homem que cometeu um crime após outro, em um esforço para encobrir o seu primeiro erro. Pior que isto, ele não fez nada para impedir que um homem inocente fosse enviado para a prisão quando ele mesmo deveria ter sido o único a ser preso. Como tantas vezes acontece a um criminoso, ele perdeu o senso de justiça e bondade, e sua esposa e filhos o deixaram. Sua casa foi destruída. No entanto, esse homem de coração duro não se arrepende. Ele insistiu: "Eu não posso, eu não vou (*me arrepender), eu não me atrevo, não devo!"
Finalmente, o homem inocente que foi injustamente para a prisão fez algo incomum. Ele escreveu ao homem de coração duro uma carta, perdoando-o por todo o mal que tinha feito a ele. Pode você imaginar? Essa carta quebrou o coração daquele homem mal e o levou ao arrependimento e confissão de seus crimes. Ele disse: "Todos os problemas que me ocorreram não me levaram ao arrependimento, mas quando eu fui perdoado, eu me arrependi." O medo nunca pode levá-lo a ser uma pessoa melhor, mas ao perceber que você está perdoado — isso lhe transforma.
A ideia do evangelho é que você vai compreender ser impossível não servir o Senhor com entusiasmo, se você compreender e apreciar o significado da cruz de Cristo – o que custou a Ele para salvá-lo. Essa idéia da constrição do Ágape de Deus permeia os escritos de Paulo. Considere o seguinte: "desprezas tu as riquezas da Sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?" (Rom. 2: 4).
A idéia de Paulo é que Deus não está com um pé atrás, como muitos O concebem, com Seus divinos braços cruzados em desinteressada despreocupação, enquanto nós nos esponjamos em nossa condição de perdidos. Ele não está dizendo: "Bem, Eu fiz o sacrifício há dois mil anos atrás, Eu fiz minha parte — agora depende de você tomar a iniciativa. Se você quiser vir, venha; E se parece difícil. para você fazer isto, é porque você simplesmente não tem o que é preciso para ser um cristão. Eu tenho alguém esperando para tomar sua coroa ".
Quantos milhões de pessoas se sentem assim em relação a Deus! E alguns inibidos e tímidos sentem que "Deus tem muitas pessoas prontas para tomar minha coroa – Ele não precisa de mim, e eu não tenho certeza se Ele me quer." Em contraste, Ellet J. Waggoner enfatiza a busca persistente do amor de Deus por "todos os homens." É Ele quem toma a iniciativa, uma idéia radicalmente diferente da nossa habitual:
"E nós não precisamos tentar melhorar as Escrituras, e dizer que a bondade de Deus tende a levar os homens ao arrependimento. A Bíblia diz que Ele os [grifo nosso] leva ao arrependimento, e podemos estar certos de que Ele o faz. Todo homem está sendo conduzido em direção ao arrependimento, tão certo como Deus é bom."1

Quão perto Jesus Se achega a nós
Jesus pediu para ser batizado porque Ele realmente Se identificou com os pecadores. Se Adão representava toda a raça humana, Jesus Se tornou o “último Adão” (*1ª Cor. 15:45, tomando sobre Si a culpa do pecado da humanidade. Não que Ele tenha pecado, ​​mas Ele sentiu como o pecador se sente culpado. Ele Se colocou totalmente em nosso lugar. Ele colocou Seus braços em torno de nós, ao Ele Se ajoelhar ao nosso lado, nas margens do Jordão, pedindo ao Pai para deixá-Lo ser o Cordeiro de Deus. Sua submissão ao batismo indica que "o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos" (Isaías 53:6). Seu batismo, portanto, torna-se uma injeção de arrependimento, curativo para o pecado no corpo da humanidade. Pedro diz que Sua identidade com os nossos pecados era profunda, não superficial, "levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados" (1ª Pedro 2:24). Cristo suportou o peso esmagador de nossa culpa. Tão perto Ele Se achegou a nós que Ele sentiu como se os nossos pecados fossem Seus. Sua agonia no Getsêmani e no Calvário foram reais.


