Para 27
de julho a 3 de agosto de 2013
"Porque
as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus, para
destruição das fortalezas, ... levando cativo todo o entendimento à obediência
de Cristo" (2ª
Coríntios. 10:4 e, 5).
A obediência não é o ato de um individuo, pois neste
caso ele iria levar o crédito por isso. É a "obediência de Cristo" — Sua
própria obediência, recebida pelo indivíduo através da fé, que opera pelo amor,
e é creditado ao penitente, como se fosse sua própria.
Ensinar que a obediência é o resultado de reavivamento
é sugerir que devemos continuar a fazer promessas do velho concerto para fazer
tudo o que Deus diz. Essa mentalidade do velho concerto é sugerida com o
objetivo de tentar nos levar a trabalhar e nos colocar em um lugar onde o
Senhor pode nos abençoar. É dessa descrença do velho concerto carnal que o anjo
da Igreja de Laodicéia está sendo convidado a se arrepender.
A obediência não é o fruto do renascimento2, mas o resultado da fé que opera pelo amor, que
espera em Cristo e tendo a Sua justiça comunicada a nós. Este é o resultado do eu
sendo crucificado com Cristo e um profundo arrependimento pelos nossos pecados.
Este renascimento é o próprio Deus que reaviva: "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e
cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e
abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o
coração dos contritos" (Isa. 57:15).
Esse pensamento de que, de alguma forma, nós
podemos fazer algo para recomendar-nos a Deus, não é nada mais do que tentar
fazer com que Deus seja obrigado a fazer algo para nós por causa de algo que
fizemos. Cristo não nos pede para tentar nos reavivarmos a nós mesmos, mas Ele
nos pede para sermos humildes e contritos, duas condições que estão fora da
nossa capacidade de alcançar. É um profundo e falso orgulho carnal dentro de
nós que é a base para as nossas continuas tentativas de desempenho.
A obediência é a conformidade com a lei de Deus e
desde a queda do homem só Jesus conseguiu isso. A obediência é a justiça de
Cristo. Não há outra justiça. "Àquele
que não conheceu pecado, O fez pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos
justiça de Deus" (2ª Coríntios 5:21).
O apóstolo Paulo diz: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, mas não eu, mas Cristo
vive em mim, e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, O
qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gál. 2:20). "Porque aquele que está morto está
justificado do pecado. Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos
ainda nele?" (Rom. 6:7, 2).
Pecado é o oposto da obediência, é a desobediência
ou incredulidade. "Mas com quem Se
indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos
caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no Seu repouso, senão aos
que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade"
(Hebreus 3:17-19).
Judas diz que Deus é "poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos
irrepreensíveis com alegria perante a Sua glória" (Judas 24). O Pai
enviou Jesus "para que nisso vos
abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades" (Atos
3:26). E Mateus escreveu: "e
chamarás o Seu nome Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados"
(Mat. 1:21). Ele nos salva da desobediência à lei, salvando-nos para a
obediência à lei.
"A fonte do coração deve ser purificada para
que a corrente se possa tornar pura. Aquele que se esforça para alcançar o céu
por suas próprias obras em observar a lei, está tentando o impossível. Não há
segurança para uma pessoa que tenha uma religião meramente legal, uma forma de
piedade. A vida cristã não é uma modificação ou melhoramento da antiga, mas uma
transformação da natureza. Tem lugar a morte do eu e do pecado, e uma vida nova.
Esta mudança só se pode efetuar mediante a eficaz operação do Espírito Santo"3
"Portanto pode também salvar perfeitamente os
que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Heb.
7:25). Por Sua vida imaculada, obediência e morte na cruz do Calvário, intercedeu
Cristo pela raça perdida ."4
As pessoas às vezes dizem que eles podem crer que
Deus perdoa os seus pecados, mas eles acham que seja difícil acreditar que Ele
possa guardá-los do pecado. O perdão do pecado é a entrada de justiça, ou
obediência. A justiça substitui a desobediência.
Assim, com Cristo em nós, a esperança da glória,
estamos "mortos" para o mundo através de sermos crucificados com Ele.
Para os nossos pecados passados recebemos o sangue de Cristo,
isto é chamado de justiça imputada. Isso nos cobre e somos contados como nunca
tendo pecado desde o nascimento até o presente. Agora, a justiça de Cristo é
concedida a nós para nos impedir de pecar no presente. Isso também é conhecido
como "sendo salvos pela Sua
vida."
A obediência não se mantém sozinha como algo que
fazemos, mas é o cerne da mensagem de justificação pela fé do terceiro anjo.
Justiça pela fé é o mesmo que a justificação pela fé, e esses termos significam
obediência pela fé.
"A justificação tem a ver com a lei. O termo
significa tornar justo. Em Rom. 2:13 nos diz quem são os justos: "Porque os que ouvem a lei não são
justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados."
