Para 10 a
17 de agosto de 2013
O movimento de 1844 foi o que mais perto chegou de ser completo e
generoso amor que qualquer outro grupo de pessoas desde a igreja primitiva dos
apóstolos, que deram os seus bens materiais em uma efusão de amor (Ágape) para ajudar as pessoas em
necessidade, inspirados pela então recente demonstração do amor de Deus em
Cristo. Essas pessoas de 1844, membros de muitas denominações diferentes, foram
o verdadeiro "ecumenismo" de todos os tempos. Eles seriamente procuraram
cumprir a oração de Cristo, para que seus seguidores "todos sejam um" (João 17:21). Foi a verdade bíblica que
trouxe essas pessoas de muitas convicções e culturas diferentes em unidade. Não
houve fanatismo, apenas uma doce harmonia em sua crença comum no amor de
Cristo.
Como podem milhões de cristãos em todo o mundo serem unificados? É
importante, porque Jesus disse que a única maneira que o mundo pode ser levado
a crer nEle é quando Seus seguidores "todos
sejam um ... para que o mundo creia que Tu
Me enviaste" (João 17:21, *grifamos). Algo que ele chama de "Tua verdade" é a única coisa
que vai uni-los (João 17:17). Paulo a chama de "a verdade do evangelho" (Gál. 2: 5, 14). O sucesso ou
fracasso da missão de Cristo para o mundo, portanto, depende daquela
"verdade", trazer em união o Seu povo que professa que "guardam os Seus mandamentos e a fé de
Jesus" (Apocalipse 14:12).
Pode Qualquer pessoa seguir a Cristo verdadeiramente e não estar
envolvido em batalha? O próprio Jesus está fortemente engajado numa guerra
conhecida como "o grande conflito entre Cristo e Satanás." Por que há tanta oposição quando a verdade é
proclamada, às vezes até na igreja?
Por exemplo, o ensino da Bíblia é claro como a luz solar que o novo
concerto são as "melhores
promessas" de Deus (*Heb. 8: 6), e o velho concerto são as promessas
inúteis do povo (Hebreus 8:8-10): entretanto as idéias do velho concerto
continuam surgindo, e há tensão e desconfiança onde deveria haver agradável
companheirismo e harmonia entre o povo de Deus.
Ele nos disse para não sermos surpreendidos pela oposição dolorosa
chegando às vezes a partir do verdadeiro povo de Deus nos últimos dias. Ele nos
diz: "Não é o discípulo mais do que
o mestre ... Não cuideis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas
espada ...." (Mat. 10: 24 e 34). Como Jesus orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas
23:34), e assim Ele ora hoje.
E a oração será respondida: Deus perdoará o Seu povo por se opor e
rejeitar o início da chuva serôdia e do alto clamor, mas Ele também será muito severo.
Ele dá a cada geração chance de aceitar ou rejeitar "o princípio" daquele
dom raro e mui precioso da chuva serôdia.
Unidade é essencial. Mas a unidade não pode ser verdadeiramente
alcançada por uma negação ou supressão da verdade. Jesus orou por Seus
discípulos: "Que todos sejam
um" (João 17:21). Pouco antes, Ele dissera: "Santifica-os na verdade: a Tua palavra é a verdade"
(João 17:17). E Ele lhes tinha dado a promessa: "Quando vier aquele Espírito de Verdade, Ele vos guiará em toda a
verdade" (João 16:13). Ellen White escreve: "Devemos receber a
santificação através da obediência à Palavra e ao Espírito de verdade. Não podemos renunciar a verdade, a fim de realizar a união, pois os exatos meios pelos
quais ela deve ser adquirida é a santificação através da verdade. A sabedoria
humana mudaria tudo isso, pensando que esta base de união é muito estreita. Os
homens efetuariam uma união através de conformidade com opiniões populares,
através de um compromisso com o mundo. Mas a verdade é a base de Deus para a
unidade do seu povo."1
A ilusão temporária de unidade pode se seguir depois de ameaças e medo, mas somente o
Espírito Santo, que é o "Espírito de
verdade", pode trazer-nos todos à unidade pela qual Cristo orou.
Aparentemente, controvérsias ou agitações nem sempre são necessariamente um mal
absoluto".2 O
Espírito Santo nos guia à unidade por meio de união em submissão à Palavra.
Aqueles que se afastam da verdade são responsáveis por qualquer falta de
unidade que possa resultar, e a única forma de garantir a unidade novamente é
renunciar ao erro e crer na verdade.
Uma área de conflito que tem se intensificado nas mentes e corações por
centenas de anos, é a "justificação pela fé". A batalha já se arrasta
por mais de dois mil anos desde Cristo. Um livro inteiro do Novo Testamento é
dedicado ao conflito — o Livro de Gálatas. Não havia nenhuma maneira pela qual
alguém pudesse ser um cristão àquela época e, em seguida, não tomar partido, ou
ao lado do que Paulo declarou ser "a
verdade do evangelho", ou dos falsos mestres que vieram de
"Jerusalém" para se opor a ele. E a batalha não cessou até hoje!