O "Como" do Poder de Jesus para Alcançar os Corações
Quando Paulo disse: "Estou crucificado com Cristo" (Gál. 2:20), ele quis dizer que ele se identificou com Cristo. Da mesma forma, nos identificamos com o arrependimento de Cristo em favor da humanidade; o caminho para o arrependimento corporativo são os passos de Cristo. As verdadeiras dimensões do nosso pecado começam a tornar-se evidentes à luz da cruz de Cristo. Note como um comentário inspirado evidencia nosso pecado final, pelo qual podemos "nos arrepender individualmente":
 No dia do juízo final, toda alma perdida compreenderá a natureza de sua rejeição da verdade. ... Ante a visão do Calvário com sua misteriosa Vítima, achar-se-ão condenados os pecadores. ... A apostasia humana aparecerá em seu odioso caráter”2
 “Nós ainda estamos num mundo em que Jesus, o Filho de Deus, foi rejeitado e crucificado, ... A menos que individualmente nos arrependamos diante de ... Jesus Cristo, a quem o mundo tem rejeitado, estaremos sob a absoluta condenação que o ato de escolher a Barrabás em vez de a Cristo merece. Todo o mundo está hoje sob a acusação de deliberada rejeição e assassínio do Filho de Deus. ... judeus e gentios, reis, governadores, ministros, sacerdotes, e o povo — todas as classes e seitas que revelam o mesmo espírito de inveja, ódio, preconceito e descrença manifestados pelos que levaram à morte o Filho de Deus — caso lhes fosse concedida a oportunidade, desempenhariam a mesma parte desempenhada pelos judeus e pelo povo do tempo de Cristo. Participariam do mesmo espírito que exigiu a morte do Filho de Deus.3 
Estas declarações merecem um segundo olhar:
(A) até "ministros" e membros da igreja participam dessa culpa de crucificar a Cristo. Sem a graça de Deus manifestada através do arrependimento pessoal, cada pecador compartilha desta culpa;
(B) Sem esta graça, "cada pecador" repetiria o pecado de assassinar a Cristo se lhe fosse dado tempo suficiente e oportunidade;
(C) O pecado do Calvário é um afloramento de alienação pecaminosa da qual não temos conhecimento, a não ser pela iluminação do Espírito Santo. No Calvário, cada pecado de cada um é totalmente desmascarado;
(D) Em um sentido real, nós estávamos cada um no Calvário, não através da pré-existência ou pré-encarnação, mas através da identidade corporativa "em Adão". Se é verdade que “pesa sobre todos a culpa de crucificar o Filho de Deus"4 Adão também participa da culpa igualmente com a gente hoje. Seu pecado no Éden foi para o Calvário o que a semente é para o carvalho;
 (E) O "justo" aos seus próprios olhos, incluindo "ministros" e "sacerdotes" de "todas as .... seitas", são potencialmente capazes de revelar "o mesmo espírito", como foi manifestado por aqueles que realmente crucificaram a Cristo. Isso deve naturalmente incluir nossa própria denominação, exceto pela graça do arrependimento. A pequena semente de nossa "mente carnal" precisa somente de tempo e oportunidade para crescer no completo carvalho do pecado do Calvário. Esta é a lição de toda a história.


- Paul E. Penno

Notas do autor:
[1] Signs of the Times, 21 de novembro de 1895.                                 
[2] O Desejado de Todas as Nações, pág. 58.                                      
[3] Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, pág. 38.
4) O Desejado de Todas as Nações, pág. 745. (Nota do tradutor)

Nota: Esta introspecção mais ampliada, e o vídeo da mesma do Pastor Paul Penno, estão na Internet em: http://1888mpm.org. E, também em 88denver99.

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