Ser justo significa ser reto e íntegro. Portanto, uma vez que o homem justo
é aquele que cumpre a lei, segue-se que justificar um homem é fazê-lo um
cumpridor da lei. Ser justificado pela fé é simplesmente ser feito um cumpridor
da lei pela fé.
"É impossível para qualquer homem, por
natureza, ser sujeito à lei de Deus. Ele não pode realizar o que
a lei exige.
"Como o homem é justificado ou feito justo? – ‘sendo
justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus’
(Rom. 3:24). Lembre-se que justificar significa tornar alguém um cumpridor
da lei, e, em seguida, leia a passagem novamente: ‘Sendo feito um cumpridor da lei livremente, por meio da redenção que
há em Cristo Jesus’. A redenção que há em Cristo Jesus é o merecimento ou o
poder de compra de Cristo. Ele se dá ao pecador; sua justiça é dada para aquele
que pecou, e que crê. Isso não significa que a justiça de Cristo, que ele tinha
1800 anos atrás, é reservada para o pecador, para simplesmente ser creditado na
sua conta, mas isso significa que o seu presente, justiça ativa, é dada para aquele
homem. Cristo vem habitar naquele homem que crê, porque ele habita no coração
pela fé. Então, o homem que era um pecador é transformado em um novo homem,
tendo a própria justiça de Deus.
"Vê-se, portanto, que não pode haver um estado
mais privilegiado do que o de justificação."5
"A lei é a declaração da justiça de Deus e é
universal em sua jurisdição, e ao ela condenar a todos, entretanto ninguém pode
obter justiça por ela. Mas Deus prometeu justiça aos homens, portanto, eles
devem fazê-lo a par da tentativa de obedecer à lei, isto é, em Cristo. Um homem
é feito um cumpridor da lei pela fé, sem as obras da lei. Este é o mistério do
Evangelho. É Cristo entre os homens, a esperança da glória, e Deus em Cristo
obrando sua própria justiça.
"Na morte de Cristo, pois, se somos
crucificados com Ele, recebemos Sua vida como um substituto para a nossa vida pecadora
[desobediente] que Ele toma sobre Si mesmo. Nossos pecados são perdoados
através da fé em Seu sangue, e não como um ato arbitrário, mas porque pela fé
trocamos a vida com ele, e a que recebemos em troca não tem pecado."6
Que a nossa oração seja para que possamos ser "Cheios dos frutos de justiça, que são
por Jesus Cristo" (Fil. 1:11). Esta é a justiça ou a obediência da fé
(Rom. 1: 5; 16:26). Esta não é uma mera teoria, é uma verdade prática.
Pai, obrigado pela obediência de Cristo que Tu nos
dá através da fé. Que possamos começar a aprender a magnitude do custo do
Calvário através do qual esta justiça vem a nós, e que possamos ser perdoados
por pensar que a obediência pode ser um resultado de tudo o que fazemos.
-Daniel H. Peters
Notas do autor:
[1] Ellet J. Waggoner, "Estudos em Romanos. A Persuasão Glorioso, "Os Sinais dos Tempos, 18 de junho de 1896.
[2] Definição de Reavivamento: um exemplo de
algo se tornando popular de novo; uma nova produção de uma peça antiga; um
despertar do fervor religioso, especialmente por meio de uma série de reuniões
evangelísticas.
[3] Ellen G. White, O Desejado de Todas as
Nações, p. 172.
[4] Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p.
156.
[5] Waggoner, "Sendo Justificados," Signs of the Times, 1º de maio de
1893.
[6] Waggoner, The Signs of
the Times, 5 de março de 1896.
O irmão Daniel Peters e sua esposa Linda, vivem na parte leste da cidade de Los Angeles, Estado da Califórnia,
EUA. Ele trabalha como Conselheiro Oficial ante drogas e álcool para mães e
mulheres grávidas. O seu coração foi sensivelmente tocado pela “mui preciosa
mensagem” (Test. p/ Ministros, págs . 91 e 92) e sua vida tem sido
apaixonadamente dedicada a esta mensagem que Deus outorgou à Sua igreja em
1888. Ele e sua família são membros da igreja adventista do sétimo dia de
Whittier, uma cidade a 19 kms ao sul de Los Angeles, localizada no nº 8841 na
Calmada Avenue, Whittier, Ca. 90605, EUA. Ele é tataraneto de Ellet J.
Waggoner. O irmão Daniel é um ardoroso estudante da Bíblia e do Espírito de
Profecia e de toda literatura relativa à mensagem de 1888. Ele foi um dos
principais oradores no seminário “É a Justiça Pela Fé, Relevante Hoje?”,
realizado em 21 e 22 de maio de 2010) na Igreja Adv. Do 7º Dia da cidade de
Reno, estado de Nevada, localizada na 7125 Weest 4th Street.
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