Quando Jesus, na noite anterior a Sua morte, fez Sua última oração ao
Pai celestial em João 17, na presença de seus poucos discípulos, Ele claramente
estabeleceu a questão da "justificação
pela fé".3 Ele
distinguiu entre duas classes de pessoas: 1ª) A expressão "toda a carne", é a mesma que “todos quantos” (*ou, todas as pessoas) mencionadas no verso 2. Ele
diz que o Pai O enviou ao mundo para que “dê
a vida eterna." "Assim como
Lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos Lhe
deste." 2ª) O segundo grupo é o povo a quem o Pai O deu que estão "fora do mundo" (vs. 6, KJV). "Manifestei o Teu nome aos homens que do mundo Me deste (Almeida, grifamos):
eram Teus, e Tu mos deste, e guardaram a Tua
palavra." Para eles, Ele diz que Ele "manifestou o Seu nome, e eles receberam ... e creram que saí de
Ti” (*vs. 6 e 8, isto é,) creram na
bênção que o Pai deu ao mundo "em Cristo".
O fato de que muitos "no mundo" não querem receber o dom que
Deus lhes deu, não significa que este presente não foi dado a eles. Se uma
pessoa se recusa a crer em Cristo, isso não significa que Cristo não morreu por
ele. "Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho unigênito" muito antes de você ou eu
escolhermos crer ou não! Paulo diz que nossa incredulidade não pode anular a fidelidade
de Deus, Romanos 3:3. No julgamento final, diante do Grande Trono Branco, no
final do milênio bíblico (Apoc. 20:11-15) o perdido vai reconhecer que a sua incredulidade
ao longo da vida foi uma rejeição da "vida eterna" que o Pai lhes
dera "em Cristo".
Jesus tinha uma aflição em Seu coração naquela última noite — a desunião
que tem atormentado os Seus seguidores através dos tempos. Poderia ser que a
raiz daquela desunião, tragicamente persistente, fosse a recusa inconsciente de
corações "cristãos" em entender que o presente foi dado ao mundo?
Será que em nossos corações "mornos" queremos restringir ou limitar o
amor de Cristo e reduzir a salvação a uma mera oferta? Queremos nos gloriar em
nossa própria iniciativa de aceitá-la? Quando entrarmos na Nova Jerusalém poderemos
dizer: "Eu estou aqui porque eu acreditei!
Peguei a oferta! Tomei a iniciativa de
minha salvação!" (*Grifos nossos).
Parece muito provável que quem entrar vai bater em seu peito e dizer:
"Eu sou indigno! Estou aqui só por causa da graça de Deus, não por causa de eu ter tomado a iniciativa de crer.
Somente a Ele será toda a glória!" Oh, que o entendimento do presente que
nos foi dado mova os nossos corações de nossa mornidão coletiva hoje!
- Paul E. Penno
Notas do autor:
[1] Obreiros Evangélicos, pág.
391 (edição de 1892). Nas publicações posteriores esta declaração foi omitida;
assim ocorreu igualmente na publicação da CPB. Originalmente publicado na nossa
revista Review and Herald de 12 de abril de
1892.
[2] "O fato de que não há controvérsia ou agitação entre o povo de
Deus, não deve ser considerado como evidência conclusiva de que eles estão unidos
firmemente na sã doutrina. Há razão para temer que eles não podem claramente
discriminar entre a verdade e o erro. Quando nenhuma nova indagação é esclarecida, pela investigação
das Escrituras, quando nenhuma diferença de opinião surge que vá provocar os
homens a examinar a Bíblia por si mesmos, para se certificar de que eles têm a
verdade, haverá muitos agora, como nos tempos antigos, que irão se apoiar na
tradição, e eles adoram o que não conhecem.
"Tem-me sido mostrado que muitos dos que professam a verdade
presente, não sabem no que creem. Não compreendem as provas de sua fé. Não apreciam
devidamente a obra para este tempo. Quando chegar o tempo de angústia, e ao
examinarem a posição em que se encontram, homens que agora pregam a outros, verificarão
que há muitas coisas para as quais não podem dar uma razão satisfatória. Até serem
assim provados, desconheciam sua grande ignorância" (Obreiros Evangélicos, pág. 298; edição de 1.915).
[3] "Grandes verdades que não foram ouvidas e contempladas desde o
dia de Pentecostes, resplandecerão da Palavra de Deus em sua pureza original. Aos
que realmente amam a Deus, o Espírito Santo revelará verdades que desapareceram
da mente, e também lhes revelará verdades inteiramente novas" (Fundamentos da Educação Cristã, pág.
473).
Nota final: A lição desta semana e o vídeo do Pastor Paul Penno estão na Internet em: http://1888mpm.org e no site 88denver99
Paulo Penno é pastor
evangelista da igreja adventista na cidade de Hayward, na Califórnia, EUA, da
Associação Norte Californiana da IASD, localizada no endereço 26400, Gading
Road, Hayward, Telefone: 001 XX (510) 782-3422. Ele foi ordenado ao ministério
há 38 anos. Após o curso de teologia ele fez mestrado na Universidade de Andrews.
Recentemente ele preparou uma extensiva antologia dos escritos de Alonzo T.
Jones e Ellet J. Waggoner, a qual está incluída na Compreensiva Pesquisa dos
Escritos de Ellen G. White. Recentemente também ele escreveu o livro “O
Calvário no Sinai: A Lei e os Concertos na História da Igreja Adventista do 7º
Dia,” e, ao longo dos anos, escreveu muitos artigos sobre vários
conceitos da mensagem de 1888. O pai dele, Paul Penno foi também pastor da
igreja adventista, assim nós usualmente escrevemos seu nome: Paul E. Penno
Junior. Você pode vê-lo, no
You Tube, semanalmente, explanando a lição da semana seguinte na igreja
adventista de Hayward, na Califórnia, em http://www.youtube.com/user/88denver99